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Êxito na vida

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Numa visão materialista da vida o êxito ou sucesso sempre está ligado ao acúmulo de bens materiais. Esta é uma visão medíocre da existência porque pode desprezar ou não contemplar a necessidade de aprimoramento do caráter individual. Vencer defeitos de caráter é o que pode produzir bem estar integral.

Numa visão materialista da vida o êxito ou sucesso sempre está ligado ao acúmulo de bens materiais. Esta é uma visão medíocre da existência porque pode desprezar ou não contemplar a necessidade de aprimoramento do caráter individual. Vencer defeitos de caráter é o que pode produzir bem estar integral.

Você já ouviu histórias de pessoas que ficaram famosas, muito ricas e que se suicidaram, ou entraram no mundo do alcoolismo e de outras drogas, se tornando escravos delas. Estas histórias comprovam que precisamos de algo além do material e fama, e sem necessidade obrigatória de adquiri-las, para construir uma vida digna, que ajuda as pessoas e promove saúde mental pessoal.

Pessoas de bom e de mau caráter progridem na vida dentro do aspecto econômico. Qual a diferença, afinal de contas, entre um indivíduo de bom caráter obter sucesso financeiro e um de mau caráter também conseguir o mesmo? Uma diferença é que no final da vida a única coisa que sobra para a pessoa mau caráter é o bem material. O resto dela não presta para nada.

A maior luta que o ser humano tem é consigo mesmo. Em fichas norte-americanas dos AA – Alcoólicos Anônimos – que são dadas aos membros deste grupo de ajuda mútua quando eles atingem certo tempo de sobriedade, tem uma frase assim: “To thy own self be true”. Numa tradução livre poderíamos dizer: “Para que seu próprio eu seja verdadeiro.” Não tem recuperação de nada sem verdade. Só se obtém bom caráter com a verdade. Você pode conseguir muito dinheiro com mentira, mas não bom caráter. E bom caráter é o que sobra no final da vida que faz sentido existir.

Fatores para o êxito na vida incluem a verdade, ser correto e ter pureza de intenções. O contrário de pureza mental não é ingenuidade prejudicial para a pessoa. Fomos alertados pelo mestre Jesus sobre a necessidade de sermos simples como as pombas, e prudentes como as serpentes. Mas ser prudente não é ser desonesto, maldoso, corrupto. É ter cautela ao lidar com pessoas com estes defeitos graves de caráter, os quais estão além do alcance terapêutico psicológico.

Todos os dias e várias vezes ao longo do dia temos oportunidades de ou atuar de forma verdadeira, honesta e pura, ou de agir com mentira, desonestidade e maldade. Cada um de nós faz a escolha. E na sequência das escolhas que fazemos, na repetição das atitudes que decidimos ter diariamente, nosso caráter vai sendo formado, para o bem ou para o mal, para construir ou destruir vidas.

Saúde mental não depende só de procedimentos psicológicos na direção da maturidade, mas também da prática da verdade, de ser correto e puro. Obter isso é um processo que leva a vida toda. E cabe a cada um decidir que caminho seguir.

Procedimentos psicológicos na direção da maturidade envolvem parar de manipular as pessoas, aprender a ser uma pessoa mansa, não agressiva, abandonar a postura autoritária que sempre machuca as pessoas ao redor, evitar nutrir a mente com ideias românticas idealizadas, conseguir controle sobre impulsos agressivos, entre outras atitudes. Êxito na vida que satisfaz de verdade tem que ver com a purificação do seu caráter. O que faz a diferença entre uma vida útil e uma inútil é a qualidade do caráter.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Saúde mental e visão altruísta

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Você se levanta pela manhã após uma boa noite de sono. Alguém arrumou sua cama colocando um lençol limpo, coberta, travesseiro com fronha cheirosa. Ou se foi você mesmo que a arrumou, alguém fabricou toda esta roupa de cama, a própria cama e o colchão.

Você vai ao banheiro para sua primeira higiene pessoal, antes de se envolver no trabalho do dia, e ali tem uma pia com torneira, água, vaso sanitário, chuveiro, toalha e papel higiênico. Alguém produziu todo este material.

Você se levanta pela manhã após uma boa noite de sono. Alguém arrumou sua cama colocando um lençol limpo, coberta, travesseiro com fronha cheirosa. Ou se foi você mesmo que a arrumou, alguém fabricou toda esta roupa de cama, a própria cama e o colchão.

Você vai ao banheiro para sua primeira higiene pessoal, antes de se envolver no trabalho do dia, e ali tem uma pia com torneira, água, vaso sanitário, chuveiro, toalha e papel higiênico. Alguém produziu todo este material.

Em seguida, antes ou após trocar a roupa de dormir, você vai tomar sua primeira refeição da manhã. Quem possibilitou você ter o pão, a manteiga, o cereal, a fruta, o suco ou leite que você irá ingerir, o prato e copo onde colocará os alimentos e bebida?

Estando tudo pronto para ir para o trabalho ou começar tarefas em casa, você pode parar um momento e pensar: “Pensando bem, existe tanta gente envolvida no meu dia a dia!” Mas a gente vai vivendo no automático e não percebe e nem valoriza estas coisas, até que algo, geralmente desagradável, ocorra para nos fazer parar, pensar, dar significado e valor.

Convivi com uma jovem enfermeira norte-americana quando estudei e trabalhei há alguns anos numa instituição americana de educação em saúde. Ela tirou um tempo para atuar como missionária num país africano. A comunidade onde ela serviu era muito pobre. Sua moradia temporária havia sido uma pequena choupana e não tinha chuveiro, de maneira que ela se levantava bem cedinho, logo que o sol nascia e se dirigia a um pequeno riacho bem raso, com escassez de água, onde se banhava.

Ao retornar aos Estados Unidos e vendo a abundância de água nas torneiras e chuveiro em sua casa, ela sentiu que imenso valor é ter água potável em sua residência. Já pensou nisso? Alguém prepara a água para chegar em sua casa e você poder usá-la para suas necessidades domésticas. Basta abrir a torneira!

Como seres humanos precisamos uns dos outros. Você não vive sozinho como se não dependesse de ninguém. Você não é um deus onipotente. Você e eu somos dependentes de inúmeras coisas, pessoas, instituições e do Criador da vida.

Na medida em que o fim do ano chega e a possibilidade de você estar vivo em um novo ano, novas e melhores decisões podem ser tomadas mesmo agora, ainda hoje. Usei a palavra “possibilidade” porque quem pode garantir que você estará vivo dentro de alguns minutos? Em um simples e rápido minuto tudo pode mudar em sua vida. Para o bem ou para o mal.

Mesmo antes de chegar a virada do ano, comece a cultivar em sua mente a ideia de que somos semelhantes como seres humanos, somos dependentes uns dos outros, precisamos das pessoas. Você pode ter milhões de reais, dinheiro aos montes em paraísos fiscais, adquiridos de forma correta ou corrupta, mas ainda assim precisa das pessoas. Se você, multimilionário, comprasse uma ilha com uma casa superconfortável e fosse viver lá sozinho, com ou sem arrogância, com ou sem prepotência, com muita probabilidade adoeceria e morreria antes do tempo devido à solidão, e teria que fazer tudo sem colaboradores. Você precisa de pessoas.

Saúde mental depende muito de uma visão compassiva das pessoas, de considerar que somos humanos, sejamos ricos ou pobres, mas todos mortais, frágeis, dependentes de tanta coisa e de tanta gente. Já pensou se os que comandam os povos – prefeitos, vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, grandes empresários, magistrados, presidentes, primeiros ministros, reis e rainhas, pensassem dessa forma, sendo compassivos, honestos, realmente interessados no alívio do sofrimento da comunidade? Que mundo seria!

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

 

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O que fazer em um dia difícil de viver?

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Saúde mental não é ausência de angústia ou tristeza. É aprender a lidar com estas dores emocionais de forma construtiva. Podemos aprender. Não para nos tornarmos orgulhosos ou prepotentes achando que somos mais fortes que os outros. Mas aprender a administrar nossas emoções para surgir humildade, serenidade, compaixão especialmente ao sermos iluminados e perceber que todos estamos no mesmo barco da existência com seus desafios.

O que você pode fazer em um dia difícil, em que a angústia, a tristeza, apertam seu peito? Primeiro de tudo aceite que você não é um deus, mas um ser humano com limitações e mesmo tendo uma personalidade mais resistente, aceite que nem sempre é possível estar bem como desejaria.

Em segundo lugar, observe para ver se existe alguma pendência, alguma necessidade de fazer reparação, restituir o que deve, pedir perdão, oferecer perdão, se proteger melhor, colocar limites, pedir coisas em vez de assumir fardos pesados demais desnecessariamente. E faça o que for necessário dentre estes exemplos de atitudes que dependem de você.

Em terceiro lugar, descanse no dia difícil. Descanse fisicamente. Tire um cochilo. Vá caminhar na natureza. Se afaste de barulhos, agitação, shoppings, e use algum tempo para orar e para meditar. Coma menos e consuma alimentos mais leves, naturais, sem estimulantes, pois isso ajuda o cérebro. Evite assistir TV e leia um texto que produz esperança, luz, conforto, talvez uma biografia de alguém que lutou com sofrimentos e obteve melhora, alívio, mesmo sem ter tido necessariamente a cura desejada.

Descanse mentalmente. Isto significa não ficar se cobrando que teria que estar bem, teria que estar funcionando com bom pique no trabalho, teria que estar contente e sem angústia, teria isto ou teria aquilo. Pare com estes pensamentos de “teria que”. E aceite o que pode ser nesse dia, o que pode existir nesse dia. E ao final da jornada diária, ao deitar para dormir, olhe para trás e veja que, apesar de ter sido um dia doloroso, Deus lhe ajudou a realizar algumas coisas.

Em quarto lugar, se for necessário, você pode desabafar com alguém ético e de confiança. Falar ajuda a aliviar. Mas não é com qualquer um. E não precisa colocar nas redes sociais o que você está sentindo neste dia difícil. Escolha uma pessoa de princípios, preferencialmente mais velha que você, em quem você confia, com quem não exista nenhum risco de envolvimento afetivo e sexual.

Em quinto lugar, pense em alguém que precisa de ajuda e faça algo para aliviar a necessidade desta pessoa. Se não for possível ajudar o outro no mesmo dia em que você não está se sentindo bem, faça planos para o mais breve possível oferecer auxílio dentro de seus recursos físicos e materiais. Quando nos envolvemos em ajudar a aliviar o sofrimento de alguém, nossos próprios sofrimentos são também aliviados.

Em sexto lugar, pense que o que é bom, aquilo que é agradável em sua vida mental, passa, infelizmente. Mas diga a si mesmo, relembre a si mesmo no dia doloroso, que o que é ruim, também passa. Repetindo este pensamento, o que é bom, passa. Mas o que é ruim, também passa.

 

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Uma dor de difícil cura

quinta-feira, 07 de outubro de 2021

Podemos sofrer diferentes tipos de dores. Dor física, dor mental, dor social, dor espiritual. Tem alguma que é pior? O que você acha?

Podemos sofrer diferentes tipos de dores. Dor física, dor mental, dor social, dor espiritual. Tem alguma que é pior? O que você acha?

Quem está no momento com dor física, por exemplo, de um câncer, ou de ciática, dor de dente forte, poderá dizer que esta é a pior dor. Quem está vivendo uma situação econômica complicada por ter sido demitido da empresa, talvez diga que esta dor social e financeira é a pior. Se uma outra pessoa está sofrendo abusos no seu lar, seja uma criança abusada pelo pai ou mãe, seja um marido convivendo com uma mulher autoritária e agressiva, ou uma esposa vivendo com um homem violento, certamente isto será visto como a pior dor.

Além disso, alguém pode estar decepcionado com Deus e sofrendo alguma perda que atinge a dimensão espiritual de sua vida, e neste caso poderá avaliar esta dor de origem espiritual como a pior.

Talvez a pior dor seja aquela que a pessoa está vivendo no momento. Porém, uma das dores mais difíceis de se enfrentar é a dor da infidelidade conjugal, a dor que um cônjuge que era fiel, que amava seu companheiro ou sua companheira, passa a experimentar. Nestes casos geralmente há um misto de angústia, tristeza, raiva, decepção, surpresa e espanto.

Por que um esposo trai sua companheira ou uma esposa trai seu companheiro? Se considerarmos os aspectos psicológicos da relação conjugal podemos encontrar algumas explicações. Um marido pode sentir falta de uma mulher, quando tem em casa uma esposa tipo mãe. Uma esposa pode sentir falta de um homem, quando tem em casa um marido tipo pai. Em ambos os casos o que predomina no cônjuge traído é talvez um excesso de papel de mãe e de pai que ela e ele praticam.

Outra explicação pode ser um homem fissurado em sexo, que sofre compulsão sexual e não se sacia com sua esposa. Outro argumento é o de que uma esposa pode ser fissurada em romance, e não se sacia com o que o marido oferece.

Seja qual for o motivo ou os motivos que empurraram a pessoa para uma infidelidade conjugal, nada a justifica. Explica, mas não justifica. Uma pessoa madura que está sofrendo no casamento não vai trair. Ela vai tentar resolver o problema do relacionamento atual que produz infelicidade e frustração.

A dor da infidelidade é de difícil cura. E pode causar muita devastação na família e mesmo entre amigos do casal. Evite isso. Seja sincero, seja sincera com seu cônjuge, abra o jogo e explique que está sentindo falta de algo no casamento ou noivado e mesmo no namoro, e diga o que é. O sofrimento poderá ser muito menos destruidor e devastador se você que está sendo tentado ou tentada a trair seu cônjuge, sentar e conversar com ele e explicar o que está ruim no relacionamento. Não siga modelos mesquinhos e doentios de novelas de televisão.

A dor da infidelidade conjugal tem um processo de cura bem doloroso. Pode levar anos. A ferida pode ir se fechando e reabrir mais adiante e depois começar a cicatrizar de novo. É bem difícil recuperar a confiança. É complicado voltar a ter o sentimento agradável pelo cônjuge que traiu e pelo cônjuge traído. Menos pior talvez seja ser honesto, honesta e romper o relacionamento, do que trair e abrir uma ferida de difícil cura que pode deixar cicatrizes para o resto da vida, em todos da família.

Uma maioria dos casos de infidelidade conjugal tem cura. Neste caso também é melhor prevenir do que tratar. Porque é uma dor de difícil cura. Seja honesto, seja honesta com seu cônjuge. Se tem a sensação de que não ama mais, fale disso, chegue a um acordo, mas evite a infidelidade. Ela também é uma maldade e uma prisão, embora com gosto de liberdade. Uma pessoa interessante lá fora que lhe atrai, também tem problemas. Cuidado, não se iluda.

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Force sua mente a pensar com compaixão

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Todos nós seres humanos viemos de uma mesma origem. Por isso somos irmãos. É incrível como que com o passar dos anos e séculos fomos capazes de nos esquecer disso e criar preconceitos, perseguições, guerras, barreiras entre nós.

Todos nós seres humanos viemos de uma mesma origem. Por isso somos irmãos. É incrível como que com o passar dos anos e séculos fomos capazes de nos esquecer disso e criar preconceitos, perseguições, guerras, barreiras entre nós.

Precisamos fazer um esforço grande para cada dia lembrar a nós mesmos que somos irmãos como humanidade. Temos que forçar nossa mente a pensar nisso. Forçar-nos a refletir sobre nossas semelhanças mais do que nossas diferenças. Tendemos a fugir de pensar que somos semelhantes. Por isso se faz necessário forçar nosso psiquismo a usar a cognição ou o raciocínio neste sentido, para obter a compreensão e a visão de nossa semelhança.

Ao conseguirmos vislumbrar que estamos no mesmo barco nessa existência, podemos, então, viver a compaixão. Sem compaixão a vida fica pesada. O medo pode tomar conta. A competição entra em cena e destrói tudo. Passamos a odiar, a invejar, a criticar, a criar concorrência, disputa. Isto estressa, encurta a vida.

O poder econômico pode prejudicar nossa visão de que somos irmãos. Mas nem sempre, felizmente. Muitos milionários criam uma Fundação que dá auxílio a alguma necessidade humana. Outros contribuem para alguma instituição filantrópica. Nem tudo está perdido.

Ao andar hoje pela rua, observe cada pessoa. Um idoso, uma criança, uma senhora, um jovem, um lixeiro varrendo a rua, o motorista do ônibus, o empacotador no supermercado, a moça do caixa, o rapaz usando a britadeira para fazer um buraco e consertar o cano de água furado, o caixa da agência bancária, o motorista do táxi. Cada um é nosso irmão. Não precisa empinar seu nariz e pensar ou falar aquela frase idiota “sabe com quem está falando?”. Não precisa invejar o indivíduo que parou ao seu lado no semáforo com um carro luxuoso. Talvez ele só tenha isso e mais nada de bom. Mas é seu irmão, sua irmã.

Quando vier à sua consciência um pensamento de que você é melhor que os outros porque tem poder empresarial, político, ou outro, lembre-se, todos somos pó e voltaremos ao pó. É uma questão de tempo. Somos semelhantes e mortais.

Na visão de que somos irmãos, de uma mesma origem geral, isso pode nos levar à exercer compaixão tendo sensibilidade para com o outro. Um olhar de compaixão faz toda a diferença, para quem olha e para que é observado e percebe isso.

Pare de competir. Pare de criticar as pessoas. Pare de se comparar com os outros, seja para se exaltar ou se depreciar. Pare de falar mal dos outros. Você pode ter os mesmos defeitos que critica nos outros e ainda não percebeu. Somos todos irmãos.

Faça força em sua mente, repito, para olhar as outras pessoas como seus irmãos, como semelhantes mortais. Um dia você pode estar à frente desta pessoa a quem você desvaloriza, mas outro dia você pode estar atrás. Todos somos importantes e de valor. Precisamos uns dos outros. Somos irmãos.

Difícil pensar na injustiça que a riqueza material produz. Não se pode explicar a injustiça social. Quem pode saber a causa exata do porque uns são proativos, empreendedores, enquanto outros não são? Mas um não é melhor do que o outro. Você precisa do outro. Não se vive sem a ajuda de muita gente. Que seria de sua cidade sem lixeiros? Como uma indústria produziria sem seus funcionários? Como um comércio poderia ir para a frente sem os balconistas? Somos todos irmãos.

Viva não para competir, mas para compartilhar algo material, intelectual, espiritual. O que você não dá, você perde. Acumular pode ser a perdição da qualidade de vida que produz saúde. Force sua mente a pensar que todos somos irmãos e que a melhor forma de viver é ajudar uns aos outros, sem conflitos de interesses. Somos todos irmãos. Quem vive assim, com esta visão e prática, pode ter paz, serenidade, alegria. Force sua mente a pensar com compaixão.

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Superproteção: ajuda ou atrapalha?

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A superproteção existe quando o pai, a mãe ou ambos limitam muito a liberdade da criança querendo protegê-la de danos ou riscos que podem acontecer. Você pode praticar isto ao ir além do que é necessário para proteger seu filho, confortando e mostrando preocupação com o estado emocional dele onde isso não é necessário porque a criança está mostrando pouca ou nenhuma angústia.

A superproteção existe quando o pai, a mãe ou ambos limitam muito a liberdade da criança querendo protegê-la de danos ou riscos que podem acontecer. Você pode praticar isto ao ir além do que é necessário para proteger seu filho, confortando e mostrando preocupação com o estado emocional dele onde isso não é necessário porque a criança está mostrando pouca ou nenhuma angústia.

Não fique fazendo por seus filhos o que eles podem fazer. Você arruma a cama deles, limpa o quarto deles, guarda todas as roupas deles, cuida do cachorro deles. E talvez faça isso porque pensa que é mais rápido você fazendo. Mas ensinar os filhos a assumirem responsabilidades é muito importante para a vida deles. E crianças pequenas já podem ajudar em algo.

Seria bom se pudéssemos escolher os amigos de nossos filhos. Não podemos forçá-los a uma amizade só porque os filhos da sua melhor amiga são boas crianças. Claro, as amizades que são prejudiciais como outra criança fisicamente ou mentalmente prejudicando seu filho precisam ser evitadas.

Vamos supor que seu filho quer experimentar o voleibol este ano, mas você sabe que ele é bom no futebol. Ou sua filha quer estar na equipe de matemática com sua melhor amiga, mas você sabe que ela é boa em geografia. Ele ou ela quer ir para um acampamento diferente, em vez do mesmo acampamento dos últimos três anos.

Às vezes, sem pensar, impedimos que nossos filhos se ramifiquem por conta própria. Tudo bem se eles não forem tão bons no voleibol, mas podem tentar. Não importa se o principal motivo para entrar para a equipe de matemática é porque a amiga preferida será companheira de equipe. E se seu filho ou filha quiser ir para um acampamento de verão diferente para explorar algo novo, tudo bem também. Ou seja, deixe que seu filho tome algumas de suas próprias decisões em relação aos seus interesses e atividades. Isso o ajudará a desfrutar da liberdade e se tornar uma pessoa mais independente, que é o que todos desejamos para nossos filhos.

Se você pensa e sente que se não for superprotegida significa que não é amada, corrija este pensamento distorcido. Ser superprotegida não significa ser melhor amada. Se você superprotege, talvez queira ser superprotegida e pode agredir quem não te superprotege por confundir amor maduro com excesso de cuidado.

A superproteção dos pais tem ligação com o desenvolvimento e manutenção de transtornos de ansiedade na infância. Um estudo feito pelos psicólogos Kiri Clarke, Peter Cooper e Cathy Creswella, da Escola de Psicologia e Ciências da Linguagem Clínica, Universidade de Reading, no Reino Unido avaliou mães de 90 crianças, 51 meninos, 39 meninas e sendo 60 clinicamente ansiosas e 30 não ansiosas com idades entre 7 e 12 anos. O objetivo do estudo foi avaliar a superproteção destas mães, suas causas e consequências sobre os filhos. Interessante que o que eles acharam foi que os resultados do estudo sugerem que as respostas ou comportamentos dos pais podem estar mais intimamente relacionadas ao grau de ansiedade dos pais do que da criança.

A superproteção praticada pelos pais, e especificamente a falta de dar autonomia, é a atitude dos pais mais associada aos sintomas e transtornos de ansiedade infantil. Por isso, não adianta levar seu filho num psicólogo para tratar a ansiedade dele, se você é uma pessoa muito ansiosa e não trata este problema em seu próprio comportamento.

Acredite em seu filho ou filha. Dê espaço para ele ou ela se desenvolver. Não cultive a ideia de que superproteção é amar melhor. E vença o pensamento de que se você é superprotegida, então isso significa que é mais amada.

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Suicídio: compreender para evitar

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

No mundo de 2005 até 2015 aumentou a taxa de depressão em 18,4%. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos. No Brasil ocorrem em torno de 11 mil suicídios em média por ano.

No mundo de 2005 até 2015 aumentou a taxa de depressão em 18,4%. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos. No Brasil ocorrem em torno de 11 mil suicídios em média por ano.

Do ano 2000 até 2016 ocorreram 782 suicídios entre índios no Brasil. Foram 106 em 2016 e 128 em 2017, a maioria em pessoas entre 15 e 49 anos de idade. As causas possíveis são alcoolismo, uso de drogas como maconha, afastamento de práticas culturais em jovens gerando depressão, limitação de território por conflito de terras, pressão do agronegócio. (Fonte: CIMI – Conselho Indigenista Missionário da CNBB).

Colaboram para o suicídio fatores socioculturais, genéticos, epigenéticos, psicodinâmicos, filosófico-existenciais e ambientais. Havendo doença mental como a depressão, há maior risco suicida, o que não significa que todo o suicídio se relaciona com uma doença mental e nem que todas as pessoas com doença mental se suicidarão. Mas a presença de doença mental é fator de risco para o suicídio.

Filhos de pais que tentam o suicídio têm risco seis vezes maior de se matar do que filhos de pais que nunca tiveram esta intenção. Isto mostra que há influência genética, mas ela não explica tudo.

Favorece o suicídio o uso de drogas, uma crise psicótica, falência financeira, término de um relacionamento amoroso, perda de emprego, morte de pessoa amada, solidão, abusos sofridos, vergonha, injustiças na vida profissional, abuso moral na empresa, entre outras causas. No fundo, o suicida não quer morrer. Ele não sabe é como continuar vivendo com o que para ele não tem saída. Mas sempre tem saída, não necessariamente para o que a pessoa deseja, mas pelo menos para ela aprender a suportar a perda, a frustração, e a raiva contra a realidade que ela joga contra si mesma, se agredindo mortalmente.

Sinais de intenções suicidas em adolescentes incluem: o jovem era calmo e passa a ficar agressivo; se isola quando antes era comunicativo; passa a dormir mais do que o normal ou surge insônia; rebeldia aguda, tristeza profunda com desânimo; o rendimento escolar cai; afastamento dos amigos. Os pais de um jovem com estes sintomas devem conversar com o filho/filha, ver o que ocorre e, dependendo da gravidade da mudança do comportamento, levá-lo para avaliação com psiquiatra especializado em infância e adolescência.

Outros sinais de intenção suicida incluem: sentimentos de tristeza, desesperança, uso de frases típicas como: “Por que Deus não me leva?”, “Não sei para que continuar vivendo.” Diante disso o familiar deve conversar, tentar entender o que está entristecendo e animar a pessoa para atendimento psiquiátrico e psicológico.

O que fazer para ajudar uma pessoa com ideia suicida? Explicar que filhos e netos, precisam dela. Comentar que na depressão circuitos cerebrais alterados favorecem uma visão distorcida da vida e realidade e sendo corrigidos, o alívio surge. Dizer que o estado de humor neste momento não pode ser padrão para o julgamento da realidade porque o cérebro está neuroquimicamente alterado. Lembrar para a pessoa que a mente humana se adapta à perda e não necessariamente ela ficará sofrendo na mesma intensidade o tempo todo.

Quando o pensamento suicida perturbar muito, a pessoa deve comentar com alguém perto sobre o que sente. Se estiver sozinha, telefone para um amigo ou parente e fale do assunto, ou saia de casa e se encontre com um familiar/amigo que dará suporte. Também faça contato com o profissional que cuida do tratamento.

Dialogar francamente sobre suicídio ajuda porque oferece opções de tentativa de solução do que aflige e dá tempo para repensar sobre uma decisão trágica e radical. Dar apoio espiritual também é importante, oferecendo textos como este para a pessoa meditar: “Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” Isaías 57:15.

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Suicídio em tempos de pandemia

quinta-feira, 09 de setembro de 2021

Vamos ver alguns pontos do artigo “Prevenção do Suicídio na era de Covid-19: Transformando a ameaça em oportunidade” escrito pela médica Christine Moutier, ligada à Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio e publicado na revista americana Jama Psychiatry em 16 de outubro de 2020.

Vamos ver alguns pontos do artigo “Prevenção do Suicídio na era de Covid-19: Transformando a ameaça em oportunidade” escrito pela médica Christine Moutier, ligada à Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio e publicado na revista americana Jama Psychiatry em 16 de outubro de 2020.

A pandemia da Covid-19 pode aumentar o risco de suicídio na população. Vários sintomas psicológicos e psiquiátricos surgiram devido a esta situação pandêmica, como a incerteza, o medo, ansiedade excessiva, insônia, depressão e pensamentos suicidas. Não se constatou em muitos países por pesquisa científica um aumento do suicídio na pandemia.

Alguns países com bons programas de prevenção ao suicídio, como a Finlândia, Noruega, Suécia e Austrália, tiveram uma redução em suas taxas nacionais de suicídio nos últimos anos. Mas nos Estados Unidos, país com tantos recursos científicos e médicos, houve um aumento na taxa nacional de suicídio em 35% desde 1999.

Pesquisa liberada em agosto 2020 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano, mostrou que 40% dos adultos norte-americanos relataram sintomas de depressão, ansiedade, ou aumento do uso de substância – podendo ser álcool, medicamentos e outras drogas – durante a pandemia da Covid-19, e 10,7% dos que responderam a pesquisa disseram ter ideias suicidas nos últimos 30 dias da avaliação.

A prevenção do suicídio durante a pandemia requer abordar não só fatores de risco para o suicídio em função da pandemia, como aumento do isolamento social, perdas pessoais e econômicas, mas também observar fatores de risco antes do surgimento da pandemia, como a desconexão social, solidão, diminuição do apoio social, deterioração da saúde física por maus cuidados pessoais, medo de perdas financeiras e do trabalho, trabalho à distância e aulas online que têm que ver com rompimento das conexões sociais, morte de pessoas queridas, aumento do consumo de bebidas alcoólicas, facilidade de aquisição de produtos letais como armas de fogo, opióides e outras substancias tóxicas. Nos Estados Unidos houve aumento de 85% nas compras de armas de fogo em março 2020, início da pandemia, comparado com os meses de março dos anos anteriores.

Certos grupos de pessoas são mais prováveis de terem aumento do risco de suicídio durante esta pandemia por causa de vulnerabilidades pessoais ou por razões que apresentam barreiras para se ver os problemas e procurar ajuda. Nestes grupos estão os com difícil acesso aos cuidados de saúde mental, os que vivem em lares com abuso e violência doméstica, os com condição socioeconômica desvantajosa, os de áreas rurais, os marginalizados por raça ou escolha sexual, os que lidam na frente contra o vírus e trabalhadores essenciais, entre outros.

Fatores que podem contribuir para a prevenção do suicídio na pandemia da Covid-19: 1 - Quanto à doença mental – melhorar o acesso ao atendimento da população aos serviços de saúde mental, como os Centros de Apoio Psicossocial das prefeituras (Caps) que oferecem atendimento gratuito para a população. O Governo Federal e estadual poderia contribuir para criar estes centros psiquiátricos ambulatoriais nos municípios onde ainda não tem. 2) Quanto ao isolamento social, solidão e luto, instituições tipo ONG, ou comunidades religiosas podem ter uma equipe para apoiar os que vivem sozinhos. Familiares e amigos podem manter contato com os solitários para os ajudar nem que  seja conversar com eles um pouco por telefone com alguma frequência. 3) Divulgar melhor as instituições sociais que oferecem apoio psicológico online ou por telefone para prevenção de suicídio. Por exemplo, durante a pandemia, psicólogos oferecem atendimento emergencial pela internet. Dois exemplos são: www.ouvidoamigo.com.br    www.fabricaderelacionamentos.com.br - 4) ESF – Estratégia de Saúde da Família é um bom programa de atendimento médico do governo. O agente de saúde que vive na comunidade onde há uma unidade de saúde do programa ESF, visita as casas e leva um relatório do que ocorre na família em termos de saúde, em seguida um profissional da ESF visita a pessoa e a orienta. O Governo Federal e estadual poderia criar centros de ESFs nas cidades onde não existem. 5) A Delegacia da Mulher, o Juizado de Menores e de Adolescentes, o Ministério Público, ONGs e outros serviços voluntários podem ajudar muito na prevenção de suicídio e violência em lares abusivos. 6) O governo pode ajudar com campanhas para evitar o uso abusivo de álcool, ainda que o melhor para nossa saúde é não usar nada que contenha álcool. 7) Que bom que o Governo Federal ofereceu ajuda emergencial aos mais carentes. Que tal tirar os abusos de salários de funcionários públicos, parlamentares, magistrados, e usar o excesso para o benefício dos pobres? Este é um momento na história quando a prevenção do suicídio deve ser priorizada como uma questão séria de saúde pública.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Você está precisando de amor?

quinta-feira, 02 de setembro de 2021

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

Erich Fromm, psicanalista, escreveu que o amor maduro é por todas as pessoas. Claro, isto não quer dizer que manifestaremos a mesma forma de amor para com todos. Quer dizer que não odiaremos as pessoas, mas procuraremos entende-las e ter compaixão para com aquelas menos equilibradas, mais sofridas, mais rudes. Também não quer dizer que teremos que ter o mesmo nível de sentimento por todas as pessoas. Há pessoas não amáveis no sentido de não permitirem serem amadas. Rejeitam o amor oferecido a elas seja por atitude fria ou agressiva. Então temos que deixá-las seguir e afastar até que elas possam aceitar nosso oferecimento de amor.

Há hora de afastar e de aproximar. Há hora de falar do amor e hora de ficar quieto. Há hora para tudo e nem sempre é hora para tudo. O silêncio pode ser ouro em certos momentos. Assim como a boa palavra falada na hora certa é bálsamo e justiça.

É comum importar da filosofia grega o conceito de amor tendo três dimensões: o amor fraternal – ágape; o amor sexual – eros, e o amor amizade – filia. Na realidade, o amor é um só, de uma única fonte que se manifesta de forma diferente para pessoas diferentes, segundo a capacidade e a necessidade de cada um.

Amor não é paixão, nem sexo, nem “ficar”. O amor é paciente e bondoso, não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor genuíno dura para sempre.

Quando alguém se casa, não sente o mesmo tipo de sentimento igualzinho hora após hora pelo cônjuge. O sentimento pode flutuar, mas não o amor. E quando alguém se apaixona é bem provável que esta paixão esteja ligada a uma imagem, ou seja, à imagem que a pessoa criou em sua mente de como o objeto amado deveria ser. Ela está apaixonada, então, pela imagem da pessoa que criou em sua própria mente, a qual pode ser muito diferente da pessoa que está ali presente na realidade de sua vida.

Daí será necessário um ajuste, ou seja, sair da paixão para chegar-se à realidade do que o outro é. Quando cai este “amor” idealizado, então é possível começar o amor maduro. Tudo dependerá de como a pessoa lidará com a realidade sua e do ser amado. O diálogo será então fundamental. Diálogo sobre o que dói e o que alegra, sobre o que agrada e desagrada, sobre o que gosta e não gosta. Mas tem que ser um diálogo sincero, com respeito, e aceitação do que cada um pode ser neste momento da vida.

O amor maduro produz felicidade e desprendimento. Com ele você fica em paz mesmo que as coisas em volta estejam desabando. O amor tem que ser firme no sentido de colocar limites contra abusos. Quem ama maduramente diz verdades de uma forma respeitadora, mas firme, não ataca as pessoas e nem condescende ou se compromete com o erro, com a mentira, e com o engano.

Você que ter este tipo de amor? Ele não é vendido nas farmácias. Você precisa desenvolver, treinar, desejar ardentemente tê-lo e fazer sua parte para obtê-lo. E pedir. Ele é grátis. Se você deseja este amor para realmente amar as pessoas e ajudá-las, o terá. Se for para se aproveitar delas ou “faturar” (materialmente ou não), não o terá. Este amor não é ingênuo, nem manipulável. O amor é um poder. Quem quiser pode tomá-lo de graça da fonte, que é o criador do universo. Mas pense: você quer amor para quê?

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Desafios no casamento

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Viver uma vida à dois é um desafio. Em meu primeiro livro, “Casamento: o que é isso?”, que você pode adquirir no meu site www.doutorcesar.com, no primeiro capítulo defino o que é o casamento e destaco que trata-se de algo incompatível porque é uma união de duas pessoas diferentes.

Viver uma vida à dois é um desafio. Em meu primeiro livro, “Casamento: o que é isso?”, que você pode adquirir no meu site www.doutorcesar.com, no primeiro capítulo defino o que é o casamento e destaco que trata-se de algo incompatível porque é uma união de duas pessoas diferentes. Gêneros diferentes, desejos diferentes, formas de pensar diferentes, visão da vida talvez diferente, religião diferente às vezes, ou maneira de viver a religião que pode ser bem diferente, um com lógica matemática e outro com ilógica, que não é falta de inteligência, um enxerga o detalhe e outro enxerga o global, um é racional e o outro é afetivo, um adora romance e o outro se sente incomodado com muito romance, um é sentimento e o outro razão, um veio de uma família onde todos se comunicam com frequência e o outro veio de uma família onde há rara comunicação, um adora sexo e o outro não, um quer parentes em casa com frequência e o outro detesta isso, um é impulsivo e o outro pensativo, um é arrumado e o outro é bagunçado, um é acelerado e o outro é lento, um gosta de praia e o outro de montanha, um fala demais e o outro é calado, um quer fazer as coisas sempre junto com o cônjuge e o outro não, um quer sexo todos os dias e ou outro uma vez ao mês está bom, um tem orgasmo rápido e o outro demora muito, isto tudo fora gostos para música, comida, filmes, local onde passar férias, que podem ser opostos entre os cônjuges. Com tanta diferença como é que pode dar certo?

Cada um leva para dentro do casamento problemas emocionais vividos durante a infância, que podem ser complicados ou não, mas que influenciam a vida dentro do casamento de forma inevitável. Por exemplo, um rapaz teve uma mãe autoritária e dominadora, é comum se casar com uma mulher também autoritária, e esta mulher pode ter vindo de uma infância em que seu pai pode ter sido passivo, daí ela vem a casar-se com um homem passivo a quem quer dominar. No fundo ela quer um homem "forte" que cuide dela, mas ela não deixa isto ocorrer porque parece que há uma necessidade inconsciente de repetir a história passada, ou seja, repetir o papel da mãe autoritária. O marido também pode ter necessidade de continuar num papel passivo aprendido no passado em sua família de origem, quando no fundo ele quer independência da mulher. 

Outro exemplo pode ser o de um indivíduo que viveu com pais superprotetores e entra no casamento com esta tendência de superproteger, o que esconde (muito ou pouco, de maneira disfarçada ou explicitamente) seu próprio desejo de ser superprotegido. Se esta pessoa obsessiva com proteção não receber a mesma carga de proteção do cônjuge para ela mesma ou para os filhos, possivelmente criticará este cônjuge por não superproteger. E dirá que o que quer não é superproteção, mas cuidado normal. Mas pode ser superproteção negada pela pessoa. Superproteção não é o mesmo que amor e nem é o mesmo que cuidar bem de alguém. Superproteção significa que a pessoa que superprotege não acredita que a pessoa alvo de sua proteção exagerada tem condições de lidar com o problema atual. Não acredita nas capacidades da outra pessoa.

Imagine uma esposa superprotetora vivendo com um marido que não superprotege. Ela poderá vê-lo como indiferente, frio, enquanto que o problema pode ser mais dela do que dele. Mas se ela não enxergar isto, vai surgir conflito.

No casamento se lida o tempo todo com fatores inconscientes. Impulsos inconscientes fluem e interferem na vida à dois. Se cada um não melhorar a consciência de si, e procurar entender como é que dificuldades emocionais vividas na família de origem durante a infância afetam o relacionamento atual, provavelmente o casamento não se tornará agradável e harmonioso.

A ansiedade excessiva no esposo ou na esposa perturba o relacionamento conjugal se não for administrada. Na verdade, é muito difícil separar onde termina o problema psicológico pessoal que se levou para dentro do relacionamento conjugal e onde começa o problema emocional do casal.

Gosto muito de um pensamento que diz: “Primeiro de tudo … olhe-se a si mesmo. Depois … olhe-se de novo.” Isto significa parar de ficar culpando o outro de sua infelicidade, para fazer algo a fim de melhorar seus problemas emocionais que você pode ter trazido para dentro do seu casamento. Na pior das hipóteses, você se sentirá melhor consigo mesmo, independentemente se seu cônjuge amadurece ou não. Paz interior, serenidade é algo muito pessoal.

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