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Saúde mental e oração

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Dr. Kenneth Pargament, professor emérito de Psicologia da Bowling Green State University, em Ohio, estuda como se usa a religião para lidar com traumas da vida e diz que a tendência é que o impulso religioso aumente em momentos de crise, exatamente o que ocorreu no auge da pandemia da Covid-19, quando pessoas no mundo todo procuraram fontes espirituais de apoio, consolo e proteção contra a angústia, o medo, a tristeza.

Dr. Kenneth Pargament, professor emérito de Psicologia da Bowling Green State University, em Ohio, estuda como se usa a religião para lidar com traumas da vida e diz que a tendência é que o impulso religioso aumente em momentos de crise, exatamente o que ocorreu no auge da pandemia da Covid-19, quando pessoas no mundo todo procuraram fontes espirituais de apoio, consolo e proteção contra a angústia, o medo, a tristeza.

Dr. David H. Rosmarin, professor de psicologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e diretor do Programa de Espiritualidade e Saúde Mental do McLean Hospital, em Belmont, Massachusetts comenta que os cientistas têm feito pouca pesquisa sobre benefícios da oração para a saúde humana, em grande parte por falta de financiamento na comunidade médica para pesquisa espiritual.

Dr. Rosmarin explica que é difícil estudar cientificamente a oração. E diz que a oração só é provável que tenha benefícios para a saúde mental para aqueles que estão abertos a ela. Existem características de como orar que fazem as orações benéficas para você lidar com seus medos, ansiedade, tristeza, que tem que ver com pensar no que você diz na oração, orar de forma espontânea, usando palavras simples como num diálogo, sendo sincero e honesto no que diz, tendo uma postura humilde, perseverando na oração, crendo que Deus escuta de verdade.

Dr. Rosmarin diz às pessoas curiosas sobre oração para imaginar uma conversa de coração para coração com alguém com quem não conversam há algum tempo e relata uma pesquisa feita sobre oração que mostrou que ela pode ter benefícios semelhantes à meditação porque pode acalmar seu sistema nervoso, conduzir à serenidade e esperança, e pode fazê-lo ficar com menos emoções desagradáveis.

Um estudo publicado em 2005 no Journal of Behavioral Medicine comparou formas seculares e espirituais de meditação e descobriu que a meditação espiritual era mais calmante. Na meditação secular, você se concentra em algo como em sua respiração ou uma palavra não espiritual, o “mantra”. Já na meditação espiritual, você se concentra em uma palavra ou texto espiritual, por exemplo, lê um texto bíblico sobre um evento como um milagre de Jesus, ou parte do Sermão da Montanha, e imagina a cena como se estivesse ali.

Neste estudo, dividiram pessoas em grupos, uns ensinados a meditar usando palavras de autoafirmação (“Eu sou amor”) e outros com palavras que descreviam um poder superior (“Deus é amor”). Meditaram 20 minutos por dia durante quatro semanas. Os cientistas descobriram que o grupo da meditação espiritual teve maiores diminuições na ansiedade e estresse, e humor mais positivo.

Alguns cientistas que estudam a oração creem que as pessoas que oram se beneficiam de um sentimento de apoio emocional. Amy Wachholtz, professora de Psicologia Clínica da Universidade do Colorado, em Denver, explica: “Imagine carregar uma mochila hora após hora. Vai começar a parecer muito pesada. Mas se você puder entregá-la a outra pessoa para segurar por um tempo, ela vai parecer mais leve quando você a pegar novamente. Isso é o que a oração pode fazer, ou seja, permite que você alivie seu fardo mentalmente por um tempo e descanse.”

Um estudo de 2004 coordenado pelo dr. Pargament, sobre métodos religiosos de enfrentamento no Journal of Health Psychology descobriu que as pessoas que se aproximam de Deus como colaborador em suas vidas tiveram melhores resultados de saúde mental e física, e as pessoas com raiva de Deus, que se sentem punidas ou abandonadas, ou que renunciam à sua responsabilidade e jogam para Deus o que elas deveriam fazer, tiveram piores resultados.

A oração também pode ajudar seu casamento, de acordo com estudos coordenados pelo dr. Frank Fincham, da Faculdade de Ciências Humanas da Florida State University, em Tallahassee. Eles descobriram que quando as pessoas oram pelo bem-estar de seu cônjuge, por sentirem emoções negativas no casamento, ambos - o que faz a oração e o que a recebe - relatam maior satisfação no relacionamento. "A oração dá aos casais a chance de se acalmar e reforça a ideia de que você está no mesmo time.”, diz Frank.

Fonte: https://www.psychologicalscience.org/news/the-science-of-prayer-2.html

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Melhorando a confiança para uma melhor saúde mental

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

No site www.webmd.com/mental-health/signs-trust-issues foi colocado um interessante artigo sobre confiança e saúde mental. Se você tem dificuldade para confiar, isto pode ter relação com coisas que podem ser melhoradas. Confiança em relacionamento humano tem que ver com crer no caráter, na habilidade, na verdade de alguém. Precisamos de confiança para desenvolver relacionamentos saudáveis, seguros e satisfatórios. Viver desconfiando é um estresse.

No site www.webmd.com/mental-health/signs-trust-issues foi colocado um interessante artigo sobre confiança e saúde mental. Se você tem dificuldade para confiar, isto pode ter relação com coisas que podem ser melhoradas. Confiança em relacionamento humano tem que ver com crer no caráter, na habilidade, na verdade de alguém. Precisamos de confiança para desenvolver relacionamentos saudáveis, seguros e satisfatórios. Viver desconfiando é um estresse. Para você seguir bem num relacionamento, é preciso confiar na pessoa.

Quando não existe confiança num relacionamento, surgem pensamentos, sentimentos e ações prejudiciais, como julgamentos negativos, suspeita e ciúme. Se a desconfiança persiste, podem surgir problemas como abuso emocional e físico. As pessoas podem ter problemas de confiança ligados a depressão, ansiedade excessiva, medo de abandono, estresse pós-traumático, esquizofrenia e outros fatores.

Quer saber se você tem problemas de confiança? Veja alguns sinais: 1) Ficar verificando os fatos que lhe disseram, mesmo sem motivo para duvidar do que a pessoa lhe disse. 2) Sempre esperar o pior do que farão com você, suspeitando dos motivos dos outros. 3) Manter-se afastado das pessoas com dificuldade de se abrir para elas, com medo de ser vulnerável e íntimo. 4) Ter muito ciúme, sentindo-se sempre ameaçado como se o outro o fosse enganar.

O que fazer para melhorar os problemas de desconfiança? Se eles estão muito graves e criando muitos problemas nos seus relacionamentos, pode ser útil ter algumas consultas com psicólogo para discutir estas coisas e verificar que possivelmente está existindo o cultivo de pensamentos distorcidos sobre desconfiança por alguma razão que pode não ser ligada ao fato do outro estar enganando ou não ser confiável. Às vezes podemos trazer para a vida adulta problemas de confiança por situações traumáticas vividas no passado infantil e isto perturbar relacionamentos adultos nos quais não existe motivo para desconfiar.

Na terapia psicológica com bom profissional aprende-se a ter novas maneiras de pensar para vencer sentimentos negativos, ajuda a separar problemas passados de medos futuros e se reconstrói a confiança nos relacionamentos atuais.

Se houve em sua vida alguma situação que produziu a perda da confiança, como num caso de infidelidade conjugal, é possível reconstruir a confiança. Quem traiu precisa pedir perdão, mostrar sincero arrependimento pelo erro cometido, oferecer alguma compensação pelo deslize praticado e não mais repetir o mesmo comportamento que perturbou a confiança.

Se um amigo, esposo, esposa ou outro ente querido tiver problemas de confiança, esforce-se para ser mais honesto e transparente em suas interações com ele e, na verdade, com todos. Faça esforços para ser menos defensivo no contato com eles, expondo suas ideias, seus propósitos, com palavras claras, sinceras e honestas.

Diga o que quer dizer, mas faça isso com respeito e clareza. Procure ser direto, objetivo, claro ao pedir o que você quer do seu relacionamento. Não use frases genéricas tipo “quero ser mais amada”, ou “melhore seu relacionamento comigo”. Explique para o outro o que isto significa em termos práticos. O amor não é uma bola mágica de maneira que você diz uma frase genérica, não clara e o outro tem que adivinhar tudo o que você não disse.

Abrir o coração, falar do que sente, ser honesto em seus pensamentos, sentimentos e conduta, ser objetivo nos pedidos, fazer isso com respeito, sem gritaria, sem crises histéricas, sem manipulação, tudo isso favorece um bom relacionamento com amor e promove a confiança.

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O que fazer com meu filho rebelde?

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Grande parte dos pais desta geração atual tem dificuldade em equilibrar o afeto e o exercício da autoridade para com seus filhos. Décadas atrás se errava por exagero na disciplina aplicada aos filhos, pouco diálogo e muitas exigências. Nesta geração o erro principal que os pais estão praticando, mesmo amando seus filhos, tem que ver com permissividade, prática inadequada da autoridade, e com isso os filhos assumem o comando, exigem coisas, se portam como se fossem donos do pedaço.

Grande parte dos pais desta geração atual tem dificuldade em equilibrar o afeto e o exercício da autoridade para com seus filhos. Décadas atrás se errava por exagero na disciplina aplicada aos filhos, pouco diálogo e muitas exigências. Nesta geração o erro principal que os pais estão praticando, mesmo amando seus filhos, tem que ver com permissividade, prática inadequada da autoridade, e com isso os filhos assumem o comando, exigem coisas, se portam como se fossem donos do pedaço.

Muitos pais oferecem coisas boas aos filhos, mas recebem um retorno pequeno em termos de obediência, respeito, colaboração em tarefas de casa. Onde está o problema? Primeiro de tudo, pai e mãe de um filho ou filha com comportamento inadequado e abusivo, precisam pensar que isto não se tornou assim da noite para o dia. Deve ter faltado colocar disciplina correta desde que o filho, que hoje é rebelde, preguiçoso, descansado, impaciente e até agressivo, era pequeno. Pode ter faltado pulso firme da parte dos pais. Daí a criança ficou mimada, cheia de vontades, e egoísta.

Os pais atuais precisam retomar o controle da educação dos filhos assumindo o papel de autoridade que lhes é devido no lar, o que é diferente de autoritarismo. As crianças precisam do papel de autoridade dos pais para saberem se posicionar na vida de maneira respeitosa, responsável, produtiva. Se os pais são omissos e negligentes na aplicação da disciplina devida, seus filhos aprendem que podem fazer o que querem, na hora que querem e do jeito que desejam. E isto é algo que a realidade da vida adulta que eles terão que enfrentar não tolera.

Se você pai e mãe tem oferecido a seus filhos presentes, eletrônicos, passeios e se têm dado afeto, então eles precisam dar um retorno disso. E o retorno tem que ser colaborar com pequenas tarefas em casa, mesmo tendo uma empregada doméstica, tem que ser obediência às ordens justas dos pais, tem que se empenharem nos estudos, respeitar os mais velhos, e respeitar a autoridade do pai e da mãe.

O que pode estar faltando é o correto exercício da autoridade de forma a exigir respeito da parte das crianças e jovens sem os pais terem que gratificar seus filhos por eles praticarem atitudes respeitosas e obedientes. Isto é obrigação deles na função de filhos.

Não presenteiem um comportamento que é devido da parte do filho. Ficar submisso ao filho e deixar que ele se torne um egoísta exigente e com isso ele se torna irritadiço, respondão e agressivo, é um erro a ser corrigido agora mesmo. Não adianta levar a criança ou jovem ao psicólogo para concertar comportamentos ruins dele, se vocês pais não agem corretamente aplicando disciplinas adequadas e exigindo respeito pela autoridade dos pais no lar.

O comportamento respeitoso dos filhos para com os pais é o normal a ser esperado deles tanto para com os pais quanto para com pessoas mais velhas. Se os pais presentearem bons comportamentos dos filhos, isto faz com que eles se achem, consciente ou inconscientemente, no direito de perder o controle emocional desrespeitando os pais a menos que sejam gratificados com um presente.

Como corrigir isso? Os pais precisam enxergar quando e como condescendem com as exigências egoístas dos filhos e mudar isso para que os filhos aprendam que eles não podem ter o que querem na hora que querem, aprendam que os pais não são empregados ou mordomos dos filhos e que precisam respeitá-los como pais.

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Coragem de ser para não adoecer

quinta-feira, 04 de novembro de 2021

Uma advogada norte-americana, bem sucedida financeira e profissionalmente teve câncer de mama, e quando recebia ajuda psicológica para lidar com o abalo emocional que ocorre com um diagnóstico deste, compreendeu que vinha fazendo na vida não o que ela realmente queria e gostava. Ela sempre desejou estar envolvida com música, mas deixou isto de lado e tocou a vida para a frente como advogada. Depois que o câncer surgiu, ela decidiu mudar radicalmente sua vida profissional, passando a fazer o que sempre desejou: música.

Uma advogada norte-americana, bem sucedida financeira e profissionalmente teve câncer de mama, e quando recebia ajuda psicológica para lidar com o abalo emocional que ocorre com um diagnóstico deste, compreendeu que vinha fazendo na vida não o que ela realmente queria e gostava. Ela sempre desejou estar envolvida com música, mas deixou isto de lado e tocou a vida para a frente como advogada. Depois que o câncer surgiu, ela decidiu mudar radicalmente sua vida profissional, passando a fazer o que sempre desejou: música.

Lawrence LeShan, psicólogo que trabalhou mais de 20 anos só com pacientes terminais, verificou que pessoas portadoras de câncer que fizeram mudanças como esta feita pela advogada, tiveram uma recuperação da doença e uma sobrevida bem melhor e maior do que as que não fizeram mudança alguma. (ver livros dele como “O Câncer como Ponto de Mutação”, “Brigando pela Vida”).

Não é necessariamente fácil identificar o que se deseja na vida. Há pessoas que ficam confusas sobre o que querem. Algumas pensam que querem algo, vão em busca, conseguem, e em seguida surge o vazio e a necessidade de redefinir o desejo. Muitas não identificam o desejo pessoal.

Muitos que desenvolvem um câncer passam por cima de si mesmos em várias coisas na vida tendo dificuldade de se impor no bom sentido da palavra. Se alguém pisa no pé deles, eles é que pedem desculpas. Têm poucos canais para expressar sentimentos, reprimindo-os demais. Apresentam dificuldade de colocar limites e, assim, são vítimas de abuso com frequência.

Para estas pessoas, aprender a colocar limites é difícil, mas é uma necessidade. E precisam fazer isto como um treinamento, pois para elas não é algo natural. Geralmente se sentem culpadas se dizem “não”. Elas têm uma batalha pessoal dupla porque, precisam lutar para terem coragem de colocar limites e precisam se libertar da falsa culpa por fazer isto. Enquanto que para outras pessoas isto é muito natural, para aquelas mais tímidas é como se fosse um parto.

Parece que alguns indivíduos que têm muita dificuldade de expressar emoções, canalizam inconscientemente para uma parte do corpo a tensão pela sobrecarga emocional não expressada e experimentada conscientemente. Daí surge naquela parte do corpo uma enfermidade que chamamos de “psicossomática”.

O corpo ajuda a mente a não surtar. Enquanto aquela pessoa não conseguir lidar com suas tensões emocionais de maneira consciente e construtiva, o corpo irá absorver o conjunto de sentimentos e implodirá no seu ponto mais fraco (ou mais forte?), que chamamos de “órgão de choque”, que é o órgão ou sistema onde naquela pessoa o estresse emocional mais se manifesta.

Então, aprender a identificar desejos, colocar limites, expressar o que sente, emitir opiniões sem medo, impor respeito sem agressividade, pedir ajuda, dizer “não” ou “sim” mais próximo da verdade interior do que do desejo de agradar ou de não magoar os outros, colaboram para que a saúde melhore e algumas enfermidades que se manifestam no físico, mas que têm origem na mente, não ocorram ou se ocorrerem, sejam minimizadas e não tão agressivas contra a vida.

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Êxito na vida

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Numa visão materialista da vida o êxito ou sucesso sempre está ligado ao acúmulo de bens materiais. Esta é uma visão medíocre da existência porque pode desprezar ou não contemplar a necessidade de aprimoramento do caráter individual. Vencer defeitos de caráter é o que pode produzir bem estar integral.

Numa visão materialista da vida o êxito ou sucesso sempre está ligado ao acúmulo de bens materiais. Esta é uma visão medíocre da existência porque pode desprezar ou não contemplar a necessidade de aprimoramento do caráter individual. Vencer defeitos de caráter é o que pode produzir bem estar integral.

Você já ouviu histórias de pessoas que ficaram famosas, muito ricas e que se suicidaram, ou entraram no mundo do alcoolismo e de outras drogas, se tornando escravos delas. Estas histórias comprovam que precisamos de algo além do material e fama, e sem necessidade obrigatória de adquiri-las, para construir uma vida digna, que ajuda as pessoas e promove saúde mental pessoal.

Pessoas de bom e de mau caráter progridem na vida dentro do aspecto econômico. Qual a diferença, afinal de contas, entre um indivíduo de bom caráter obter sucesso financeiro e um de mau caráter também conseguir o mesmo? Uma diferença é que no final da vida a única coisa que sobra para a pessoa mau caráter é o bem material. O resto dela não presta para nada.

A maior luta que o ser humano tem é consigo mesmo. Em fichas norte-americanas dos AA – Alcoólicos Anônimos – que são dadas aos membros deste grupo de ajuda mútua quando eles atingem certo tempo de sobriedade, tem uma frase assim: “To thy own self be true”. Numa tradução livre poderíamos dizer: “Para que seu próprio eu seja verdadeiro.” Não tem recuperação de nada sem verdade. Só se obtém bom caráter com a verdade. Você pode conseguir muito dinheiro com mentira, mas não bom caráter. E bom caráter é o que sobra no final da vida que faz sentido existir.

Fatores para o êxito na vida incluem a verdade, ser correto e ter pureza de intenções. O contrário de pureza mental não é ingenuidade prejudicial para a pessoa. Fomos alertados pelo mestre Jesus sobre a necessidade de sermos simples como as pombas, e prudentes como as serpentes. Mas ser prudente não é ser desonesto, maldoso, corrupto. É ter cautela ao lidar com pessoas com estes defeitos graves de caráter, os quais estão além do alcance terapêutico psicológico.

Todos os dias e várias vezes ao longo do dia temos oportunidades de ou atuar de forma verdadeira, honesta e pura, ou de agir com mentira, desonestidade e maldade. Cada um de nós faz a escolha. E na sequência das escolhas que fazemos, na repetição das atitudes que decidimos ter diariamente, nosso caráter vai sendo formado, para o bem ou para o mal, para construir ou destruir vidas.

Saúde mental não depende só de procedimentos psicológicos na direção da maturidade, mas também da prática da verdade, de ser correto e puro. Obter isso é um processo que leva a vida toda. E cabe a cada um decidir que caminho seguir.

Procedimentos psicológicos na direção da maturidade envolvem parar de manipular as pessoas, aprender a ser uma pessoa mansa, não agressiva, abandonar a postura autoritária que sempre machuca as pessoas ao redor, evitar nutrir a mente com ideias românticas idealizadas, conseguir controle sobre impulsos agressivos, entre outras atitudes. Êxito na vida que satisfaz de verdade tem que ver com a purificação do seu caráter. O que faz a diferença entre uma vida útil e uma inútil é a qualidade do caráter.

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Saúde mental e visão altruísta

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Você se levanta pela manhã após uma boa noite de sono. Alguém arrumou sua cama colocando um lençol limpo, coberta, travesseiro com fronha cheirosa. Ou se foi você mesmo que a arrumou, alguém fabricou toda esta roupa de cama, a própria cama e o colchão.

Você vai ao banheiro para sua primeira higiene pessoal, antes de se envolver no trabalho do dia, e ali tem uma pia com torneira, água, vaso sanitário, chuveiro, toalha e papel higiênico. Alguém produziu todo este material.

Você se levanta pela manhã após uma boa noite de sono. Alguém arrumou sua cama colocando um lençol limpo, coberta, travesseiro com fronha cheirosa. Ou se foi você mesmo que a arrumou, alguém fabricou toda esta roupa de cama, a própria cama e o colchão.

Você vai ao banheiro para sua primeira higiene pessoal, antes de se envolver no trabalho do dia, e ali tem uma pia com torneira, água, vaso sanitário, chuveiro, toalha e papel higiênico. Alguém produziu todo este material.

Em seguida, antes ou após trocar a roupa de dormir, você vai tomar sua primeira refeição da manhã. Quem possibilitou você ter o pão, a manteiga, o cereal, a fruta, o suco ou leite que você irá ingerir, o prato e copo onde colocará os alimentos e bebida?

Estando tudo pronto para ir para o trabalho ou começar tarefas em casa, você pode parar um momento e pensar: “Pensando bem, existe tanta gente envolvida no meu dia a dia!” Mas a gente vai vivendo no automático e não percebe e nem valoriza estas coisas, até que algo, geralmente desagradável, ocorra para nos fazer parar, pensar, dar significado e valor.

Convivi com uma jovem enfermeira norte-americana quando estudei e trabalhei há alguns anos numa instituição americana de educação em saúde. Ela tirou um tempo para atuar como missionária num país africano. A comunidade onde ela serviu era muito pobre. Sua moradia temporária havia sido uma pequena choupana e não tinha chuveiro, de maneira que ela se levantava bem cedinho, logo que o sol nascia e se dirigia a um pequeno riacho bem raso, com escassez de água, onde se banhava.

Ao retornar aos Estados Unidos e vendo a abundância de água nas torneiras e chuveiro em sua casa, ela sentiu que imenso valor é ter água potável em sua residência. Já pensou nisso? Alguém prepara a água para chegar em sua casa e você poder usá-la para suas necessidades domésticas. Basta abrir a torneira!

Como seres humanos precisamos uns dos outros. Você não vive sozinho como se não dependesse de ninguém. Você não é um deus onipotente. Você e eu somos dependentes de inúmeras coisas, pessoas, instituições e do Criador da vida.

Na medida em que o fim do ano chega e a possibilidade de você estar vivo em um novo ano, novas e melhores decisões podem ser tomadas mesmo agora, ainda hoje. Usei a palavra “possibilidade” porque quem pode garantir que você estará vivo dentro de alguns minutos? Em um simples e rápido minuto tudo pode mudar em sua vida. Para o bem ou para o mal.

Mesmo antes de chegar a virada do ano, comece a cultivar em sua mente a ideia de que somos semelhantes como seres humanos, somos dependentes uns dos outros, precisamos das pessoas. Você pode ter milhões de reais, dinheiro aos montes em paraísos fiscais, adquiridos de forma correta ou corrupta, mas ainda assim precisa das pessoas. Se você, multimilionário, comprasse uma ilha com uma casa superconfortável e fosse viver lá sozinho, com ou sem arrogância, com ou sem prepotência, com muita probabilidade adoeceria e morreria antes do tempo devido à solidão, e teria que fazer tudo sem colaboradores. Você precisa de pessoas.

Saúde mental depende muito de uma visão compassiva das pessoas, de considerar que somos humanos, sejamos ricos ou pobres, mas todos mortais, frágeis, dependentes de tanta coisa e de tanta gente. Já pensou se os que comandam os povos – prefeitos, vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, grandes empresários, magistrados, presidentes, primeiros ministros, reis e rainhas, pensassem dessa forma, sendo compassivos, honestos, realmente interessados no alívio do sofrimento da comunidade? Que mundo seria!

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

 

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O que fazer em um dia difícil de viver?

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Tem dias que não nos sentimos bem emocionalmente. Isto é normal nessa vida de lutas para a sobrevivência, pela presença de dificuldades na família, pressão no trabalho, sofrimentos variados decorrentes de má administração pública, consequências físicas, mentais, sociais e econômicas de uma pandemia, desafios financeiros, guerra espiritual entre o bem e o mal dentro e fora de nós, entre outras causas. 

Saúde mental não é ausência de angústia ou tristeza. É aprender a lidar com estas dores emocionais de forma construtiva. Podemos aprender. Não para nos tornarmos orgulhosos ou prepotentes achando que somos mais fortes que os outros. Mas aprender a administrar nossas emoções para surgir humildade, serenidade, compaixão especialmente ao sermos iluminados e perceber que todos estamos no mesmo barco da existência com seus desafios.

O que você pode fazer em um dia difícil, em que a angústia, a tristeza, apertam seu peito? Primeiro de tudo aceite que você não é um deus, mas um ser humano com limitações e mesmo tendo uma personalidade mais resistente, aceite que nem sempre é possível estar bem como desejaria.

Em segundo lugar, observe para ver se existe alguma pendência, alguma necessidade de fazer reparação, restituir o que deve, pedir perdão, oferecer perdão, se proteger melhor, colocar limites, pedir coisas em vez de assumir fardos pesados demais desnecessariamente. E faça o que for necessário dentre estes exemplos de atitudes que dependem de você.

Em terceiro lugar, descanse no dia difícil. Descanse fisicamente. Tire um cochilo. Vá caminhar na natureza. Se afaste de barulhos, agitação, shoppings, e use algum tempo para orar e para meditar. Coma menos e consuma alimentos mais leves, naturais, sem estimulantes, pois isso ajuda o cérebro. Evite assistir TV e leia um texto que produz esperança, luz, conforto, talvez uma biografia de alguém que lutou com sofrimentos e obteve melhora, alívio, mesmo sem ter tido necessariamente a cura desejada.

Descanse mentalmente. Isto significa não ficar se cobrando que teria que estar bem, teria que estar funcionando com bom pique no trabalho, teria que estar contente e sem angústia, teria isto ou teria aquilo. Pare com estes pensamentos de “teria que”. E aceite o que pode ser nesse dia, o que pode existir nesse dia. E ao final da jornada diária, ao deitar para dormir, olhe para trás e veja que, apesar de ter sido um dia doloroso, Deus lhe ajudou a realizar algumas coisas.

Em quarto lugar, se for necessário, você pode desabafar com alguém ético e de confiança. Falar ajuda a aliviar. Mas não é com qualquer um. E não precisa colocar nas redes sociais o que você está sentindo neste dia difícil. Escolha uma pessoa de princípios, preferencialmente mais velha que você, em quem você confia, com quem não exista nenhum risco de envolvimento afetivo e sexual.

Em quinto lugar, pense em alguém que precisa de ajuda e faça algo para aliviar a necessidade desta pessoa. Se não for possível ajudar o outro no mesmo dia em que você não está se sentindo bem, faça planos para o mais breve possível oferecer auxílio dentro de seus recursos físicos e materiais. Quando nos envolvemos em ajudar a aliviar o sofrimento de alguém, nossos próprios sofrimentos são também aliviados.

Em sexto lugar, pense que o que é bom, aquilo que é agradável em sua vida mental, passa, infelizmente. Mas diga a si mesmo, relembre a si mesmo no dia doloroso, que o que é ruim, também passa. Repetindo este pensamento, o que é bom, passa. Mas o que é ruim, também passa.

 

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Uma dor de difícil cura

quinta-feira, 07 de outubro de 2021

Podemos sofrer diferentes tipos de dores. Dor física, dor mental, dor social, dor espiritual. Tem alguma que é pior? O que você acha?

Podemos sofrer diferentes tipos de dores. Dor física, dor mental, dor social, dor espiritual. Tem alguma que é pior? O que você acha?

Quem está no momento com dor física, por exemplo, de um câncer, ou de ciática, dor de dente forte, poderá dizer que esta é a pior dor. Quem está vivendo uma situação econômica complicada por ter sido demitido da empresa, talvez diga que esta dor social e financeira é a pior. Se uma outra pessoa está sofrendo abusos no seu lar, seja uma criança abusada pelo pai ou mãe, seja um marido convivendo com uma mulher autoritária e agressiva, ou uma esposa vivendo com um homem violento, certamente isto será visto como a pior dor.

Além disso, alguém pode estar decepcionado com Deus e sofrendo alguma perda que atinge a dimensão espiritual de sua vida, e neste caso poderá avaliar esta dor de origem espiritual como a pior.

Talvez a pior dor seja aquela que a pessoa está vivendo no momento. Porém, uma das dores mais difíceis de se enfrentar é a dor da infidelidade conjugal, a dor que um cônjuge que era fiel, que amava seu companheiro ou sua companheira, passa a experimentar. Nestes casos geralmente há um misto de angústia, tristeza, raiva, decepção, surpresa e espanto.

Por que um esposo trai sua companheira ou uma esposa trai seu companheiro? Se considerarmos os aspectos psicológicos da relação conjugal podemos encontrar algumas explicações. Um marido pode sentir falta de uma mulher, quando tem em casa uma esposa tipo mãe. Uma esposa pode sentir falta de um homem, quando tem em casa um marido tipo pai. Em ambos os casos o que predomina no cônjuge traído é talvez um excesso de papel de mãe e de pai que ela e ele praticam.

Outra explicação pode ser um homem fissurado em sexo, que sofre compulsão sexual e não se sacia com sua esposa. Outro argumento é o de que uma esposa pode ser fissurada em romance, e não se sacia com o que o marido oferece.

Seja qual for o motivo ou os motivos que empurraram a pessoa para uma infidelidade conjugal, nada a justifica. Explica, mas não justifica. Uma pessoa madura que está sofrendo no casamento não vai trair. Ela vai tentar resolver o problema do relacionamento atual que produz infelicidade e frustração.

A dor da infidelidade é de difícil cura. E pode causar muita devastação na família e mesmo entre amigos do casal. Evite isso. Seja sincero, seja sincera com seu cônjuge, abra o jogo e explique que está sentindo falta de algo no casamento ou noivado e mesmo no namoro, e diga o que é. O sofrimento poderá ser muito menos destruidor e devastador se você que está sendo tentado ou tentada a trair seu cônjuge, sentar e conversar com ele e explicar o que está ruim no relacionamento. Não siga modelos mesquinhos e doentios de novelas de televisão.

A dor da infidelidade conjugal tem um processo de cura bem doloroso. Pode levar anos. A ferida pode ir se fechando e reabrir mais adiante e depois começar a cicatrizar de novo. É bem difícil recuperar a confiança. É complicado voltar a ter o sentimento agradável pelo cônjuge que traiu e pelo cônjuge traído. Menos pior talvez seja ser honesto, honesta e romper o relacionamento, do que trair e abrir uma ferida de difícil cura que pode deixar cicatrizes para o resto da vida, em todos da família.

Uma maioria dos casos de infidelidade conjugal tem cura. Neste caso também é melhor prevenir do que tratar. Porque é uma dor de difícil cura. Seja honesto, seja honesta com seu cônjuge. Se tem a sensação de que não ama mais, fale disso, chegue a um acordo, mas evite a infidelidade. Ela também é uma maldade e uma prisão, embora com gosto de liberdade. Uma pessoa interessante lá fora que lhe atrai, também tem problemas. Cuidado, não se iluda.

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Force sua mente a pensar com compaixão

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Todos nós seres humanos viemos de uma mesma origem. Por isso somos irmãos. É incrível como que com o passar dos anos e séculos fomos capazes de nos esquecer disso e criar preconceitos, perseguições, guerras, barreiras entre nós.

Todos nós seres humanos viemos de uma mesma origem. Por isso somos irmãos. É incrível como que com o passar dos anos e séculos fomos capazes de nos esquecer disso e criar preconceitos, perseguições, guerras, barreiras entre nós.

Precisamos fazer um esforço grande para cada dia lembrar a nós mesmos que somos irmãos como humanidade. Temos que forçar nossa mente a pensar nisso. Forçar-nos a refletir sobre nossas semelhanças mais do que nossas diferenças. Tendemos a fugir de pensar que somos semelhantes. Por isso se faz necessário forçar nosso psiquismo a usar a cognição ou o raciocínio neste sentido, para obter a compreensão e a visão de nossa semelhança.

Ao conseguirmos vislumbrar que estamos no mesmo barco nessa existência, podemos, então, viver a compaixão. Sem compaixão a vida fica pesada. O medo pode tomar conta. A competição entra em cena e destrói tudo. Passamos a odiar, a invejar, a criticar, a criar concorrência, disputa. Isto estressa, encurta a vida.

O poder econômico pode prejudicar nossa visão de que somos irmãos. Mas nem sempre, felizmente. Muitos milionários criam uma Fundação que dá auxílio a alguma necessidade humana. Outros contribuem para alguma instituição filantrópica. Nem tudo está perdido.

Ao andar hoje pela rua, observe cada pessoa. Um idoso, uma criança, uma senhora, um jovem, um lixeiro varrendo a rua, o motorista do ônibus, o empacotador no supermercado, a moça do caixa, o rapaz usando a britadeira para fazer um buraco e consertar o cano de água furado, o caixa da agência bancária, o motorista do táxi. Cada um é nosso irmão. Não precisa empinar seu nariz e pensar ou falar aquela frase idiota “sabe com quem está falando?”. Não precisa invejar o indivíduo que parou ao seu lado no semáforo com um carro luxuoso. Talvez ele só tenha isso e mais nada de bom. Mas é seu irmão, sua irmã.

Quando vier à sua consciência um pensamento de que você é melhor que os outros porque tem poder empresarial, político, ou outro, lembre-se, todos somos pó e voltaremos ao pó. É uma questão de tempo. Somos semelhantes e mortais.

Na visão de que somos irmãos, de uma mesma origem geral, isso pode nos levar à exercer compaixão tendo sensibilidade para com o outro. Um olhar de compaixão faz toda a diferença, para quem olha e para que é observado e percebe isso.

Pare de competir. Pare de criticar as pessoas. Pare de se comparar com os outros, seja para se exaltar ou se depreciar. Pare de falar mal dos outros. Você pode ter os mesmos defeitos que critica nos outros e ainda não percebeu. Somos todos irmãos.

Faça força em sua mente, repito, para olhar as outras pessoas como seus irmãos, como semelhantes mortais. Um dia você pode estar à frente desta pessoa a quem você desvaloriza, mas outro dia você pode estar atrás. Todos somos importantes e de valor. Precisamos uns dos outros. Somos irmãos.

Difícil pensar na injustiça que a riqueza material produz. Não se pode explicar a injustiça social. Quem pode saber a causa exata do porque uns são proativos, empreendedores, enquanto outros não são? Mas um não é melhor do que o outro. Você precisa do outro. Não se vive sem a ajuda de muita gente. Que seria de sua cidade sem lixeiros? Como uma indústria produziria sem seus funcionários? Como um comércio poderia ir para a frente sem os balconistas? Somos todos irmãos.

Viva não para competir, mas para compartilhar algo material, intelectual, espiritual. O que você não dá, você perde. Acumular pode ser a perdição da qualidade de vida que produz saúde. Force sua mente a pensar que todos somos irmãos e que a melhor forma de viver é ajudar uns aos outros, sem conflitos de interesses. Somos todos irmãos. Quem vive assim, com esta visão e prática, pode ter paz, serenidade, alegria. Force sua mente a pensar com compaixão.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Superproteção: ajuda ou atrapalha?

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A superproteção existe quando o pai, a mãe ou ambos limitam muito a liberdade da criança querendo protegê-la de danos ou riscos que podem acontecer. Você pode praticar isto ao ir além do que é necessário para proteger seu filho, confortando e mostrando preocupação com o estado emocional dele onde isso não é necessário porque a criança está mostrando pouca ou nenhuma angústia.

A superproteção existe quando o pai, a mãe ou ambos limitam muito a liberdade da criança querendo protegê-la de danos ou riscos que podem acontecer. Você pode praticar isto ao ir além do que é necessário para proteger seu filho, confortando e mostrando preocupação com o estado emocional dele onde isso não é necessário porque a criança está mostrando pouca ou nenhuma angústia.

Não fique fazendo por seus filhos o que eles podem fazer. Você arruma a cama deles, limpa o quarto deles, guarda todas as roupas deles, cuida do cachorro deles. E talvez faça isso porque pensa que é mais rápido você fazendo. Mas ensinar os filhos a assumirem responsabilidades é muito importante para a vida deles. E crianças pequenas já podem ajudar em algo.

Seria bom se pudéssemos escolher os amigos de nossos filhos. Não podemos forçá-los a uma amizade só porque os filhos da sua melhor amiga são boas crianças. Claro, as amizades que são prejudiciais como outra criança fisicamente ou mentalmente prejudicando seu filho precisam ser evitadas.

Vamos supor que seu filho quer experimentar o voleibol este ano, mas você sabe que ele é bom no futebol. Ou sua filha quer estar na equipe de matemática com sua melhor amiga, mas você sabe que ela é boa em geografia. Ele ou ela quer ir para um acampamento diferente, em vez do mesmo acampamento dos últimos três anos.

Às vezes, sem pensar, impedimos que nossos filhos se ramifiquem por conta própria. Tudo bem se eles não forem tão bons no voleibol, mas podem tentar. Não importa se o principal motivo para entrar para a equipe de matemática é porque a amiga preferida será companheira de equipe. E se seu filho ou filha quiser ir para um acampamento de verão diferente para explorar algo novo, tudo bem também. Ou seja, deixe que seu filho tome algumas de suas próprias decisões em relação aos seus interesses e atividades. Isso o ajudará a desfrutar da liberdade e se tornar uma pessoa mais independente, que é o que todos desejamos para nossos filhos.

Se você pensa e sente que se não for superprotegida significa que não é amada, corrija este pensamento distorcido. Ser superprotegida não significa ser melhor amada. Se você superprotege, talvez queira ser superprotegida e pode agredir quem não te superprotege por confundir amor maduro com excesso de cuidado.

A superproteção dos pais tem ligação com o desenvolvimento e manutenção de transtornos de ansiedade na infância. Um estudo feito pelos psicólogos Kiri Clarke, Peter Cooper e Cathy Creswella, da Escola de Psicologia e Ciências da Linguagem Clínica, Universidade de Reading, no Reino Unido avaliou mães de 90 crianças, 51 meninos, 39 meninas e sendo 60 clinicamente ansiosas e 30 não ansiosas com idades entre 7 e 12 anos. O objetivo do estudo foi avaliar a superproteção destas mães, suas causas e consequências sobre os filhos. Interessante que o que eles acharam foi que os resultados do estudo sugerem que as respostas ou comportamentos dos pais podem estar mais intimamente relacionadas ao grau de ansiedade dos pais do que da criança.

A superproteção praticada pelos pais, e especificamente a falta de dar autonomia, é a atitude dos pais mais associada aos sintomas e transtornos de ansiedade infantil. Por isso, não adianta levar seu filho num psicólogo para tratar a ansiedade dele, se você é uma pessoa muito ansiosa e não trata este problema em seu próprio comportamento.

Acredite em seu filho ou filha. Dê espaço para ele ou ela se desenvolver. Não cultive a ideia de que superproteção é amar melhor. E vença o pensamento de que se você é superprotegida, então isso significa que é mais amada.

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