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Você quer se suicidar?

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Se você pensa em suicídio, se quer acabar com sua vida, leia este artigo. Ou se você conhece uma pessoa que tem falado em querer morrer, em se suicidar, envie este artigo para ela. Apresentei recentemente dois programas com este tema na TV Novo Tempo (RCA- canal 23; Sky, 33 e 433; Oi, 214; Net e Claro, 184) e você pode assisti-lo nestes links no YouTube, onde há mais informação sobre o tema:

Se você pensa em suicídio, se quer acabar com sua vida, leia este artigo. Ou se você conhece uma pessoa que tem falado em querer morrer, em se suicidar, envie este artigo para ela. Apresentei recentemente dois programas com este tema na TV Novo Tempo (RCA- canal 23; Sky, 33 e 433; Oi, 214; Net e Claro, 184) e você pode assisti-lo nestes links no YouTube, onde há mais informação sobre o tema:

1)https://www.youtube.com/watch?v=PXLwV3wCEiA&list=PL_iTlHPwdipW9dq9996tmysb5cn7c9NBf&index=21

2)https://www.youtube.com/watch?v=c6RfM4tt3wE&list=PL_iTlHPwdipW9dq9996tmysb5cn7c9NBf&index=20  

Infelizmente cerca de um milhão de pessoas se suicidam cada ano no mundo. São quase 2.740 por dia, 114 por hora, ou quase duas à cada minuto. Se considerarmos as tentativas também, o índice fica entre 15 a 25 milhões por ano. Existem muitas causas para o suicídio, como fatores socioculturais, genéticos, psicodinâmicos, filosófico-existenciais e ambientais. Se a pessoa apresenta alguma enfermidade mental isto se torna um importante fator de risco para o suicídio. Mas alguém pode querer se matar por outra razão, que pode ser econômica por perda do emprego ou falência de seu negócio surgindo dívidas sem poder pagar, sem ter como bancar as despesas da família, ou sente profunda vergonha por algo que ocorreu e acha que não tem saída, não tem solução.

Mas pode ser que no fundo, você não quer morrer. E chegou à conclusão de que não sabe como continuar vivendo com aquilo que para você é um beco sem saída. Deixa-me dizer que sensação de não ter saída é uma sensação, um sentimento. Pense nisso. Sensação e sentimento mudam como o tempo atmosférico. De manhã pode ter céu azul e sol, após o almoço pode nublar, cair um temporal e depois voltar a ter céu azul de novo. Ou seja, o que sentimos de bom, de agradável, passa. Mas o que sentimos de ruim também passa.

Pode existir algo dolorido por longo tempo e assim pensar não ter jeito de parar com esta dor. Mas é importante pensar que a saída para a dor, esta dor ou problema que te empurra para a ideia de se matar, a saída pode ser algo real, mesmo que a solução do problema não ocorra de maneira ideal. A solução pode não ser a que você preferiria ou gostaria, mas pode ser razoável. Além disso é possível aprender a suportar a perda e a frustração, assim como a raiva contra a realidade.

Seus filhos ou netos, precisam de você, mesmo que pareçam e sejam independentes. Você é importante na vida deles. Existe um vínculo afetivo entre vocês. Quem se suicida deixa uma marca na vida do familiar que nunca mais se apaga. E para alguns familiares a morte por suicídio de um parente pode conduzir a um estado depressivo de difícil recuperação.  

Numa mente depressiva, ou com outro sofrimento psiquiátrico, ocorre alteração da neuroquímica cerebral que favorece uma visão distorcida da vida e da realidade e ao corrigir isto, o alívio surge de verdade. É como usar temporariamente um óculos que não é seu, com grau que faz você enxergar embaçado. A visão embaçada não é, portanto, a realidade. É a lente que não é adequada para você. A alteração cerebral que produz sensação negativa da vida, não é permanente e com tratamento ela pode ser corrigida e o cérebro volta a funcionar saudavelmente.

Sua mente pode se adaptar à perda que você pode estar vivendo, ainda que até agora esta adaptação não ocorreu. Não necessariamente você precisará ficar sofrendo na mesma intensidade o tempo todo. Todos nós seres humanos não conseguirmos sentir bem estar o tempo todo, 24 horas por dia, sete dias por semana. Pessoas saudáveis mentalmente sentem sentimentos dolorosos vez ou outra. Saúde mental não é nunca ter tristeza, ansiedade, medo. Mas é quando sentir algo assim, desagradável, não fazer besteira.

Numa hora de crise forte em que em sua mente volta o pensamento suicida, procure comentar com quem estiver perto sobre o que você sente. Se estiver sozinho, telefone para um amigo ou parente e fale do assunto, ou se for possível, saia de casa e vá se encontrar com um familiar ou amigo que te dará suporte na hora da emergência.

Se você vem se tratando com psicólogo, psiquiatra ou médico de família, entre em contato com ele. Ou telefone para o Centro de Valorização da Vida (CVV) no número 188, ligação gratuita de qualquer lugar do Brasil. O CVV é uma organização não-governamental especializada em atendimento de pessoas com ideias suicidas. 

Também numa hora de crise forte em que vem a ideia de se matar, vá a um lugar sossegado, podendo ser seu quarto. Feche a porta para ter silêncio e comece a orar a Deus, abra o coração a ele, fale de suas lutas, de seu desespero, de seu desejo de morrer, e peça para que as ideias pessimistas sejam controladas e afastadas da sua mente pelo poder de Jesus. Ele vai te ajudar independente do que está ocorrendo em sua vida.

Medite este texto: “Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” Isto está na Bíblia, no livro de Isaías capítulo 57 e versículo 15. Deus está aí com você que está aflito e abatido. E vai te ajudar.

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Você tem dificuldade para dormir?

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Muitas pessoas têm dificuldade para dormir configurando o que chamamos de “insônia”. Vamos ver o que pode ser feito para melhorar este problema ou resolvê-lo.

Existem insônias diferentes. Tem pessoas que custam a pegar no sono, e isto é a insônia inicial. Outras começam a dormir, mas ao longo da noite acordam muitas vezes, o que configura a insônia intermitente. E existem as que pegam no sono, dormem, mas acordam muito cedo, de madrugada e não conseguem voltar a dormir.

Muitas pessoas têm dificuldade para dormir configurando o que chamamos de “insônia”. Vamos ver o que pode ser feito para melhorar este problema ou resolvê-lo.

Existem insônias diferentes. Tem pessoas que custam a pegar no sono, e isto é a insônia inicial. Outras começam a dormir, mas ao longo da noite acordam muitas vezes, o que configura a insônia intermitente. E existem as que pegam no sono, dormem, mas acordam muito cedo, de madrugada e não conseguem voltar a dormir.

O sono de má qualidade é um sério problema de saúde. Dormir mal é bem desagradável. E quem dorme mal, geralmente tem um dia seguinte difícil em termos de energia. Existem causas diferentes para a insônia, desde o comer excessivo, uso de bebidas cafeinadas e alcoólicas de noite, doenças crônicas, até a depressão e fase eufórica da doença bipolar. Às vezes a solução pode vir com a prática de alguns hábitos que vou comentar mais adiante. Outras vezes pode ser necessário orientação médica e mudanças no estilo de vida.

Existem estágios no sono, e uma possível explicação para alguns tipos de insônia é que na medida em que a pessoa faz a transição de um estágio para outro com sono mais leve ela pode ter dores físicas, certos incômodos que podem acordá-lo. Isso pode incluir problemas médicos como dor crônica, apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, refluxo esofágico e outras condições. A dor do exercício intenso do dia, o ruído ou a luz do ambiente, a fome, a sede, o calor ou frio demais podem acordar a pessoa.

Se o indivíduo costuma acordar para urinar, ele pode estar ingerindo líquidos em excesso, especialmente à noite. E pode ser um sintoma de diabetes, problemas na bexiga, próstata, rins, adrenais ou cardíacos. Procure uma avaliação médica caso você esteja urinando demais ou urinando muito mais à noite do que durante o dia.

Práticas que ajudam para uma melhor qualidade do sono incluem: dormir num quarto fresco, escuro e silencioso; diminuir a exposição a luzes artificiais após o pôr do sol; colocar no modo “noturno” seus equipamentos como celular, tablet, relógio de cabeceira; evitar o consumo de cafeína e álcool especialmente no final do dia; procurar ir para a cama dormir no mesmo horário todas as noites; evitar uma refeição pesada no final do dia.

As ondas de calor são uma causa comum de despertar noturno em mulheres de certa idade. Se você sofre de flashes noturnos, pode ajudar dormir em um quarto fresco; usar pijamas e lençóis que não acumulam umidade; e procurar avaliação com seu ginecologista e/ou endocrinologista.

Para resolver a insônia não existe uma solução que funciona para todos. Para alguns que sofrem de insônia crônica pode ser importante passar por uma avaliação também psicológica e não só médica.

Outras dicas gerais para ajudar a dormir melhor são: cuidar das necessidades urgentes; manter luzes e telas artificiais desligadas; usar pequenas luzes noturnas para iluminar seu caminho para o banheiro, se necessário; fazer uma atividade calma, como ler à luz de velas; praticar exercícios de respiração profunda, escrever em seu diário; procurar soluções para o estresse; evitar guardar aborrecimentos e não ficar cultivando pensamentos negativos tipo “será que vou conseguir dormir hoje?.”

Finalmente, alguns chás calmantes podem facilitar o sono, como o de capim limão, erva cidreira, camomila, melissa, e chá de valeriana e de lúpulo. Se a pessoa está passando por uma insônia rebelde, resistente, e por vários dias sem melhorar, um médico poderá prescrever temporariamente um indutor do sono, que é um medicamento com venda somente com receita controlada.

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Como e quando procurar ajuda profissional. Psicólogo ou psiquiatra?

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

No livro de Provérbios na Bíblia tem vários textos que falam sobre a importância e a sabedoria de procurarmos aconselhamento. Quando isto é apropriado? Quando devemos procurar ajuda com um conselheiro? Quem será este conselheiro?

No livro de Provérbios na Bíblia tem vários textos que falam sobre a importância e a sabedoria de procurarmos aconselhamento. Quando isto é apropriado? Quando devemos procurar ajuda com um conselheiro? Quem será este conselheiro?

Primeiro, a pessoa que está sofrendo emocionalmente, seja com ansiedade excessiva, tristeza profunda, medos fortes, compulsões, pode procurar ajuda com um conselheiro da comunidade religiosa que frequenta, aconselhamento este que deve funcionar de forma ética, e deve ser com quem tem experiência em aconselhamento. O conselheiro precisa ser humilde e reconhecer que certos casos ele não saberá o que fazer, e, por isso, será bom ter uma lista de nomes de psicólogos e psiquiatras para encaminhar aquela pessoa.

A pessoa necessitará procurar ajuda profissional com psicólogo ou psiquiatra quando o aconselhamento com o conselheiro não funciona porque o conselheiro pode não ter conhecimento técnico para lidar com aquele problema que a pessoa apresenta. Ela precisará buscar consulta com um profissional em saúde mental quando sentir que não consegue resolver seu conflito, seja pessoal, seja conjugal, com filhos ou com outros parentes e amigos. Ela precisa atendimento profissional quando sua vida está ficando travada devido ao transtorno mental que está tendo, quando ela percebe que não consegue se controlar, quando não está funcionando bem no trabalho e isto se arrasta por semanas, e especialmente quando a pessoa pensa em suicídio, ou quando começa a usar algum tipo de droga que pode ser o álcool, ou alguma droga ilícita.

Mas ela deve buscar um psicólogo ou um psiquiatra? Psicólogo se forma numa Faculdade de Psicologia e o psiquiatra se forma numa Faculdade de Medicina. O psiquiatra é médico e por isso pode medicar uma pessoa, pode interná-la num hospital. O psicólogo não pode prescrever remédios e muito menos internar alguém numa clínica ou hospital porque não foi treinado para isto e não tem licença para estas práticas.

Se o sofrimento da pessoa não está forte, não está travando a vida dela, se ela consegue trabalhar, estudar, fazer o serviço de casa, mas está com problemas emocionais que o conselheiro não foi capaz de ajudar, ela irá procurar, então, um psicólogo clínico de boa referência.

Se o sofrimento da pessoa está num nível grave, exemplos: está deprimida e não quer sair da cama, não quer tomar banho, não quer se alimentar, ou se a pessoa está com alucinações, delírios, agitação, ou se ela passou a consumir bebidas alcoólicas sem controle, ou está usando alguma droga ilícita, ou com insônia rebelde, ansiedade que produz crises de pânico, então ela precisa de uma consulta com um psiquiatra. Dependendo do caso, o psiquiatra poderá prescrever algum medicamento e indicar uma psicoterapia para o paciente se submeter com um psicólogo. Psicoterapia é um tratamento para sofrimentos mentais no qual se usa a palavra. Pode ser individual ou de grupo. A psicoterapia, conhecida também como “terapia”, busca ajudar a pessoa a entender as causas de seu sofrimento e encontrar maneiras de sair dele ou lidar com ele de melhor forma.

Existem psiquiatras que também oferecem o tratamento psicoterápico porque fizeram um curso de formação em psicoterapia. Mas uma boa parte, talvez a maioria, trabalha com orientação medicamentosa e encaminha a pessoa para um psicólogo para fazer a psicoterapia.

Muitos têm dúvidas sobre a diferença entre o papel de um psiquiatra e de um neurologista clínico quanto às doenças que cada um trata. Veja alguns exemplos de doenças tratadas pelo médico psiquiatra: transtornos de ansiedade (crise de pânico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo e outros); depressão; transtorno afetivo bipolar; esquizofrenia; alcoolismo e outras dependências químicas; transtornos alimentares (anorexia nervosa, bulimia nervosa, comer compulsivo), entre outras.

Já o médico neurologista trata doenças como tumor cerebral; epilepsia, acidente vascular cerebral, doença de Alzheimer; doença de Parkinson; paralisias; neurites, entre outras.

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Vingança e Justiça

quinta-feira, 03 de setembro de 2020

Animal não tem vingança. O ser humano tem. Precisamos entender que justiça não pode ser confundida com vingança. O que é vingança? O que é justiça? Vingança é definida como “ato lesivo, praticado em nome próprio ou alheio, por alguém que foi real ou presumidamente ofendido ou lesado, em represália contra aquele que é ou seria o causador desse dano; desforra, vindita. Qualquer coisa que castiga; castigo, pena, punição.” Justiça é definida como “qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que é direito, justo.

Animal não tem vingança. O ser humano tem. Precisamos entender que justiça não pode ser confundida com vingança. O que é vingança? O que é justiça? Vingança é definida como “ato lesivo, praticado em nome próprio ou alheio, por alguém que foi real ou presumidamente ofendido ou lesado, em represália contra aquele que é ou seria o causador desse dano; desforra, vindita. Qualquer coisa que castiga; castigo, pena, punição.” Justiça é definida como “qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que é direito, justo. O reconhecimento do mérito de alguém ou de algo.”

Juridicamente temos que condenar as pessoas com pena de morte por matarem outras pessoas? Se faz justiça matar um condenado para que se aprenda que não é lícito matar pessoas? No mundo ainda existem 58 países que praticam a pena de morte. Ela existe nos Estados Unidos em 29 estados, de um total de 50 mais o Distrito Federal. No Brasil há cerca de 144 anos não mais existe pena de morte, a não ser em crime de guerra.

Veja alguns depoimentos de presos nos Estados Unidos que estavam no Corredor da Morte. Este termo “Corredor da Morte” se refere à área de um presídio que abriga os condenados a morte que esperam pela execução. Um indivíduo que praticava trabalho manual em campo petrolífero, disse antes de ser executado: "Espero que um dia possamos olhar para trás e ver o mal que estamos fazendo agora, como as bruxas que queimamos na fogueira. Quero que todos saibam que não tenho nada contra eles. Eu perdoo todos eles. Eu espero que todos por quem fiz alguma coisa me perdoem. Eu tenho orado o dia todo para que a esposa (da vítima) tire a amargura de seu coração, porque essa amargura que está em seu coração vai certamente mandá-la para o inferno como qualquer outro pecado. Sinto muito por tudo que já fiz a qualquer pessoa. Espero que me perdoem."

Um construtor de telhados, antes de morrer, disse: "Eu gostaria de dizer à família o quanto realmente sinto na minha alma e no meu coração pela dor e miséria que causei por minhas ações... Eu gostaria de agradecer a todos os homens no corredor da morte, que me mostraram amor ao longo dos anos. Espero que, doando meu corpo para a ciência, algumas partes dele possam ser usadas para ajudar alguém..."

Um carpinteiro comentou: "Lamento a dor. Lamento a vida que tirei de você. Peço perdão a Deus. E peço-lhe o mesmo. Sei que pode ser difícil. Mas sinto muito pelo que fiz. Para minha família: amo cada um de vocês. Sejam fortes. Saibam que meu amor está sempre com vocês, sempre. Sei que vou para casa estar com o Senhor. Derrame lágrimas de felicidade por mim."

Um cozinheiro disse: "Peço desculpas por sua perda e sua dor. Mas eu não matei essas pessoas. Esperançosamente, todos nós aprenderemos algo sobre nós mesmos e os outros. E aprenderemos a interromper o ciclo de ódio e vingança e chegar a valorizar o que realmente está acontecendo neste mundo. Eu perdoo a todos por este processo, que parece estar errado."

Um mecânico de motocicleta após ser julgado, a principal testemunha de acusação retirou seu depoimento e três membros do conselho de liberdade condicional recomendaram clemência. E ele desabafou: "Quero começar reconhecendo o amor que tive em minha família. Nenhum homem neste mundo teve uma família melhor do que eu. Eu tive os melhores pais do mundo. Eu tive a vida mais maravilhosa que qualquer homem poderia ter tido. Nunca tive mais orgulho de alguém do que tenho de minha filha e do meu filho. Há alguns assuntos sobre os quais gostaria de falar, já que esta é uma das poucas vezes em que as pessoas ouvirão o que tenho a dizer. Agora, os Estados Unidos chegaram a um ponto onde há respeito zero com a vida humana. Minha morte é apenas um sintoma de uma doença maior. Em algum momento, o governo precisa acordar e parar de fazer coisas para destruir outros países e matar crianças inocentes. O embargo e as sanções em curso contra lugares como o Irã e o Iraque, Cuba e outros, eles não estão fazendo nada para mudar o mundo e estão machucando crianças inocentes.

Talvez o mais importante em muitos aspectos seja o que estamos fazendo com o meio ambiente, é ainda mais devastador porque, enquanto continuarmos na direção que estamos indo, o resultado final é que não importa como tratamos as outras pessoas, porque todos no planeta estarão de saída. Uma das poucas maneiras no mundo em que a verdade vai se espalhar, ou as pessoas vão saber o que está acontecendo, é se apoiarmos uma imprensa livre lá fora. Vejo a imprensa lutando para se manter como uma instituição livre. Mas também há pessoas nos EUA que pegaram prisão perpétua por maconha e, no estado vizinho, a maconha foi legalizada. Elas ficarão na cadeia pelo resto de suas vidas e, no estado vizinho, você pode parar na calçada e fumar maconha.”

Se faz justiça quando um assassino é condenado a prisão perpétua? Neste caso a justiça é a prisão? Não seria restituir a vida da pessoa que foi assassinada? Quando você machuca alguém por vingança, quem fica mais ferido: quem agiu com vingança ou a vítima dela? É possível uma pessoa ficar em paz após executar um ato de vingança? “Minha é a vingança”, diz Deus. Romanos 12:19.

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Há alguém ideal para você?

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O “amor psicológico”, que defino como  “sensação de gostar” é um aspecto emocional, que é um dos componentes da capacidade de amar alguém. Mas a sensação não é o amor. A paixão não é o amor. A atração sexual também não é o amor. O desejo não é o amor. O amor do marido para com sua esposa e da esposa para com o marido envolve alguns destes aspectos, mas depende de algo mais.

O “amor psicológico”, que defino como  “sensação de gostar” é um aspecto emocional, que é um dos componentes da capacidade de amar alguém. Mas a sensação não é o amor. A paixão não é o amor. A atração sexual também não é o amor. O desejo não é o amor. O amor do marido para com sua esposa e da esposa para com o marido envolve alguns destes aspectos, mas depende de algo mais.

Todo ser humano, após a queda espiritual em Adão e Eva, sofre. Sofre devido ao afastamento da relação direta e permanente com o criador. Ficou um “buraco” espiritual em nosso ser. Isso promoveu outras desgraças, em especial, a perturbação do relacionamento afetivo na educação de filhos. Resultado: nunca mais houve infância normal, nem crianças 100% normais. Todos, pretos, brancos, ricos, pobres, religiosos, não religiosos, temos carências afetivas. Uns mais, outros menos. Uns com consciência delas, outros sem.

Trazemos carências para a vida adulta e tentamos resolvê-las, na maioria das vezes inconscientemente, seja no trabalho, no casamento, no cuidado com os filhos, no namoro, em amizades etc. Alguns, não suportando a dor dessas carências, se drogam. E, importante dizer, a “droga” pode ser muita coisa além do álcool, cocaína, heroína, tranquilizantes, anfetaminas etc. Pode ser o trabalho, o sexo, a comida, a pornografia, a estética corporal, o consumismo, a ganância, e mesmo o “amor” como dependência afetiva e fissura por romance.

Na vida conjugal é comum haver desavenças porque cada um, marido e mulher, ao longo dos anos de convívio, pode não suportar o vazio interior do passado trazido para dentro do casamento, além de problemas atuais. Estes dois fatores (carências da infância e problemas afetivos do relacionamento atual) causam dor. Se juntarmos a isto a dor originada no “buraco” espiritual, pode ficar algo bem doloroso ou insuportável para alguns de nós.

Com isso, uma pessoa pode pensar em separação, em traição, pode ficar brigando o tempo todo no relacionamento conjugal sempre achando que é o outro o culpado de toda esta dor. Pode ter um ciúme doentio. Não consegue separar o que é sua dor, algo seu que o outro não tem nada que ver com isso, com o que é realmente fruto de problemas de casamento, solucionáveis ou não. Na verdade, esta separação entre o que é fruto de sofrimentos do passado na família de origem e o que é problema atual, não é fácil de ser percebida e identificada.

Quando um casal, diante de sofrimentos conjugais não enxerga que há uma diferença entre problemas pessoais e os próprios do casal, a tendência é sempre culpar o outro como o único responsável pela sua dor e atacar, se isolar, trair, separar sem buscar uma solução. Quando há o que chamo de “honestidade emocional”, que é a pessoa admitir que parte de sua dor pode ser mesmo algo pessoal e não culpa do cônjuge, existe possibilidade de melhora, de ajustamento, de felicidade, tanto internamente na pessoa (ela com ela mesmo), quanto externamente, ou seja, entre ela e o cônjuge. Se a pessoa racionaliza culpando só o outro como causador da sua dor emocional ela talvez terá um longo caminho para conseguir ser feliz e ter paz interior.

Há alguém ideal para mim? Há alguém que possa preencher toda a minha necessidade afetiva nessa vida? Você pode se casar com alguém que é ativo para trabalhar, que produz conforto material, segurança financeira, mas faltar manifestações afetivas diretas. Ou pode ter alguém que é afetivo, sensual, bom parceiro sexual, mas não provê segurança material etc.

Em algum momento da vida, para ser feliz, cada um precisa aprender a lidar com suas próprias limitações comportamentais. Precisa entender que é parcial, não é Deus, não pode ser tudo para o outro o tempo todo, não pode ter do outro tudo o que queria o tempo todo.

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Ciúme normal e doentio

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Você é uma pessoa ciumenta? Qual o significado do ciúme? O que é ciúme? É um conjunto de sentimentos que surgem na pessoa quando ela sente que existe uma ameaça à estabilidade e qualidade de um relacionamento que para ela tem um valor importante.

Segundo o dr. Geraldo Ballone, que foi professor de neuropsiquiatria na PUC de Campinas, no ciúme existem três elementos:

1 - o ciúme é uma reação frente a uma ameaça percebida;

2 - existe um rival real ou imaginário;

Você é uma pessoa ciumenta? Qual o significado do ciúme? O que é ciúme? É um conjunto de sentimentos que surgem na pessoa quando ela sente que existe uma ameaça à estabilidade e qualidade de um relacionamento que para ela tem um valor importante.

Segundo o dr. Geraldo Ballone, que foi professor de neuropsiquiatria na PUC de Campinas, no ciúme existem três elementos:

1 - o ciúme é uma reação frente a uma ameaça percebida;

2 - existe um rival real ou imaginário;

3 - a reação ciumenta visa eliminar os riscos da perda do objeto amado, ou seja, o ciumento age com exagero na ideia de que conseguirá controlar o outro.

Quando falamos de ciúme doentio, significa que existem no ciumento muitos sentimentos perturbadores, fora de proporção e absurdos. Estes sentimentos doentios conduzem para comportamentos que vão desde estranhos, até criminosos. Podem existir delírios de ciúmes, como ocorre em algumas doenças mentais como, por exemplo, no dependente do álcool. Ciúme doentio envolve medo desproporcional de perder alguém para um rival. Tem que ver com desconfiança excessiva e sem fundamento, que prejudica o relacionamento com a pessoa que o ciumento diz que ama.

Quando ideias de ciúme invadem a mente do indivíduo e ele reage exageradamente, o resultado é surgir uma compulsão para ver onde a pessoa está, se está mesmo com que disse que estaria, mexe nas bolsas, carteiras, abre envelopes que está em nome do outro, fica atento aos telefonemas, verifica as roupas íntimas da pessoa de quem sente ciúme, às vezes fica tão perturbado que contrata detetives, ou ela mesma segue a pessoa na rua.

A pessoa com ciúme doentio vive à busca de provas, confissões, evidências que possam confirmar suas suspeitas. O clima no relacionamento dela com a outra pessoa é tenso. Ao analisarmos psicologicamente a pessoa com ciúme exagerado, encontramos que o principal sentimento nela não é amor pelo outro por quem ela sente ciúme. O sentimento principal é o egocentrismo devido ao medo de perder a pessoa que é o objeto de seu ciúme. O ciumento exagerado quer a pessoa em sua vida como se fosse um objeto pessoal sobre o qual exerce total controle. Quer exclusividade, domínio, posse. E isto não é amor. A Bíblia diz na primeira carta de Paulo aos Coríntios no capítulo 13 e versículo 4 que “O amor [maduro] não arde em ciúmes.”

Ter muito ciúme pode ser uma forma de manifestar insegurança pessoal e forte desejo de ser amado com exclusividade. Pode significar medo de ficar só, de não ter todo o afeto que pensa que precisa. Ciúme tem a ver com o medo da perda. Perda de quê? Da pessoa ou do que ela representa emocionalmente para o ciumento? Ou de ambos?

O ciúme normal é temporário, transitório e tem um fundamento real por ser ligado a fatos verdadeiros. No ciúme normal, a preocupação tem que ver com a preservação do relacionamento, enquanto que no ciúme doentio a preocupação é o ego do ciumento.

A pessoa com ciúme doentio pode sentir raiva, vergonha, ansiedade, depressão, insegurança, culpa, desejo de vingança. Ela em geral tem uma desvalorização de si mesma, assim se sente insegura, o que favorece o ciúme. É uma pessoa vulnerável, sempre desconfiada, geralmente impulsiva, atuando facilmente de forma agressiva. Estes comportamentos e características não são assim nos indivíduos com ciúme normal.

Pesquisadores têm verificado que a maioria dos crimes de morte seguidos de suicídio ocorrem em função de uma paixão numa pessoa cheia de ideias delirantes de ciúme doentio. A maioria é cometida por homens com sérios problemas emocionais, podendo ser um transtorno de personalidade, dependência de álcool e outras drogas, estado depressivo, transtornos obsessivos e até esquizofrenia. Nas pessoas com diagnóstico de Transtorno Paranoide o ciúme doentio surge em cerca de 16% delas.

Para solucionar o ciúme excessivo, é preciso crer no afeto existente e valorizar o que o outro realmente sente por ela, por ele, e parar de se preocupar com algo idealizado, confiando que os ganhos são reais, eles existem porque a pessoa tem amor genuíno, outras pessoas também gostam da pessoa, e ela pode gostar mais de si mesma a ponto de não esperar demais dos outros. O amor da pessoa por você não depende do quanto você a controla. Depende do que ela pode sentir e fazer por você. E isto é com ela.

Ciúme exagerado é posse e posse é abuso. Como comentei antes, geralmente produz agressividade e até violência. Um ciumento sente que é dono da pessoa para quem o ciúme é dirigido. Quer o outro como seu escravo. Mas o amor é contrário à escravidão. Cada ciumento deve lutar para ser dono de si mesmo, de suas emoções, aprendendo a controlá-las para sua saúde ao invés de se deixar levar por elas, gerando, por exemplo, ciúme exagerado. Saúde mental tem que ver com ter as emoções, sem deixar que as emoções tenham você. Se você não consegue dominar e acabar com seu ciúme que pode ser doentio, procure ajuda com um conselheiro capaz ou psicólogo.

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Recuperação emocional e espiritualidade

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Quando queremos a recuperação de vícios, impulsos destrutivos, hábitos não saudáveis, compulsões, precisamos evitar tudo o que facilita ou estimula estes comportamentos ruins para nossa saúde física, mental, espiritual e social. Devemos cortar pela raiz tudo o que conduz ao erro, sejam amizades destrutivas, substâncias ligadas ao nosso vício, fantasmas mentais, pensamento e atos corruptos.

Quando queremos a recuperação de vícios, impulsos destrutivos, hábitos não saudáveis, compulsões, precisamos evitar tudo o que facilita ou estimula estes comportamentos ruins para nossa saúde física, mental, espiritual e social. Devemos cortar pela raiz tudo o que conduz ao erro, sejam amizades destrutivas, substâncias ligadas ao nosso vício, fantasmas mentais, pensamento e atos corruptos. Estando impregnados quanto ao nosso objeto de dependência ou compulsão, nossas motivações se tornam tão mescladas entre o bom e o mau, entre o saudável e o insalubre, que a liberdade para escolher fica seriamente comprometida. Na hora da tentação nosso sim ou não, ou seja nossa escolha pode fazer toda a diferença.

Mas se realmente pretendemos ter uma capacidade livre para escolher a favor ou contra a verdade, a justiça, contra Deus, as escolhas que fazemos devem ser respostas amáveis ao chamado de Deus em amor, e não porque ele exige de forma ditatorial.

A parte mais dura da recuperação de qualquer compulsão ou vício é que ela requer de nós uma mudança. Podemos pensar na ideia de recuperação, podemos nos sentir inspirados ao ouvirmos ou ler histórias de recuperação, podemos estar convencidos de nossa necessidade de recuperação. Porém, estes e outros processos cognitivos são relativamente fáceis para nós. O desafio é que a prática da recuperação significa mudança, e mudar não é fácil. Tendemos a resistir à mudança. Podemos ficar com raiva e ter vergonha por ter que mudar. E podemos ter medo de não sermos capazes de mudar. Vivemos momentos em que dizemos a nós mesmos: “Não consigo! É difícil demais!”

Porém, mudar é também a parte mais estimulante da recuperação. Não necessitamos viver em escravidão à nossa dependência. Não precisamos fugir com medo nos relacionamentos, nem viver como se fossemos responsáveis pelo mundo. Podemos aprender a ter serenidade. Podemos encontrar liberdade. Podemos experienciar o amor. E pode aliviar se pensarmos que a recuperação não é uma competição.

A mudança é a parte mais difícil e maravilhosa do processo de recuperação. Ela nos coloca numa grande batalha interna a qual não é confortável. Porém, a capacidade de mudar é a chave para nossa esperança. Deus nos tem dado a habilidade para mudar e crescer. Ele nos chama para mudar, nos dá as perspectivas, disciplinas e o encorajamento que precisamos. Ele mesmo atua em nós, na medida em que permitimos e o convidamos, trabalha dentro de nós para nos fortalecer, curar e nos fazer novas criaturas.

Jesus foi tentado pelo diabo no deserto. Ele passou por três tipos de tentações que todos passamos na vida. O diabo esperava que Jesus cairia por se agarrar aos seus apegos ligados à satisfação de seus desejos. Esperava que ele iria se agarrar ao seu próprio poder como divindade, ou se apegaria às riquezas materiais do mundo. Assim como o diabo fez com Adão e Eva no Éden, passando a ideia de que eles poderiam vencer sem Deus, ele tentou Jesus com o mesmo engano.

É fácil pensar que Jesus venceu no deserto pelo que ele era, Deus encarnado. Pensar assim se torna difícil para nós nos identificarmos com ele. Mas ao pensarmos em sua humanidade, ao olharmos para ele como um homem real que tinha fome, sede, cansaço, então a maneira como ele respondeu ao diabo nos ensina muita coisa porque Jesus não usou sua natureza divina para vencer o maligno.

Primeiro, ele ficou firme, enfrentou a tentação. Segundo, ele agiu com força usando seu livre arbítrio com dignidade. Terceiro, ele não usou sua liberdade impulsivamente e nem respondeu ao diabo em seu conhecimento como divindade. Ele dependeu da palavra de Deus. Suas respostas foram citações da Bíblia daquela época, o Antigo Testamento.

Vícios, dependências, compulsões podem não ser vencidas pela vontade humana em si, nem por optar por entregar tudo à vontade divina. Ao invés disso, o poder da graça flui mais completamente quando a vontade humana escolhe agir em harmonia com a vontade divina. Isto significa estar disposto a confrontar a situação como ela é, permanecer responsável pelas escolhas que fazemos em resposta às tentações, mas ao mesmo tempo nos voltarmos à graça, proteção e guia de Deus como fundamento para nossas escolhas e comportamento.

Pode ocorrer que na medida em que as tentações antigas diminuem em nossa recuperação, podem existir a tendência de reconstruir nossa vontade própria e nossa centralização no eu, fazer do nosso jeito. Na oração do Pai Nosso há uma parte que diz: “Não nos deixe cair em tentação” justamente porque existe o perigo de escorregarmos e cair. Precisamos viver num mundo cheio de estresse, assim não devemos fugir ou nos esconder, mas procurar a ajuda que precisamos, pedindo a Deus para nos dar uma saída de circunstâncias as quais ainda não estamos hábeis para lidar com elas. Fonte: Recovery Devotional Bible, Zondervan, 1993.

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Angústia existencial e psicológica

quinta-feira, 06 de agosto de 2020

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade.

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade. Muito artistas de várias áreas possuíam ou possuem angústia e a manifestaram ou manifestam pelas suas obras de artes, seja pintura, escrita, escultura, teatro, música. A produção de obras de arte pode ser uma defesa contra a loucura, contra a angústia paralisante. Da mesma forma que o trabalho para muitos empresários de sucesso financeiro.

Vários filósofos chamam de “angústia existencial” o que a Bíblia se refere ao sofrimento mental humano produzido pelo pecado. Há a angústia existencial, de origem espiritual, e há a angústia psicológica de origem em traumas e disfunções emocionais nos relacionamentos, especialmente na infância numa família difícil e numa pessoa sensível. 

Quando Naum no capítulo 1 e verso 9 na Bíblia diz que não virá a angústia a segunda vez, ele está admitindo que nessa existência todos temos angústia espiritual, existencial. Então, concordo com Kierkegaard que aprender a lidar com a angústia é saúde. Um paradoxo, não é? Porque a angústia é uma anormalidade que não mais existirá na Nova Jerusalém, mas aqui nessa vida ela é “normal” no sentido de existir em todo ser que nasce de mulher. Então, saúde mental tem mais que ver com aprender a administrar a angústia do que eliminá-la, porque não dá para eliminá-la. 

Dependentes químicos, incluindo os alcoólicos, tentam eliminar a angústia com a droga de escolha. Mas a angústia permanece ali, perturbando entre uma dose e outra da droga. Por isso, o grande desafio para eles, e para nós, é ficarmos sóbrios e aguentar a angústia sem usar alguma droga, que pode ser álcool, cocaína, maconha, crack, Rivotril e outros psicotrópicos, sexo, trabalho, compras, comida, controlar os outros, ganhar dinheiro etc.

Entendo que há dois tipos de verdades: a que produz informação (doutrinas) e a que produz salvação (espiritualização). Muitas igrejas cristãs têm abundância da primeira e carência da segunda. Tenho conhecido pessoas não religiosas cheias de espiritualidade. A Bíblia dá um ótimo exemplo disso como o centurião que pediu a Jesus para curar o servo dele. Ele tinha religião espiritualidade embora não tivesse religião doutrina ainda. E Jesus chamou a atenção para o povo dizendo que Ele não tinha visto tamanha fé na "igreja" da época como a daquele pagão. 

A vantagem da visão bíblica da angústia é que ela é (1) mais abrangente, e não superficial ou unilateral. Ou seja, ela vai além do social, do biológico e do psicológico. Ela atinge o “coração”, parte virtual de nossa mente de onde procedem o que contamina nosso caráter. Ela é também (2) verdadeira porque não tem pessoa que nasce sem esta desgraça (des-graça, falta de graça). A visão bíblica também é (3) a única que mostra a solução da angústia, que tem que ver com a glorificação, processo de mudança na estrutura humana que será feita por Deus assim que Jesus voltar em breve nos que ficarão do lado da verdade e da justiça. 

O melhor que a Psicologia pode oferecer é alívio da ansiedade de origem na dinâmica emocional mental pessoal. Podemos aprender (psicoeducação) a administrar nossa ansiedade de modo que ela não mais surja em nossa vida como ataques de pânico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo etc. É possível entender as causas psicológicas da ansiedade e praticar algumas orientações sobre a redução dela. Podemos nos tornar menos ansiosos num nível psicológico.

Algumas pessoas não sabem o que é angústia. Estranho, não é? Talvez elas sejam mais felizes por não terem consciência da angústia pessoal que possuem. Deus é honesto. Ele diz “estarei com ele na angústia” (Salmo 91:15). Ou “o que me consola em minha angústia é que a tua palavra me vivifica” (Salmo 119:50). Há angústia em todos nós. Tanto no Papa Francisco como no presidente e sua igreja. Tanto no bilionário Bill Gates quanto no mais simples funcionário de Tecnologia da Informação aí da instituição onde você trabalha. Paulo, o apóstolo diz que quando chegaram à Macedônia ele sentiu “temores por dentro”, ou seja, angústia. Ezequiel, homem de Deus, diz que naquele dia estava triste e angustiado, mas a mão do Senhor era forte sobre ele (Ez.3:14). 

Então nessa existência ter angústia não é ausência de Deus. É tanto a falta de sua presença como existia no Éden antes da queda, como tem sua (da angústia) extensão psicológica (carências afetivas, tensões na família, medo da pandemia, sofrimento de religiosos por terem chefes ditadores, perseguidores etc. 

O que a gente faz na vida para fugir da angústia “não está no gibi” como se dizia antigamente. E a maioria não sabe que foge da angústia no que faz e no que se torna. Isto porque o jeito como nos tornamos como pessoa é a maneira que nos causa menos dor. Mesmo que tenhamos nos tornado pessoas complicadas. É o melhor que conseguimos ser até agora. É a defesa da angústia. Claro, podemos ter/ser uma defesa disfuncional ou funcional e graças a Deus, gradativamente, passo à passo, bem lentamente, na medida em que aguentamos, podemos caminhar para ser/existir com melhor capacidade de lidar com nossa angústia e, assim, nos tornarmos melhores pessoas. Especialmente mais misericordiosas com a gente mesmo e com os outros. 

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Ajudando crianças e adolescentes na pandemia

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Crianças têm sentimentos de angústia, medo e tristeza. Elas não são indiferentes ao impacto da pandemia que vivemos. Elas sentem medo, incertezas, têm mudanças em suas rotinas, precisam também de isolamento social e conviver com o estresse dos pais. Os pais, e outros parentes que convivem de perto com as crianças e os adolescentes em casa, precisam entender as emoções deles para saberem como ajudar os filhos durante esta pandemia maluca, a qual parece ser fruto de inapropriada alimentação de animais proibidos por Deus para consumo como relatado em Levítico capítulo 11, na Bíblia.

Crianças têm sentimentos de angústia, medo e tristeza. Elas não são indiferentes ao impacto da pandemia que vivemos. Elas sentem medo, incertezas, têm mudanças em suas rotinas, precisam também de isolamento social e conviver com o estresse dos pais. Os pais, e outros parentes que convivem de perto com as crianças e os adolescentes em casa, precisam entender as emoções deles para saberem como ajudar os filhos durante esta pandemia maluca, a qual parece ser fruto de inapropriada alimentação de animais proibidos por Deus para consumo como relatado em Levítico capítulo 11, na Bíblia.

Este artigo é um resumo de um trabalho científico com o título “Considerações sobre saúde mental para crianças e adolescentes na pandemia da Covid-19”, publicado em maio de 2020 na Revista Paquistanesa de Ciências Médicas, tendo com autores uma equipe de cientistas da Universidade Médica King Edward de Lahore, do Paquistão, e da Faculdade de Medicina Rutgers New Jersey, em Newark, nos Estados Unidos.

As crianças são vulneráveis mentalmente à situações ruins como uma pandemia porque elas não possuem estratégias psicológicas de enfrentamento dos fatores estressores como este surto virótico, e elas podem não ter habilidades de comunicar seus sentimentos como nós adultos. O fato delas de repente não mais irem à escola e precisar se isolar de amigos, causa estresse e ansiedade nelas. E se elas são expostas à noticiários que enfocam tragédias devido ao vírus corona, isto piora seu estresse mental.

Os sintomas principais que surgem em crianças diante de um fator estressante como desta pandemia podem ser ansiedade, depressão, alterações no sono e apetite, prejuízos sociais, sentimentos de incerteza e agitação. Algumas podem regredir querendo de novo a chupeta ou não mais se vestindo sozinhas como fazia antes. Um estudo na China observou crianças e adolescentes quanto ao estresse da pandemia e foi verificado que muitos apresentavam distração, irritabilidade, medo de que familiares pudessem pegar a doença e morrerem e apego excessivo aos familiares.

As crianças e adolescentes são também expostos às notícias da pandemia, algumas das quais cheias de sensacionalismo e com possíveis mentiras, gerando estresse. Além dos efeitos dolorosos da pandemia para a sociedade, ainda vemos notícias de governantes e empresários fraudando o povo com compras superfaturadas dos equipamentos para o combate da doença. São pessoas doentes da malignidade, ganância e insensibilidade.

As crianças sofrem emocionalmente nesta tragédia porque o medo dos adultos as contagia já que elas são bem sensíveis ao estado emocional dos adultos em volta delas, que são sua fonte de segurança e bem estar emocional. Nos Estados Unidos cerca de 40% das pessoas com filhos abaixo dos 12 anos de idade entraram num alto nível de estresse devido às responsabilidades de trabalho afetado pela pandemia. Mais do que 50% dos pais relataram que o isolamento social está afetando suas funções parentais.

Infelizmente em alguns lares complicados, o isolamento social pode causar um aumento de atitudes abusivas com os cuidadores atuando com negligência e exploração dos filhos. Num distrito da China a polícia relatou que a violência doméstica aumentou quase três vezes mais em fevereiro de 2020, passando de 47 ocorrências nos últimos anos para 162 só neste ano, ocorrendo também no estado do Texas nos Estados Unidos, incluindo gritar, dar tapas nas crianças, explorar serviços delas. Uma covardia, não é?

Os adolescentes têm sofrimentos pela pandemia por estarem longe de amigos, da escola, de festas de aniversário, prática de esportes com amigos, além de ficar longe de avós, tios, primos. Os sintomas neles podem ser nervosismo, chateação, tristeza, ansiedade e medo.

O que os pais podem fazer para ajudar seus filhos pequenos e jovens durante a pandemia? Nas crianças pequenas use mais tempo com elas durante o dia, parando o trabalho em casa por uns 15 minutos pelo menos para se concentrarem no cuidado daquela criança, brincando com ela. Abrace mais seus filhos, dê um colinho para eles com mais frequência, transmitindo serenidade e carinho.

Não deixe a TV ou rádio ligado com notícias ruins da pandemia, e não fiquem conversando sobre isto quando as crianças estiverem perto. Anime seus filhos a terem contato com os avós e outros parentes que eles gostam usando o celular, ou por vídeo chamadas. Acompanhe seus filhos nas aulas on-line.

Evite que as crianças fiquem muito tempo na TV, intercalando as atividades delas com contar histórias em livros, atividades de artes, brincar de esconde-esconde, montar blocos de brinquedo, caminhar e brincar ao ar livre em locais permitidos. Não deixe que elas fiquem com equipamentos eletrônicos na parte da noite porque a luz brilhante da TV, dos celulares, tablets, prejudica o hormônio que facilita o sono.

Se a criança terá que perder a festa de aniversário ou um outro evento social que ela gosta muito, deixe ela falar da frustração dela, da tristeza, e apenas ouça o desabafo dela procurando ser compreensivo e pense em possíveis soluções para esta perda.

Usem palavras simples ao explicar para as crianças as mudanças necessárias durante o isolamento social. Por exemplo, diga que por causa do vírus é preciso usar máscaras ao estar num local com outras pessoas, que não é possível no momento brincar com outras crianças para poder ficarem saudáveis, que precisamos limpar objetos para que eles não fiquem sujos, que muitos de nós ficamos doentes vez ou outra e se isso ocorrer papai e mamãe irão cuidar da pessoa até ela ficar boa.

 

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Controlar ou confiar?

quinta-feira, 23 de julho de 2020

“Controlar é uma resposta direta ao nosso medo, pânico e sensação de desajuda. [esta sensação] ocorre quando nós sentimos sobrecarregados ou quando falta confiança.É possível não confiar em nós mesmos e até em Deus no processo da vida. Ao invés de confiar podemos cair no controle. Podemos abordar esta necessidade de controle ao lidarmos com nosso medo. Lidamos com nosso medo ao confiar em nós mesmos, em Deus, no amor e apoio dos outros, e a este processo chamamos de vida e recuperação.

“Controlar é uma resposta direta ao nosso medo, pânico e sensação de desajuda. [esta sensação] ocorre quando nós sentimos sobrecarregados ou quando falta confiança.É possível não confiar em nós mesmos e até em Deus no processo da vida. Ao invés de confiar podemos cair no controle. Podemos abordar esta necessidade de controle ao lidarmos com nosso medo. Lidamos com nosso medo ao confiar em nós mesmos, em Deus, no amor e apoio dos outros, e a este processo chamamos de vida e recuperação.

Podemos confiar quando as coisas não funcionam do jeito que queremos, crendo que Deus tem algo melhor planejado. Podemos confiar em nós mesmos para chegar onde queremos ir, dizer o que precisamos falar, fazer o que precisamos fazer, saber o que necessitamos conhecer, ser quem precisamos ser, e nos tornar tudo o que podemos ser feitos, quando temos a intenção de fazer isto, quando estamos prontos e quando o momento é apropriado.

Podemos confiar que Deus nos dá todas as orientações que precisamos. Podemos confiar que tudo o que precisamos em nossa jornada virá para nós. Não obteremos hoje tudo o que necessitamos para a caminhada total. Receberemos o suprimento para hoje, e amanhã para amanhã. Não é suposto que carreguemos todos os suprimentos para a jornada completa. O fardo seria muito pesado, e o caminho é para ser leve.

Não precisamos planejar, controlar e agendar todas as coisas. A agenda e o plano têm sido escritos por Deus. Tudo o que precisamos é estar presente, [abertos, disponíveis]. (Melody Beattie, Recovery Devotional Bible, Zondervan, p.999, 1993).

Para aprender a confiar e, assim, obter serenidade, é importante permanecer “atento à sugestão de me render a seja lá o que for sobre mim ou outra pessoa que eu esteja tentando controlar. Em outras palavras, preciso me soltar do meu ego. Soltar, entregar e manter simples, tudo isso me faz lembrar de que Deus está cuidando de mim e dos desafios da minha vida. Às vezes, quando me sinto excepcionalmente estressado, a rendição não vem com facilidade. Fundamentalmente, preciso até me soltar do processo de rendição. Não posso controlar o momento em que meu poder superior decide me conceder a graça de sentir e agir com serenidade.” (“A esperança para hoje”, Grupos Familiares Al-Anon, p. 163, 2005).

Um dos passos que pode nos conduzir à serenidade e confiança não é nem a questão de desistir do controle, mas desistir da ilusão do controle. Entendeu? Quando vivemos num estilo de vida controlador, vivemos na ilusão de que estamos controlando as coisas e as pessoas. Mas não temos controle sobre as pessoas e sobre tantas coisas em nossa vida.

O medo é uma energia que ativa os nossos defeitos de caráter. Às vezes eles ficam adormecidos como uma pista de carros de brinquedo desligada, e nós não os percebemos. Entretanto, quando estamos com medo, ele funciona como um combustível que faz com que os carros (nossos defeitos) comecem a se mover. Gastam-se nossas energias físicas e mentais andando em círculos, tentando não sermos batidos ou atropelados.

Em primeiro lugar, o que dispara o nosso medo? Tentar controlar coisas sobre as quais não temos poder é sempre um interruptor provável. Como eu o desligo? Utilizar a oração da serenidade ajuda a nos acalmar. Devemos fazer uma lista, com uma coluna intitulada “posso mudar” e outra intitulada “não posso mudar”. Aí, desmembra-se o problema em elementos e colocamos cada um em sua coluna. Quanto terminar, devemos pedir ao nosso poder superior para redirecionar a energia para aqueles elementos que podemos mudar.

Deixar de lado o presente e nos preocupar com o futuro é outro gatilho. Quando sentimos que nossa mente está na frente do corpo, é útil nos concentrar nos nossos corpos e muitas vezes nossa mente o seguirá. Demos lembrar a nós mesmos de soltar e deixar que Deus cuide das coisas da coluna “não posso mudar”. Devemos nos concentrar no que estamos fazendo no momento presente: estou lavando os cabelos; estou fazendo o jantar; estou dirigindo meu carro. Pode parecer bobagem, mas devemos fazer o que pudermos para que sejamos levados de volta ao momento presente. Essa atitude dá o tom para um dia mais sereno e centrado. (“A esperança para hoje”, Grupos Familiares Al-Anon, p. 228, 2005).

“Quando ouvi o Lema “Solte-se e entregue-se a Deus” pela primeira vez, não fez sentido para mim. Soltar o quê? E entregar a Deus o quê? O pouco que entendi foi a inutilidade de meus esforços em tentar controlar outras pessoas, lugares, e coisas. ... Eu me soltei de outras pessoas e comecei a sentir algum alívio. Eu me desliguei do que os outros disseram ou não disseram, e do que fizeram e não fizeram. Eu me desliguei das minhas expectativas. Não mais senti necessidade de agradar a todos. À medida que me soltei, descobri que vivo em maior harmonia comigo e com os outros. Comecei a assumir mais responsabilidades por mim mesmo. Imaginava que se pudesse aceitar a mim mesmo, poderia aceitar também as outras pessoas. Eu me desliguei dos resultados. Sentia-me bem mesmo se as coisas não fossem da maneira que eu tinha imaginado. Às vezes os resultados eram melhores do que eu tinha antecipado... À medida que eu me soltava, aprendia que podia entregar a Deus. ‘Entregar a Deus’ não significa que eu abdique das minhas responsabilidades. Na verdade, eu me torno mais responsável por mim mesmo. ‘Entregar a Deus’ indica que aceito minhas imperfeições e cresço em direção à pessoa que imagino que posso ser. ‘Soltar-se e entregar-se a Deus’ significa que posso desfrutar ser responsável pelo que é meu de direto, e deixar o resto para Deus. ‘Solte-se’ vem antes de ‘entregue-se a Deus’ por uma razão. Não posso esperar que Deus faça nada se eu ainda estiver agarrada ao meu problema.” (Extraído de “A esperança para hoje”, Grupos Familiares Al-Anon, p. 320, 2005).

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