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Álcool e gravidez

quinta-feira, 01 de abril de 2021

Quando se estuda o alcoolismo e seus efeitos sobre o corpo humano, nos deparamos com um amplo espectro de doenças ligadas ao consumo do álcool, o TEAF, Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal. Uma delas é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é um conjunto de alterações no bebê durante a gravidez pelo fato da mãe ingerir bebidas alcoólicas.

Quando se estuda o alcoolismo e seus efeitos sobre o corpo humano, nos deparamos com um amplo espectro de doenças ligadas ao consumo do álcool, o TEAF, Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal. Uma delas é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é um conjunto de alterações no bebê durante a gravidez pelo fato da mãe ingerir bebidas alcoólicas.

Cerca de 25%, uma em cada quatro, das crianças com TEAF têm defeitos cardíacos congênitos relacionados com o consumo de álcool pela mãe. Congênito significa que o bebê já nasce com o defeito ou a doença. Mas em 2019 foi realizado um estudo para verificar se a ingestão de álcool pelo pai também poderia estar relacionado com o aumento do risco de defeitos cardíacos congênitos no bebê.

Este estudo científico envolveu uma meta-análise, ou seja, um estudo de dados combinados de pesquisas importantes na China, Europa e Estados Unidos. Analisaram 41.747 alcoólatras e 297.587 consumidores controlados. Este estudo foi publicado no European Journal of Preventive Cardiology (Revista Europeia de Cardiologia Preventiva). Descobriram que o consumo de álcool pelo pai aumenta muito a probabilidade de o recém-nascido apresentar doenças cardíacas congênitas.

Parece que o álcool danifica o DNA e o RNA no esperma do homem. E isto pode ser mais grave se ele consome muita bebida alcoólica. Para que o pai não contribua com a possibilidade do seu filho ter doença cardíaca congênita, ele não deve consumir álcool pelo menos nos três meses antes da concepção.

Bebidas alcoólicas aumentam outras doenças congênitas, favorece o câncer, mata cerca de três milhões de pessoas por ano, e é responsável por 5% das doenças em geral no mundo. O consumo do álcool está ligado a acidentes, afogamentos, crime e violência doméstica.

A Síndrome Alcoólica Fetal atinge cerca de dois bebês em cada mil, sendo a principal causa de retardo mental nos Estados Unidos. “Acredita-se que a SAF e esses outros transtornos afetem cerca de 40 mil crianças por ano em todo o globo, mais do que a síndrome de Down, distrofia muscular e espinha bífida somadas, segundo a organização não-governamental The National Organization on Fetal Alcohol Syndrome”. (http://brasil.babycenter.com/a3500005/s%C3%ADndrome-alco%C3%B3lica-fetal#ixzz38uMfPbVT)

"Há uma estimativa de que um em cada cinco casos de deficiência mental no mundo seja causado pelo álcool ingerido pela gestante”, diz Dartiu Xavier da Silveira, co-fundador e coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo. (http://brasil.babycenter.com/a3500005/s%C3%ADndrome-alco%C3%B3lica-fetal#ixzz38uN7fqQu)

Se uma mulher costuma ingerir bebidas alcoólicas e quer engravidar ou engravidou, ela deve parar o consumo de álcool imediatamente. Se não consegue parar sozinha, deve procurar ajuda. E um alerta é que os bebês com a Síndrome Alcoólica Fetal têm tamanho menor, peso abaixo do normal, nariz e maxilar reduzidos, geralmente possuem olhos e cabeça menores do que o normal, lábio superior bem fino, podem ter defeitos no coração, rins e pulmões, na audição e visão. Ao crescer podem ter problemas de comportamento, dificuldades com memória e aprendizado, sendo o pior problema o retardo mental.

Mesmo quantidades pequenas de álcool podem ser danosas para o bebê na barriga da mãe. Nenhuma quantidade de álcool é segura, assim mulheres grávidas deveriam evitá-lo durante toda a gravidez, seja cerveja, vinho, bebidas destiladas, e os “coolers”. Mesmo não tomando bebidas alcoólicas diariamente, se ela ingere num só dia três ou mais drinques, o nível de álcool no sangue aumenta rapidamente, e ela coloca em risco a vida do bebê.

A melhor maneira de prevenir a Síndrome Alcoólica Fetal é parar de ingerir bebidas alcoólicas assim que a mulher pensar em engravidar, e substituir por água, sucos de frutas e água de coco. O álcool é tóxico para nosso corpo, especialmente para o cérebro. O melhor para a saúde não é beber com moderação, mas evitar bebidas alcoólicas.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Fazer as pazes com nossas limitações

quinta-feira, 25 de março de 2021

Em julho de 2017 a revista “Psychology Today” publicou um artigo escrito pelo doutor em psicologia Leon Seltzer, com o título: “Sim, você não pode! – Por que você deve afirmar suas limitações.” Nos acostumamos, talvez desde que Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, a escutar a frase: “Yes, you can!”, “Sim, você pode!”. Mas não podemos? Vamos pensar nisso compartilhando ideias minhas e do dr. Seltzer.

Em julho de 2017 a revista “Psychology Today” publicou um artigo escrito pelo doutor em psicologia Leon Seltzer, com o título: “Sim, você não pode! – Por que você deve afirmar suas limitações.” Nos acostumamos, talvez desde que Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, a escutar a frase: “Yes, you can!”, “Sim, você pode!”. Mas não podemos? Vamos pensar nisso compartilhando ideias minhas e do dr. Seltzer.

Muitos livros de autoajuda tratam sobre como se auto-superar, transcender seus limites, vencer barreiras, e se alguém lhe diz que você precisa aceitar suas limitações, ou seja, se diz “você não pode” no sentido de não conseguir, isso pode causar um sentimento de pessimismo, não é mesmo? Mas podemos fazer as pazes com nossas limitações.

Não somos bons em tudo. Nascemos com algumas habilidades e aprendemos outras. Temos alguns talentos e não temos outros. Por mais que você se sinta uma pessoa forte, suas limitações inatas irão influenciar o que você pode e o que não pode fazer na vida.

A mídia exalta jogadores de futebol e os clubes pagam milhões de reais, dólares ou euros para estes que nasceram com habilidade motora nos pés que os fazem hábeis jogadores de futebol, embora muitos sejam maus exemplos de conduta moral. Se você não tem habilidade psicomotora para este esporte, você pode treinar muito, e nunca chegará na performance dos jogadores que nasceram com esta capacidade. É o seu limite natural.

Sim, você deve dar o seu melhor, fazer esforços, se aprimorar com cursos, superar expectativas profissionais e alcançar seus objetivos. O dr. Leon Seltzer afirma que “uma das razões pelas quais esses esforços geralmente valem a pena é que muitas vezes você só consegue reconhecer seus limites imutáveis depois de ter lutado fortemente para superá-los (e às vezes com ajuda externa também).” Damos de cara com nossas limitações após fazer o máximo que foi possível. E agora?

Cuidado para não se estressar, se desapontar repetidamente, conviver com sentimentos de fracasso e adoecer por insistir em algo que está além de suas limitações. Isto não é fracasso, mas limitação natural. Dependendo da situação, pode ser melhor simplesmente dizer a si mesmo: 1 - “Acho que finalmente sei o quanto esse negócio é cruel. Não fui feito para chegar aqui no topo. Não sou agressivo o suficiente, não estou motivado para fazer as conexões que preciso e não tenho vontade ou resistência para isso.”; 2 - ”Preciso enfrentar isso. Ela [ou ele] não está interessado em mim. Fiz tudo o que pude para atraí-lo (a). Não importa o quanto gosto dessa pessoa, tenho que enfrentar o fato de que ele/ela nunca vai retribuir meus sentimentos apaixonados.”; 3 - “Posso amar guitarra, pratiquei muito, e é hora de enfrentar o fato de que nunca serei bom o suficiente para ganhar a vida tocando numa banda. Posso fazer da guitarra uma parte da minha vida recreativa, mas simplesmente não consigo fazer disso minha profissão.”; 4 - “Sei que sou um ‘animal político’ por ficar absorvido no mundo da política. Gostaria de poder influenciar a direção que este país está tomando. Mas nunca vou conseguir bajular as pessoas, beijar bebês durante a campanha ou fazer tudo o que os políticos fazem para ser eleitos. Vou procurar algo pelo menos relacionado à política que me satisfaça.”

Saltzer levanta a pergunta: “Então, isso é sobre desistir de seus sonhos? É sacrificar seus ideais, resignando-se a uma vida de frustração, tédio ou mediocridade?” Ele mesmo responde: “Dificilmente. A vida pode ser cheia de compromissos, mas, para a maioria de nós, também está cheia de escolhas. É raro que apenas uma coisa na vida possa atrair sua atenção ou interesse. Embora seja difícil renunciar a um sonho que você teve talvez desde a infância, é pior apegar-se ferozmente a uma fantasia que a vida já demonstrou que simplesmente excede seu alcance mental, físico ou emocional.”

Nesses casos o que fazer? Primeiro lamente porque sua primeira escolha, seu Plano A, não vai se tornar sua realidade. Mas também não fique obcecado e ruminando sobre essa perda. Lamente por um pouco de tempo e siga em frente. Pergunte a si mesmo o que mais, relacionado à primeira escolha ou não, você gostaria de fazer? E, é claro, essa escolha deve estar dentro do seu nível verificado de competência. Uma parte importante para seu bem estar mental é encontrar um desafio adequado para você, o qual definitivamente está dentro de sua capacidade de realizá-lo. Fazendo as pazes com nossas limitações nós vamos para a frente na vida.

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Dor física e dor emocional: qual a pior?

quinta-feira, 18 de março de 2021

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

O doutor em psicologia, Guy Winch, publicou um artigo no site Psychology Today em 20 de julho de 2014 no qual ele dá cinco maneiras pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física (www.psychologytoday.com/us). Vamos dar uma olhada nisso e colocarei algumas ideias minhas também.

Ele comenta que temos a tendência de monitorar nosso corpo e nossa saúde física mais do que nossa saúde emocional. As pessoas com condições financeiras ou com bom plano de saúde geralmente fazem check-ups ou avaliações clínicas ou físicas a cada ano. Mas o que você acha da ideia de fazer um 'check-up psicológico'? Não parece uma ideia estranha para nós?

Sabemos que se uma pequena lesão física, como um corte, tornar-se mais dolorosa com o tempo, é sinal de infecção mais séria. Mas se não conseguirmos promoção no trabalho isto pode ser emocionalmente doloroso após várias semanas, e talvez não teremos consciência de que começamos a ficar deprimidos por causa desta perda no trabalho.

Ainda Guy afirma que “temos a tendência de reagir à dor física de maneira muito mais proativa do que à dor emocional. No entanto, exceto por lesões ou doenças catastróficas, a dor emocional frequentemente afeta nossa vida muito mais do que a dor física.” E são citadas cinco razões pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física:

1. Memórias desencadeiam dor emocional, mas não dor física: relembrar a ocasião em que você quebrou a perna não a fará doer, mas relembrar a ocasião em que você se sentiu rejeitado por quem se sentia apaixonado ou apaixonada no colégio poderá causar dor emocional importante. 

2. Usamos a dor física como distração da dor emocional, não vice-versa. Alguns adolescentes e adultos se automutilam, ou seja, ferem a si mesmos, por exemplo, cortando a pele com uma lâmina, porque a dor física que isso produz os distrai de sua dor emocional, oferecendo-lhes alívio. Mas o mesmo não funciona ao contrário, ou seja, querer usar uma dor emocional para aliviar ou resolver uma dor física.

3. Em geral a dor física atrai mais empatia dos outros do que a dor emocional. Quando vemos um estranho sendo atropelado por um carro, estremecemos, ofegamos ou até gritamos e corremos para ver se ele está bem. Mas quando vemos um empregado numa loja recebendo uma bronca agressiva do seu chefe, coisa que produz dor emocional naquele funcionário, é improvável que façamos qualquer uma dessas coisas. 

4. A dor emocional produz ecos de maneiras que a dor física não faz isso. Se você recebeu uma ligação sobre a morte de seu pai ao estar num almoço romântico com seu marido ou com sua esposa no dia de aniversário de casamento, provavelmente levará alguns anos antes que você possa voltar a desfrutar uma comemoração como esta sem ficar bem triste. Mas se você quebrou o pé jogando futebol com amigos, provavelmente estará de volta ao campo assim que estiver totalmente curado da fratura. 

5. Uma dor emocional, mas não física, pode prejudicar nossa noção de valor pessoal, nossa saúde mental a longo prazo. A dor física deve ser extrema para prejudicar nossa saúde mental, claro, a menos que as circunstâncias também sejam emocionalmente bem traumáticas. Ser reprovado em um exame no vestibular ou Enem pode criar ansiedade e medo do fracasso, ou uma única perda dolorosa pode levar a anos de fugir de relacionamentos causando a consequente solidão.

Embora apliquemos uma pomada antibacteriana em um corte ou arranhão na pele imediatamente, fazemos pouco para proteger nosso respeito pessoal ao nos depreciar. Valorize sua dor emocional não no sentido de fazer propaganda dela por aí nas redes sociais e em diálogos com os outros, mas no sentido de entender o que está machucando sua vida emocional e o que pode e deve fazer para melhorar sua saúde mental.

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Mulher: uma criação especial

quinta-feira, 11 de março de 2021

Na última segunda-feira, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Esta obra prima do criador, cheia de graça, de feminilidade e sensibilidade que ajuda o homem a ser mais afetivo. Primeiro a menina, uma florzinha, bela, gentil, que alegra nossa vida. Jeitinho especial de ser, de gesticular, sorrir, brincar e que nos encanta. Depois, a menina-moça, antes com inocência encantadora, hoje maculada por incentivos doentios da sensualidade precoce, ainda com graça encantadora.

Na última segunda-feira, 8, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Esta obra prima do criador, cheia de graça, de feminilidade e sensibilidade que ajuda o homem a ser mais afetivo. Primeiro a menina, uma florzinha, bela, gentil, que alegra nossa vida. Jeitinho especial de ser, de gesticular, sorrir, brincar e que nos encanta. Depois, a menina-moça, antes com inocência encantadora, hoje maculada por incentivos doentios da sensualidade precoce, ainda com graça encantadora. Um pé na infância, outro na adolescência, o corpo se molda para o de mulher, interesses se voltam para a estética, a menstruação chega e anuncia a marca endócrina da fêmea, ela cresce. Na adolescência, mais formas femininas, o afeto agora com interesse no sexo oposto, cria amizades, a turbulência das emoções, esta é a graça da filha adolescente.

Início da vida adulta, casamento, estudos, trabalho, aguarda o desenrolar da história que pode levá-la ao seu lar, ser dona de casa, esposa, mãe, lindas possibilidades na existência! Mesmo ficando solteira, a graça feminina, a capacidade profissional, a ajuda humana que pode dar, mostram a importância da vida da mulher adulta.

Que beleza e delicadeza a mulher grávida! Que maravilha do criador ela gerar um bebê e dar à luz um ser! Sublime etapa! Anos adiante, no sofrimento e alegria que todos temos, surge o amadurecimento mais profundo, criando filhos. Depois chega a hora de curtir os netos! Envelhecer é ruim, mas amadurecer é bom. Ela amadurece mais e chega à menopausa, um período normal do ciclo feminino em que não mais precisa procriar. Na terceira idade ela é muito útil aconselhando os mais novos da família, apoiando-os, repreendendo-os. Finalmente, ela necessita ser cuidada por ter as forças, a visão, e a capacidade de trabalho diminuindo. Ajude-a!

Mulher, gostaria de deixar para você alguns conselhos. Talvez lhe ajudará:

1 -  Crie sua filha curtindo a infância com menos coisas artificiais, menos shopping, TV, vídeogame, comida artificial e mais natureza. Evite para seus filhos multi-cursos, como inglês, espanhol, ginástica, música, judô, natação, ufa!!! E o tempo para ser criança e brincar? Evite superproteção por um lado e negligência afetiva por outro. Ofereça carinho combinado com disciplina. Lembre-se que criança não namora.

2 - Crie os filhos sem incentivar o namoro precoce, mas voltado para os estudos. Mantenha o carinho com amor firme e também com limites. Filhos de lares ditatoriais têm problemas parecidos com filhos de lares liberais e eles não se tornam mais felizes quando os pais deixam que façam o que querem ou quando ganham tudo que pedem.

3 - Seus filhos devem sair com quem você conhece e aprova, sabendo aonde eles vão, cumprindo o horário de voltar. Não estimule o uso de roupas sensuais em sua filha. Isto atrai rapazes para o corpo dela. Garotas confundem isto com afeto. Fale sobre a diferença entre amor e atração sexual e doenças sexualmente transmissíveis. Explique que não é “pagar mico” casar virgem, que sexo pré-marital não garante felicidade no casamento, nem afetiva, nem sexualmente, e que o namoro é secundário aos estudos, sendo um tempo de conhecimento da pessoa e não de transar.

4 - Mulher mãe seja um modelo de honestidade, sinceridade, fidelidade, autocontrole emocional, para seus filhos. Não deprecie homens diante deles, ainda que você tenha sofrido com um homem. Não diga: “Homens são todos iguais, não valem nada!”, porque você foi abusada por um homem rude, abusivo. Não é verdade que todos os homens são iguais e que todos não prestam, o mesmo em relação às mulheres. Não jogue sua filha contra o pai dela por você estar aborrecida com ele. Não jogue sua filha contra o marido dela por não ter simpatia pelo genro. Seja a melhor amiga de sua filha. Ela precisa disso mesmo sendo adulta, independente, com sucesso profissional.

5 - Para você mulher que é avó, curta seus netinhos nem que seja por vídeo, celular, internet. Nada como o vovô e a vovó para colocar um pouco de açúcar na vida dos netos, sem violar as regras dos pais deles. Seus netos precisam de sua experiência e de sua flexibilidade. Netos ajudam muito para a alegria da terceira idade.

6 - Você mulher jovem, adulta, idosa, solteira, casada, separada, viúva, não perca a feminilidade sendo “bronca”. Isto destrói a beleza feminina. Seja delicada, mesmo tendo que ser firme. Não diga palavrão, pois isto tira a doçura e é uma deseducação. Você pode ser doce e colocar limites e ser firme. Não “desça o barraco” achando que isto é ser poderosa. É feio. O poder emocional saudável de uma pessoa se mede pelo grau de autocontrole emocional que ela tem. Mantenha sua feminilidade com serenidade.

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Como contribuir para a diminuição da violência social?

quinta-feira, 04 de março de 2021

Violência é o uso intencional de força ou poder físico real ou como ameaça, contra uma pessoa ou contra um grupo de pessoas ou comunidade, que resulta ou pode resultar em lesão, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (2002) sobre violência, apresenta recomendações sobre como lidar com esse assunto que está insuportável na sociedade.

Violência é o uso intencional de força ou poder físico real ou como ameaça, contra uma pessoa ou contra um grupo de pessoas ou comunidade, que resulta ou pode resultar em lesão, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento ou privação. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (2002) sobre violência, apresenta recomendações sobre como lidar com esse assunto que está insuportável na sociedade. Você pode ver as recomendações em: http://www.who.int/violence_injury_prevention/violence/world_report/en/wrvhrecommendations.pdf

Entretanto, o que está ali é algo que para ser praticado a classe política, a polícia, o judiciário, os pais de família, várias instituições sociais, como associação de moradores, escolas, universidades, igrejas, empresários, mídia, entre outros, precisam dar as mãos para unir os esforços no combate e na prevenção da violência social.

A violência tira a vida de mais de 1,5 milhões de pessoas anualmente: pouco mais de 50%, devido ao suicídio, cerca de 35% devido ao homicídio, e pouco mais de 12%, como resultado direto da guerra ou alguma outra forma de conflito. Mas é possível atuar na prevenção da violência se combatermos suas causas como: pobreza concentrada, inadequação quanto ao salário pago para o trabalhador em função do gênero homem e mulher, uso de bebidas alcoólicas de modo prejudicial, falta de relacionamento entre os filhos e seus pais que forneça segurança, estabilidade e nutrição afetiva, e outros fatores.

Há níveis sociais diferentes que tentam explicar as causas da violência, tais como: 1 - Primeiro nível: idade, educação, salário, hereditariedade, lesões cerebrais, transtornos de personalidade, abuso de substância e relatos de história de pessoas que experimentam, testemunham e praticam comportamentos violentos. 2 - Segundo nível: tem que ver com relacionamentos íntimos, com familiares, amigos. Você tem amigos violentos? Há violência no seu casamento? Ocorre abuso contra um idoso que você tenha notícia produzido pelos cuidadores deles? 3 - Terceiro nível: contexto da comunidade, como escolas, locais de trabalho, vizinhança, pontos de venda de drogas, ausência de redes sociais de apoio, pobreza concentrada. 4 - Quarto nível: fatores sociais maiores que criam um clima que encoraja a violência, como corrupção, hipocrisia e instabilidade política, problemas no sistema judiciário incluindo corrupção, normas que regulam os papéis do homem e da mulher na sociedade, ou relações pais-filhos, que envolve injustiça econômica, afetiva; aceitação social da violência, disponibilidade de armas, exposição da violência pela mídia (TV, rádio, jornal, internet, revistas etc.).

A melhor forma de prevenção da violência tem que ver mesmo com a família. O melhor ensinador, para o bem ou para o mal é o exemplo da pessoa. A criança necessita aprender conceitos de boa moral, valores positivos de conduta. Mas para isso seus pais ou cuidadores precisam ser pessoas de boa moral, de boa conduta. Porque o exemplo fala mais alto. Mas se estes pais são eles mesmos agressivos verbal e/ou fisicamente, se nutrem em sua família o consumo de álcool, vivem assistindo programas de TV cheios de sensualidade, mentiras, violência, agressões e péssimos modelos como em algumas novelas, o que é passado para a criança será algo negativo, que poderá contribuir para gerar comportamento violento. Por isso, o mais significativo fator para reduzir a violência na sociedade tem que ver com guiar a criança desde pequena com disciplina equilibrada, exemplo de boa moral, evitando expor a criança à maldade e modelos de conduta muito alterados como aparece na mídia.

É muito difícil educar filhos na sociedade pós-moderna na qual vivemos para prevenção da violência, mas não é impossível. Tudo começa no lar com o relacionamento entre os pais e os filhos. É ali onde a prevenção da violência tem mais poder. Tenha coragem de ensinar seus filhos pequenos a serem honestos, verdadeiros, a se protegerem de crianças agressivas, a saberem dizer “não” para coisas estranhas para elas que outros possam oferecer, a terem valores éticos mesmo rodeados com abundância da falta de ética.

Ensine a criança a se autocontrolar. Coloque limites para ela quanto aos tipos de “lazer” que são violentos como certos videogames, filmes, encorajando-as e vivendo com ela mais perto da natureza, tendo alimento simples e natural, dormindo cedo, monitorando os estudos dela. Você acha que isso é fora de nossa época? Não mesmo. É possível aprendermos a ser verdadeiros, honestos, sinceros, éticos, numa sociedade apodrecida moralmente, sem nos tornarmos bobos e ingênuos, sabendo nos proteger da maldade.

(Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Violence#cite_note-who.int-2).

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Aceitar a impotência alivia

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Não podemos mudar as pessoas. Elas continuarão a ser o que são apesar de nossos esforços para tentar mudá-las. Uma pessoa só muda quando ela quer e decide fazer algo neste sentido. Já é difícil mudar a nós mesmos, não é? Imagine tentar mudar uma outra pessoa! A ideia de que você pode mudar outra pessoa é uma ilusão.

Não podemos mudar as pessoas. Elas continuarão a ser o que são apesar de nossos esforços para tentar mudá-las. Uma pessoa só muda quando ela quer e decide fazer algo neste sentido. Já é difícil mudar a nós mesmos, não é? Imagine tentar mudar uma outra pessoa! A ideia de que você pode mudar outra pessoa é uma ilusão.

Há alguns anos recebi um pedido de ajuda de uma jovem que namorava um rapaz por quem ela se dizia apaixonada. Ela disse que o rapaz era ótimo, mas só tinha um “probleminha”, ele gostava de fumar maconha. Em seguida ela disse que tinha certeza de que o amor dela por ele seria eficaz para mudar o rapaz no sentido dele abandonar o uso desta droga. E me perguntou o que eu achava.

Muita gente boa e inteligente acredita que seu amor é capaz de mudar alguém. Isto é perigoso porque pode chegar à prepotência ou arrogância. Expliquei para a jovem que o que ela chamava de amor pelo rapaz não era suficiente para fazer com que ele deixasse a maconha de lado. Ele só abandonaria a droga se ele quisesse e tomasse uma decisão neste sentido. O sentimento dela por ele não tinha poder para causar esta mudança nele.

Uma das lutas em nossa vida pode ser aceitar nossa impotência diante do comportamento ruim de outra pessoa. Somos impotentes diante do comportamento desagradável de outra pessoa com quem convivemos, diante da corrupção política, e de outras coisas. Pode ser que a pior luta seja em relação a alguém que nos machuca, preocupa, trás problemas, e não quer ajuda. Como ajudar quem não quer ajuda, não é?

Mas pense bem, aceitar nossa impotência sobre o comportamento de outras pessoas pode realmente nos aliviar de fardos pesados. É muito pesado carregar uma responsabilidade de mudar alguém que talvez não queria mudar, ou não quer neste momento da vida. E a dificuldade envolve sentirmos algum tipo de sofrimento porque o outro continua com comportamento ruim, que mesmo que não nos prejudique diretamente, pode nos deixar tristes porque aquela pessoa sofre com sua postura de não mudança e temos uma ligação afetiva com ela.

Se você tem tentado mudar alguém, desista. Estou falando de pessoas adultas e não de comportamentos disfuncionais de crianças sobre as quais, como pai e mãe, temos a tarefa de educar para corrigir possíveis erros comportamentais. Não gaste seu tempo manipulando pessoas. Abra mão do controle. Controlar o outro é uma ilusão.

Para muitos a ideia de abandonar o controle pode assustar, porque para estas pessoas o sentido da vida tem sido tentar controlar o outro, e abandonando esta postura, pensam elas, “o que vai ser da minha vida?”. O sentido de sua vida é tentar controlar uma pessoa? Viver assim é perder a vida. E o controlador, aquele que não aceita a impotência diante da ideia de mudar alguém, acaba não mudando ninguém e ainda gasta tempo precioso de sua vida, que poderia ser usado para outras coisas produtivas, úteis, de valor, eficazes.

Alguns podem se sentir mal diante da ideia de abandonar a tentativa de controlar o outro porque a ideia de controlar pode estar misturada com a sensação de ajudar. Se parar de tentar controlar, isto significará egoísmo? É egoísmo deixar uma pessoa adulta fazer o que ela quer fazer, mesmo que seja algo ruim para ela e que nos atinge de certa forma? Ou é libertação de um jugo pesado que não precisamos carregar?

Li uma frase que dizia assim: deixe de ser responsável pela pessoa e seja responsável para com ela. Parece igual, mas é diferente. Ser responsável pela pessoa significa assumir as consequências dos erros dela, o que é injusto para quem assume. Ser responsável para com a pessoa, é oferecer ajuda e respeitar as decisões dela sobre aceitar ou rejeitar este oferecimento compassivo e deixar que ela assuma as consequências do que decide fazer.

Temos que ter cuidado para não perder a vida que Deus quer que vivamos por causa de querer controlar a vida de pessoas que não querem mudar para melhor. Deixá-las viverem como elas escolhem não é egoísmo. É respeito por elas e por você mesmo.

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Será que você é mesmo diferente de quem você julga?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Algumas pessoas são duras, ríspidas, autoritárias. Parecem um cacto, expondo os espinhos, os quais, na verdade, servem como defesa, nesta planta e nestas pessoas. Devemos julgá-las? Quem não tem este temperamento, é melhor que elas? O nome “cacto” surgiu há cerca de 300 anos antes de Cristo com o grego Teofrastus. Em seu trabalho Historia Plantarum, ele associa o nome cacto à plantas com fortes espinhos. Todos os cactos florescem, e certas espécies só dão flores após os 80 anos de idade. Depois da primeira floração, todo ano, na mesma época, as flores reaparecem.

Algumas pessoas são duras, ríspidas, autoritárias. Parecem um cacto, expondo os espinhos, os quais, na verdade, servem como defesa, nesta planta e nestas pessoas. Devemos julgá-las? Quem não tem este temperamento, é melhor que elas? O nome “cacto” surgiu há cerca de 300 anos antes de Cristo com o grego Teofrastus. Em seu trabalho Historia Plantarum, ele associa o nome cacto à plantas com fortes espinhos. Todos os cactos florescem, e certas espécies só dão flores após os 80 anos de idade. Depois da primeira floração, todo ano, na mesma época, as flores reaparecem.

Algumas espécies dão frutos comestíveis como o cacto mexicano Opuntia Ficus-indica, que produz o figo-da-índia. Apesar de 92% de sua estrutura ser água, a presença do cacto indica sempre solo pobre e seco. Um dia Jesus disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados.” Mateus 7:1 e 2. Muitos acham ter superior discernimento e assim criticam os motivos das pessoas. Com nossa mente finita e limitada não podemos ler a mente das pessoas. Nossa tendência é julgar pelas aparências e, então, podemos cometer graves erros. Somos imperfeitos, por isso não estamos qualificados para o julgamento de outros.

Os que tendem a criticar e tentam corrigir os outros, frequentemente possuem faltas que podem ser inconscientes para eles mesmos, faltas estas que podem ser piores do que aquelas que eles condenam nas pessoas. Será melhor evitarmos colocar o foco das conversas sobre faltas dos outros pois isto cria uma disposição infeliz.

Já que não podemos ler a mente das pessoas, é melhor não atribuir a elas motivos errados. Nem todos tiveram boa educação. Alguns vieram de lares quebrantados por abusos variados, gerando crianças duras, defensivas, autoritárias, como cactos cheio de espinhos, brotando palavras ríspidas facilmente. Quando crianças talvez copiaram este modelo de algum adulto que exercia forte influência sobre elas. E/ou aprenderam a ter “espinhos” para se defenderem dos abusos reais e do medo deles. Daí, os espinhos passaram a ser parte de seu ser.

Se o amor habita em nosso coração, os sentimentos e palavras serão amáveis para com as pessoas que (ainda) não sabem ser amáveis e dóceis, talvez porque ainda não percebem seus espinhos, não sabem abaixar a guarda e dialogar com serenidade. Talvez nosso amor para com elas seja o único caminho e remédio para que elas possam dar flor, ou seja, serem dóceis.

Comparar nós mesmos com qualquer pessoa não é sabedoria. Se você exige dos outros uma perfeição que você mesmo não possui, não é injusto? Não cria tensão no relacionamento? Muitas vezes julgamos as pessoas por erros que também cometemos ou por comportamentos que também possuímos, só que ainda não percebemos ou disfarçamos.

Nosso caráter é revelado pela maneira como tratamos os outros. Aquele que não sabe que não sabe, pensa que sabe. São os cegados pela malignidade os mais propensos a criticar e condenar. E podem possuir uma rebeldia maldosa em seu caráter. Lembre-se: a sentença que você passar para outros, estará sendo passada sobre você mesmo. Lembre-se também de que aqueles com quem você lida tem sensibilidades tão afiadas quanto as suas. Uma palavra amável, uma mão ajudadora, um braço sobre os ombros com compaixão, podem salvar estes “cactos” da ruína.

Demonstre misericórdia, bondade, simplicidade, paciência, perdão, e amor para com estas pessoas rudes. Algumas não conseguirão florescer nem mesmo depois de 80 anos porque não se interessam por isto, deixando sempre e somente os espinhos à vista e machucando a todos constantemente. Então, temos que nos proteger delas.

Outras aprenderão a abandonar seus espinhos e usar defesas mais adequadas ao se sentirem ameaçadas. Florescerão! Elas precisam de consciência (percepção) e escolha de comportamento melhor, como todos nós. Reflita seriamente sobre este pensamento: “Primeiro de tudo, olhe-se a si mesmo. Depois … olhe-se de novo.”

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Esquizofrenia: a principal psicose

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Psicose é uma alteração mental grave que tira a pessoa da realidade, diferente da neurose que é bem mais branda e não afeta tanto a vida social, familiar e de trabalho do indivíduo. A esquizofrenia é a psicose mais comum dentre as doenças mentais graves. Ela atinge entre 0,3% e 0,7% da população geral, encontrada em todos os povos e em todas as classes sociais e econômicas e raças, e é levemente mais comum nos homens.

Psicose é uma alteração mental grave que tira a pessoa da realidade, diferente da neurose que é bem mais branda e não afeta tanto a vida social, familiar e de trabalho do indivíduo. A esquizofrenia é a psicose mais comum dentre as doenças mentais graves. Ela atinge entre 0,3% e 0,7% da população geral, encontrada em todos os povos e em todas as classes sociais e econômicas e raças, e é levemente mais comum nos homens.

As pessoas sofrendo de esquizofrenia experimentam prejuízo social e ocupacional, porém com o devido tratamento algumas conseguem funcionar bem. Os sintomas surgem geralmente entre o fim da adolescência e antes dos 30 anos de idade. Nos homens é mais comum surgir entre 18 e 25 anos, e nas mulheres há dois picos de início dos sintomas, sendo um entre 25 e um pouco acima dos 30 anos, e outro após os 40 anos.

Existem sintomas positivos e negativos nesta doença. Positivos são os acrescentados à vida mental do esquizofrênico, que não existiam antes da doença se manifestar, como as alucinações (alterações da percepção), os delírios (alterações do conteúdo do pensamento), a fala desorganizada, agitação, catatonia (ficar parado muito tempo numa mesma posição). Os sintomas negativos são os que retiram algo normal da pessoa, como a expressão de sentimentos já que nesta psicose ocorre um bloqueio do sentir as emoções e expressá-las, também ocorrendo a perda da motivação, queda do rendimento escolar e a dificuldade de se manter num trabalho, por exemplo.

A genética tem um papel no surgimento da esquizofrenia, ainda que uma boa parte dos pacientes com esta doença não tenha parentes com esta psicose. Na família de um esquizofrênico há mais risco de surgir alguém com transtorno esquizoafetivo, doença bipolar, depressão e alterações dentro do espectro do autismo.

A genética não explica tudo porque estudos feitos com gêmeos univitelinos, portanto, idênticos, mostraram que um gêmeo desenvolveu esquizofrenia e seu irmão ou irmã idêntica não. Ainda quanto à genética, é possível que exista um gene defeituoso que favoreça esta enfermidade mental.

Uma pesquisa científica de base populacional sugeriu que o estresse grave ocorrendo numa mãe durante o primeiro trimestre da gestação pode alterar o risco de esquizofrenia no filho (Khashan et al., 2008). Estressores graves no ambiente familiar podem ter uma interação com efeitos combinados de múltiplos genes suscetíveis e, portanto, influenciar o neurodesenvolvimento na ligação mãe-bebê ainda na fase intrauterina. (Gabbard, Glen, Psiquiatria Psicodinâmica na Prática Clínica, 2016). E temos que pensar que “a esquizofrenia é uma doença que acontece a uma pessoa com uma constituição psicológica singular.” (Gabbard, op. cit.).

Harry Stack Sullivan, psiquiatra e psicanalista norte-americano, que dedicou sua vida ao tratamento da esquizofrenia, segundo o dr. Glen Gabbard (op.cit) acreditava que a causa da esquizofrenia resultava de dificuldades interpessoais precoces, especialmente na relação pais-criança. Segundo Sullivan (1962), a falha no papel materno produzia uma personalidade com muita ansiedade no bebê, prejudicando a criança ao fazê-la ter suas necessidades afetivas satisfeitas. Uma discípula de Sullivan, Fried Fromm-Reichmann (1950), enfatizou que as pessoas esquizofrênicas não estão felizes com seu estado de retraimento. Elas são, fundamentalmente, pessoas solitárias que não conseguem superar seu medo e desconfiança dos demais por conta de experiências adversas em etapas precoces da vida. (Gabbard, op.cit.).

É comum quem desenvolve a esquizofrenia apresentar sintomas antes da doença se instalar. Dentre eles estão o retraimento social, quando o indivíduo se afasta do convívio com amigos e mesmo parentes, também a perda do interesse no trabalho ou nos estudos, deterioração dos cuidados de higiene pessoal, crises de raiva, entre outros. Nem todos os indivíduos com uma psicose aguda requerem internação hospitalar, mas isto deve ser considerado para aqueles que possuem perigo de lesões em si mesmos e em outros.

O tratamento para a esquizofrenia deve ser orientado por um médico psiquiatra, envolve medicação antipsicótica, também é necessário a psicoterapia que oferece treinamento de habilidade sociais e outras ajudas, sendo importante também haver apoio social. A família será orientada quanto ao que ela pode fazer para ajudar o parente com a doença. Pelo menos 20% dos esquizofrênicos conseguem cura com o tratamento adequado.

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A importância do contato mãe-bebê para o futuro da criança

quinta-feira, 04 de fevereiro de 2021

A infância é um tempo crucial para o desenvolvimento do cérebro. É vital que os bebês e seus pais sejam apoiados durante este tempo para promover o vínculo. Sem haver uma ligação inicial boa, as crianças são menos prováveis de crescerem para serem adultos felizes, independentes e resilientes. A etapa mais importante para o desenvolvimento do cérebro é o começo da vida, iniciando no ventre e então no primeiro ano de vida. Na idade de três anos, o cérebro de uma criança tem atingido quase 90% do tamanho adulto.

A infância é um tempo crucial para o desenvolvimento do cérebro. É vital que os bebês e seus pais sejam apoiados durante este tempo para promover o vínculo. Sem haver uma ligação inicial boa, as crianças são menos prováveis de crescerem para serem adultos felizes, independentes e resilientes. A etapa mais importante para o desenvolvimento do cérebro é o começo da vida, iniciando no ventre e então no primeiro ano de vida. Na idade de três anos, o cérebro de uma criança tem atingido quase 90% do tamanho adulto. Este rápido crescimento cerebral e de circuitos tem sido estimado numa espantosa taxa de 700 a 1.000 conexões de sinapses por segundo neste período da vida. Impressionante, não é? As experiências que o bebê tem com seus cuidadores são cruciais para a rede de neurônios e habilita milhões e milhões de novas conexões no cérebro para serem feitas. Interações e comunicações repetidas com as pessoas próximas ao bebê ajudam memórias e relacionamentos a se formarem. Se experiências positivas não ocorrem entre o bebê e seus pais, os circuitos cerebrais necessários para a vivência de experiências humanas normais podem ser perdidos. Isto é frequentemente referido como um princípio que diz “use-o ou perca-o”, no contexto do que estamos falando, significa: use o cérebro ou perca-o. Estudos de casos trágicos de crianças “selvagens” que sobreviveram com um mínimo de contato humano, ilustra a severa perda da linguagem e do desenvolvimento emocional na ausência de amor, linguagem e atenção. Do mesmo modo, ainda que bebês tenham uma profunda predisposição genética para unirem-se a um pai amoroso ou mãe amorosa, isto pode ser quebrado ou prejudicado se um pai, mãe ou outro cuidador do bebê for negligente, descuidado e inconsistente ou incoerente no lidar com a criança. Por exemplo, um dia a mãe abraça o bebê e o beija com carinho, e horas depois se irrita pelo cansaço e age com frieza com ele. Você faz isso com sua criança? Você descarrega suas frustrações com seu marido sobre seus filhos? Você grita ou bate nos seus filhos mais por causa da desavença com sua esposa do que por erros cometidos por eles? Se você faz isso mamãe, papai, é hora de parar com este abuso para não prejudicar o cérebro destas crianças e para não criar uma base psicológica ou emocional para doenças mentais no futuro. No artigo “Feridas que o tempo não cura. A neurobiologia do abuso na criança”, publicado na revista científica chamada “Cerebrum” no ano 2000, o cientista Teicher relatou as seguintes patologias ou doenças em crianças que sofreram negligência nos primeiros anos de vida: (1) Reduzido crescimento no hemisfério cerebral esquerdo o qual pode levar à aumento associado do risco de depressão. (2) Aumento da sensibilidade no sistema límbico o qual pode favorecer o surgimento de desordens de ansiedade. (3) Redução no crescimento do hipocampo que poderia contribuir para deficiências no aprendizado e na memória. Estes resultados foram confirmados por casos de extrema negligência e resultados de crianças vivendo em orfanatos na Romênia. O médico psiquiatra do Departamento de Psiquiatria da Criança e Adolescência da Universidade de Birmingham, de Londres, Inglaterra, Dr. Rutter e colaboradores, tiveram um artigo publicado em 1985 na revista inglesa de psiquiatria, The British Journal of Psychiatry, que é o resultado de estudos sobre o desenvolvimento de crianças de um orfanato na Romênia adotadas em idades diferentes por famílias amáveis. Quando cada criança tinha 6 anos de idade, os pesquisadores avaliaram que proporção das adotadas funcionavam normalmente. Eles encontraram que 69% das crianças adotadas antes dos seis meses de idade; 43% das adotadas entre sete meses e 2 anos de idade e somente 22% das adotadas entre 2 anos e 3 anos e meio de idade funcionavam normalmente. Este estudo destaca a importância do apoio dos pais para com os bebês nos cruciais primeiros anos de vida. Entretanto, os pais podem se preocupar com coisas que não são tão importantes para o desenvolvimento do cérebro de seus filhos, tais como dar a eles um quarto próprio, comprar muitos brinquedos e levá-los a passeios caros nos feriados. No lugar disto, o presente mais valioso para uma criança é grátis: é o amor, o tempo e o apoio dos pais. Isto não é um sentimento vazio, superficial, sem sentido. A ciência está agora mostrando o por que o cérebro do bebê precisa de amor mais do que qualquer outra coisa.

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O que você pode fazer pela paz?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Quem supervisionou a criação da primeira bomba atômica foi o físico Robert Oppenheimer. Ele se apresentou diante de um Comitê do Congresso nos Estados Unidos e ali o perguntaram se havia alguma defesa contra aquela bomba. Ele respondeu: “... Ela é a paz.” (Compilado por Paul Lee Tan, Enciclopedia of 7.700 Illustrations: Signs of the Times, Rockville, Maryland: Assurance Publishers, 1985, p.989).

Quem supervisionou a criação da primeira bomba atômica foi o físico Robert Oppenheimer. Ele se apresentou diante de um Comitê do Congresso nos Estados Unidos e ali o perguntaram se havia alguma defesa contra aquela bomba. Ele respondeu: “... Ela é a paz.” (Compilado por Paul Lee Tan, Enciclopedia of 7.700 Illustrations: Signs of the Times, Rockville, Maryland: Assurance Publishers, 1985, p.989).

Nunca conseguiremos paz no mundo? Desde que a história da humanidade passou a ser registrada, calcula-se que o mundo esteve completamente em paz apenas cerca de 8% do tempo. Pelo menos oito mil tratados de paz foram violados. Durante os 50 anos seguintes ao fim de Primeira Guerra Mundial, aquela que poderia ter acabado com todas as guerras, houve apenas dois minutos de paz para cada ano de guerra em nosso planeta.

Em 1895, Alfred Nobel, o inventor da dinamite, estabeleceu um fundo para criar um prêmio para indivíduos que dessem uma contribuição extraordinária à paz. Porém, nas últimas décadas, até alguns ganhadores do Nobel da Paz estiveram envolvidos em conflitos violentos. (“O nobre Príncipe da Paz”, Lição da Escola Sabatina - professor, 23 de janeiro 2021, p. 64, Casa Publicadora Brasileira).

Será que temos que matar as pessoas que matam outras para ensinar à sociedade que não se deve matar? Você pode não matar fisicamente uma pessoa, mas pode matar emocionalmente, desprezando-a, usando-a como um objeto de satisfação pessoal seja na busca de prazeres sexuais, seja para construir um império econômico.

Lá por 2005 havia uma série de pequenas lojas, incluindo um pequeno supermercado perto de onde eu morava, no Estado da Georgia, perto da fronteira com o Tennessee, nos Estados Unidos. Então, a maior rede de supermercados daquele país cheio de paradoxos, começou a construir mais uma filial ali pertinho. Conclusão: acabou com o pequeno negócio do humilde supermercado local. Por que donos de empresas bilionárias não saciam com o que já possuem e destroem a paz dos pequenos comerciantes?

Países são prejudicados devido à corrupção. Como vivem as pessoas dos países que possuem menos ladroagem dos seus governantes? Quando milhões de reais são desviados por governantes para fins pessoais, a população sofre desnecessariamente. Perde-se a paz e o progresso que poderia existir naquele município, estado, país.

Outra maneira de se destruir a paz é pela fofoca, falsas notícias, conhecidas hoje por fake news. Existem fake news disseminadas apenas por maldade pura, como os e-mails que chegam ao nosso computador que simulam ser de empresas conhecidas, e se você clicar onde é dito para fazer isso, seu computador irá adquirir algum vírus. E existem as fake news que servem para enganar a população, servem aos conflitos de interesses de uma minoria no poder, praticados tanto por indivíduos quanto por corporações.

Hoje você pode promover a paz. Como? Sendo verdadeiro. Não lançando fofocas por aí. Auxiliando algum necessitado de qualquer coisa. Cultivando gratidão. Abra a torneira da pia de sua cozinha. Sai água? Já pensou o que significa ter água nas torneiras de sua casa? Já pensou em que milhões de pessoas não possuem água encanada e tem que buscá-la com latas e galões muitas vezes em longas distâncias indo à pé? Tem muita coisa em nossa vida para sermos gratos, mesmo em meio à conflitos.

Você pode contribuir para a paz jogando o lixo no lixo, lendo algo educativo, cedendo a vez no trânsito, compartilhando alimentos e roupas, tomando decisões honestas em sua empresa, no uso de seu poder público, em seu negócio. Não vamos ter prefeita paz neste mundo antes do seu fim em breve. Mas hoje você e eu podemos cooperar para aliviar o sofrimento de alguém, de você mesmo também. Façamos isso.

 

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