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Aceitar nossa impotência nos liberta

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Muitas vezes podemos sofrer consequências de maus tratos dos outros e depois, anos mais tarde, quando aquelas pessoas que nos fizeram sofrer não estão mais por perto, ou estão mas não mais nos perturbam, apresentamos sintomas. Estes sintomas foram construídos porque eram defesas que havíamos construído para lidar com aqueles maus tratos feitos contra nós. Mas o tempo passou, a pessoa foi embora, morreu, ou está perto ainda, mudada para melhor ou não, e as defesas agora nos aprisionam.

Isto é mais ou menos como você fraturar um osso da perna, o médico coloca gesso, você precisa usar um apoiador para andar, e depois que o gesso é retirado e você recupera aquele membro com fisioterapia, você ainda quer usar o apoiador. Ele não é mais necessário, como algumas defesas psicológicas que usamos no passado, mas insistimos em usá-las. Assim ficamos presos com limitação da liberdade de ação desnecessariamente.

Uma das prisões neste caso pode ser o ressentimento, a mágoa de quem nos tratou mal. Então, para a liberdade em nós, será necessário exercer o perdão que pode ficar menos difícil de dar se procurarmos compreender o por que aquela pessoa agia daquela maneira. Quem sabe ela copiava a maneira como foi tratada quando criança. Talvez reagia com medo. Talvez era presa pelo vício em algo. A compaixão e o perdão, portanto, poderão ser aplicados para com ela dentro de nosso coração, o que nos aliviará.

Veja este depoimento fantástico: “Em criança, cresci esperando que meus pais alcoólicos me dessem o amor de que eu precisava. Quando saí de casa, transferi essa expectativa para o meu namorado alcoólico. Vivia para o seu amor e esperava que ele mudasse seu comportamento que estava me ferindo. Enquanto me apeguei à esperança de que ele iria me amar da maneira que eu queria ser amada, me tornei prisioneira do alcoolismo. Depois de frequentar o Al-Anon [grupo de ajuda mútua para familiares e amigos de alcoólicos www.al-anon.org.br] por algum tempo, comecei a compreender o quanto da minha vida tinha sido gasto esperando que os outros mudassem para que eu pudesse ser feliz. Eu tinha perdido muito tempo tentando mudar as coisas que não podia controlar. Quando finalmente aceitei que não podia controlar a maneira de beber do meu namorado, fiquei livre. Também percebi minha impotência perante os meus familiares. Senti alguma tristeza junto com esse despertar espiritual, mas o Al-Anon me manteve ocupada aprendendo sobre alcoolismo como doença e seguindo em frente com os passos. Eu me perguntava por que deveria tentar combater o alcoolismo, então decidi admitir que o alcoolismo é mais poderoso do que eu. Agora estou livre para descobrir a pessoa dentro de mim que é animada, divertida, amorosa e digna de amor. Hoje estou aprendendo a me dar o amor incondicional e a aceitação que sempre quis receber das pessoas que não os tinham para dar. A única pessoa que pode me amar do jeito que quero ser amada sou eu mesma.”

(Fonte: Esperança para Hoje, p.361, 2018, Grupos Familiares Al-Anon do Brasil.) 

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O papel da fé na diminuição da ansiedade

quinta-feira, 09 de julho de 2020

Vários estudos demonstraram os benefícios da fé no tratamento de transtornos de ansiedade em adultos. Em uma pesquisa com 37 mil homens e mulheres que frequentam a igreja, sinagoga ou outros serviços religiosos, quanto maior a frequência ao culto, menor a prevalência de depressão, mania e transtorno do pânico. (Baetz, M. et ai., 2006).

Vários estudos demonstraram os benefícios da fé no tratamento de transtornos de ansiedade em adultos. Em uma pesquisa com 37 mil homens e mulheres que frequentam a igreja, sinagoga ou outros serviços religiosos, quanto maior a frequência ao culto, menor a prevalência de depressão, mania e transtorno do pânico. (Baetz, M. et ai., 2006).

A médica pesquisadora Marilyn Baetz, da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, declarou: "Quanto maior a frequência ao culto, menores as chances de depressão, distúrbios de pânico e mania". Can J Psychiatry 51: 654-61. A importância da religião foi um preditor de melhora no transtorno do pânico após um ano. Com o tempo, a melhoria observada para a prática da religião foi muito importante. (Bowen, R. et ai., 2006).

Em uma revisão sistemática de 850 estudos científicos, a maioria deles bem conduzidos concluiu que níveis mais altos de envolvimento religioso estão associados positivamente a indicadores de bem-estar psicológico, satisfação com a vida, felicidade, afeto positivo e menos depressão, pensamentos e comportamentos suicidas, abuso de drogas e álcool. (Moreira-Almeida, A., Neto, F., Koenig, HG, 2006. Religiosidade e saúde mental: uma revisão. Rev Bras Psiquiatr.28: 242-50.).

A fé pode desempenhar um papel benéfico na cura de dores e conflitos emocionais. Se você lê inglês, veja o artigo “Cura e fé” no site da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos em www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed. Várias intervenções espirituais ajudam a resolver a ansiedade e a criar confiança. Isso inclui o uso diário dos dois primeiros passos dos Alcoólicos Anônimos (AA) e o pensamento: "Não tenho poder sobre minhas ansiedades, desconfiança, raiva ou minha tendência a controlar e quero entregá-las a Deus".

Além disso, uma meditação diária sobre Deus como protetor pode diminuir a ansiedade na juventude. Os dois primeiros dos 12 passos dos AA são: “Admitimos que éramos impotentes perante o álcool [ou outro problema em sua vida] – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas. Viemos a acreditar que um poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.”

Nas famílias com forte fé, os pais que são espirituais também relatam sobre o benefício de orar com crianças ansiosas na hora de dormir, ensinando-as a entregar todos os seus medos ao Deus Criador. Além disso, eles treinam seus filhos a terem uma atitude mental de confiança em Deus quando os seus medos, ansiedade ou insegurança surgem.

A psicologia positiva (Martin Seligman) ou o papel das virtudes como esperança, gratidão, bondade, perdão, no tratamento de distúrbios da infância é uma área mais nova no campo da saúde mental. No entanto, o crescimento das virtudes tem sido visto historicamente na civilização ocidental como sendo essencial para o desenvolvimento de uma personalidade saudável.

Os jovens com transtornos de ansiedade precisam ser protegidos da raiva excessiva que prejudica a confiança, e protegidos também de críticas ou abusos injustificados que prejudicam o desenvolvimento da confiança nos dons e habilidades de alguém. A paternidade responsável envolve a compreensão das necessidades dos filhos para praticarem um relacionamento de apego próximo, consolador e seguro com o pai e a mãe, irmãos e colegas.

Os jovens precisam aprender como se recuperar de dores emocionais e trabalhar para crescer em confiança com aqueles que são, de fato, dignos de confiança. Eles também precisam aprender a perdoar aqueles que prejudicaram sua confiança, para que não se tornem prisioneiros emocionais de seu passado. 

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Como lidar com o mau humor?

quinta-feira, 02 de julho de 2020

Não é raro ficarmos de mau humor. Podem existir razões externas que nos empurram para isto, mas pode ser algo de nosso temperamento. Entretanto, situações externas promovem mau humor em algumas pessoas mas não em outras, mesmo que sejam situações iguais.

Não é raro ficarmos de mau humor. Podem existir razões externas que nos empurram para isto, mas pode ser algo de nosso temperamento. Entretanto, situações externas promovem mau humor em algumas pessoas mas não em outras, mesmo que sejam situações iguais.

Isto ocorre porque somos diferentes em termos de temperamento e quanto ao modo como reagimos ao ambiente. Também é importante compreender que algumas pessoas ficam com mau humor por um tempo longo, como durante semanas, o que pode configurar algo anormal. Ter mau humor por algumas horas não é doentio, mas por vários dias e semanas pode revelar algum sofrimento importante, como, por exemplo, o surgimento de depressão. Se for o caso, é bom procurar um profissional em saúde mental para uma avaliação.

Vamos ver algumas sugestões que podem ajudar a lidar com o mau humor de modo positivo. Primeiro de tudo, ao sentir mau humor evite cobranças tipo “eu não deveria me sentir assim”. Não é sem razão que pessoas normais sentem-se assim alguns dias. Você pode dizer para as pessoas ao redor que naquele dia você não está bem e que, por exemplo, irá ficar mais calado. E trate a si mesmo com paciência, seja bom consigo, e tente compreender o que está ocorrendo que gerou este mau humor. Também é importante não envolver as pessoas que estão perto com seu mau humor. Se ele levar você a ferir alguém, peça desculpa, pois isso certamente irá lhe fazer bem.

Outro passo para lidar com o mau humor é refletir sobre se existe uma conexão entre a data do ano, horário do dia, ou data festiva em que você sente-se mal e alguma situação dolorosa vivida no seu passado. Por exemplo, uma mulher sentia-se mau humorada ao final da tarde. Ela começou a pensar no assunto, e lembrou que havia convivido com um pai alcoólico que costumava chegar bêbado em casa ao final do dia, e isto assustava a todos em casa. Ela trouxe isto para a vida adulta e sentia-se mal ao final do dia mesmo estando agora vivendo numa família sem problemas com alcoolismo. Ao entender isto, ela fez esforços para mudar este mau humor vespertino pensando que agora não precisa mais reagir dessa forma.

Outro exemplo é o de um homem que era muito apegado à sua avó e ela morreu quando ele tinha 14 anos de idade em janeiro, quando ele estava de férias. Depois que ele ficou adulto, ao chegar as férias de janeiro, ele tinha tendência de sentir mau humor do tipo tristeza. Quando investigou a razão pela qual isto ocorria no mês de janeiro, ele descobriu esta conexão entre a morte da avó e seu mau humor triste. Entendendo isto, foi possível lutar para reagir de forma melhor, porque o passado já foi e não era mais necessário ter este humor ruim no presente.

Uma atitude que ajuda muito a melhorar nosso mau humor que nos ataca num certo dia, é procurar ajudar alguém naquele momento. Quando nos concentramos em auxiliar alguém em necessidade de ajuda, isto faz com que nossa mente se desvie de nosso mal estar emocional, e isto nos ajuda a melhorar.

Finalmente, vai nos ajudar a lidar com nosso mau humor temporário, pensar que ele vai passar, que coisas boas que sentimos passam, vão embora, mas depois voltam, e assim, ocorre com sentimento dolorosos, desagradáveis, porque eles também passam, vão embora.

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O que o amor é e o que ele não é

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Uma escritora inspirada descreveu que: “O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Uma escritora inspirada descreveu que: “O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Isto não quer dizer que manifestaremos a mesma forma de amor para com todos. Quer dizer que não odiaremos as pessoas, mas procuraremos entendê-las e ter compaixão para com aquelas menos equilibradas, mais sofridas, mais rudes.

Isto também não quer dizer que teremos que manter o mesmo nível de sentimento por todas as pessoas. Há algumas não amáveis por não permitirem ser amadas. Rejeitam o amor oferecido à elas seja por atitude fria ou agressiva. Então temos que deixá-las seguir e nos afastarmos até que elas possam aceitar nosso oferecimento de amor.

Há hora de afastar e de aproximar. Há hora de falar do amor e hora de ficar quieto. Há hora para tudo e nem sempre é hora para tudo. O silêncio pode ser ouro em certos momentos. Assim como a boa palavra falada na hora certa é bálsamo e justiça.

Alguns importam da filosofia grega o conceito de amor em três dimensões: o amor fraternal – ágape; o amor sexual – eros, e o amor amizade – filia. Na realidade, o amor é um só, de uma única fonte. Ele se manifesta de forma diferente para momentos diferentes e pessoas diferentes, segundo a capacidade e a necessidade de cada um.

Mas amor não é paixão, nem sexo, nem “ficar”. O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor dura para sempre.

No relacionamento entre marido e mulher não se sente o mesmo tipo de sentimento igualzinho hora após hora pelo seu cônjuge. O sentimento pode flutuar, mas não o amor.

Quando alguém se apaixona é provável que esta paixão esteja ligada à imagem que a pessoa criou em sua mente de como ela gostaria que o ser amado fosse. Ela está apaixonada pela imagem da pessoa que ela criou em sua própria mente, a qual pode ser muito diferente da pessoa que está ali presente na realidade de sua vida.

Daí será necessário um ajuste. Será preciso cair do “andor” da paixão para chegar-se à realidade do que o outro é. Quando cai este amor idealizado, daí pode começar o amor maduro. Tudo dependerá de como a pessoa lidará com a sua realidade e a do ser amado. O diálogo será então fundamental para se processar o ajuste afetivo. Para ir surgindo o amor maduro não será com mais sexo, mais romance ou mais presentes. E sim diálogo sobre o que dói e o que alegra, sobre o que agrada e desagrada, sobre o que gosta e não gosta. Mas tem que ser um diálogo sincero, com respeito, e aceitação do que cada um pode ser neste momento da vida.

O amor maduro produz felicidade e desprendimento. Com ele você fica em paz mesmo que as coisas por em volta estejam desabando. O amor tem que ser firme no sentido de colocar limites contra abusos. O amor diz verdades de uma forma respeitadora, porém, firme. O amor não ataca as pessoas, não condescende e nem se compromete com o erro, com a mentira, com o engano.

Você quer ter este tipo de amor? Ele não é vendido em comprimidos nas farmácias. Você precisa desejar ardentemente tê-lo e fazer sua parte para obtê-lo. E pedir. Ele é grátis. Se você deseja este amor para realmente amar as pessoas e ajudá-las, o terá. Se for para se aproveitar delas ou “faturar” (materialmente ou não), não o terá. Este amor não é bobo, nem ingênuo, nem manipulável. O amor é um poder. Quem quiser pode tomá-lo de graça da fonte que é o criador do universo. Mas uma pergunta muito importante sobre amor é: você quer amor para quê?

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O que sobra no final de sua vida?

quinta-feira, 18 de junho de 2020

A história relata que Jesus Cristo viveu na Palestina cerca de dois mil anos atrás. Em vestes humanas ele veio à Terra no nível daqueles que desejava salvar. Que humildade! Totalmente oposto aos arrogantes e aos abusadores do poder que dizem coisas como “Sabe com que está falando?”. Que pessoas fracas são estas, não é?

A história relata que Jesus Cristo viveu na Palestina cerca de dois mil anos atrás. Em vestes humanas ele veio à Terra no nível daqueles que desejava salvar. Que humildade! Totalmente oposto aos arrogantes e aos abusadores do poder que dizem coisas como “Sabe com que está falando?”. Que pessoas fracas são estas, não é?

No caráter de Jesus não havia nenhuma malícia, nem impureza, nem mácula, nenhuma arrogância. E em relação a nós, como está o nosso caráter? Tem brotado dele malícias, corrupção, mentiras, vaidade, que se transformam em comportamentos egocêntricos, pedantes, arrogantes? Ou temos aceitado ajuda divina passando gradativamente a ter atitudes éticas, bondosas, benignas que auxiliam o próximo? Já descobriu a necessidade de acabar com suas mentiras e outros problemas de caráter para crescer e realmente se tornar feliz? Somos ajudados a querer o bem se pelo menos queremos ser ajudados. Você quer? Saúde depende de admitirmos ter a doença e decidir praticar o que promove recuperação.

Contudo Jesus sendo Deus assumiu um corpo humano já debilitado em comparação com o corpo, por exemplo dos primeiros seres humanos, como Adão que tinha quase quatro metros de altura e viveu quase mil anos. Uma amiga comentou no contexto de Jesus ter assumido um corpo como o nosso assim: “Como a divindade coube num corpo humano!” trajando sua divindade com a humanidade, para se associar com a humanidade imperfeita, ele procurou ajudar-nos a redimir o que, pela desobediência, Adão perdera.

Em seu próprio caráter Jesus manifestou para o mundo o caráter de Deus. Ele não viveu procurando agradar a si mesmo, mas fazendo o bem. Você faz o bem? A história dele por mais de 30 anos de vida aqui na Terra foi de benevolência desinteressada. Duas das revistas médicas mundialmente famosas no meio científico a “The Lancet” e a “NEJM-New England Journal of Medicine,” admitiram este mês que elas se deixam influenciar pela indústria farmacêutica que faz muita pressão para publicar artigos com conflitos de interesses nestes periódicos.

Alguns cientistas ganham muito dinheiro das indústrias de medicamentos ao produzirem pesquisas sobre determinado remédio. A “The Lancet” publicou um trabalho poucas semanas atrás sobre medicamentos para a Covid-19 que verificou-se depois que no estudo haviam erros e falhas de metodologia de pesquisa científica. Um dos autores tinha conflito de interesse com uma indústria de medicamentos. Que vergonha! Veja isto em: https://quinina.com.br/editores-do-the-lancet-e-do-nejm-as-empresas-farmaceuticas-nos-pressionam-a-aceitar-artigos/

Você faz o mesmo? Defende ideias e comportamentos não saudáveis por interesse seja econômico ou ideológico sem uma apropriada verdade por detrás? Ganhar dinheiro, fama, discussões filosóficas tem realmente produzido paz em sua mente? Jesus não tinha nenhum conflito de interesse em sua pregação, em sua conduta e vida terrestre. Não é sem razão que as pessoas ficavam maravilhadas com seus ensinamentos. Ele ensinava como tendo autoridade e não preso às tradições religiosas que colocavam a opinião humana acima da revelação divina, como muitas filosofias, ideologias e religiões fazem hoje. Cristo não ficou preso às fracas e insípidas fábulas e tradições dos escribas e fariseus. Alguns admirados de sua doutrina, chegaram a expressar: “Nunca homem algum falou como este homem.” João capítulo 7, versículo 46.

Examine por você mesmo com humildade e motivação de desejar a verdade o que consta nas escrituras sagradas, a Bíblia. Ali tem saúde mental, saúde física, saúde espiritual e social. A postura de reverência diante da luz da verdade nos conduz à saúde, força para viver e entendimento do sentido da vida, que não é “retomada do crescimento econômico após a pandemia. Só a mente contrita e humilde pode ver a luz. Temos que deixar a arrogância, a autoconfiança doentia, a fissura materialista, a obsessão pela fama, pelo prazer sexual, pelo romance, pelo acúmulo de bens, para realmente ser possível amadurecer como pessoa. Não tem remédio de farmácia que faça isso.

Você pode escolher um caminho bom. Pode escolher. Você pode decidir querer a verdade, saindo da corrupção, do nariz empinado que defende ideologias no mínimo duvidosas. Deixe a mente aberta para que o que é realmente verdadeiro possa entrar. Não é abandonar o que você sinceramente crê hoje como verdade e realidade. Mas é se perguntar: “O que creio é realmente verdadeiro?”. E pesquisar. Este é o caminho do crescimento de nosso caráter. É o que pode ajudar a humanidade. Afinal, no final de nossa vida nessa existência curta, o que sobra é o caráter, é o que você fez de bom para as pessoas, sem interesses egoístas. O resto se perde, ou fica por aí nas contas bancárias ou listadas no seu inventário para outros desfrutarem. Você pode escolher agora o que quer deixar ao morrer. Luz ou escuridão, bem ou mal, só dinheiro ou exemplo de bom caráter que influencia vidas para a virtude.

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É preciso tratar a introversão?

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

O dr. Miller explicou aos pais que não encontrou nenhum problema no garoto. Os pais não ficaram satisfeitos. O menino tinha um irmão mais novo com 4 anos que batia no mais velho vez ou outra e ele não revidava. Os pais incentivavam o mais velho a lutar, revidar, para ver se ele se tornava “ativo”. Além disso eles também colocaram o garoto em esportes competitivos, o levavam a reuniões sociais familiares para ver se ele “desinibia”, mas nada disso interessava ao menino que preferia ficar em casa, estudar, ler, montar brinquedos.

Aqueles pais eram profissionais ativos, assertivos, sociáveis e competitivos. Chegaram a pensar se este filho mais velho teria depressão, o que foi descartado pelo dr. Miller. A verdade é que havia falta de harmonia entre o garoto e seus pais. O menino aceitava seus pais melhor do que eles o aceitavam. Ele simplesmente era um menino introvertido.

Introversão não é doença. É um perfil de comportamento normal. O introvertido gosta de ficar com ele mesmo, não gosta de muito barulho e agitação, prefere conversas mais profundas, não gosta de falar bobagens. O extrovertido é diferente, preferindo ter muita gente em volta, quer aparecer, detesta solidão, sente que precisa de visibilidade.

Aqueles pais ligados demais na vida social e empresarial, não entendiam este filho introvertido. O modelo de pessoa normal para eles era alguém muito social, muito assertivo, agressivo nos “negócios”.

Aliás, não é assim que a sociedade ocidental funciona? Quem são exaltados pela mídia não são as pessoas mais agressivas, mais do tipo “cheguei”, que falam muito, que são competitivas? Será que os introvertidos não servem para nada? O que dizer de Albert Einstein, Bill Gates, só para citar dois famosos introvertidos?

Introversão não é o mesmo que timidez. A timidez é algo sofrido para o tímido, mas a introversão não. Um introvertido não gosta da ideia de mudar para se tornar extrovertido. Ele está satisfeito com seu jeito de ser. Mas o tímido quer mudar, e isto é normal porque ele sofre com a timidez, que é um medo de ser rejeitado, medo de passar vergonha, algo que machuca a pessoa.

Aqueles pais precisariam entender seu filho introvertido e aceitar o jeito dele ser assim e valorizar o que ele gosta e pode fazer. Numa família, numa comunidade religiosa, numa empresa, num grupo social é importante ter pessoas introvertidas e extrovertidas. O introvertido pensa e dá ideias maravilhosas, enquanto que o extrovertido as executa. Precisamos de ambos! Ambos são normais. Não tem que tratar introversão. Ela é um traço normal da personalidade humana. 

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Insônia: tipos, causas e tratamento

quinta-feira, 04 de junho de 2020

A insônia é a alteração do sono normal. Pode ser temporária ou crônica, e também inicial, intermitente e terminal. Inicial é quando a pessoa tem dificuldade para induzir o sono, ela deita e custa muito a dormir. A intermitente é quando ela tem interrupções freqüentes e variadas no período em que vai dormir. E a terminal é quando ela deita, dorme logo, mas acorda muito cedo, tendo dormido poucas horas e não consegue voltar a dormir.

A insônia é a alteração do sono normal. Pode ser temporária ou crônica, e também inicial, intermitente e terminal. Inicial é quando a pessoa tem dificuldade para induzir o sono, ela deita e custa muito a dormir. A intermitente é quando ela tem interrupções freqüentes e variadas no período em que vai dormir. E a terminal é quando ela deita, dorme logo, mas acorda muito cedo, tendo dormido poucas horas e não consegue voltar a dormir.

Chamamos de insônia primária quando há dificuldade em iniciar e/ou manter o sono e quando há a sensação de não ter um sono reparador durante um período não inferior a um mês. Ela geralmente surge no adulto jovem (entre 20 e 30 anos), raramente na infância e adolescência, é mais freqüente na mulher e tem um desenvolvimento crônico. Neste tipo de insônia há, portanto, alterações na indução, na continuidade e na estrutura do sono. Ela pode existir também com sonambulismo (andar dormindo) e sonilóquia (falar dormindo).

A pessoa com insônia primária refere não ter tido um sono reparador durante um tempo não inferior a um mês, e acaba produzindo mal-estar físico, deterioração social no trabalho ou em outras áreas importantes de atividade.

A insônia crônica pode produzir uma diminuição da sensação de bem-estar durante o dia, caracterizado pela alteração do estado de ânimo e da motivação, diminuição da atenção, da energia e da concentração, além do aumento da sensação de fadiga e mal-estar mental.

Geralmente pessoas com insônia utilizam mal medicamentos e álcool para tentar favorecer o sono, e ao mesmo tempo usam bebidas com cafeína ou outros estimulantes para combater a fadiga durante o dia.

Ocorre a insônia por motivos variados. Há as chamadas “idiopáticas” de causa não detectável. Cerca de 50% dos casos de insônia ocorrem como conseqüência de depressão. Também pode ocorrer como condicionamento negativo, como a pessoa que dormiu mal uma ou outra noite devido a algum trauma emocional, e fica com medo de não conseguir dormir de novo. Este medo ou ansiedade perturba o relaxamento para permitir o sono fisiológico. Quanto mais medo de não dormir, mais provável é a insônia.

O que produz uma insônia pode ser diferente do que faz com que ela se torne crônica. Geralmente há uma situação aguda de estresse psicológico, como a morte de um ente querido, o afastamento de um familiar, tristeza, perda de emprego, iminência de uma cirurgia, caso de doença grave, depressão, perda financeira etc.

É relativamente comum a presença de insônia na pessoa que tem a chamada “depressão mascarada”, ou seja, um tipo de depressão em que a pessoa não se sente conscientemente triste e nem desesperançada. Estudos mostram que 40% das pessoas com queixas clínicas que procuram médicos clínicos gerais apresentam este tipo de depressão. Apesar da não queixa de tristeza e desesperança, a pessoa com depressão mascarada pode apresentar os outros sintomas depressivos, incluindo despertar precoce na madrugada (insônia terminal), desinteresse sexual, falta de apetite (ou apetite exagerado geralmente para doces), variação diurna do humor (pior pela manhã), constipação intestinal etc.

No tratamento da insônia deve-se observar a história da pessoa e ver se há depressão ou ansiedade generalizada e então tratar a causa primária. É importante fazer a higiene do sono que significa: praticar exercícios físicos pela manhã ou no começo da tarde, tomar a última refeição do dia pelo menos duas horas antes de deitar com alimentos leves, não usando nicotina, álcool, bebidas com cafeína como café, chá preto, erva-mate, bebidas com “cola”, guaraná em pó ou misturado com outros líquidos, chocolate.

Deve providenciar um ambiente agradável no quarto de dormir, sem televisão, sem barulho (se possível), colchão agradável, evitar deitar sem ser para dormir, ter hora certa para deitar e levantar.

Numa terapia de conduta para insônias severas a pessoa aprende a relaxar, sendo a leitura de algo suave e calmo indicada, além da oração e meditação. Eventualmente pode haver a necessidade temporária de medicamentos específicos para induzir o sono, que podem ser fitoterápicos, como a Valeriana e a Passiflora, ou medicamentos sintéticos chamados de hipnóticos ou indutores do sono que devem ser prescritos por médico e de preferência não ser utilizados seguidamente por mais de dois meses.

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Cronobiologia – Biorritmos

quinta-feira, 28 de maio de 2020

A ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções orgânicas existe o que cientistas chamam de “Ritmo do Sétimo-Dia”. Algo ocorre em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma cirurgia, transplante ou liberação de hormônios. Precisamos deste tipo de biorritmo.

A ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções orgânicas existe o que cientistas chamam de “Ritmo do Sétimo-Dia”. Algo ocorre em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma cirurgia, transplante ou liberação de hormônios. Precisamos deste tipo de biorritmo.

Dr. Halberg, do Laboratório de Cronobiologia da Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, é um líder na pesquisa de biorritmo naquele país. Em colaboração com outros cientistas de várias nações ele documentou o Ritmo do Sétimo-Dia no ser humano. (Halberg F., and E. Halberg. Conceptualization and Validation of a Circaseptenary Clinospectral System. Abstracts, Second International Conference on Immunopharmacology, Sheraton Park, Washington, D.C., July 5-10, 1982, 340-341).

Monitoraram os batimentos cardíacos de um homem durantes vários meses enquanto ele permanecia em um ambiente totalmente isolado com todas as condições controladas e nada do mundo exterior poderia interferir com seus ritmos internos corporais. Quando os dados foram analisados, seu coração mostrou claramente um Ritmo do Sétimo-Dia. (McCluskey, E.S. Light-Dark Cycle Entrainment of Circadian Rhythms in Man. The Biologist 65:17-23, 1983).

Usando-se poderosos métodos de computadores, um grupo de cientistas analisou cuidadosamente modelos de produção de hormônios esteróides coletados da urina de um homem saudável durante um período de 15 anos. Os resultados das análises hormonais mostraram que a excreção destes hormônios também ocorria num Ritmo do Sétimo-Dia. (Halberg, F., M. Engeli, C. Hamburger, et al. Spectral Resolution of Low-Frequency, Small-Amplitude Rhythms in Excreted 17-Ketosteroids; Probably Androgen-inducced Circaseptan Desynchronization. Acta Endocrinológica. Suppl. 103:5-53, 1965).

Outro grupo de pesquisadores estudou mais do que 70 homens jovens que tiveram um ou mais dentes molares extraídos. Cada dia após a cirurgia, suas faces e maxilares foram medidos cuidadosamente. É de se supor que o edema (inchação) na face diminuiria nos próximos dias após a cirurgia para a extração dos dentes. Mas isto não ocorreu. Verificou-se a presença de um Ritmo do Sétimo-Dia quanto à inchação local. (Pollman, L. and G. Hildebrandt. Long-Term Control of Swelling After Maxillo-Facial Surgery: A Study of Circaseptan Reactive Periodicity. Inter. J. Chronobiology, 8:105-114, 1982).

Observou-se também que em várias cirurgias de transplante de rim ocorre este ritmo de sete dias, já que se verificou que a rejeição ocorria após sete dias da operação. (De Vecchi, A., F.Halberg, R.B. Sothern, et al. Circaseptan Rhythmic Aspects of Rejection in Treated Patients with Kidney Transplants. Inter. J. Chronobiology, 5:432, 1978).

Este tipo de biorritmo é chamado de “circaseptano”, também encontrado em macacos, cachorros, ratos e outros organismos. Isto parece revelar que o Ritmo do Sétimo-Dia é um mecanismo normal existente na fisiologia de organismos vivos. Alguns cronobiologistas crêem que este tipo de biorritmo – o do Sétimo-Dia – pode revelar que os organismos precisam de uma certa pausa como um estímulo para seguirem vivendo.

Durante a Revolução Francesa (1789-1799) cientistas seculares tentaram revolucionar a semana de sete dias, instituindo uma semana de dez dias. Foi um caos. O matemático e senador La Place teve um papel importante em restaurar o modelo anterior dos sete dias na semana. Simplesmente não funcionou!

Na Bíblia, em Gênesis capítulo 2 e versículos de 1 a 3 está escrito: Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.

Que paralelo fantástico entre as escrituras sagradas e a moderna ciência! Sabemos hoje que um dos componentes para redução do estresse é um descanso semanal, a ênfase na importância da dimensão espiritual do ser humano e as práticas naturais de saúde. Jesus foi totalmente científico quando disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2:27. Ele falava deste biorritmo há dois mil anos atrás. Fonte: Bernell Baldwin, Ph.D.,  foi professor de neurofisiologia e fisiologia aplicada no Wildwood Lifestyle Center and Hospital, pesquisador e articulista do The Journal of Health and Healing.

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Seu sistema nervoso e a ansiedade

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Nosso corpo tem vários sistemas, respiratório, imunológico, circulatório ou cardiovascular, digestório, nervoso, e outros. O sistema nervoso se divide em central e periférico. O sistema nervoso central é composto de encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula. Já o sistema nervoso periférico é composto dos nervos, dos gânglios e das terminações nervosas.

Nosso corpo tem vários sistemas, respiratório, imunológico, circulatório ou cardiovascular, digestório, nervoso, e outros. O sistema nervoso se divide em central e periférico. O sistema nervoso central é composto de encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula. Já o sistema nervoso periférico é composto dos nervos, dos gânglios e das terminações nervosas.

Sob o ponto de vista funcional, o sistema nervoso é dividido em somático e visceral. Na parte visceral existe o sistema nervoso autônomo o qual se subdivide em dois: simpático e parassimpático. Este sistema nervoso autônomo é responsável pelas ações espontâneas em nosso corpo, aquilo que você não precisa controlar, como a respiração, os batimentos do coração, a digestão, o controle da temperatura do corpo, entre outras.

O sistema nervoso simpático é responsável pelas alterações no organismo diante de eventos de estresse ou emergenciais. É ele que prepara a pessoa para o estado de alerta, no qual todo o organismo se prepara para lutar ou fugir. Por outro lado, o sistema nervoso parassimpático é o que atua para fazer o organismo voltar ao estado de serenidade que havia antes da situação estressante ocorrer.

Quando há uma situação de emergência, por exemplo, um cachorro bravo vem em sua direção na rua, o sistema nervoso simpático entra em ação para produzir reações em seu corpo a fim de preparar você para lidar com o problema. Daí poderá ocorrer a liberação de cortisona e adrenalina que aumentam os batimentos do coração e a pressão arterial, causa a contração da musculatura, dilatação da pupila, aumento da frequência respiratória, e outras reações.

Depois que você enfrentou o problema emergencial, o sistema nervoso parassimpático, entre outras funções, faz com que os batimentos cardíacos voltem ao normal, a pressão fica em níveis normais, diminuindo a produção de adrenalina, cortisol e glicose, entre outras funções.

Nosso corpo tende a interpretar sinais de estresse como um motivo para ativar o sistema simpático, mesmo que seja algo imaginário, como um medo exagerado, porque ele não sabe distinguir o que é real do que é imaginário, como o caso de uma pessoa muito ansiosa, que se preocupa demais com pagar contas atrasadas, que tem muito estresse conjugal ou no trabalho. Pessoas com vida muito agitada, correria, engarrafamento, consumo de cafeína, prazos curtos demais para realizar um trabalho, isto e muito mais ativa o sistema simpático.

Fatores que ajudam a ativar o sistema parassimpático e, portanto, reduzir o estresse e o impacto dele sobre nosso corpo, incluem: meditação em temas que acalmam, orações espontâneas feitas com fé, massagem, convívio com a natureza, respiração profunda e lenta, brincar com crianças e com animais e a prática de atividades físicas não competitivas.

Na página 81 do livro “Fé – Evidências Científicas”, de George E. Vaillant, psiquiatra de Harvard, explica: “A confiança e a segurança, como as demais emoções positivas, estimulam o nosso sistema nervoso parassimpático, não o simpático. O sistema nervoso simpático é catabólico: a reação de luta ou fuga esgota as reservas do organismo. O sistema nervoso parassimpático é anabólico: fé, esperança e aconchego contribuem para aumentar as reservas do organismo.” (Editora Manole, 2010, itálico do autor).

Assim, o desafio para a redução da ansiedade excessiva, que dispara o sistema simpático e gera vários sintomas em nosso corpo, tem que ver, sob o ponto de vista emocional, com o cultivo de sentimentos de confiança, esperança, fé, aproximação afetiva que gera aconchego. Isto pode ser feito, por exemplo, com oração, crença num Deus criador e bondoso que fornece proteção, leitura e meditação em textos religiosos como a Bíblia, e focar a mente naquilo que promove esperança. Tudo isso pode reduzir a ansiedade para níveis normais.

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A dor do passado pode machucar no presente

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Queixa principal (QP) é o que o paciente comenta como motivo da consulta. Em psiquiatria/psicologia ela pode ser “depressão”, “pânico”, “medo excessivo (fobia)”, “pensamentos obsessivos”, “insônia”, “problemas conjugais”, “problemas com filho”, “abuso de drogas”, “delírios, alucinações, ideias de perseguição” etc.

Queixa principal (QP) é o que o paciente comenta como motivo da consulta. Em psiquiatria/psicologia ela pode ser “depressão”, “pânico”, “medo excessivo (fobia)”, “pensamentos obsessivos”, “insônia”, “problemas conjugais”, “problemas com filho”, “abuso de drogas”, “delírios, alucinações, ideias de perseguição” etc.

A queixa principal na consulta psiquiátrica/psicológica nem sempre revela o essencial do problema da pessoa. Mas é o que ela fala como sendo seu sofrimento atual. O profissional vasculhará isto e procurará formular o “diagnóstico psicodinâmico” que é a história profunda do sofrimento manifestada só pela queixa principal na primeira consulta.

A queixa principal pode ser a ponta do iceberg, a gota d’água que faltava para desencadear o sofrimento que motivou a consulta. Uma pessoa pode relatar ao médico que precisa de ajuda, por exemplo, para o estado depressivo iniciado após o término de um relacionamento. A queixa principal, neste caso, é: “Vim aqui porque estou deprimido.” A causa percebida pela pessoa é: “Estou assim desde que ele/ela me deixou.”

Entretanto, a verdade profunda que explica o sofrimento pode ser a perda afetiva ao longo da infância pela criação com uma mãe ríspida, fria, ou com um pai ausente, agressivo, que afetou o mundo emocional da pessoa. O rompimento do relacionamento foi o fator desencadeante do estado depressivo, mas não o único e talvez não o principal fator causador dele.

Muitos tiveram uma infância numa família complicada, crescendo com “má-nutrição” afetiva, que produz diferentes manifestações em pessoas diferentes. Pessoas que saíram de uma infância turbulenta, por exemplo, com um pai (ou mãe) alcoólico em que havia violência, podem ter na vida adulta problemas diferentes embora o sofrimento tenha sido causado pela mesma história, no caso, um pai/mãe alcoólico violento. Numa mesma família um filho poderá ter alcoolismo, outro pânico, outro depressão, outro nada grave.

Também diferentes histórias de sofrimento infantil produzem o mesmo tipo de transtorno emocional. Numa família pode ter ocorrido abuso sexual, em outra espancamento da criança, em outra a mãe era rejeitadora e fria, em outra ainda havia um pai irritadiço, explosivo. Filhos destas diferentes famílias com estruturas doentias comportamentais diferentes podem apresentar na vida adulta o mesmo diagnóstico, todas podendo ter, por exemplo, depressão, embora o sofrimento da infância tenha sido causado por histórias diferentes.

Uma jovem criada por um pai um tanto ausente e por uma mãe fria que não tinha paciência com ela, engravidou na adolescência e sua mãe não a ajudou e a rejeitou. O pai fez o mesmo, e a jovem foi morar com outro parente, que a acolheu. Felizmente ela não sucumbiu murchando como pessoa devido a esta estrutura emocional com negligência afetiva paterna e materna. Por razões temperamentais e razoável capacidade de lidar com a frustração, ela não se deprimiu, não ficou com alguma manifestação psicológica muito sofrida e limitante até chegar na vida adulta, após o casamento.

Durante um tempo a mente dela conseguiu lidar bem com a falta e necessidade de apoio emocional paterno e materno. Mas no casamento passou a ter ciúmes exagerados do marido. Passou a monitorar a vida dele, ficando obsessiva sobre se ele demonstrava paciência, afeto, atenção, se irritando demais ao não se sentir amada, checando sempre o celular dele. Ela se depreciava e inconscientemente buscava autovalorização num amor idealizado para com o marido. Era como se dissesse para si: “Só tenho valor se ele me amar do jeito que eu quero.”

A queixa principal dela na primeira consulta foi: “Sou muito ciumenta!” A história completa deste ciúme doentio era ligada às perdas da nutrição afetiva ao longo da vida, desde a infância, que começaram a manifestar-se no casamento através do desejo idealizado de receber afeto. Nenhum marido/esposa pode fornecer ao cônjuge todo o afeto desejado pela pessoa porque parte deste desejo geralmente tem que ver com o que faltou na infância com os pais, e/ou com necessidades exageradas da criança de receber afeto. A solução não é, portanto, procurar a pessoa ideal. É aceitar as perdas, valorizar o amor que recebe da pessoa com quem vive, resolver pendências conjugais, e lutar contra a obsessão pelo afeto, obsessão que pode gerar ciúme doentio, o qual gera crises, abusos e até violência. Nosso valor como pessoa não depende do amor de outra pessoa por nós.

Então, pense bem e procure analisar se o que você chama de “minha queixa principal” ou “meu problema mental pior” é realmente isto que você pensa que tem que ver só com o presente, ou se não pode haver raízes dele lá no seu passado e que repercute hoje ainda.

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