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A maconha é uma erva medicinal segura?

quinta-feira, 03 de dezembro de 2020

Dr. James Rippe, formado em medicina na Universidade de Harvard, autor do livro “Lifestyle Medicine” (“Medicina do Estilo de Vida”), e o dr. Hildermar Santos, professor na Escola de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, Califórnia (EUA), falam do assunto sobre o uso da maconha (cannabis sativa) como erva medicinal num artigo interessante (Órion, segundo caderno, p. 4, março 2015), e aqui cito algumas informações deles.

Dr. James Rippe, formado em medicina na Universidade de Harvard, autor do livro “Lifestyle Medicine” (“Medicina do Estilo de Vida”), e o dr. Hildermar Santos, professor na Escola de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, Califórnia (EUA), falam do assunto sobre o uso da maconha (cannabis sativa) como erva medicinal num artigo interessante (Órion, segundo caderno, p. 4, março 2015), e aqui cito algumas informações deles.

De forma geral a indicação da maconha para tratamento é relacionada com a tentativa de diminuir o vômito e náusea de pacientes com câncer ou Aids e aumentar o apetite nestes pacientes (pessoas com certos tipos de câncer e Aids perdem muito peso). Também é usada para alívio de dor, podendo produzir alívio nos sintomas da esclerose múltipla, dor forte na neuropatia periférica, e para pessoas que são epilépticas graves e que não tiveram melhora com o tratamento convencional.

Os achados científicos revelam um efeito terapêutico modesto, mais ligados ao controle da dor, alívio de náuseas e vômitos, e estimulação do apetite. (Arch Gen Psychiatry 2000; 57:547-552 – Vol.57 nº 6, june 2000.) O canabidiol, extraído da maconha, não cura os problemas de saúde, e sim tem efeito sintomático. E há os efeitos danosos pelo seu uso, dentre eles pode desencadear um tipo de surto psicótico em algumas pessoas sensíveis, com surgimento de alucinações auditivas e visuais, “contato” com pessoas invisíveis.

A maconha pode causar depressão, taquicardia, arritmia cardíaca, problemas reprodutivos, dependência e câncer. Pessoas que fumam um cigarro de maconha por dia têm o mesmo risco de câncer de pulmão que aqueles que fumam um maço de cigarros por dia. Produz também prejuízos no sistema imunológico e há evidências de aumento do risco de câncer da boca, língua, garganta e pulmões.

É desaconselhável o uso da cannabis sativa em pessoas com problemas coronários por aumentar o risco de morte por enfarto, que é a causa número um de morte no mundo. Importante para rapazes adultos jovens é a informação de que a maconha produz a redução do esperma, com a consequente diminuição do número de espermatozoides, queda da produção de testosterona e diminuição do tamanho dos testículos. E para as mulheres a maconha pode causar alterações no ciclo menstrual e facilitar o câncer de mama.

Como a maconha diminui os reflexos e altera a percepção das coisas em movimento, isto pode estar na causa dos acidentes de automóveis. Além disso, de 8% a 20% de seus usuários ficam dependentes da erva. Os sintomas principais da abstinência da maconha incluem: irritabilidade, agressividade, ansiedade, depressão, insônia, sudorese, náusea, vômito, taquicardia e “fissura” para usar a droga de novo.

Estudos feitos na Universidade da Carolina do Sul sobre os efeitos da maconha, dr. Prakash Nagarkatti e sua equipe, verificaram que um grupo de compostos desta erva suprime funções do sistema imune “fazendo com que o usuário seja mais suscetível a infecções e a alguns tipos de câncer". Afirmou ainda o dr. Nagarkatti: "Acreditamos que a chave para essa supressão seja um único tipo de célula imunológica, que só recentemente foi identificada, chamada célula supressora derivada da mieloide, MDSCs". Parece que estas células MDSCs suprimindo o sistema imunológico, promovem o crescimento do câncer. (http://emedix.com.br/not/not2010/10nov24imu-eji-nsr-maconha.php, visitado em 5 maio 2015).

Já que estudos mostram que a maconha afeta o sistema de defesa de nosso corpo, entre outros efeitos sérios, compensa usá-la para fins medicinais, ainda mais em período de pandemia?

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Pandemia maluca

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Um rapaz buzinou no portão de casa. Era um conhecido jovem que estava trazendo algumas compras de supermercado para mim. Como sou do grupo de risco para esta pandemia maluca e cheia de conflitos de interesses por parte de empresários, governo, laboratórios farmacêuticos, eu havia solicitado que trouxesse algo para mim. Isto foi no início da pandemia em março e abril deste ano.O rapaz deixou as sacolas no portão. Agradeci e disse que faria a transferência para a conta dele do valor das compras e acrescentaria um pouco mais como agradecimento.

Um rapaz buzinou no portão de casa. Era um conhecido jovem que estava trazendo algumas compras de supermercado para mim. Como sou do grupo de risco para esta pandemia maluca e cheia de conflitos de interesses por parte de empresários, governo, laboratórios farmacêuticos, eu havia solicitado que trouxesse algo para mim. Isto foi no início da pandemia em março e abril deste ano.O rapaz deixou as sacolas no portão. Agradeci e disse que faria a transferência para a conta dele do valor das compras e acrescentaria um pouco mais como agradecimento. Com um sorriso simpático ele se despediu, entrou no carro e partiu.

Aí começou e continuou a ansiedade. Meus pensamentos estavam à mil. Pensava comigo mesmo: Preciso pensar que estas sacolas de supermercado podem estar contaminadas. Eu havia separado um local específico para colocar qualquer compra que chegasse para ali fazer o processo de higienização. Que coisa chata! Que realidade desagradável!

Meus pensamentos continuaram acelerados pensando em mil coisas. Tirei as coisas das sacolas, e fui higienizando produto por produto. Coloquei frutas e verduras numa vasilha com água misturada com água sanitária. Precisava abrir a torneira da pia da cozinha, mas pensava: Não posso me esquecer que toquei naquelas compras, e assim preciso higienizar minhas mãos para não correr o risco de contaminar a torneira. Não podia me esquecer também da maçaneta da porta da cozinha. De dentro e de fora da porta!

A loucura continuou. Agora preciso limpar o balcão onde havia colocado as compras. Depois, pensei, preciso limpar minhas mãos novamente, afinal tinha tocado no balcão. Não! Não precisava, porque havia lavado as mãos com sabão. Sim, precisava, porque havia tocado nas sacolas para jogá-las no lixo. Então, vou lavar novamente as mãos.

Agora preciso deixar as frutas, verduras e legumes de molho um tempo suficiente para matar o danado do vírus que poderia estar ali. Onde está este cara? Na sola do sapato? Na sacola do mercado? Na embalagem do biscoito? Na casca da maçã? No troco que o caixa da padaria me deu? Na maçaneta do meu carro? No volante? Que maluquice!

Minha ansiedade e medo diminuíram após uns três meses de início da pandemia. Comecei a sair, ainda vigilante, ou seja, sem relaxar, para comprar algo, com máscara, mantendo distância das pessoas, coisa nem sempre possível num supermercado. Usando álcool em gel na entrada da loja, na saída, ao sentar no banco do meu carro. Seria bom se o álcool em gel limpasse uma mente ansiosa e a corrupção de líderes da nação, não é?

Certo dia, também lá pelo terceiro ou quarto mês da pandemia, meus netinhos vieram me visitar com a mãe, minha filha, e meu genro. Eu morria de saudades deles. Senti uma ambivalência. Que bom que eles vieram, e que preocupante eles terem vindo! Meu netinho mais novo, de 3 anos de idade, em certo momento correu para mim, para me abraçar, e eu corri dele com medo da contaminação, minha e dele. Ele chorou, foi para o colo da mãe que o acolheu e meu coração ficou partido. Vírus maldito que parte nosso coração e não só infecta nossos pulmões!

A ansiedade diminuiu mais, o medo de contaminação reduziu muito. Troquei uma ideias com colegas médicos. E recomecei a abraçar meus netinhos, todos com máscara ainda, mas, ufa!, um alívio, para mim e para eles. Afinal, estamos todos num mesmo barco. Somos frágeis. Não temos vida em nós mesmos de modo que possamos, como disse Jesus: “Tenho poder para dar a minha vida, e poder para tornar a tomá-la.” (João 10:18).

Ricos, pobres, pretos, brancos, religiosos, não-religiosos, todos estamos na mesma situação de fragilidade quanto à este vírus e tantas outras coisas. Vírus este que invadiu o planeta porque pessoas se contaminaram ao comerem animais proibidos por Deus como alimento, como descrito em Levíticos capítulo 11 na Bíblia, não sendo coisa só para judeus do Antigo Testamento. As leis de saúde descritas ali quanto à alimentação são para sempre. O exclusivo para os judeus eram as leis cerimoniais. Não o Decálogo (Êxodo 20), não as Leis da Saúde (Levítico 11).

Não se iludam. A pandemia do vírus corona pode passar, mas virão outras situações dolorosas para a humanidade. Isto não é pessimismo, é realismo. Um mundo onde a corrupção, a mentira (fake news), a fraude, o materialismo domina, não é democrático, não é justo, não evolui para o bem e não durará para sempre. O mal sempre destrói o mal. Mas hoje você pode escolher o bem e praticá-lo. Isto pode fazer diferença para um grupo de pessoas, mesmo que pequeno, sob sua influência. Pode diminuir sua ansiedade, culpa, medo de ser descoberto. E você poderá abraçar as pessoas com paz no coração. E com máscara. Ainda.

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Por que ser honesto?

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Existe um motivo para ser honesto que realmente nos impeça de mentir? O médico Alex Lickerman escreveu um interessante artigo com o título acima que foi publicado em 23 de fevereiro de 2014 no site www.psychologytoday.com. ,Vou compartilhar com você agora algumas ideias dele e minhas sobre este tópico.

Existe um motivo para ser honesto que realmente nos impeça de mentir? O médico Alex Lickerman escreveu um interessante artigo com o título acima que foi publicado em 23 de fevereiro de 2014 no site www.psychologytoday.com. ,Vou compartilhar com você agora algumas ideias dele e minhas sobre este tópico.

Podemos mentir de formas variadas e às vezes meio subconscientemente. Porém, a maioria de nós mesmo mentindo se considera honesta. Há alguns anos li um artigo excelente no Jornal do Brasil onde foi explicado sobre a razão pela qual políticos mentem de forma cínica sem aparentar nenhum remorso ou preocupação com isso. O articulista dizia que eles mentem porque acreditam na mentira como sendo verdade.

Talvez isso seja verdade para alguns. Só para alguns. Quando um político promete que vai construir hospitais, creches, estradas, parques públicos, viadutos, escolas, pode não necessariamente sofrer de megalomania, mas acreditar que será capaz de fazer tudo isso em quatro anos de mandato. É como se fosse uma ingenuidade. Mas a maioria não é ingênua quando promete isto nas campanhas para serem eleitos. Eles mentem conscientemente e querem ludibriar os indivíduos movidos pela emoção, ou por alguma doação miserável de cesta básica, tijolos e cimento para construção, ou algo correspondente.

No livro “The (Honest) Truth About Dishonesty”, “A (honesta) verdade sobre desonestidade”, Dan Ariely oferece evidências de que somos capazes de acreditar que somos honestos, embora mentimos ou trapaceamos fazendo isso às vezes apenas de pequenas maneiras. Portanto, somos capazes de dizer a nós mesmos que somos honestos e que só somos desonestos das maneiras que achamos não importar. É possível você mentir ou trapacear de pequenas maneiras que lhe dê vantagens, mas ainda assim ver a si mesmo como fundamentalmente honesto. Que maluquice, não é?

Lickerman afirma que há bons motivos para você ser honesto, mesmo quando acha que não precisa ser. Vejam três deles: Ao contar uma pequena mentira você corre o risco de ser desmascarado e ser revelado como mentiroso, o que não só prejudica sua reputação, mas também reduz a tendência dos outros confiar em você. Além disso, uma mentira frequentemente leva à necessidade de contar outra mentira talvez maior, com risco de consequências negativas mais complexas serem descobertas. Você não pode prever as consequências de contar uma pequena mentira e, se essas consequências forem mais ruins do que você esperava, seu senso de responsabilidade e, portanto, a culpa pode causar muito mais angústia do que você imagina.

Mas cabe uma pergunta: será que os corruptos sentem angústia devido aos seus atos desonestos? Será que quando deitam em sua cama de noite para dormir surge tristeza por pensar que está roubando a população? Os corruptos têm remorso? O que é, e quem é que os domina a ponto de arranjarem desculpa para suas atitudes corruptas e não terem senso de culpa, arrependimento? Será que o corrupto domina a si mesmo, ou será que é dominado, e, equivocadamente alega ser livre?

Dr. Alex levanta uma pergunta parafraseada aqui: “O que torna a mentira tão atraente que leva o corrupto a praticá-la frequentemente? Em geral é para obter a vantagem da proteção. Que proteção? De si mesmo. O corrupto mente para se proteger da maldade que pratica ou está intencionando a praticar. Mente cinicamente diante de uma CPI para evitar constrangimento, vergonha, conflito, perda da função, prisão.

Mente por causa de conflitos de interesses, para conseguir o que deseja, geralmente para obter riqueza material de modo fácil e rápido. Mente para tentar passar uma imagem boa de si para a comunidade, para tentar obter respeito das pessoas, para fingir que é virtuoso, escondendo, temporariamente, a verdade de seu caráter corrupto. O que você, que é corrupto, diz para seu filho e para sua filha, ambos adolescentes, que vê a mansão que você comprou roubando dinheiro público, e pergunta: “Papai, como você conseguiu comprar esta imensa casa neste condomínio de luxo?”

Viver na mentira perpetua o estresse. Embota o cérebro. Prejudica o sistema imunológico. Rouba a paz mental. Produz mais sofrimento na comunidade. É verdade, pode fornecer um nível econômico de vida de classe social alta. Mas há uma imensa diferença entre boa qualidade de vida (física, mental e espiritual) e alto padrão de vida. Uma coisa não está necessariamente atrelada à outra. Os corruptos não são felizes e não possuem paz.

Sendo honesto e honesta, na sua família, no trabalho, na sua comunidade religiosa, na sua função no Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, muitas pessoas serão ajudadas, e você prestará imenso benefício para o alívio do sofrimento humano comunitário. Não é esta uma das melhores gratificações na vida?

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Aspectos emocionais da infertilidade

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A infertilidade é causada por uma variedade de fatores. Dentre eles e do ponto de vista de alterações biológicas, estão a síndrome do ovário policístico, endometriose e homens com baixa quantidade de esperma. Porém, cientistas têm verificado a importância do fator emocional na dificuldade para engravidar.

A infertilidade é causada por uma variedade de fatores. Dentre eles e do ponto de vista de alterações biológicas, estão a síndrome do ovário policístico, endometriose e homens com baixa quantidade de esperma. Porém, cientistas têm verificado a importância do fator emocional na dificuldade para engravidar.

Não é raro que um casal que tenta ter filhos por vários anos, ao decidir adotar uma criança, depois da adoção ocorre a gravidez. Isto possivelmente pode ser explicado pela diminuição do estresse após adotar uma criança, sendo que esta redução do estresse produz reações neuroendocrinológicas no casal. E temos que compreender que decidir ter um filho é algo sério, por envolver muita coisa na vida do pai e da mãe. Por isso é importante que o casal esteja em harmonia quanto a querer mesmo um filho. Se o marido ou a esposa não estão ainda decididos a ter uma criança, é melhor esperar o momento apropriado que é quando ambos queiram.

Muitas vezes a pressão para engravidar vem da pessoa que quer o filho. Neste caso, a mulher que quer engravidar pode se tornar muito estressada e tensa sobre isto, e este nervoso prejudica a concepção. Muita ansiedade prejudica a fisiologia. Quanto menos estressada a mulher ficar, quanto melhor conseguir crer que seu organismo funcionará bem, quanto mais confiar na natureza e no Deus da natureza, mais provável é que engravide, desde que sejam afastados diagnósticos clínicos que impedem a concepção.

Estudos verificaram que as mulheres inférteis tendem a ter uma personalidade mais dependente, são mais ansiosas do que as férteis e apresentam conflitos quanto à sua feminilidade e medo associado com a reprodução. Nos homens se têm verificado que existe uma relação entre estresse emocional e oligospermia ou presença de pouco esperma. A impotência produz estresse no homem o que contribui para a infertilidade também. Estudos sugerem que cerca de 10% da infertilidade pode ser parcial ou completamente explicadas devido à impotência, que é uma disfunção sexual masculina.

Já que a infertilidade é experimentada pelo casal com grande tensão emocional, a psicoterapia é indicada como parte do tratamento, a qual pode resultar na correção do que emocionalmente contribuía para a infertilidade ou pode ser usado para ajudar o casal e aceitar a perda e a impossibilidade de engravidar pela presença de doença física.

As mulheres em geral aceitam melhor o problema de infertilidade, enquanto que os homens tendem a ver isto como uma vergonha para sua masculinidade. Mas na verdade pode ocorrer com ambos uma série de sentimentos, além da ansiedade e medo, podendo ser culpa, frustração, inveja, vergonha, desesperança ou raiva.

Dois médicos ginecologistas e obstetras pesquisadores, Machelle Seibel e Melvin Taymor, do setor de Endocrinologia Reprodutiva do Hospital Beth Israel e da Faculdade de Medicina de Harvard, publicaram um trabalho científico com o título “Aspectos emocionais da infertilidade”, no qual comentam que de 40% a 50% dos casos de infertilidade podem ser relacionados com fatores emocionais. Alguns casais possuem traços de personalidade que favorecem a inabilidade para conceber. Por exemplo, casais inférteis têm uma postura mais ambivalente quanto a crianças, ou seja, têm uma mistura de emoções, quer e não quer, deseja e não deseja, gosta mas não gosta, sim e não.

A situação de um casal pode ficar tão tensa quanto à infertilidade, que ambos passam a ter muito estresse na hora das relações sexuais, porque na cabeça deles ao invés de existir um relax para “fazer amor”, surge uma tensão para ter que “fazer um bebê.” E esta tensão pode prejudicar a fisiologia da concepção. Por exemplo, o excesso de produção dos hormônios catecolaminas prejudica a atividade do óvulo fecundado na trompa. O estresse pode afetar os nervos do útero, das trompas e dos ovários prejudicando a ovulação, o transporte do ovo e a implantação dele no útero.

Uma equipe de cientistas liderados por SSC Yen (1978) descreveu que muitas pessoas com problemas numa região do cérebro chamada hipotálamo tiveram falta de ovulação crônica, e este problema surgiu após problemas psicossexuais e traumas ambientais ocorridos antes ou em torno da puberdade, ou início da adolescência.

Se você luta com problemas de infertilidade ou conhece alguém assim, cuja causa não parece ser física, está indicado a procurar aconselhamento profissional para corrigir possíveis problemas com relacionamento conjugal, dificuldades sexuais, ansiedade excessiva, estresse exagerado, estados depressivos.

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Quer melhorar a sua autoestima?

quinta-feira, 05 de novembro de 2020

Do ponto de vista espiritual é difícil pensar em autoestima porque como seres humanos todos possuímos egoísmo inato. Ao longo da vida temos, então, a chance e a escolha de lutar contra isto para nosso próprio bem e nossa utilidade em auxiliar outras pessoas.

Do ponto de vista espiritual é difícil pensar em autoestima porque como seres humanos todos possuímos egoísmo inato. Ao longo da vida temos, então, a chance e a escolha de lutar contra isto para nosso próprio bem e nossa utilidade em auxiliar outras pessoas.

Por outro lado, quando pensamos em autoestima sob o ponto de vista psicológico, muitos de nós necessitamos de correções em nossa maneira de pensar, de sentir, de agir, de nos relacionarmos com os outros e conosco mesmos a fim de melhorar a autoestima que prefiro chamar de autorrespeito. Vamos ver algumas coisas práticas sobre isto.

Primeiro de tudo para você conseguir melhorar seu autorrespeito perceba se surgem em sua mente pensamentos de auto-ataque, de auto-depreciação. Se isto ocorre, então interrompa estes pensamentos assim que eles surgirem, dizendo para si mesmo: “Não vou permitir que este tipo de pensamento continue aqui em minha consciência me perturbando.” E em seguida focalize sua mente em outra coisa.

Faça algo, se possível a cada dia, que não tenha vontade de fazer e que talvez você esteja adiando faz tempo. Isto auxilia a expandir a capacidade de lidar com a frustração. Outra coisa é valorizar o que você consegue fazer e ser. No final do dia, ao deitar, pense um pouco no que conseguiu realizar naquele dia, especialmente aquilo que não tinha vontade de fazer, mas fez porque era necessário. Também pense em algum tipo de comportamento que você conseguiu ter e que foi melhor do que no passado. Valorize estas conquistas, agradecendo a Deus por ter conseguido praticá-las.

Importante também para melhorar seu autorrespeito é cuidar bem de sua aparência física. Isto não significa que você vai ficar obsessivo, obsessiva com seu corpo, seu rosto, seu vestuário. Obsessão é doença. Mas cuidar bem de sua estética mantendo seu corpo asseado, com bom odor, cuidar de seu peso, manter seu cabelo penteado e limpo, usar roupas limpas e arrumadas, tudo isto é saudável e contribui para seu bem estar mental. Li um texto certa vez que o autor dizia que às vezes colocava um ótimo perfume não porque iria a uma festa, mas porque ele mesmo queria sentir aquele odor agradável. É como você dar um presente para si mesmo.

Muito importante para evitar cair numa baixa autoestima é se tornar pedinte de afeto e de atenção aos outros. Sim, precisamos ser amados. Mas cuidado para não cair numa postura de carente porque as pessoas ao seu redor não o amam da maneira como você gostaria. Lembre-se de que não há ser humano que possa nos amar de forma ideal. Isto significa que sempre existe uma falta nesta questão. Mas você pode gostar de si mesmo e se tratar bem independentemente da maneira como as outras pessoas tratam você.

Faça esforços para ler e estudar algo proveitoso. Não é ler besteira. Seu cérebro feito de forma tão maravilhosa por Deus não merece isso. Quem sabe você pode fazer algum curso pela internet, ou numa escola, no Senai, Sesi, Senac, Sebrae, ou um curso superior que sempre desejou fazer. Nunca é tarde para começar a estudar. E lendo algo proveitoso, que possa ser útil para você ajudar alguém, ajuda muito sua noção de valor pessoal.

Finalmente, uma prática que produz muito bem estar pessoal e ajuda no autorrespeito tem que ver com você fazer alguma coisa para aliviar o sofrimento de alguma pessoa, de qualquer pessoa, seja da sua família ou não, da sua rede de amizades ou não. Ajudar voluntariamente promove saúde física, saúde mental e espiritual, fortalece o sistema imunológico. Ajudar ajuda a quem oferece ajuda. Pratique estas coisas e veja como seu respeito pessoal irá melhorar, claro, mantendo uma postura de simplicidade, humildade e não de arrogância.

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Amor maduro e amor imaturo

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (White, E.G., Minha Consagração Hoje, p.80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

“O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (White, E.G., Minha Consagração Hoje, p.80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Isto não quer dizer que manifestaremos a mesma forma de amor para com todos. Quer dizer que não odiaremos as pessoas, mas procuraremos entendê-las e ter compaixão para com aquelas menos equilibradas, mais sofridas, mais rudes.

Isto também não quer dizer que teremos que ter o mesmo nível de sentimento por todas as pessoas. Há pessoas não amáveis no sentido de não permitirem ser amadas. Rejeitam o amor oferecido a elas seja por atitude fria ou agressiva. Então temos que deixá-las seguir e afastar até que elas possam aceitar nosso oferecimento de amor.

Há hora de afastar e de aproximar. Há hora de falar do amor e hora de ficar quieto. Há hora para tudo e nem sempre é hora para tudo. O silêncio pode ser ouro em certos momentos. Assim como a boa palavra falada na hora certa é bálsamo e justiça.

Na filosofia grega coloca-se o conceito de amor em três dimensões, tais como o amor fraternal – ágape; o amor sexual – eros, e o amor amizade – filia. Mas o amor é um só, de uma única fonte, que se manifesta de forma diferente, em momentos diferentes e pessoas diferentes, segundo a capacidade e a necessidade de cada um.

Amor não é paixão, nem sexo, nem “ficar”. O amor é paciente e bondoso, não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor dura para sempre.

Quando alguém se apaixona é bem provável que esta paixão esteja ligada à imagem que a pessoa criou em sua mente de como o objeto amado é. Ela está apaixonada, então, pela imagem da pessoa que criou em sua própria mente, a qual pode ser muito diferente da pessoa que está ali presente na realidade de sua vida.

Daí será necessário um ajuste. Vai ter que cair do “andor” da paixão para chegar-se à realidade do que o outro é. Quando cai este “amor” idealizado, daí pode começar o amor maduro. Tudo dependerá de como a pessoa lidará com a realidade. Sua e do ser amado. O diálogo será então fundamental. Não é mais sexo ou mais presentes. Envolve diálogo sobre o que dói e o que alegra, sobre o que agrada e desagrada, sobre o que gosta e não gosta. Mas tem que ser um diálogo sincero, com respeito, e aceitação do que cada um pode ser neste momento da vida.

O amor maduro produz felicidade e desprendimento. Com ele você fica em paz mesmo que as coisas em volta estejam desabando. O amor tem que ser firme no sentido de colocar limites contra abusos. O amor diz verdades de uma forma respeitadora mas firme. O amor não ataca as pessoas e nem condescende ou se compromete com o erro, a mentira, o engano.

Você quer ter este tipo de amor? Ele não é vendido em comprimidos nas farmácias, nem encontrado em hospitais. Você precisa desenvolver, treinar, desejar ardentemente tê-lo e fazer sua parte para obtê-lo. E pedir. Ele é grátis. Se você deseja este amor para realmente amar as pessoas e ajudá-las, o terá. Se for para se aproveitar delas ou “faturar” (materialmente ou não), não o terá. Este amor não é bobo, nem ingênuo, nem manipulável. O amor é um poder. Quem quiser pode tomá-lo de graça da fonte, o criador do universo.

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Aspectos emocionais do câncer

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Estamos nos aproximando do final de outubro, mês em que, tradicionalmente, se faz campanha para a prevenção do câncer de mama. Gostaria de trazer para você algumas informações sobre atitudes que colaboram para a saúde ou doença, para ajudar na luta contra o câncer e, na verdade, para qualquer tipo de enfermidade.

O câncer não é apenas uma doença, mas diversas doenças interrelacionadas. O câncer pode ser uma indicação de que existe alguma outra coisa errada na vida da pessoa. Ele é resultado de um último esforço do organismo contra a morte. Pode ser que haja predisposição herdada.

Estamos nos aproximando do final de outubro, mês em que, tradicionalmente, se faz campanha para a prevenção do câncer de mama. Gostaria de trazer para você algumas informações sobre atitudes que colaboram para a saúde ou doença, para ajudar na luta contra o câncer e, na verdade, para qualquer tipo de enfermidade.

O câncer não é apenas uma doença, mas diversas doenças interrelacionadas. O câncer pode ser uma indicação de que existe alguma outra coisa errada na vida da pessoa. Ele é resultado de um último esforço do organismo contra a morte. Pode ser que haja predisposição herdada.

Em um estudo científico envolvendo 152 pessoas, o psicólogo Lawrence LeShan, que trabalhou mais de 20 anos com pacientes terminais, verificou algumas características interessantes sobre a postura emocional ou mental encontrada nas pessoas que desenvolveram algum tipo de câncer.

Ele observou que nos pacientes que atendeu houve perda da razão para viver e incapacidade de estabelecer novos relacionamentos. Eles podem ter feito tentativas de encontrar relacionamentos substitutos, mas falharam, e as pessoas da pesquisa que tinham câncer permaneceram isoladas, mesmo cercadas pela família e amigos. Ele encontrou isto em 109 pessoas (72%) do total das 152 estudadas.

Um segundo achado do estudo foi que 71 pessoas (47%) tiveram incapacidade de demonstrar hostilidade em sua autodefesa. Ou seja, tinham a sensação de que seus desejos não mereciam ser defendidos e tinham importante dificuldade em colocar limites para pessoas abusivas.

Também foi verificado em 58 pessoas (38%) que houve tensão pela morte de um dos pais. Para algumas pessoas o vínculo com o pai ou a mãe, ou ambos, é muito forte, muito entranhado, e quando o pai ou a mãe morre, este filho ou esta filha que cultivou este vínculo muito apegado aos pais, sofre mais do que os filhos que não tiveram o desenvolvimento dessa união afetiva talvez exagerada.

Dr. LeShan percebeu que havia em muitos pacientes com câncer a presença de auto-desprezo, falta de auto-confiança, desrespeito por suas próprias realizações. Muitos tiveram a sensação de desespero com a qual conviveram a vida toda. Também, foi verificado que vários pacientes com câncer tinham mais emoções do que energia para expressá-las, ou seja, possuíam pouquíssimos ou nenhum canal de expressão emocional. Quando alguém reprime sentimentos que precisariam ser expressados, eles irão sair por outro meio, podendo ser através de sintomas psicossomáticos.

Dr.Samuel Silverman, médico da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, escreveu: “Se houver uma tendência latente para desenvolver um câncer, a incapacidade para expressar seus sentimentos irá atingir o corpo em algum ponto vulnerável.” (“Brigando pela Vida – Aspectos Emocionais do Câncer”, Lawrence LeShan,  Summus Editorial, 1994, p.74).

Algumas poucas, mas importantes, atitudes que podem ajudar quanto ao câncer, ou outra doença, seja para prevenir ou lidar com ele, são: tenha uma alimentação vegetariana, pratique exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, tome oito copos de água por dia longe das refeições, elimine substâncias tóxicas como o tabaco, álcool, cafeína, açúcar refinado e outros produtos ruins para a saúde, se exponha à luz solar pelos menos uns 15 minutos cada dia, respire ar puro, durma em média oito horas  cada noite.

Quanto às atitudes mentais, procure encontrar um sentido para a vida maior do que desejo de cura física. Você quer cura para fazer o que com sua vida? Se for para algo altruísta, algo que tenha um significado de compaixão pelas pessoas, certamente seu sistema imunológico funcionará melhor no combate da doença.

Tente descobrir qual a melhor maneira de ser útil com o que você é, com seus talentos, com o que pode ser aprendido, com seus recursos financeiros. Aprenda que você pode expressar emoções e emitir opiniões e ser ainda amado, amada e aceita. Busque adquirir autoconhecimento para viver com melhor verdade emocional. Observe o que está certo em sua pessoa. Pense no que você consegue fazer de bom, e aprimore isso. Valorize estas coisas ao invés de focar no negativo e se depreciar ou desvalorizar.

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Você está repetindo no presente o que viveu no passado?

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Maria nasceu no interior, sendo a mais velha de cinco irmãos. Sua mãe cuidava da casa, seu pai era empregado numa fazenda e tinha problemas com a bebida. A epidemia é tal que até 17% dos homens na população em geral e 8% das mulheres cumprirão os critérios de alcoolismo durante a vida. (https://www.alcohol.org/statistics-information/ )

Maria nasceu no interior, sendo a mais velha de cinco irmãos. Sua mãe cuidava da casa, seu pai era empregado numa fazenda e tinha problemas com a bebida. A epidemia é tal que até 17% dos homens na população em geral e 8% das mulheres cumprirão os critérios de alcoolismo durante a vida. (https://www.alcohol.org/statistics-information/ )

O pai de Maria piorou na bebida, agredindo filhos e esposa e um dia decidiu expulsar sua mulher de casa. Maria o odiava e referia-se a ele como “bêbado malvado”. Ela ía para um canto da casa, nos seus 8 anos de idade, tremendo de medo ao ver seu pai chutando os irmãos e gritando com a mãe dela. Ao ele berrar que a esposa sairia de casa, as crianças se agarraram na saia dela, suplicando para não ir. Ela saiu, ameaçada pela violência do marido.

Alguns irmãos foram morar com parentes e Maria ficou com o pai, crescendo cheia de amargura e ódio por ele pelo que ele havia feito com a família. Aos 20 anos de idade ela se casou e ficou anos sem notícias dele. Um dia ele apareceu procurando por ela. Ele estava mudado. Havia recebido ajuda emocional e espiritual e procurava cada filho para uma reconciliação. Maria havia jurado que não falaria com ele. Não usava mais a palavra “pai”, referindo-se a ele como “aquele cara”. Ela não queria reconciliação. Queria distância dele. Havia tomado a decisão de não ser igual a ele no lidar com os filhos. Ela tinha três filhos agora. E lidava com eles de maneira ditatorial, agredindo-os com palavras duras, tão dolorosas quanto às de seu pai no passado. Ela não percebia isto. Será que não queria perceber? Nunca perdoava, nunca pedia perdão. Implicava com Teresa, sua filha do meio, gerando nela revolta e rebeldia.

Na adolescência Teresa se envolveu com drogas e a mãe a expulsou de casa. Alguns filhos do meio têm problemas emocionais complicados porque em geral o mais velho recebe afeto especial por ser o primeiro, e o mais novo por ser o caçula. O do meio fica meio perdido. Após um casamento complicado com um dependente químico, Teresa teve José, que ao chegar na adolescência não aguentava mais as implicâncias da mãe porque ele usava cabelo comprido, óculos escuros o tempo todo e não comia carne. E ela que tinha sido hippie! Ela não controlava sua irritabilidade exagerada e sempre agredia verbalmente o jovem filho adolescente.

Aos 18 anos José se juntou com uma mulher mais velha que ele dez anos. Será uma moda isto? É sintoma de algo? Estão copiando algum personagem de novela? Ele se separou dela oito meses depois, dizendo que ela implicava demais com ele. Igual à mãe dele? É possível casar com alguém muito diferente do pai ou mãe em termos de personalidade? No segundo relacionamento de José, sua mulher sofria porque, dizia ela, ele ficava facilmente irritado e a destratava com palavras duras, embora não a agredisse fisicamente como o avô fazia com os filhos e a esposa. A repetição do comportamento entre gerações nem sempre ocorre igualzinho.

O pai de Maria, Maria mesmo, sua filha Teresa, o filho José, cada geração repetindo o mesmo comportamento emocional, com diferenças, mas o mesmo problema central: amargura, rispidez, abuso verbal. Parece um defeito no DNA passado geneticamente, não é? Mas felizmente a genética não explica tudo. Alguns neurocientistas afirmam que a genética é responsável, no máximo, por cerca de 40% do que nos tornamos como pessoa. Ela não determina inevitavelmente nosso comportamento. Existe o aprendizado, a escolha, a capacidade de raciocínio, a epigenética, o livre arbítrio e é isto o que pode levar à neutralizar as tendências hereditárias genéticas e aprendidas, para doenças do comportamento.

Temos que repetir a história do passado? Sim e não. Sim, pelo poder da influência hereditária e cópia do modelo observado durante a infância dos adultos com quem a criança viveu. Não, porque a genética não nos obriga a, inevitavelmente, repetir os mesmos comportamentos. Se assim fosse, por exemplo, todo filho de alcoólico teria que ser alcoólico,  apesar de que a ciência comprova que filhos de pais com alguma compulsão têm maiores chances de desenvolverem talvez a mesma compulsão comparados com filhos de pais sem compulsão por qualquer coisa.

Evitar repetir a história ruim do passado requer: 1 - lembrar dela ao invés de fugir da mesma como se nada de ruim tivesse ocorrido; 2  - observar com sinceridade e honestidade o próprio comportamento para ver se e como ocorre a repetição de atitudes desagradáveis que você jurava que nunca iria ter com as pessoas; 3 - ao perceber seu comportamento destrutivo herdado e cultivado, decidir lutar para mudá-lo por ver que ele está destruindo relacionamentos, e 4 - agir, fazer, atuar, treinar conscientemente o novo comportamento saudável.

Você muda quando você muda. As pessoas ao nosso redor (filhos, marido, esposa, esposo etc.) não têm culpa dos problemas de nosso passado. Não temos o direito de estressar a vida delas por causa de nossos conflitos vividos em nossa família de origem. É difícil mudar. Mas tem jeito. O pai de Maria conseguiu.Os nomes citados aqui são fictícios.

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Seja verdadeiro consigo mesmo

quinta-feira, 08 de outubro de 2020

Será que você tem mentido para si mesmo? Você é honesto, honesta com você? Será que ocorre com você em alguns momentos da vida nos quais percebe que não foi honesto quanto aos seus sentimentos para consigo mesmo e para com outras pessoas? Será importante para sua saúde mental e social ser verdadeiro com você mesmo?

Será que você tem mentido para si mesmo? Você é honesto, honesta com você? Será que ocorre com você em alguns momentos da vida nos quais percebe que não foi honesto quanto aos seus sentimentos para consigo mesmo e para com outras pessoas? Será importante para sua saúde mental e social ser verdadeiro com você mesmo?

Os membros dos grupos de ajuda mútua Alcoólicos Anônimos (AA) que levam a sério este programa de recuperação do alcoolismo muito eficaz, precisam enfrentar a si mesmos diante do espelho e diante do mundo. Nas reuniões de AA para viver a recuperação a pessoa deve ser plenamente honesta. Não há recuperação sem honestidade, seja para problemas com álcool ou outra situação que necessita melhoria, cura, controle saudável, sobriedade e serenidade na vida. A honestidade é um dos quatro absolutos de AA - os outros são pureza, altruísmo e amor. Esses absolutos navegam no processo de recuperação. Eles são a luz guia e ajudam o membro de AA a não se desviar de seu objetivo.

Shakespeare expressou suas opiniões sobre a honestidade por meio de Polônio em Hamlet. “Sê verdadeiro consigo mesmo. E deve seguir-se, como a noite ao dia, então não podes ser falso com ninguém”, escreveu ele. Séculos depois, ainda reconhecemos essas linhas como exemplos de vida. 

É essencial ser honesto para restaurar sua vida, seja por abuso ou dependência de substância ou por outro problema. Por meio da honestidade, você aprende a aceitar. E a aceitação é o primeiro passo para assumir o controle do que você perdeu por ser impotente diante da situação, da droga, da obsessão, da compulsão. No caso do alcoolismo, ser verdadeiro consigo mesmo é a única maneira de obter o controle do problema com o álcool.

Isto é verdade porque geralmente o alcoólico que ainda não entrou em recuperação permanece na negação. Negação é um mecanismo de defesa mental na qual o indivíduo mente para si mesmo na tentativa de fugir do problema. Um alcoólico ou alcoólatra que ainda não encontrou a sobriedade pode dizer: “Bebo só fim de semana!”, quando, na realidade, ele bebe em dias da semana também. Ou pode argumentar: “Bebo demais quando estou triste.”, quando a verdade é que ele bebe demais estando triste ou alegre.

Viver na negação é viver mentindo para si mesmo, o que retarda ou impede entrar em recuperação do alcoolismo, outra droga ou de qualquer comportamento disfuncional. É muito difícil ser autêntico ou verdadeiro o tempo todo. Ser verdadeiro consigo mesmo o ajuda a se sentir puro consigo mesmo. Isso o encoraja a ajudar os outros. Viver autenticamente permite que você seja altruísta e faça coisas para outras pessoas. Mas, para isso, você também deve trazer consistência em todas as suas ações.

Como Shakespeare explica, ser honesto tem que ser um esforço contínuo. Assim como a noite segue o dia, você deve manter o ciclo em andamento. Lembre-se de que ser honesto não significa apenas ser responsável por suas ações, mas também seguir bons princípios. O vício, seja em álcool, outra droga é caracterizado pelo uso compulsivo de uma substância, apesar de conhecer as consequências. A pessoa faz isso porque se sente melhor e aproveita a "sensação" momentânea. Mas ser honesto realmente deixa você feliz num longo prazo. Não faz você se sentir melhor apenas temporariamente, é uma excelente maneira de passar pela vida. Praticar a honestidade pode ajudá-lo a aliviar o estresse, porque você gasta menos tempo procurando cobrir seus erros, falhas, desonestidades, focando em seu bem-estar. Não precisa se preocupar com a operação “lava a jato” para descobrir suas corrupções. O mal destrói o mal. E a verdade vai acabando com nossas mentiras e nos fazendo melhores pessoas que ajudarão outras numa motivação compassiva. Ah! Se a maioria da classe política entendesse e vivesse isso ... como a sociedade funcionaria bem, como diminuiria o sofrimento de tanta gente! (Fonte: https://www.passitonrecoveryshop.com/to-thine-own-self-be-true.html)

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Saindo do egoísmo para a saúde

quinta-feira, 01 de outubro de 2020

O egoísmo adoece a mente. Egoísmo não é você cuidar bem de si mesmo, mas é cuidar só de você. Doenças mentais podem ser desenvolvidas por causa do egoísmo. Lutar contra o egoísmo é um fator de prevenção e de tratamento do que tem de egocentrismo no sofrimento da pessoa. Nem tudo o que leva uma pessoa a sofrer mentalmente é fruto de egoísmo. Pessoas altruístas também podem ter sofrimentos.

O egoísmo adoece a mente. Egoísmo não é você cuidar bem de si mesmo, mas é cuidar só de você. Doenças mentais podem ser desenvolvidas por causa do egoísmo. Lutar contra o egoísmo é um fator de prevenção e de tratamento do que tem de egocentrismo no sofrimento da pessoa. Nem tudo o que leva uma pessoa a sofrer mentalmente é fruto de egoísmo. Pessoas altruístas também podem ter sofrimentos.

Já reparou que quando fazemos algo bom para alguém, para qualquer pessoa, e não só de nossa família, se fizermos voluntariamente, nos sentimos bem depois? Fazer o bem para outros, faz bem para nós. Certa vez atendi uma mulher casada que vivia para agradar o marido, mas se anulava. Parecia que a vida dela era ele. É isto amor? Não. Ela disse assim numa consulta: “Se eu faço tudo o que ele quer, por que ele não se torna o que eu quero?” Será que neste “eu quero” tinha egoísmo? Tinha. Você não precisa e não deve anular sua vida em busca de afeto dos outros. Viva e deixe viver.

Algumas pessoas que desenvolvem depressão, não todas, se deprimem porque se sentem frustradas por não serem amadas como desejariam. E dizem: “Estou com raiva de mim mesma porque fui gostar de alguém que não gosta de mim como eu desejaria.” E esta raiva voltada contra si as desanima, e pode levar ao pensamento de suicídio.

Nascemos com egoísmo. Ele é um problema espiritual e também psicológico. O pai e a mãe de uma criança, se querem educar bem seus filhos, será importante ensinar esta criança desde bebê a vencer o egoísmo inato. Isto se faz por não superproteger a criança, não colocá-la como um ídolo, e ensiná-la a compartilhar desde pequenina. Este é um grande trabalho de prevenção de complicações emocionais que os pais podem fazer.

Não é possível ser feliz deixando o egoísmo tomar conta de sua vida, de seu comportamento. É preciso resistir a ele e cultivar o altruísmo. Sempre tem alguém aí do seu lado na família nuclear ou na família de origem, na vizinhança, no trabalho, na sua comunidade religiosa que precisa de ajuda, seja uma palavra de conforto, de ânimo, seja alguma comida, remédio, roupa, calçado, ou incentivo espiritual. Ajude-a. Tome a iniciativa de sair da sua zona de conforto para atender alguém em necessidade. Isto é saúde para sua mente e para seu corpo.

O egoísmo mata a pessoa egoísta. Egoístas produzem muitos hormônios do estresse. E o contrário é verdadeiro, ou seja, quando você luta contra o egocentrismo e faz o bem a outros, há uma produção de neurotransmissores que acalmam a mente, ativam o sistema imunológico, e corrige o estado de tristeza e de ansiedade.

Fazer o bem aos outros de forma desinteressada, sem conflito de interesse, dá sentido positivo à existência, prolonga a vida, nos faz dormir melhor, e satisfaz. O egoísta nunca está satisfeito. Ele quer mais, e só para ele. Isto é morte, mesmo que produza um monte de dinheiro.

Jesus Cristo disse que é mais bem-aventurada ou mais feliz dar do que receber. Ao dar de forma voluntária você recebe a alegria de dar. E alegria é boa para nossa saúde. O apóstolo Paulo escreveu na sua carta aos Filipenses no segundo capítulo que Jesus se esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo. Isto é grandioso. Ele não tinha um ego inflado, não tinha “nariz empinado”, nunca usou frases como “sabe com quem está falando?”, embora sendo Deus em forma humana.

Lutar contra seu egoísmo é lutar pela vida que vale à pena viver. Seu corpo e mente agradecerão. Praticando o altruísmo é até possível abandonar alguns remédios porque a saúde brotará. Compartilhe, ajude alguém hoje, saia de si para ir ao encontro de tanta necessidade que há ao seu redor.

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