Blogs

E contando...

sábado, 05 de julho de 2025

Números confirmam sucesso e importância da Supercopa SAF

Uma competição abrangente, multilateral e já repleta de histórias registradas. Além de muitas outras a serem escritas nesta temporada, e nas outras que estão por vir. A Supercopa SAF não só resgata o futebol amador de Nova Friburgo, como também promove a prática esportiva e garante o engajamento de atletas e torcedores. A competição chegou à 10ª edição em 2025, reafirmando o compromisso de fortalecer a modalidade no município. da cidade.

Números confirmam sucesso e importância da Supercopa SAF

Uma competição abrangente, multilateral e já repleta de histórias registradas. Além de muitas outras a serem escritas nesta temporada, e nas outras que estão por vir. A Supercopa SAF não só resgata o futebol amador de Nova Friburgo, como também promove a prática esportiva e garante o engajamento de atletas e torcedores. A competição chegou à 10ª edição em 2025, reafirmando o compromisso de fortalecer a modalidade no município. da cidade.

Na trajetória de nove anos foram registradas emoções diversas, presenças ilustres, partidas memoráveis e finais disputadas até os últimos minutos, movimentando os diversos bairros da cidade e reunindo milhares de torcedores.

Na galeria dos maiores campeões, o Corujão lidera ao ter conquistado o tricampeonato da Supercopa SAF (2013, 2015 e 2018). Na lista de quem garantiu triunfo por duas vezes estão: Vargem Alta (2014 e 2016) e São Pedro (2023 e 2024). O Unidos do Alto (2017) e Estrela do Mar (2019) também faturaram a competição.

SHOW DE GOLS

De acordo com levantamento realizado através das súmulas disponibilizadas pela Comissão Organizadora, foram contabilizados 788 gols (média de 3,24) pelo Masculino e 77 triunfos na modalidade feminina. Durante as nove edições foram disputadas 243 partidas e 10 jogos na modalidade destinada para mulheres.

O Corujão marcou 115 gols nas edições dos anos de 2013, 2014, 2015, 2016, 2018, 2019 e 2024. Seguido por: Vargem Alta (90 gols), Unidos do Alto (79 gols), Amparo (77 gols), Estrela do Mar (54 gols) e São Lourenço (50 gols).

PRESENÇA CONSISTENTE

O Amparo foi a única agremiação que atuou em todas as edições da Supercopa SAF: 27 equipes marcaram presença na competição. Nos anos de 2020, 2021 e 2022 o evento não foi realizado, por conta da Covid 19. O São Lourenço esteve presente em oito edições, enquanto Corujão, Unidos do Alto e Vargem Alta participaram de sete. O Tio Dongo participou de cinco edições, enquanto Barroso, Estrela do Mar e Stucky marcaram presença em quatro oportunidades.

Raça, São Luiz e São Pedro jogaram três vezes. Na lista de duas disputas, constam Cascatinha, Friburgo Sporting — campeão da Série Prata em 2023 —, Juventude, Nilo Martins, Nova Friburgo, Rio das Flores e SB City. Cidade de Deus, Isero, Portuguesa, Santa Clara, Santos, Saudade, Unidos da Ponte e Varginha jogaram uma vez, cada.

ESTÁDIOS

O Estádio Márcio Branco, no Stucky, foi o mais utilizado nos primeiros nove anos de competição, recebendo o total de 26 rodadas. O estádio Guilherme Gripp, em Amparo, foi palco de nove rodadas, e o Pastão, em Conselheiro Paulino, de sete. Vargem Alta, São Lourenço e o estádio Eduardo Guinle receberam jogos em seis finais de semana.

A diversidade de locais também contribuiu para que cada uma dessas praças pudesse reorganizar os seus espaços, promovendo melhorias e reformas, sem contar a movimentação econômica nas localidades em dias de partidas.

 

  • Foto da galeria

    Registro de um dos títulos do Corujão, maior campeão da Supercopa: competição cresce a cada temporada (Divulgação Vinicius Gastin)

  • Foto da galeria

    Com características marcantes, competição cumpre missão de resgatar futebol amador (Divulgação Vinicius Gastin)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Em Friburgo, Paraná e São Paulo são campeões do 5º Brasileiro de Bolão

sábado, 05 de julho de 2025

Edição de 5 e 6 de julho de 1975

Manchetes

Edição de 5 e 6 de julho de 1975

Manchetes

Paraná e São Paulo campeões - V Campeonato Brasileiro de Bolão – As equipes, feminina, do Paraná, e masculina, do São Paulo, levantaram invictas, os títulos do 5º Campeonato Brasileiro de Bolão, realizado nas pistas de Nova Friburgo Country Clube e da Sociedade Esportiva Fluminense, com promoção da Federação Fluminense e patrocínio da CBD, que trouxe a Friburgo mais de 100 pessoas de diversos estados brasileiros. As equipes do Estado do Rio de Janeiro, mais uma vez evidenciaram o despreparo e a inadaptação ao tipo de jogo em que são disputados os campeonatos brasileiros.

Encontro de Classes Produtoras de Nova FriburgoConfirmado para os dias 8, 9 e 10 de agosto deste 1975 a realização, em Friburgo, do V Encontro de Classes Produtoras do Estado do Rio de Janeiro. A promoção é da Associação Comercial e Industrial e contará com a participação de representantes de todas as associações comerciais, autoridades civis e militares, além da presença do governador Faria Lima. O V Encontro de Classes Produtoras visa equacionar problemas diretamente relacionados aos interesses da classe produtora.

Atropelamento – Depois de 15 dias em estado muito grave faleceu Aparício Maria da Costa, 72 anos, vítima de um atropelamento na Rua Presidente Vargas, em Olaria, por uma kombi que também atingiu Sebastião Lopes, de 72 anos, que se encontrava em sua companhia. Aparício Maria da Costa, era viúvo e residia na Avenida Julio Antonio Thurler.

Gilberto no Rotary - Fortalecimento e compreensão - O dr. Gilberto Paulo de Souza foi empossado na presidência do Rotary Clube de Nova Friburgo. Discursou em sua posse afirmando que a missão do Rotary deve se basear no relacionamento entre os funcionários, o aprimoramento individual no exercício da profissão, na constituição da família e na participação da comunidade. Nesta edição, publicamos um resumo do seu discurso de posse.

Amparo saúda Schuenck - Uma comissão de moradores do distrito de Amparo liderada por Rivail Gripp esteve na redação de A VOZ DA SERRA para dar todo o apoio à candidatura do vereador Carlos Schuenck a presidência da Arena friburguense. Os arenistas de Amparo afirmam que Carlos Shuenck é dono de uma personalidade muito viva e detém uma inteligência marcante que, por certo, dará um novo alento ao partido friburguense.

Televisão – Seis indústrias friburguenses já confirmaram adesão às transmissões de 18 partidas de futebol no Maracanã, em circuito fechado, pela TV Rio, através do canal 3. Até o final da próxima semana, mais quatro indústrias serão reconhecidas. A afirmação é de Lair Macedo e Carlos Bini que informaram sobre os contratos publicitários que serão remetidos à TV Rio. Mesmo sem a publicidade, os jogos no Maracanã continuarão a ser transmitidos para Friburgo.

Pílulas

O vereador é representante do povo. Isso todos falam, todos afirmam. Como representante do povo cumpre-lhe a obrigação de por ele zelar, denunciando os erros, quando existirem. Um executivo não pode, como vem ocorrendo em Friburgo, manipular uma administração ao seu bel prazer, deixar de atender as reivindicações coletivas, não se preocupando com as pessoas.

É pública e notória a situação de quase insolvência da Prefeitura de Nova Friburgo. Não seria aconselhável aos vereadores friburguenses uma apurada busca nas causas dessas insolvências? Não seria quase uma obrigação do Poder Legislativo determinar as providências a serem tomadas para um, ou pelo menos equilíbrio da relação receita e despesa do Executivo?

E mais: 

Nova Friburgo tem dois veículos roubados por dia 

Homenagem aos formandos do curso de pré-vestibular

Futebol amistoso: Imprensa de Friburgo x Jornal O Globo, do Rio. No campo do Friburgo F.C.

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Mário Sergio (5); José Vieira, Aloysio Chaves, Rubem Máximo e Maria Ottilia (6); Néa Schuabb, Danillo Jose, Noberto Rocha e Carlos Spinelli (7); Elizabeth Veronese, Maria Azevedo e Ivo Scarnini (8); Plínio Maia, Julieta Bravo, Cora Ventura e Antonio Malheiros (9); Rosa Maria Guimarães (10); Elizabeth Pascal, Iris El Jaick e Wilson de Mello (11). 

  • Pesquisa da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim 

Foto da galeria
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Na luta

sexta-feira, 04 de julho de 2025

Frizão sub-17 chega à última rodada do Carioca A2 com chances de classificação

O Friburguense só depende de si, na categoria sub-17, para chegar às semifinais do Campeonato Carioca da Série A2. Depois de empatar com o Artsul na última rodada, por 1 a 1, no Eduardo Guinle, o Tricolor da Serra passou a ocupar a quarta colocação do grupo B, e poderá avançar — sem depender de outros resultados — caso vença o Nova Cidade, no estádio Joaquim Flores. A partida acontece neste domingo, 06.

Frizão sub-17 chega à última rodada do Carioca A2 com chances de classificação

O Friburguense só depende de si, na categoria sub-17, para chegar às semifinais do Campeonato Carioca da Série A2. Depois de empatar com o Artsul na última rodada, por 1 a 1, no Eduardo Guinle, o Tricolor da Serra passou a ocupar a quarta colocação do grupo B, e poderá avançar — sem depender de outros resultados — caso vença o Nova Cidade, no estádio Joaquim Flores. A partida acontece neste domingo, 06.

Com 13 pontos ganhos, o Frizão leva vantagem sobre o Campo Grande nos critérios de desempate. O 4º lugar é a única possibilidade para ambos, uma vez que o 3º colocado, Paduano, está com quatro pontos à frente.

No sub-15, embora tenha vencido o Artsul, pelo placar de 3 a 0, também em Nova Friburgo, o Friburguense não possui mais chances de classificação. Os meninos somam 15 pontos, na 7ª colocação, cinco atrás do 4º colocado da chave. O jogo contra o Nova Cidade será para cumprir tabela.

O grupo A conta com as equipes do Petrópolis, São Gonçalo, Pérolas Negras, Resende, Audax Rio, Cabofriense, São Cristóvão, Rio de Janeiro, 7 de Abril, Bonsucesso, Artsul e Nova Cidade. O Friburguense está na chave B, com Araruama, Duque de Caxias, América, Americano, Olaria, Campo Grande, Serra Macaense, Paduano, Barra Mansa e Niteroiense.

 

Definido

Copa Rio conhece os classificados para as oitavas da competição

Foram definidos os oito classificados para as oitavas da Copa Rio, após a realização das partidas de volta da Primeira Fase, na tarde da última quarta-feira, 02. Olaria, América, Duque de Caxias, Resende, Petrópolis, Cabofriense, Campo Grande e Bonsucesso, são as equipes que avançaram no torneio.

Na Rua Bariri, o Azulão foi o clube que obteve o resultado mais elástico da rodada, ao golear o São Gonçalo, por 5 a 0, revertendo a derrota do jogo de ida (1 a 0). No Giulite Coutinho, em Mesquita, o Mecão bateu o Niteroiense, por 2 a 0, e se classificou, pois havia empatado sem gols, no primeiro confronto. No Marrentão, em Xerém, o Tricolor Caxiense também marcou 2 a 0 no Carapebus, e conseguiu a vaga, pois havia perdido somente por 1 a 0 no jogo de ida.

No Estádio do Trabalhador, o Resende virou sobre o Pérolas Negras, por 2 a 1 e se classificou. Entretanto, o Gigante do Vale já tinha vencido o primeiro embate por 2 a 0. No Luso-Brasileiro, o Petrópolis venceu o Artsul, por 2 a 0, e ficou com a vaga nas oitavas, pois tinha empatado sem gols na partida de ida. No João Saldanha, em Maricá, a Cabofriense passou com a vitória mínima por 1 a 0 sobre o Paduano e avançou, já que tinha empatado em 1 a 1 no primeiro jogo.

Duas equipes conquistaram a classificação nos pênaltis. O Campusca, que havia vencido o jogo de ida por 2 a 0, foi batido pelo Americano por 2 a 0, em Cardoso Moreira, no Ferreirão. Porém, nos pênaltis, o Galo da Zona Oeste marcou 6 a 5 e eliminou o Cano. Já o Cesso chegou nas oitavas ao derrotar o Araruama por 3 a 2, nos pênaltis, após o empate em 0 a 0 no tempo normal, mesmo placar do confronto de ida.

Com os classificados da Primeira Fase da Copa Rio definidos, oito clubes que disputaram a Série A Carioca em 2024, entram nas oitavas. Os clubes da elite do Rio fazem o jogo da volta em casa. Os confrontos serão entre América x Audax Rio, Cabofriense x Boavista, Olaria x Nova Iguaçu, Bonsucesso x Sampaio Corrêa, Petrópolis x Maricá, Duque de Caxias x Madureira, Campo Grande x Bangu e Resende x Portuguesa.

  • Foto da galeria

    Após compromisso no Eduardo Guinle, Frizão sub-17 decide classificação fora de casa (Foto arquivo)

  • Foto da galeria

    América é uma das equipes classificadas para as oitavas de final da Copa Rio (Foto: Joao Carlos Gomes/AFC)

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

​Bom conselho

sexta-feira, 04 de julho de 2025

Abaixe o dedo e não abaixe a cabeça. Guardemos em bom lugar nossos dedos apontados para os outros. Mania essa nossa de julgarmos a tudo e a todos, o tempo todo. Não nos ensinaram que não devemos julgar, levantar falsos testemunhos? Não aprendemos a lição? Diz a lenda, que se apontarmos os dedos para as estrelas, nascerá verruga em suas pontas. Já ouviram antes? Vai ver essa era uma daquelas histórias dos antigos para ensinar de alguma maneira que devemos tratar os outros com humildade e principalmente respeito.

Abaixe o dedo e não abaixe a cabeça. Guardemos em bom lugar nossos dedos apontados para os outros. Mania essa nossa de julgarmos a tudo e a todos, o tempo todo. Não nos ensinaram que não devemos julgar, levantar falsos testemunhos? Não aprendemos a lição? Diz a lenda, que se apontarmos os dedos para as estrelas, nascerá verruga em suas pontas. Já ouviram antes? Vai ver essa era uma daquelas histórias dos antigos para ensinar de alguma maneira que devemos tratar os outros com humildade e principalmente respeito. Os dedos apontados abrem alas para o tom imponente, para o ar inquisidor, para o olhar repressivo e a mente julgadora. São essas as nossas “verrugas” de comportamento que deveriam ser repensadas.

Desconheço qualquer pessoa que sinta contentamento e prazer de conviver com quem tem essa sombra do tal “dedo estendido” em suas ações. Eu, pelo menos, acho um tanto desagradável o convívio com os julgadores de plantão, com os cobradores de comportamento. Gostaria inclusive de processar uma resposta padrão que saísse automaticamente e corajosamente de cunho informativo para dizer que “não estão na minha pele”. É tão mais fácil julgar o outro e cobrar dele um comportamento compatível com os pensamentos e convicções que não lhe pertencem. Tão mais cômodo enrijecer o tom, reclamar, falar mal, fazer chantagens de cunho emocional, medir a postura alheia com a sua régua. Mas isso não é legal, devo dizer.

Esses dedos levantados pela sociedade constantemente e incessantemente podem fazer mal. Principalmente a quem os levanta. Sinto vontade de dizer: descansem as mãos, relaxem as mentes, cuidem de fazer a sua parte e respeitem as escolhas alheias que não fazem mal a ninguém. E mais, cabeças erguidas. Essas sim levantadas. Os olhos precisam miras adiante, vislumbrar o horizonte. Cabeças ao alto. Não por soberba nem tampouco por superioridade. Mas por autoestima, por respeito às individualidades, por honra. E se tiverem que se abaixar que seja pela nobreza da humildade e não por medo das cobranças externas e do julgamento alheio.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O caminho da cura da dor emocional original

quinta-feira, 03 de julho de 2025

Todos precisamos enfrentar o não ideal sobre como funciona a família onde crescemos. Na história da humanidade nunca existiu uma família perfeita. Mesmo os pais amando seus filhos, esse amor não é ideal, não é perfeito, e, por isso, há dor.

Todos precisamos enfrentar o não ideal sobre como funciona a família onde crescemos. Na história da humanidade nunca existiu uma família perfeita. Mesmo os pais amando seus filhos, esse amor não é ideal, não é perfeito, e, por isso, há dor.

Para algumas crianças talvez mais resilientes, mais resistentes, que conseguem predominantemente olhar o lado positivo das coisas, a dor do convívio com uma família com mau funcionamento afetivo pode ser pequena, em comparação com seu irmão ou irmã que, sendo mais sensível, talvez mais ansioso, experimenta de modo mais dolorido as limitações do pai e da mãe no convívio familiar. E mesmo quando essas limitações são graves, por exemplo, um pai violento viciado em drogas, uma mãe autoritária que grita com a criança e a agride fisicamente, algumas crianças reagem a esses abusos de forma mais protetiva para elas do que outras com a mesma história traumática. Por que essa diferença? A ciência não sabe explicar.

Assim, adultos com depressão, ansiedade excessiva, fobia, crises de pânico, compulsões de tipos variados, entre outros sofrimentos mentais, precisarão passar pelo luto psicológico para viverem a dor original, ao entrar no lugar doloroso dentro deles. E isso não é fácil. Muitos preferem tomar um medicamento psiquiátrico e não pensar no assunto. Sempre que alguém sofreu lesão emocional no seu eu, tocar de novo na ferida é perturbador, parece um tipo de morte.

Quando olhamos para a área em nosso psiquismo onde está a dor original e a sentimos, entendemos a extensão e a profundidade da dor enterrada na mente. A dor da tristeza que surgiu ao longo da infância num ambiente familiar difícil, pode se espalhar para o dia a dia da vida adulta, por exemplo, no choro espontâneo, aparentemente sem motivo. Olhar essa dor, dói, mas tem benefícios.

Uma pessoa em recuperação emocional disse: “Na infância sentia solidão, abandono e não conseguia lidar com isso. Estava no meio de muitos familiares, mas não podia falar do que hoje entendo que era a minha dor. Agora trabalho minhas perdas do passado, o que me possibilita reviver aquela dor, só que de uma nova forma, sem precisar enterrá-la. Tendo a chance de experimentar e expressar minha dor original, meus sintomas diminuem, e me sinto melhor. Vejo que não preciso mais usar um comportamento disfuncional para encobrir a dor e tentar fugir dela”.

A dor que produz sintomas (depressivos, ansiosos, etc., como citei) pode ter aparecido na vida da criança como consequência de um vínculo inseguro com a mãe, com o pai, ou com ambos, junto da sensibilidade da criança, e possíveis críticas e deboches de colegas na escola e comunidade. Pai e mãe podem amar a criança nas limitações deles. Porém, o jeito deles se relacionarem com a criança sensível, em algum nível, pode passar a ideia de que quem a criança é, de alguma forma não é aceitável. Então, ocorre uma perda, e é preciso viver o luto dessa perda. O luto saudável é uma experiência sentida e consciente que não envolve sofrimento prolongado. O luto patológico, no entanto, é marcado por comportamentos autodestrutivos, auto derrotistas e mal adaptados.

A pessoa que ainda não entrou no lugar doloroso de sua mente para vivenciar a dor reprimida no passado, para que essa dor, finalmente se resolva e pare de produzir sintomas, vive o luto inacabado, e isso pode causar medo contínuo de proximidade emocional e capacidade restrita de intimidade afetiva genuína.

O psiquiatra britânico John Bowlby, explica o processo de apego infantil como enraizado num impulso vital que, sendo frustrado, cria uma sensação de perda quase equivalente à da morte física. As necessidades de apego humano são enraizadas no impulso pela sobrevivência básica. Quanto mais a pessoa consegue entrar no lugar da dor e resolver sua perda de apego, menos se sente impulsionada a comportamentos disfuncionais como forma de reparação. Admitir a si mesmo a irreversibilidade da perda e aceitar a realidade de que não há como voltar atrás e desfazer a experiência, liberta da dor, melhora os sintomas, ajuda a construção mais verdadeira da pessoa e vai terminando com o falso eu.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Nova Friburgo e o Plano Diretor: entre o progresso e a preservação

quinta-feira, 03 de julho de 2025

Toda cidade precisa de um plano. Um norte, uma diretriz que defina como será o seu crescimento, onde podem surgir novas construções, o que deve ser preservado e de que forma os bairros devem se organizar. Esse plano existe, tem nome e papel central na vida urbana: é o chamado Plano Diretor.

Toda cidade precisa de um plano. Um norte, uma diretriz que defina como será o seu crescimento, onde podem surgir novas construções, o que deve ser preservado e de que forma os bairros devem se organizar. Esse plano existe, tem nome e papel central na vida urbana: é o chamado Plano Diretor.

Ele orienta o desenvolvimento das cidades para os próximos anos, equilibrando crescimento econômico, meio ambiente, transporte, moradia, qualidade de vida, entre outros fatores. Igualmente, é responsável por estabelecer a altura máxima de prédios na cidade e as regras basilares dos locais aptos a serem construídos imóveis, excluindo-se zonas de risco, por exemplo.

Debate

A prefeitura quer mudar o plano atual, de 2007, com uma proposta que considera novas realidades, como a mobilidade urbana, os riscos ambientais e a ocupação desordenada. Entre os principais pontos, estão a criação de um corredor de ônibus e um novo zoneamento que leve em conta a geografia da cidade. A ideia é promover um modelo de “cidade compacta”, onde a população se concentre em áreas já urbanizadas.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), no entanto, recomendou a suspensão da proposta enviada à Câmara de Vereadores. Segundo o órgão, faltou transparência no processo. A ausência de audiências públicas e de consultas à população desrespeita a Constituição e o Estatuto da Cidade. A recomendação é clara: nenhum avanço sem escuta ampla e participação popular.

Essa decisão interfere diretamente no calendário de mudanças da cidade. Por um lado, impede que decisões importantes sejam tomadas às pressas. Por outro, adia projetos que podem melhorar a qualidade de vida, como a criação de vias alternativas para o trânsito e os chamados Planos de Bairro — pequenas versões do Plano Diretor, adaptadas a cada localidade.

O novo documento traz uma inovação importante: é o primeiro do Brasil a usar o risco de desastres naturais como critério para o zoneamento ambiental. Em Nova Friburgo, cerca de 70% do território é suscetível a deslizamentos, enchentes e outros eventos geológicos ou hidrológicos, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Para isso exige-se soluções mais seguras e sustentáveis, especialmente em uma cidade marcada por tragédias no passado.

Cidades mais verticais e menos caras

Na proposta atual, não se fala mais em expandir a cidade para áreas afastadas. A lógica agora é adensar a população nas regiões que já são urbanizadas. Com isso, o objetivo é conter a ocupação de áreas de risco e, ao mesmo tempo, preservar e até aumentar as áreas verdes. Uma escolha que combina sustentabilidade, segurança e racionalidade urbana — se for bem implementada.

Esse adensamento, no entanto, precisa ser feito com responsabilidade e estrutura para isso. Bairros como Braunes, Vila Amélia e Cordoeira, próximos ao Centro e com grandes terrenos, já chamam a atenção de grandes construtoras. Com preços ainda acessíveis, essas regiões podem ser alvo de intensa especulação imobiliária.

No entanto, em se falando de adensamento populacional, é certo que haverá a necessidade de reavaliação do Plano Diretor quanto à altura dos edifícios residenciais, sendo certo que a chegada de novos empreendimentos pode valorizar ou desvalorizar o preço dos imóveis da cidade e alterar profundamente o perfil dos bairros.

É verdade que mais imóveis no mercado podem ajudar a baixar os preços e facilitar o acesso à moradia. Mas isso também pode sobrecarregar a infraestrutura urbana: ruas, esgoto, escolas, postos de saúde etc. Sem planejamento, o que era solução vira problema. Por isso, o Plano Diretor precisa prever essas consequências e oferecer respostas inteligentes e justas.

Também é necessário lembrar que Nova Friburgo tem um déficit de infraestrutura imobiliária moderna. A maioria dos novos imóveis “diferenciados” da cidade ainda seguem padrões de construção extremamente ultrapassados, em comparação com o que se encontra hoje em grandes centros urbanos.

Na cidade, a maior parte dos investimentos em prédios está marcada pelas famílias mais abastadas da cidade, que compram um terreno e constroem um prédio para explorar comercialmente. Falta inovação, conforto, sustentabilidade e acessibilidade de uma cidade que quer crescer. A cidade precisa atrair investimentos de qualidade — e para isso, precisa-se de regras claras e mais flexíveis, para que seja atrativa.

Precisamos com urgência alinhar planejamento urbano, sustentabilidade e uma nova forma de pensar o mercado imobiliário da cidade. Hoje, Friburgo vive uma especulação descolada da realidade, que afasta investidores sérios e faz com que imóveis com pouca qualidade inflem o mercado com valores absurdos.

População

A participação da população, nesse contexto, não é um favor: é um dever. Desde o ano passado, foram realizados encontros com moradores, baseados em cinco eixos: mobilidade urbana e rural, infraestrutura nos bairros, regularização fundiária, áreas verdes e o patrimônio cultural. Várias propostas surgiram dali — como a criação de mapas com ações prioritárias e a reorganização do tráfego — e devem estar no plano final.

O novo Plano Diretor é uma oportunidade única de preparar Nova Friburgo para o futuro. Uma cidade bem planejada cresce com segurança, sustentabilidade e qualidade de vida. Isso exige diálogo, técnica e acima de tudo, coragem para tomar decisões difíceis. Que o município, em decisão totalmente acertada, saiba aproveitar essa chance de mudar Nova Friburgo — e que cada cidadão friburguense possa dizer, com orgulho, que também ajudou a construí-la.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Grande benefício

quinta-feira, 03 de julho de 2025

Estudo aponta que musculação protege cérebro de idosos contra demência

Manter uma rotina de musculação não traz apenas benefícios como aumento de força e resistência, melhora na postura e prevenção contra lesões. Um estudo de enfoque original, desenvolvido no Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Brainn), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), confirmou que a atividade protege o cérebro de idosos contra demências.

Estudo aponta que musculação protege cérebro de idosos contra demência

Manter uma rotina de musculação não traz apenas benefícios como aumento de força e resistência, melhora na postura e prevenção contra lesões. Um estudo de enfoque original, desenvolvido no Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (Brainn), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), confirmou que a atividade protege o cérebro de idosos contra demências.

Detalhado em artigo da revista GeroScience, o estudo acompanhou 44 pessoas que já apresentavam um comprometimento cognitivo leve, estágio que fica entre o comprometimento do envelhecimento normal e a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência. O que se descobriu foi que praticar musculação duas vezes por semana, com intensidade moderada ou alta, preservou o hipocampo e o pré-cúneo, áreas cerebrais que se alteram, segundo o diagnóstico.

Com ineditismo, os 16 pesquisadores também identificaram outro impacto positivo: o de melhora na chamada substância branca, parte do cérebro que opera em conjunto com a massa cinzenta, por meio de axônios, para garantir a conexão entre neurônios, mediante as sinapses. As vantagens chegaram à metade dos participantes, a dos que incorporaram a musculação ao seu cotidiano, já após seis meses e há possibilidade de que o impacto seja ainda mais expressivo, caso o período seja maior.

"No grupo que praticou musculação, todos os indivíduos apresentaram melhoras de memória e na anatomia cerebral. No entanto, cinco deles chegaram ao final do estudo sem o diagnóstico clínico de comprometimento cognitivo leve, tamanha foi a melhora", ressalta a primeira autora do artigo, a bolsista de doutorado da Fapesp, Isadora Ribeiro, vinculada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Para analisar os possíveis efeitos da musculação no cérebro dos participantes, a equipe responsável pela pesquisa realizou testes neuropsicológicos e exames de ressonância magnética. Os especialistas buscavam comparar índices e imagens, uma vez que já se sabe que, entre pessoas com perdas cognitivas, há atrofia, isto é, redução do volume de certas regiões do cérebro.

Atualmente, no Brasil, cerca de 2,71 milhões de pessoas, com 60 anos ou mais, convive com quadros de demência, o que corresponde a 8,5% desse grupo populacional. De acordo com o Relatório Nacional sobre a Demência, lançado pelo Ministério da Saúde em setembro do ano passado, essa quantidade deve dobrar até 2050, subindo para 5,6 milhões.

O relatório sublinha que praticamente metade (45%) dos casos de demência poderia ser evitada, ou, pelo menos, adiada. Entre os fatores que aumentam as probabilidades de se desenvolver demências estão baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, depressão, inatividade física e isolamento social.

Foto da galeria
Manter uma rotina de exercícios e musculação traz inúmeros benefícios também aos idosos (Divulgação Vinicius Gastin)
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Uma homenagem a Cristina Gurjão

quarta-feira, 02 de julho de 2025

No dia 17 de junho, minha querida mestra e amiga, Cristina Gurjão, nos deixou e partiu para a eternidade. Mas quem foi Cristina? Nos idos de 2003 matriculei-me no curso de Comunicação Social, da Universidade Candido Mendes, aqui em Friburgo, no qual me formei como jornalista em 2007. Em 2005, ao optar pelo jornalismo, conheci Cristina que era professora da Candido Mendes e também da Estácio de Sá. Era responsável pela cadeira de Técnica Jornalística e nos bancos escolares iniciou-se uma amizade que durou até seu falecimento.

No dia 17 de junho, minha querida mestra e amiga, Cristina Gurjão, nos deixou e partiu para a eternidade. Mas quem foi Cristina? Nos idos de 2003 matriculei-me no curso de Comunicação Social, da Universidade Candido Mendes, aqui em Friburgo, no qual me formei como jornalista em 2007. Em 2005, ao optar pelo jornalismo, conheci Cristina que era professora da Candido Mendes e também da Estácio de Sá. Era responsável pela cadeira de Técnica Jornalística e nos bancos escolares iniciou-se uma amizade que durou até seu falecimento.

Na realidade, devo minha atuação como jornalista a duas situações: às famosas aulas de redação do colégio São Bento, no Rio de Janeiro, que me despertou o gosto pelo escrever, e à minha querida mestra que me ensinou como adaptar a técnica da redação às exigências da escrita jornalística. E, sentindo que eu tinha aptidão para a empreitada, ela conseguiu me preparar para ter um bom desempenho. É bom lembrar que Cristina foi uma jornalista conceituada, tendo trabalhado entre outros veículos, antes de se mudar para Friburgo, no jornal O Globo.

Além de jornalista, era também escritora, com vários livros publicados e, foi minha maior incentivadora para que eu, também, escrevesse e lançasse um livro. Na realidade, tudo começou ainda na faculdade, quando tive de fazer uma dissertação sobre um tema por mim escolhido. Quando optei pela história da fundação da Rádio Sociedade de Friburgo, hoje Friburgo FM, eu escolhi Cristina como minha orientadora e, portanto, ela conhecia muito o meu trabalho de pesquisa e a magnitude da empreitada à qual me lancei. Aliás, minha escolha se deveu ao fato de ter de fazer uma dissertação toda ela baseada em entrevistas com pessoas que viveram aquele momento; e minha mestra já tinha trabalhado numa editora, no Rio, em que uma personalidade era escolhida, entrevistada e filmada. Assim, ao final do trabalho, tinha-se um livro editado e um vídeo da entrevista. Portanto, ela era conhecedora a fundo do tipo de empreitada a que eu me propus, portanto, a pessoa certa para me orientar. Durante oito meses tivemos uma sessão semanal onde eu mostrava o que já tinha escrito e traçávamos as metas para a semana seguinte. Finalmente, a dissertação ficou pronta, foi encadernada de acordo com as normas impostas pela faculdade e eu consegui minha aprovação.

O tempo passou e uma aluna de Cristina pediu meu trabalho emprestado, pois matriculada na faculdade de jornalismo da Estácio de Sá, ela faria sua dissertação falando da importância da rádio na tragédia de janeiro de 2011, onde a rádio Friburgo prestou relevantes serviços à população. Quando essa dissertação virou um livro, recebi um telefonema de minha mestra me cobrando a publicação de um livro cujo título seria A Mídia Falada Chega à Nova Friburgo. Mais uma vez a ajuda de Cristina foi inestimável e, graças a ela, me tornei um escritor. Quinze dias antes do seu falecimento, conversei com ela, pois estava com vontade de escrever outro livro, que dessa vez seria uma coletânea das principais colunas que escrevo no jornal A Voz da Serra, lá se vão vinte anos. Combinamos de nos encontrar para ela me passar orientações para esse tipo de trabalho. Infelizmente, viajei por dez dias e quando voltei no dia 17 de junho, fui avisado que minha professora e amiga havia falecido, e que o velório seria no dia seguinte.

Foi um choque, pois apesar dos vários problemas de saúde pelos quais ela passou, estava muito bem, com muitos planos, inclusive o de lançar um próximo livro, recém-terminado. Enfim, como diz o adágio popular, para morrer basta estar vivo, mas, quando isso acontece com pessoas muito próximas e queridas, a ficha custa a cair.

Era uma pessoa fantástica, que além de escritora e jornalista, se dedicava à astrologia e ao esoterismo. Foi uma mãe exemplar e uma professora dedicada que soube transmitir com maestria seus conhecimentos. Vai deixar saudades naqueles que com ela conviveram e, tenho certeza, jamais será esquecida. Como já disse antes, muito da minha trajetória como jornalista devo a ela e só me resta terminar com um muito obrigado.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Bolsa Atleta nacional quebra recorde histórico com mais de 10 mil inscritos em 2025

quarta-feira, 02 de julho de 2025

Alta procura

O Bolsa Atleta registrou mais um marco para o esporte brasileiro. Mais de 10 mil atletas se inscreveram no programa do governo federal, concedido pelo Ministério do Esporte (MEsp). O prazo para inscrições foi encerrado no último dia 24 de fevereiro. Esse recorde representa um aumento de 38,56% em relação a 2022, quando o programa contava com 7.236 inscritos, passando para 10.027 registros em 2025.

Alta procura

O Bolsa Atleta registrou mais um marco para o esporte brasileiro. Mais de 10 mil atletas se inscreveram no programa do governo federal, concedido pelo Ministério do Esporte (MEsp). O prazo para inscrições foi encerrado no último dia 24 de fevereiro. Esse recorde representa um aumento de 38,56% em relação a 2022, quando o programa contava com 7.236 inscritos, passando para 10.027 registros em 2025.

O crescimento expressivo em todas as categorias do maior programa de patrocínio individual aos atletas do mundo reflete o fortalecimento do setor esportivo na gestão do presidente Lula, que vem impulsionando políticas públicas, como o próprio reajuste do Bolsa Atleta realizado em 2024, após 14 anos: com incentivos ao esporte e maior adesão de jovens e atletas de alto rendimento ao programa.

“O aumento expressivo do número de inscrições reflete uma nova fase para o esporte brasileiro. Eles mostram não apenas o fortalecimento do Bolsa Atleta, mas também o impacto positivo que ele tem na vida de milhares de esportistas do nosso país”, disse o ministro do Esporte André Fufuca.

O maior salto foi registrado na categoria Atleta Estudantil, que teve um aumento impressionante de 210,28% no período. Em 2022, apenas 282 jovens estavam inscritos, enquanto em 2025 esse número saltou para 875. Entre os atletas de base o crescimento foi de 39,94%. Para Fufuca, os dados demonstram os investimentos feitos pelo governo federal na formação de novos esportistas.

“É um esforço contínuo para garantir que nossos talentos tenham condições de competir no mais alto nível, por meio do Bolsa Atleta, da LIE, do Revelar Talentos, entre outros. Estamos no caminho certo para nos consolidar como uma potência esportiva”, completou o ministro.

A secretaria de Excelência Esportiva, Iziane Marques, ressalta que as políticas públicas voltadas para o esporte, como os projetos sociais impulsionados pela Lei de Incentivo ao Esporte e por fomento do MEsp contribuem de maneira significativa para o crescimento de atletas inscritos nas categorias Estudantil e de Base.

“Esse crescimento mostra que a cadeia esportiva está funcionando, todo fomento em crianças e adolescentes, ampliando o acesso deles ao esporte, seja por projetos sociais ou pelos clubes, são mais possibilidades de se formar atletas. Então o crescimento da base mostra de fato que o trabalho está sendo feito e neste edital tivemos um crescimento significativo”, enfatiza.

A categoria Atleta Nacional, que engloba esportistas que disputam competições no país, também apresentou um aumento significativo. De 5.065 inscritos em 2022, o número chegou a 6.813 em 2025, um crescimento de 34,52%.

Além disso, os Atletas Olímpicos, Paralímpicos e Surdolímpicos também registraram uma evolução expressiva de 80,52%, passando de 267 para 482 inscritos. Na categoria de atletas internacionais, que competem fora do Brasil, houve um crescimento de 58,92%, desde 2022.

Criado em 2005, o programa tem por objetivo que os bolsistas de alto desempenho se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e a competições locais, sul-americanas, pan-americanas, mundiais, olímpicas e paralímpicas. Os repasses mensais variam de R$410 (base) a R$16 mil para atletas da categoria Pódio.

Foto da galeria
As categorias estudantil e de base foram as que mais cresceram em quantidade de inscritos
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A roseira

quarta-feira, 02 de julho de 2025

Aquilo que, desde o princípio dos tempos, estamos destinados a ser

Eu não sou propriamente um latifundiário, mas também sou dono de terra. Verdade que nem posso chamar aquilo de jardim, jardinzinho já é um exagero. Para você ter uma ideia, basta dizer que, se eu quisesse botar ali aqueles anões que enfeitam gramados, haveria lugar para no máximo dois, mais do que isso não ia caber. “Branca de Neve e os dois anões” seria um nome bem adequado para o local.

Aquilo que, desde o princípio dos tempos, estamos destinados a ser

Eu não sou propriamente um latifundiário, mas também sou dono de terra. Verdade que nem posso chamar aquilo de jardim, jardinzinho já é um exagero. Para você ter uma ideia, basta dizer que, se eu quisesse botar ali aqueles anões que enfeitam gramados, haveria lugar para no máximo dois, mais do que isso não ia caber. “Branca de Neve e os dois anões” seria um nome bem adequado para o local.

Pois bem, neste planeta tão grande, aquele é o único pedaço de chão que me pertence, e nele existe uma roseira. Um espanto! Há mais de vinte anos que ela insiste em dar flor. Claro que, sendo uma senhora de idade já avançada, não tem mais o vigor dos tempos de juventude, quando obrigava os passantes a pararem para contemplá-la. No entanto, está viva e, quando menos se espera, os galhos pendem, e de suas extremidades teimosas rosas brancas se abrem para o mundo.  

Tenho tentado entender o segredo dessa roseira. Há nela algum mistério, algo mágico, insondável. Botânicos de todo o mundo deviam vir estudá-la. Plantar um pé em Marte e ver o que acontece. A muda me foi dada por um vizinho. Ele foi-se embora, demoliram a casa em que ele morava, o bairro inteiro mudou de cara e de moradores. Mas a roseira continua resistindo e, enquanto ela resistir, eu não desisto. Daqui não saio, daqui ninguém me tira, como diz um antigo sucesso de Carnaval. Bem sei que um dia vão me tirar daqui e bem sei para onde vão me levar, mas, enquanto Deus permitir, vou ficando. Eu e a roseira.

Ela me dá esse exemplo de saudável teimosia. Ainda que a cada dia as flores sejam menos numerosas (às vezes uma só: solitária, mas vitoriosa), e mais curvados os galhos, ela continua cumprindo sua missão de embelezar e perfumar o lugar em que a colocaram. Vai cedendo ao peso dos anos, mas com admirável dignidade, sem entregar os pontos, sem deixar de florir enquanto tiver forças. Alimenta-se de solo e de sol, de ar e de chuva. Vem o jardineiro de vez em quando, e sua tesoura impede que os galhos se espalhem desordenadamente. Mas as partes amputadas se renovam e voltam à vida.

Como é mesmo aquele poema de Olavo Bilac? “Envelhecer como as árvores fortes envelhecem, dando consolo e sombra aos que padecem”. É um bom conselho, sobretudo num mundo em que envelhecer parece um pecado, ao qual as pessoas resistem com a mesma intensidade com que cedem aos pecados verdadeiros. Sim, ninguém quer ou precisa ficar feio e acabado. Nada contra quem usa perfumes e pomadas, até mesmo o tal do lifting pode ter sua hora. E, não fosse a vaidade humana, de que viveriam os cirurgiões plásticos? Eu não faço nada disso porque lá em casa tem uma pessoa que me chama de lindo, e eu prefiro acreditar. Além do mais, acho que a roseira do meu liliputiano território, ensina uma bela lição: ser, da maneira mais natural, mais duradoura e mais perfeita possível, aquilo que, desde o princípio dos tempos, estamos destinados a ser.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.