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Uma dor de difícil cura

quinta-feira, 07 de outubro de 2021

Podemos sofrer diferentes tipos de dores. Dor física, dor mental, dor social, dor espiritual. Tem alguma que é pior? O que você acha?

Podemos sofrer diferentes tipos de dores. Dor física, dor mental, dor social, dor espiritual. Tem alguma que é pior? O que você acha?

Quem está no momento com dor física, por exemplo, de um câncer, ou de ciática, dor de dente forte, poderá dizer que esta é a pior dor. Quem está vivendo uma situação econômica complicada por ter sido demitido da empresa, talvez diga que esta dor social e financeira é a pior. Se uma outra pessoa está sofrendo abusos no seu lar, seja uma criança abusada pelo pai ou mãe, seja um marido convivendo com uma mulher autoritária e agressiva, ou uma esposa vivendo com um homem violento, certamente isto será visto como a pior dor.

Além disso, alguém pode estar decepcionado com Deus e sofrendo alguma perda que atinge a dimensão espiritual de sua vida, e neste caso poderá avaliar esta dor de origem espiritual como a pior.

Talvez a pior dor seja aquela que a pessoa está vivendo no momento. Porém, uma das dores mais difíceis de se enfrentar é a dor da infidelidade conjugal, a dor que um cônjuge que era fiel, que amava seu companheiro ou sua companheira, passa a experimentar. Nestes casos geralmente há um misto de angústia, tristeza, raiva, decepção, surpresa e espanto.

Por que um esposo trai sua companheira ou uma esposa trai seu companheiro? Se considerarmos os aspectos psicológicos da relação conjugal podemos encontrar algumas explicações. Um marido pode sentir falta de uma mulher, quando tem em casa uma esposa tipo mãe. Uma esposa pode sentir falta de um homem, quando tem em casa um marido tipo pai. Em ambos os casos o que predomina no cônjuge traído é talvez um excesso de papel de mãe e de pai que ela e ele praticam.

Outra explicação pode ser um homem fissurado em sexo, que sofre compulsão sexual e não se sacia com sua esposa. Outro argumento é o de que uma esposa pode ser fissurada em romance, e não se sacia com o que o marido oferece.

Seja qual for o motivo ou os motivos que empurraram a pessoa para uma infidelidade conjugal, nada a justifica. Explica, mas não justifica. Uma pessoa madura que está sofrendo no casamento não vai trair. Ela vai tentar resolver o problema do relacionamento atual que produz infelicidade e frustração.

A dor da infidelidade é de difícil cura. E pode causar muita devastação na família e mesmo entre amigos do casal. Evite isso. Seja sincero, seja sincera com seu cônjuge, abra o jogo e explique que está sentindo falta de algo no casamento ou noivado e mesmo no namoro, e diga o que é. O sofrimento poderá ser muito menos destruidor e devastador se você que está sendo tentado ou tentada a trair seu cônjuge, sentar e conversar com ele e explicar o que está ruim no relacionamento. Não siga modelos mesquinhos e doentios de novelas de televisão.

A dor da infidelidade conjugal tem um processo de cura bem doloroso. Pode levar anos. A ferida pode ir se fechando e reabrir mais adiante e depois começar a cicatrizar de novo. É bem difícil recuperar a confiança. É complicado voltar a ter o sentimento agradável pelo cônjuge que traiu e pelo cônjuge traído. Menos pior talvez seja ser honesto, honesta e romper o relacionamento, do que trair e abrir uma ferida de difícil cura que pode deixar cicatrizes para o resto da vida, em todos da família.

Uma maioria dos casos de infidelidade conjugal tem cura. Neste caso também é melhor prevenir do que tratar. Porque é uma dor de difícil cura. Seja honesto, seja honesta com seu cônjuge. Se tem a sensação de que não ama mais, fale disso, chegue a um acordo, mas evite a infidelidade. Ela também é uma maldade e uma prisão, embora com gosto de liberdade. Uma pessoa interessante lá fora que lhe atrai, também tem problemas. Cuidado, não se iluda.

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Force sua mente a pensar com compaixão

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Todos nós seres humanos viemos de uma mesma origem. Por isso somos irmãos. É incrível como que com o passar dos anos e séculos fomos capazes de nos esquecer disso e criar preconceitos, perseguições, guerras, barreiras entre nós.

Todos nós seres humanos viemos de uma mesma origem. Por isso somos irmãos. É incrível como que com o passar dos anos e séculos fomos capazes de nos esquecer disso e criar preconceitos, perseguições, guerras, barreiras entre nós.

Precisamos fazer um esforço grande para cada dia lembrar a nós mesmos que somos irmãos como humanidade. Temos que forçar nossa mente a pensar nisso. Forçar-nos a refletir sobre nossas semelhanças mais do que nossas diferenças. Tendemos a fugir de pensar que somos semelhantes. Por isso se faz necessário forçar nosso psiquismo a usar a cognição ou o raciocínio neste sentido, para obter a compreensão e a visão de nossa semelhança.

Ao conseguirmos vislumbrar que estamos no mesmo barco nessa existência, podemos, então, viver a compaixão. Sem compaixão a vida fica pesada. O medo pode tomar conta. A competição entra em cena e destrói tudo. Passamos a odiar, a invejar, a criticar, a criar concorrência, disputa. Isto estressa, encurta a vida.

O poder econômico pode prejudicar nossa visão de que somos irmãos. Mas nem sempre, felizmente. Muitos milionários criam uma Fundação que dá auxílio a alguma necessidade humana. Outros contribuem para alguma instituição filantrópica. Nem tudo está perdido.

Ao andar hoje pela rua, observe cada pessoa. Um idoso, uma criança, uma senhora, um jovem, um lixeiro varrendo a rua, o motorista do ônibus, o empacotador no supermercado, a moça do caixa, o rapaz usando a britadeira para fazer um buraco e consertar o cano de água furado, o caixa da agência bancária, o motorista do táxi. Cada um é nosso irmão. Não precisa empinar seu nariz e pensar ou falar aquela frase idiota “sabe com quem está falando?”. Não precisa invejar o indivíduo que parou ao seu lado no semáforo com um carro luxuoso. Talvez ele só tenha isso e mais nada de bom. Mas é seu irmão, sua irmã.

Quando vier à sua consciência um pensamento de que você é melhor que os outros porque tem poder empresarial, político, ou outro, lembre-se, todos somos pó e voltaremos ao pó. É uma questão de tempo. Somos semelhantes e mortais.

Na visão de que somos irmãos, de uma mesma origem geral, isso pode nos levar à exercer compaixão tendo sensibilidade para com o outro. Um olhar de compaixão faz toda a diferença, para quem olha e para que é observado e percebe isso.

Pare de competir. Pare de criticar as pessoas. Pare de se comparar com os outros, seja para se exaltar ou se depreciar. Pare de falar mal dos outros. Você pode ter os mesmos defeitos que critica nos outros e ainda não percebeu. Somos todos irmãos.

Faça força em sua mente, repito, para olhar as outras pessoas como seus irmãos, como semelhantes mortais. Um dia você pode estar à frente desta pessoa a quem você desvaloriza, mas outro dia você pode estar atrás. Todos somos importantes e de valor. Precisamos uns dos outros. Somos irmãos.

Difícil pensar na injustiça que a riqueza material produz. Não se pode explicar a injustiça social. Quem pode saber a causa exata do porque uns são proativos, empreendedores, enquanto outros não são? Mas um não é melhor do que o outro. Você precisa do outro. Não se vive sem a ajuda de muita gente. Que seria de sua cidade sem lixeiros? Como uma indústria produziria sem seus funcionários? Como um comércio poderia ir para a frente sem os balconistas? Somos todos irmãos.

Viva não para competir, mas para compartilhar algo material, intelectual, espiritual. O que você não dá, você perde. Acumular pode ser a perdição da qualidade de vida que produz saúde. Force sua mente a pensar que todos somos irmãos e que a melhor forma de viver é ajudar uns aos outros, sem conflitos de interesses. Somos todos irmãos. Quem vive assim, com esta visão e prática, pode ter paz, serenidade, alegria. Force sua mente a pensar com compaixão.

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Superproteção: ajuda ou atrapalha?

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A superproteção existe quando o pai, a mãe ou ambos limitam muito a liberdade da criança querendo protegê-la de danos ou riscos que podem acontecer. Você pode praticar isto ao ir além do que é necessário para proteger seu filho, confortando e mostrando preocupação com o estado emocional dele onde isso não é necessário porque a criança está mostrando pouca ou nenhuma angústia.

A superproteção existe quando o pai, a mãe ou ambos limitam muito a liberdade da criança querendo protegê-la de danos ou riscos que podem acontecer. Você pode praticar isto ao ir além do que é necessário para proteger seu filho, confortando e mostrando preocupação com o estado emocional dele onde isso não é necessário porque a criança está mostrando pouca ou nenhuma angústia.

Não fique fazendo por seus filhos o que eles podem fazer. Você arruma a cama deles, limpa o quarto deles, guarda todas as roupas deles, cuida do cachorro deles. E talvez faça isso porque pensa que é mais rápido você fazendo. Mas ensinar os filhos a assumirem responsabilidades é muito importante para a vida deles. E crianças pequenas já podem ajudar em algo.

Seria bom se pudéssemos escolher os amigos de nossos filhos. Não podemos forçá-los a uma amizade só porque os filhos da sua melhor amiga são boas crianças. Claro, as amizades que são prejudiciais como outra criança fisicamente ou mentalmente prejudicando seu filho precisam ser evitadas.

Vamos supor que seu filho quer experimentar o voleibol este ano, mas você sabe que ele é bom no futebol. Ou sua filha quer estar na equipe de matemática com sua melhor amiga, mas você sabe que ela é boa em geografia. Ele ou ela quer ir para um acampamento diferente, em vez do mesmo acampamento dos últimos três anos.

Às vezes, sem pensar, impedimos que nossos filhos se ramifiquem por conta própria. Tudo bem se eles não forem tão bons no voleibol, mas podem tentar. Não importa se o principal motivo para entrar para a equipe de matemática é porque a amiga preferida será companheira de equipe. E se seu filho ou filha quiser ir para um acampamento de verão diferente para explorar algo novo, tudo bem também. Ou seja, deixe que seu filho tome algumas de suas próprias decisões em relação aos seus interesses e atividades. Isso o ajudará a desfrutar da liberdade e se tornar uma pessoa mais independente, que é o que todos desejamos para nossos filhos.

Se você pensa e sente que se não for superprotegida significa que não é amada, corrija este pensamento distorcido. Ser superprotegida não significa ser melhor amada. Se você superprotege, talvez queira ser superprotegida e pode agredir quem não te superprotege por confundir amor maduro com excesso de cuidado.

A superproteção dos pais tem ligação com o desenvolvimento e manutenção de transtornos de ansiedade na infância. Um estudo feito pelos psicólogos Kiri Clarke, Peter Cooper e Cathy Creswella, da Escola de Psicologia e Ciências da Linguagem Clínica, Universidade de Reading, no Reino Unido avaliou mães de 90 crianças, 51 meninos, 39 meninas e sendo 60 clinicamente ansiosas e 30 não ansiosas com idades entre 7 e 12 anos. O objetivo do estudo foi avaliar a superproteção destas mães, suas causas e consequências sobre os filhos. Interessante que o que eles acharam foi que os resultados do estudo sugerem que as respostas ou comportamentos dos pais podem estar mais intimamente relacionadas ao grau de ansiedade dos pais do que da criança.

A superproteção praticada pelos pais, e especificamente a falta de dar autonomia, é a atitude dos pais mais associada aos sintomas e transtornos de ansiedade infantil. Por isso, não adianta levar seu filho num psicólogo para tratar a ansiedade dele, se você é uma pessoa muito ansiosa e não trata este problema em seu próprio comportamento.

Acredite em seu filho ou filha. Dê espaço para ele ou ela se desenvolver. Não cultive a ideia de que superproteção é amar melhor. E vença o pensamento de que se você é superprotegida, então isso significa que é mais amada.

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Suicídio: compreender para evitar

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

No mundo de 2005 até 2015 aumentou a taxa de depressão em 18,4%. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos. No Brasil ocorrem em torno de 11 mil suicídios em média por ano.

No mundo de 2005 até 2015 aumentou a taxa de depressão em 18,4%. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, sendo a segunda principal causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos. No Brasil ocorrem em torno de 11 mil suicídios em média por ano.

Do ano 2000 até 2016 ocorreram 782 suicídios entre índios no Brasil. Foram 106 em 2016 e 128 em 2017, a maioria em pessoas entre 15 e 49 anos de idade. As causas possíveis são alcoolismo, uso de drogas como maconha, afastamento de práticas culturais em jovens gerando depressão, limitação de território por conflito de terras, pressão do agronegócio. (Fonte: CIMI – Conselho Indigenista Missionário da CNBB).

Colaboram para o suicídio fatores socioculturais, genéticos, epigenéticos, psicodinâmicos, filosófico-existenciais e ambientais. Havendo doença mental como a depressão, há maior risco suicida, o que não significa que todo o suicídio se relaciona com uma doença mental e nem que todas as pessoas com doença mental se suicidarão. Mas a presença de doença mental é fator de risco para o suicídio.

Filhos de pais que tentam o suicídio têm risco seis vezes maior de se matar do que filhos de pais que nunca tiveram esta intenção. Isto mostra que há influência genética, mas ela não explica tudo.

Favorece o suicídio o uso de drogas, uma crise psicótica, falência financeira, término de um relacionamento amoroso, perda de emprego, morte de pessoa amada, solidão, abusos sofridos, vergonha, injustiças na vida profissional, abuso moral na empresa, entre outras causas. No fundo, o suicida não quer morrer. Ele não sabe é como continuar vivendo com o que para ele não tem saída. Mas sempre tem saída, não necessariamente para o que a pessoa deseja, mas pelo menos para ela aprender a suportar a perda, a frustração, e a raiva contra a realidade que ela joga contra si mesma, se agredindo mortalmente.

Sinais de intenções suicidas em adolescentes incluem: o jovem era calmo e passa a ficar agressivo; se isola quando antes era comunicativo; passa a dormir mais do que o normal ou surge insônia; rebeldia aguda, tristeza profunda com desânimo; o rendimento escolar cai; afastamento dos amigos. Os pais de um jovem com estes sintomas devem conversar com o filho/filha, ver o que ocorre e, dependendo da gravidade da mudança do comportamento, levá-lo para avaliação com psiquiatra especializado em infância e adolescência.

Outros sinais de intenção suicida incluem: sentimentos de tristeza, desesperança, uso de frases típicas como: “Por que Deus não me leva?”, “Não sei para que continuar vivendo.” Diante disso o familiar deve conversar, tentar entender o que está entristecendo e animar a pessoa para atendimento psiquiátrico e psicológico.

O que fazer para ajudar uma pessoa com ideia suicida? Explicar que filhos e netos, precisam dela. Comentar que na depressão circuitos cerebrais alterados favorecem uma visão distorcida da vida e realidade e sendo corrigidos, o alívio surge. Dizer que o estado de humor neste momento não pode ser padrão para o julgamento da realidade porque o cérebro está neuroquimicamente alterado. Lembrar para a pessoa que a mente humana se adapta à perda e não necessariamente ela ficará sofrendo na mesma intensidade o tempo todo.

Quando o pensamento suicida perturbar muito, a pessoa deve comentar com alguém perto sobre o que sente. Se estiver sozinha, telefone para um amigo ou parente e fale do assunto, ou saia de casa e se encontre com um familiar/amigo que dará suporte. Também faça contato com o profissional que cuida do tratamento.

Dialogar francamente sobre suicídio ajuda porque oferece opções de tentativa de solução do que aflige e dá tempo para repensar sobre uma decisão trágica e radical. Dar apoio espiritual também é importante, oferecendo textos como este para a pessoa meditar: “Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” Isaías 57:15.

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Suicídio em tempos de pandemia

quinta-feira, 09 de setembro de 2021

Vamos ver alguns pontos do artigo “Prevenção do Suicídio na era de Covid-19: Transformando a ameaça em oportunidade” escrito pela médica Christine Moutier, ligada à Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio e publicado na revista americana Jama Psychiatry em 16 de outubro de 2020.

Vamos ver alguns pontos do artigo “Prevenção do Suicídio na era de Covid-19: Transformando a ameaça em oportunidade” escrito pela médica Christine Moutier, ligada à Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio e publicado na revista americana Jama Psychiatry em 16 de outubro de 2020.

A pandemia da Covid-19 pode aumentar o risco de suicídio na população. Vários sintomas psicológicos e psiquiátricos surgiram devido a esta situação pandêmica, como a incerteza, o medo, ansiedade excessiva, insônia, depressão e pensamentos suicidas. Não se constatou em muitos países por pesquisa científica um aumento do suicídio na pandemia.

Alguns países com bons programas de prevenção ao suicídio, como a Finlândia, Noruega, Suécia e Austrália, tiveram uma redução em suas taxas nacionais de suicídio nos últimos anos. Mas nos Estados Unidos, país com tantos recursos científicos e médicos, houve um aumento na taxa nacional de suicídio em 35% desde 1999.

Pesquisa liberada em agosto 2020 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano, mostrou que 40% dos adultos norte-americanos relataram sintomas de depressão, ansiedade, ou aumento do uso de substância – podendo ser álcool, medicamentos e outras drogas – durante a pandemia da Covid-19, e 10,7% dos que responderam a pesquisa disseram ter ideias suicidas nos últimos 30 dias da avaliação.

A prevenção do suicídio durante a pandemia requer abordar não só fatores de risco para o suicídio em função da pandemia, como aumento do isolamento social, perdas pessoais e econômicas, mas também observar fatores de risco antes do surgimento da pandemia, como a desconexão social, solidão, diminuição do apoio social, deterioração da saúde física por maus cuidados pessoais, medo de perdas financeiras e do trabalho, trabalho à distância e aulas online que têm que ver com rompimento das conexões sociais, morte de pessoas queridas, aumento do consumo de bebidas alcoólicas, facilidade de aquisição de produtos letais como armas de fogo, opióides e outras substancias tóxicas. Nos Estados Unidos houve aumento de 85% nas compras de armas de fogo em março 2020, início da pandemia, comparado com os meses de março dos anos anteriores.

Certos grupos de pessoas são mais prováveis de terem aumento do risco de suicídio durante esta pandemia por causa de vulnerabilidades pessoais ou por razões que apresentam barreiras para se ver os problemas e procurar ajuda. Nestes grupos estão os com difícil acesso aos cuidados de saúde mental, os que vivem em lares com abuso e violência doméstica, os com condição socioeconômica desvantajosa, os de áreas rurais, os marginalizados por raça ou escolha sexual, os que lidam na frente contra o vírus e trabalhadores essenciais, entre outros.

Fatores que podem contribuir para a prevenção do suicídio na pandemia da Covid-19: 1 - Quanto à doença mental – melhorar o acesso ao atendimento da população aos serviços de saúde mental, como os Centros de Apoio Psicossocial das prefeituras (Caps) que oferecem atendimento gratuito para a população. O Governo Federal e estadual poderia contribuir para criar estes centros psiquiátricos ambulatoriais nos municípios onde ainda não tem. 2) Quanto ao isolamento social, solidão e luto, instituições tipo ONG, ou comunidades religiosas podem ter uma equipe para apoiar os que vivem sozinhos. Familiares e amigos podem manter contato com os solitários para os ajudar nem que  seja conversar com eles um pouco por telefone com alguma frequência. 3) Divulgar melhor as instituições sociais que oferecem apoio psicológico online ou por telefone para prevenção de suicídio. Por exemplo, durante a pandemia, psicólogos oferecem atendimento emergencial pela internet. Dois exemplos são: www.ouvidoamigo.com.br    www.fabricaderelacionamentos.com.br - 4) ESF – Estratégia de Saúde da Família é um bom programa de atendimento médico do governo. O agente de saúde que vive na comunidade onde há uma unidade de saúde do programa ESF, visita as casas e leva um relatório do que ocorre na família em termos de saúde, em seguida um profissional da ESF visita a pessoa e a orienta. O Governo Federal e estadual poderia criar centros de ESFs nas cidades onde não existem. 5) A Delegacia da Mulher, o Juizado de Menores e de Adolescentes, o Ministério Público, ONGs e outros serviços voluntários podem ajudar muito na prevenção de suicídio e violência em lares abusivos. 6) O governo pode ajudar com campanhas para evitar o uso abusivo de álcool, ainda que o melhor para nossa saúde é não usar nada que contenha álcool. 7) Que bom que o Governo Federal ofereceu ajuda emergencial aos mais carentes. Que tal tirar os abusos de salários de funcionários públicos, parlamentares, magistrados, e usar o excesso para o benefício dos pobres? Este é um momento na história quando a prevenção do suicídio deve ser priorizada como uma questão séria de saúde pública.

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Você está precisando de amor?

quinta-feira, 02 de setembro de 2021

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

Erich Fromm, psicanalista, escreveu que o amor maduro é por todas as pessoas. Claro, isto não quer dizer que manifestaremos a mesma forma de amor para com todos. Quer dizer que não odiaremos as pessoas, mas procuraremos entende-las e ter compaixão para com aquelas menos equilibradas, mais sofridas, mais rudes. Também não quer dizer que teremos que ter o mesmo nível de sentimento por todas as pessoas. Há pessoas não amáveis no sentido de não permitirem serem amadas. Rejeitam o amor oferecido a elas seja por atitude fria ou agressiva. Então temos que deixá-las seguir e afastar até que elas possam aceitar nosso oferecimento de amor.

Há hora de afastar e de aproximar. Há hora de falar do amor e hora de ficar quieto. Há hora para tudo e nem sempre é hora para tudo. O silêncio pode ser ouro em certos momentos. Assim como a boa palavra falada na hora certa é bálsamo e justiça.

É comum importar da filosofia grega o conceito de amor tendo três dimensões: o amor fraternal – ágape; o amor sexual – eros, e o amor amizade – filia. Na realidade, o amor é um só, de uma única fonte que se manifesta de forma diferente para pessoas diferentes, segundo a capacidade e a necessidade de cada um.

Amor não é paixão, nem sexo, nem “ficar”. O amor é paciente e bondoso, não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor genuíno dura para sempre.

Quando alguém se casa, não sente o mesmo tipo de sentimento igualzinho hora após hora pelo cônjuge. O sentimento pode flutuar, mas não o amor. E quando alguém se apaixona é bem provável que esta paixão esteja ligada a uma imagem, ou seja, à imagem que a pessoa criou em sua mente de como o objeto amado deveria ser. Ela está apaixonada, então, pela imagem da pessoa que criou em sua própria mente, a qual pode ser muito diferente da pessoa que está ali presente na realidade de sua vida.

Daí será necessário um ajuste, ou seja, sair da paixão para chegar-se à realidade do que o outro é. Quando cai este “amor” idealizado, então é possível começar o amor maduro. Tudo dependerá de como a pessoa lidará com a realidade sua e do ser amado. O diálogo será então fundamental. Diálogo sobre o que dói e o que alegra, sobre o que agrada e desagrada, sobre o que gosta e não gosta. Mas tem que ser um diálogo sincero, com respeito, e aceitação do que cada um pode ser neste momento da vida.

O amor maduro produz felicidade e desprendimento. Com ele você fica em paz mesmo que as coisas em volta estejam desabando. O amor tem que ser firme no sentido de colocar limites contra abusos. Quem ama maduramente diz verdades de uma forma respeitadora, mas firme, não ataca as pessoas e nem condescende ou se compromete com o erro, com a mentira, e com o engano.

Você que ter este tipo de amor? Ele não é vendido nas farmácias. Você precisa desenvolver, treinar, desejar ardentemente tê-lo e fazer sua parte para obtê-lo. E pedir. Ele é grátis. Se você deseja este amor para realmente amar as pessoas e ajudá-las, o terá. Se for para se aproveitar delas ou “faturar” (materialmente ou não), não o terá. Este amor não é ingênuo, nem manipulável. O amor é um poder. Quem quiser pode tomá-lo de graça da fonte, que é o criador do universo. Mas pense: você quer amor para quê?

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Desafios no casamento

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Viver uma vida à dois é um desafio. Em meu primeiro livro, “Casamento: o que é isso?”, que você pode adquirir no meu site www.doutorcesar.com, no primeiro capítulo defino o que é o casamento e destaco que trata-se de algo incompatível porque é uma união de duas pessoas diferentes.

Viver uma vida à dois é um desafio. Em meu primeiro livro, “Casamento: o que é isso?”, que você pode adquirir no meu site www.doutorcesar.com, no primeiro capítulo defino o que é o casamento e destaco que trata-se de algo incompatível porque é uma união de duas pessoas diferentes. Gêneros diferentes, desejos diferentes, formas de pensar diferentes, visão da vida talvez diferente, religião diferente às vezes, ou maneira de viver a religião que pode ser bem diferente, um com lógica matemática e outro com ilógica, que não é falta de inteligência, um enxerga o detalhe e outro enxerga o global, um é racional e o outro é afetivo, um adora romance e o outro se sente incomodado com muito romance, um é sentimento e o outro razão, um veio de uma família onde todos se comunicam com frequência e o outro veio de uma família onde há rara comunicação, um adora sexo e o outro não, um quer parentes em casa com frequência e o outro detesta isso, um é impulsivo e o outro pensativo, um é arrumado e o outro é bagunçado, um é acelerado e o outro é lento, um gosta de praia e o outro de montanha, um fala demais e o outro é calado, um quer fazer as coisas sempre junto com o cônjuge e o outro não, um quer sexo todos os dias e ou outro uma vez ao mês está bom, um tem orgasmo rápido e o outro demora muito, isto tudo fora gostos para música, comida, filmes, local onde passar férias, que podem ser opostos entre os cônjuges. Com tanta diferença como é que pode dar certo?

Cada um leva para dentro do casamento problemas emocionais vividos durante a infância, que podem ser complicados ou não, mas que influenciam a vida dentro do casamento de forma inevitável. Por exemplo, um rapaz teve uma mãe autoritária e dominadora, é comum se casar com uma mulher também autoritária, e esta mulher pode ter vindo de uma infância em que seu pai pode ter sido passivo, daí ela vem a casar-se com um homem passivo a quem quer dominar. No fundo ela quer um homem "forte" que cuide dela, mas ela não deixa isto ocorrer porque parece que há uma necessidade inconsciente de repetir a história passada, ou seja, repetir o papel da mãe autoritária. O marido também pode ter necessidade de continuar num papel passivo aprendido no passado em sua família de origem, quando no fundo ele quer independência da mulher. 

Outro exemplo pode ser o de um indivíduo que viveu com pais superprotetores e entra no casamento com esta tendência de superproteger, o que esconde (muito ou pouco, de maneira disfarçada ou explicitamente) seu próprio desejo de ser superprotegido. Se esta pessoa obsessiva com proteção não receber a mesma carga de proteção do cônjuge para ela mesma ou para os filhos, possivelmente criticará este cônjuge por não superproteger. E dirá que o que quer não é superproteção, mas cuidado normal. Mas pode ser superproteção negada pela pessoa. Superproteção não é o mesmo que amor e nem é o mesmo que cuidar bem de alguém. Superproteção significa que a pessoa que superprotege não acredita que a pessoa alvo de sua proteção exagerada tem condições de lidar com o problema atual. Não acredita nas capacidades da outra pessoa.

Imagine uma esposa superprotetora vivendo com um marido que não superprotege. Ela poderá vê-lo como indiferente, frio, enquanto que o problema pode ser mais dela do que dele. Mas se ela não enxergar isto, vai surgir conflito.

No casamento se lida o tempo todo com fatores inconscientes. Impulsos inconscientes fluem e interferem na vida à dois. Se cada um não melhorar a consciência de si, e procurar entender como é que dificuldades emocionais vividas na família de origem durante a infância afetam o relacionamento atual, provavelmente o casamento não se tornará agradável e harmonioso.

A ansiedade excessiva no esposo ou na esposa perturba o relacionamento conjugal se não for administrada. Na verdade, é muito difícil separar onde termina o problema psicológico pessoal que se levou para dentro do relacionamento conjugal e onde começa o problema emocional do casal.

Gosto muito de um pensamento que diz: “Primeiro de tudo … olhe-se a si mesmo. Depois … olhe-se de novo.” Isto significa parar de ficar culpando o outro de sua infelicidade, para fazer algo a fim de melhorar seus problemas emocionais que você pode ter trazido para dentro do seu casamento. Na pior das hipóteses, você se sentirá melhor consigo mesmo, independentemente se seu cônjuge amadurece ou não. Paz interior, serenidade é algo muito pessoal.

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Respeito sobre crenças

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Gabriele Kuby é pesquisadora e crê que a agenda LGBT tem criado um novo tipo de intolerância que classifica de homofóbico qualquer pessoa que discorde das ideias deste grupo. Elogiada pelo papa Bento XVI por ser uma guerreira que batalha contra ideologias destrutivas do ser humano, diz que pior do que a exploração do sexo em filmes, é a sexualização precoce das crianças imposta por governos nas políticas de educação para creches e escolas.

Gabriele Kuby é pesquisadora e crê que a agenda LGBT tem criado um novo tipo de intolerância que classifica de homofóbico qualquer pessoa que discorde das ideias deste grupo. Elogiada pelo papa Bento XVI por ser uma guerreira que batalha contra ideologias destrutivas do ser humano, diz que pior do que a exploração do sexo em filmes, é a sexualização precoce das crianças imposta por governos nas políticas de educação para creches e escolas.

Ela fala do contraste espantoso na sociedade com capacidade tecnológica sem precedentes, mas com uma fraqueza moral também sem precedentes. Em seu livro “Revolução do Gênero”, ela explica que a ideologia de gênero tem precursores como Friedrich Engels, Simone de Beauvoir, Wilhelm Reich, Alfred Kinsey e os filósofos Adorno e Horkheimer, entre outros. Gabriele crê que a base filosófica para a ideologia do gênero é o marxismo. Diz ela: “Friedrich Engels afirmava que o primeiro conflito de classes era ‘o antagonismo entre o homem e a mulher’. E, para que ele fosse superado, a família tradicional deveria ser abolida. Essa é a base e o objetivo do generismo.”

Em seu livro “Revolução Sexual Global”, a socióloga explica: “O extermínio de quase toda norma moral da sexualidade nos é vendido como “liberdade” ou “libertação”. Mas um ser humano que não é capaz de controlar seu apetite sexual se torna escravo desse impulso. … é fundamental distinguir entre as formas de sexualidade que favorecem o casamento, a família e dão testemunho da vida e aquelas que são contrárias a isso.” Como cristã diz que os cristãos devem “odiar o pecado e amar o pecador. Por trás da agressão cultural se encontram pessoas com histórias dolorosas.”

Ideologia de gênero é uma ideia de que seres humanos não nascem com gênero masculino e feminino, que isto é construção cultural, e que cada um pode construir seu gênero como quiser. É uma ideia, assim como a teoria evolucionista, ambas sem comprovação científica. A igreja cristã sofre constrangimentos e perseguição por parte dos defensores da ideologia de gênero. Isso aconteceu com o Colégio Batista Getsêmani, em Belo Horizonte-MG, investigado pelo Ministério Público por postar um vídeo nas redes sociais criticando esta ideologia.

O diretor do colégio é autor de vários livros best-sellers, presidente do Conselho de Pastores e Ministros do Estado de Minas Gerais, bacharel em Teologia e em Psicanálise, pós-graduado em Gestão de Empresas e doutor em História. Publicou um documento sobre a confessionalidade das escolas cristãs, a crença cristã sobre sexualidade e família, o respeito à liberdade religiosa e laicidade, o discurso de ódio, a homofobia e o crime de racismo.

Sobre o discurso de homofobia, o documento afirma: “Ao que parece, a tentativa em enquadrar este fato ao crime de racismo e discurso de ódio configura um ato arbitrário, injusto, ilegal, repugnante e de perseguição religiosa beirando até mesmo, em tese e salvo melhor juízo, a possibilidade de configuração do crime de racismo religioso, previsto no artigo 20 da lei 7716/89.” Mais adiante diz: “É evidente que o caso em tela da exibição do vídeo pela escola não configura discurso de ódio, crime e homofobia ou racismo, como equivocadamente entendeu o denunciante, pois a escola confessional exerce sua atividade didática e manifesta sua opinião fundamentada nos princípios ético-cristãos inseridos na bíblia. Reitera-se, a doutrina cristã histórica ensina que existem somente dois tipos de seres humanos, o homem do sexo masculino e a mulher do sexo feminino, sendo considerado família a união do homem e da mulher, a partir do casamento.”

A Constituição Brasileira, em seu artigo 5º, contempla a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, sendo cláusulas pétreas e garantias fundamentais de todo e qualquer cidadão. No vídeo da Escola Batista foi veiculada a posição cristã sobre a sexualidade humana, sem ofender a ninguém, e sendo uma escola confessional, dentro de sua confessionalidade é protegida nos termos da Constituição Federal.

Uma poderosa empresa de fast-food multinacional veiculou na mídia um vídeo apoiando a ideologia de gênero, usando crianças, jovens e adultos. Você soube de algum processo jurídico contra esta empresa por causa deste vídeo-propaganda? O respeito tem que ser de todos os lados. Devemos respeitar que o mundo LGBT tenha suas ideias. Mas o mundo LGBT precisa também respeitar os que acreditam no texto bíblico que afirma que Deus criou homem e mulher, dois gêneros, dois sexos. Os que professam a religião cristã têm o direito de crer que menino é menino e menina é menina. A constituição brasileira dá este direito.

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Ter compaixão é bom para sua saúde mental

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Compaixão tem que ver com ter um sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia ou sofrimento pessoal de alguém, acompanhado do desejo de fazer algo para diminuir a dor da pessoa. Quando estamos movidos pela compaixão sentimos motivação para ajudar e apoiar outras pessoas e também a nós mesmos. Compaixão é diferente de empatia, porque empatia significa imaginar o que o outro está sentindo, se colocar no lugar do outro. E compaixão nos move para ajudar a aliviar o sofrimento de alguém, nos move para uma ação. Ter compaixão é não ter indiferença em relação ao sofrimento do outro.

Compaixão tem que ver com ter um sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia ou sofrimento pessoal de alguém, acompanhado do desejo de fazer algo para diminuir a dor da pessoa. Quando estamos movidos pela compaixão sentimos motivação para ajudar e apoiar outras pessoas e também a nós mesmos. Compaixão é diferente de empatia, porque empatia significa imaginar o que o outro está sentindo, se colocar no lugar do outro. E compaixão nos move para ajudar a aliviar o sofrimento de alguém, nos move para uma ação. Ter compaixão é não ter indiferença em relação ao sofrimento do outro. Compaixão é sofrer com, sofrer junto.

Se você quer se tornar uma pessoa compassiva ou quer melhorar seus atos de compaixão, então deixe de julgar as pessoas; procure ser melhor com os outros; valorize o que as pessoas sentem; tenha iniciativa para ajudar gratuitamente alguém em necessidade; deixe de lado a raiva, a agressividade a ironia e faça o melhor para promover um ambiente sereno em casa, no trabalho, na sua comunidade religiosa.

Uma das melhores, se não a melhor maneira de você desenvolver compaixão é meditar no comportamento de Jesus conforme narrado nos quatro evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João. Leia os textos, faça uma imersão naquela narrativa procurando pensar como seria estando ali com Jesus quando ele curava, orientava e educava as pessoas. Pense na compaixão que ele exercia com todos, sejam pessoas religiosas ou não, fanáticos ou liberais. Isto fornece motivação para você agir também com compaixão para com qualquer pessoa que sofre. Inclusive consigo mesmo, porque tem pessoas que sofrem muito porque são muito severas com elas mesmas. Daí elas são beneficiadas quando passam a exercer compaixão por si mesmas, o que não é ter peninha de si, mas passar a tratar a sua pessoa de forma bondosa, quando antes se cobrava demais, se criticava, se rejeitava.

Estudos científicos mostram que atitudes de compaixão ativam os circuitos de prazer no cérebro, estimulam a liberação do hormônio ocitocina que favorece o sentimento de amor. E exercer compaixão contagia as pessoas ao redor que podem reagir também de forma compassiva.

Outros benefícios da compaixão são o sentimento de maior felicidade, maior otimismo, humor mais positivo, diminuição do estresse, se tornar uma pessoa mais agradável e a melhora da capacidade de se relacionar com os outros.

Para praticar a auto-compaixão, o primeiro passo é procurar perceber como você fala consigo mesmo. Se você notar que seus pensamentos geralmente são críticos, negativos ou julgadores, comece a pensar como você pode mudá-los. Imagine falar consigo mesmo como você falaria com alguém que você ama e quer confortar.

Cada dia, no começo do dia, pense em alguma maneira em que você pode exercer compaixão para com alguma pessoa não só de sua família, mas com seus familiares também. Diga para si mesmo coisas como: Farei o possível para ser bondoso, bondosa em minha forma de falar com todas as pessoas hoje. Quando surgir a oportunidade, serei gentil com todos e pelo menos evitarei prejudicar os outros.

Uma coisa que ajuda muito a desenvolvermos a compaixão é pensar que nós seres humanos somos muito semelhantes em muitas coisas. Estamos no mesmo barco quanto a viver e morrer, ter saúde ou adoecer, sofrer um acidente, passar por alguma situação dolorosa. Somos iguais nisso. Quando nos concentramos no que temos em comum, nos sentimos mais próximos um do outro. Assim, a compaixão vem mais facilmente.

Faça um pequeno exercício consigo mesmo dizendo para si estas cinco ideias pensando numa pessoa, especialmente aquela com quem você tem dificuldade de relacionamento ou sente rejeição: 1)“Assim como eu, essa pessoa está buscando felicidade em sua vida.” 2)“Assim como eu, essa pessoa está tentando evitar o sofrimento em sua vida.” 3)“Assim como eu, essa pessoa pode ter conhecido tristeza, solidão e desespero.” 4)“Assim como eu, essa pessoa está procurando preencher suas necessidades.” 5)“Assim como eu, essa pessoa está aprendendo sobre a vida.”

Pratique compaixão um dia de cada vez, um momento de cada vez, imitando Jesus, o compassivo salvador. Isto ajuda a cura mental.

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É possível aprender a ser feliz?

quinta-feira, 05 de agosto de 2021

Estar vivo é maravilhoso! Pense nisto por um instante. Imagine se você morresse exatamente agora. Que perda, não é? A vida é maravilhosa mesmo com sofrimentos inevitáveis. Mudando nossa visão dos sofrimentos ao olhá-los sob um ângulo maior da existência, muda muita coisa, inclusive a própria experiência do sofrimento. Há sofrimentos evitáveis. Podemos aprender a não cair neles, e construir felicidade. Como é isso?

Estar vivo é maravilhoso! Pense nisto por um instante. Imagine se você morresse exatamente agora. Que perda, não é? A vida é maravilhosa mesmo com sofrimentos inevitáveis. Mudando nossa visão dos sofrimentos ao olhá-los sob um ângulo maior da existência, muda muita coisa, inclusive a própria experiência do sofrimento. Há sofrimentos evitáveis. Podemos aprender a não cair neles, e construir felicidade. Como é isso?

Você pode aprender a desenvolver uma visão otimista da vida, não no sentido de fingir que não há problemas, ou ignorar problemas sociais e políticos que nos afetam diretamente. Você pode desenvolver um viver útil, com ações positivas, mesmo que pequenas, no seu círculo social, e isto produz gratificação que gera felicidade, fortalece sua imunidade, causa paz interior. Podemos aprender a viver melhor. E são estas pessoas que desenvolvem uma visão mais otimista da vida e do viver, que adoecem menos, e se adoecem, se recuperam mais rápido, necessitam de menos medicação, menos hospitalização, seu corpo funciona melhor porque sua mente ajuda.

Primeiro de tudo não coloque sua fonte de felicidade em coisas passageiras, como a estética de seu corpo, as emoções, a energia sexual, aquisições materiais, nem coloque-a num outro ser humano. As pessoas que nos amam, não conseguem expressar afeto necessariamente como queremos, da mesma maneira o tempo todo, sentindo igualzinho cada momento. Nem nós conseguimos isto, não é? Amar produz felicidade, mas este amor tem que ser altruísta, não egoísta, se não ele não funciona na produção da felicidade.

Dr. Frederico Demetrio, psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em interessante artigo denominado “A Importância da Felicidade”, diz que as pessoas que têm falta de “felicidade estrutural” podem aprender a buscar a felicidade, e ela não está “aí fora”, mas depende do seu modo de pensar, de lidar com os sentimentos, e de agir, e não na satisfação de desejos, que pode ser algo superficial e fugaz.

Ele descreve virtudes a serem cultivadas sendo componentes da felicidade, como: sabedoria e conhecimento (criatividade, curiosidade, mente aberta); coragem (autenticidade, bravura, persistência, entusiasmo); humanidade (gentileza, amor, inteligência emocional); justiça (imparcialidade, liderança, trabalhar como parte de uma equipe); temperança (modéstia, prudência, equilíbrio); transcendência (gratidão, esperança, humor e crença religiosa).

De uns anos para cá tem surgido ênfase a chamada “Psicologia Positiva” como fator de saúde mental e física. Ela envolve, por exemplo, incentivar o paciente a exercer gratidão, visitando pessoas que o ajudam e falar diretamente a elas. Tem que ver com fazer uma lista de coisas boas que têm ocorrido em sua vida, escrevendo num papel, desde algo simples, até algo mais complexo, e concentrar-se no positivo. Também envolve exercer bondade com qualquer pessoa, evitar criticar as pessoas e a si mesmo, detectando as qualidades e falando delas. Tem que ver com confiar mais em suas capacidades de lidar com situações difíceis e nas que Deus concede.

Assim, quando você se defrontar com situações desafiadoras, evite dizer: “Eu não consigo!”, mas diga “Eu não consigo, ainda!” E não só pense positivo, mas pratique algo positivo. Pensou em ajudar alguém? Ajude! Mesmo que seja com uma palavra. E preste atenção porque todos os dias temos oportunidade de ajudar outra pessoa.

Estas coisas devem ser feitas constantemente para terem efeito sobre nossa saúde e produzir felicidade. É bom que tais atitudes positivas passem a ser algo em nosso estilo de vida e não algo isolado aqui e ali. Uma pessoa feliz de dentro para fora é útil na família, na comunidade e na sociedade. E felicidade tem muito que ver com servir, ajudar, sem conflitos de interesses, mas voluntariamente.

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