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Angústia existencial e psicológica

quinta-feira, 06 de agosto de 2020

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade.

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade. Muito artistas de várias áreas possuíam ou possuem angústia e a manifestaram ou manifestam pelas suas obras de artes, seja pintura, escrita, escultura, teatro, música. A produção de obras de arte pode ser uma defesa contra a loucura, contra a angústia paralisante. Da mesma forma que o trabalho para muitos empresários de sucesso financeiro.

Vários filósofos chamam de “angústia existencial” o que a Bíblia se refere ao sofrimento mental humano produzido pelo pecado. Há a angústia existencial, de origem espiritual, e há a angústia psicológica de origem em traumas e disfunções emocionais nos relacionamentos, especialmente na infância numa família difícil e numa pessoa sensível. 

Quando Naum no capítulo 1 e verso 9 na Bíblia diz que não virá a angústia a segunda vez, ele está admitindo que nessa existência todos temos angústia espiritual, existencial. Então, concordo com Kierkegaard que aprender a lidar com a angústia é saúde. Um paradoxo, não é? Porque a angústia é uma anormalidade que não mais existirá na Nova Jerusalém, mas aqui nessa vida ela é “normal” no sentido de existir em todo ser que nasce de mulher. Então, saúde mental tem mais que ver com aprender a administrar a angústia do que eliminá-la, porque não dá para eliminá-la. 

Dependentes químicos, incluindo os alcoólicos, tentam eliminar a angústia com a droga de escolha. Mas a angústia permanece ali, perturbando entre uma dose e outra da droga. Por isso, o grande desafio para eles, e para nós, é ficarmos sóbrios e aguentar a angústia sem usar alguma droga, que pode ser álcool, cocaína, maconha, crack, Rivotril e outros psicotrópicos, sexo, trabalho, compras, comida, controlar os outros, ganhar dinheiro etc.

Entendo que há dois tipos de verdades: a que produz informação (doutrinas) e a que produz salvação (espiritualização). Muitas igrejas cristãs têm abundância da primeira e carência da segunda. Tenho conhecido pessoas não religiosas cheias de espiritualidade. A Bíblia dá um ótimo exemplo disso como o centurião que pediu a Jesus para curar o servo dele. Ele tinha religião espiritualidade embora não tivesse religião doutrina ainda. E Jesus chamou a atenção para o povo dizendo que Ele não tinha visto tamanha fé na "igreja" da época como a daquele pagão. 

A vantagem da visão bíblica da angústia é que ela é (1) mais abrangente, e não superficial ou unilateral. Ou seja, ela vai além do social, do biológico e do psicológico. Ela atinge o “coração”, parte virtual de nossa mente de onde procedem o que contamina nosso caráter. Ela é também (2) verdadeira porque não tem pessoa que nasce sem esta desgraça (des-graça, falta de graça). A visão bíblica também é (3) a única que mostra a solução da angústia, que tem que ver com a glorificação, processo de mudança na estrutura humana que será feita por Deus assim que Jesus voltar em breve nos que ficarão do lado da verdade e da justiça. 

O melhor que a Psicologia pode oferecer é alívio da ansiedade de origem na dinâmica emocional mental pessoal. Podemos aprender (psicoeducação) a administrar nossa ansiedade de modo que ela não mais surja em nossa vida como ataques de pânico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo etc. É possível entender as causas psicológicas da ansiedade e praticar algumas orientações sobre a redução dela. Podemos nos tornar menos ansiosos num nível psicológico.

Algumas pessoas não sabem o que é angústia. Estranho, não é? Talvez elas sejam mais felizes por não terem consciência da angústia pessoal que possuem. Deus é honesto. Ele diz “estarei com ele na angústia” (Salmo 91:15). Ou “o que me consola em minha angústia é que a tua palavra me vivifica” (Salmo 119:50). Há angústia em todos nós. Tanto no Papa Francisco como no presidente e sua igreja. Tanto no bilionário Bill Gates quanto no mais simples funcionário de Tecnologia da Informação aí da instituição onde você trabalha. Paulo, o apóstolo diz que quando chegaram à Macedônia ele sentiu “temores por dentro”, ou seja, angústia. Ezequiel, homem de Deus, diz que naquele dia estava triste e angustiado, mas a mão do Senhor era forte sobre ele (Ez.3:14). 

Então nessa existência ter angústia não é ausência de Deus. É tanto a falta de sua presença como existia no Éden antes da queda, como tem sua (da angústia) extensão psicológica (carências afetivas, tensões na família, medo da pandemia, sofrimento de religiosos por terem chefes ditadores, perseguidores etc. 

O que a gente faz na vida para fugir da angústia “não está no gibi” como se dizia antigamente. E a maioria não sabe que foge da angústia no que faz e no que se torna. Isto porque o jeito como nos tornamos como pessoa é a maneira que nos causa menos dor. Mesmo que tenhamos nos tornado pessoas complicadas. É o melhor que conseguimos ser até agora. É a defesa da angústia. Claro, podemos ter/ser uma defesa disfuncional ou funcional e graças a Deus, gradativamente, passo à passo, bem lentamente, na medida em que aguentamos, podemos caminhar para ser/existir com melhor capacidade de lidar com nossa angústia e, assim, nos tornarmos melhores pessoas. Especialmente mais misericordiosas com a gente mesmo e com os outros. 

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Ajudando crianças e adolescentes na pandemia

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Crianças têm sentimentos de angústia, medo e tristeza. Elas não são indiferentes ao impacto da pandemia que vivemos. Elas sentem medo, incertezas, têm mudanças em suas rotinas, precisam também de isolamento social e conviver com o estresse dos pais. Os pais, e outros parentes que convivem de perto com as crianças e os adolescentes em casa, precisam entender as emoções deles para saberem como ajudar os filhos durante esta pandemia maluca, a qual parece ser fruto de inapropriada alimentação de animais proibidos por Deus para consumo como relatado em Levítico capítulo 11, na Bíblia.

Crianças têm sentimentos de angústia, medo e tristeza. Elas não são indiferentes ao impacto da pandemia que vivemos. Elas sentem medo, incertezas, têm mudanças em suas rotinas, precisam também de isolamento social e conviver com o estresse dos pais. Os pais, e outros parentes que convivem de perto com as crianças e os adolescentes em casa, precisam entender as emoções deles para saberem como ajudar os filhos durante esta pandemia maluca, a qual parece ser fruto de inapropriada alimentação de animais proibidos por Deus para consumo como relatado em Levítico capítulo 11, na Bíblia.

Este artigo é um resumo de um trabalho científico com o título “Considerações sobre saúde mental para crianças e adolescentes na pandemia da Covid-19”, publicado em maio de 2020 na Revista Paquistanesa de Ciências Médicas, tendo com autores uma equipe de cientistas da Universidade Médica King Edward de Lahore, do Paquistão, e da Faculdade de Medicina Rutgers New Jersey, em Newark, nos Estados Unidos.

As crianças são vulneráveis mentalmente à situações ruins como uma pandemia porque elas não possuem estratégias psicológicas de enfrentamento dos fatores estressores como este surto virótico, e elas podem não ter habilidades de comunicar seus sentimentos como nós adultos. O fato delas de repente não mais irem à escola e precisar se isolar de amigos, causa estresse e ansiedade nelas. E se elas são expostas à noticiários que enfocam tragédias devido ao vírus corona, isto piora seu estresse mental.

Os sintomas principais que surgem em crianças diante de um fator estressante como desta pandemia podem ser ansiedade, depressão, alterações no sono e apetite, prejuízos sociais, sentimentos de incerteza e agitação. Algumas podem regredir querendo de novo a chupeta ou não mais se vestindo sozinhas como fazia antes. Um estudo na China observou crianças e adolescentes quanto ao estresse da pandemia e foi verificado que muitos apresentavam distração, irritabilidade, medo de que familiares pudessem pegar a doença e morrerem e apego excessivo aos familiares.

As crianças e adolescentes são também expostos às notícias da pandemia, algumas das quais cheias de sensacionalismo e com possíveis mentiras, gerando estresse. Além dos efeitos dolorosos da pandemia para a sociedade, ainda vemos notícias de governantes e empresários fraudando o povo com compras superfaturadas dos equipamentos para o combate da doença. São pessoas doentes da malignidade, ganância e insensibilidade.

As crianças sofrem emocionalmente nesta tragédia porque o medo dos adultos as contagia já que elas são bem sensíveis ao estado emocional dos adultos em volta delas, que são sua fonte de segurança e bem estar emocional. Nos Estados Unidos cerca de 40% das pessoas com filhos abaixo dos 12 anos de idade entraram num alto nível de estresse devido às responsabilidades de trabalho afetado pela pandemia. Mais do que 50% dos pais relataram que o isolamento social está afetando suas funções parentais.

Infelizmente em alguns lares complicados, o isolamento social pode causar um aumento de atitudes abusivas com os cuidadores atuando com negligência e exploração dos filhos. Num distrito da China a polícia relatou que a violência doméstica aumentou quase três vezes mais em fevereiro de 2020, passando de 47 ocorrências nos últimos anos para 162 só neste ano, ocorrendo também no estado do Texas nos Estados Unidos, incluindo gritar, dar tapas nas crianças, explorar serviços delas. Uma covardia, não é?

Os adolescentes têm sofrimentos pela pandemia por estarem longe de amigos, da escola, de festas de aniversário, prática de esportes com amigos, além de ficar longe de avós, tios, primos. Os sintomas neles podem ser nervosismo, chateação, tristeza, ansiedade e medo.

O que os pais podem fazer para ajudar seus filhos pequenos e jovens durante a pandemia? Nas crianças pequenas use mais tempo com elas durante o dia, parando o trabalho em casa por uns 15 minutos pelo menos para se concentrarem no cuidado daquela criança, brincando com ela. Abrace mais seus filhos, dê um colinho para eles com mais frequência, transmitindo serenidade e carinho.

Não deixe a TV ou rádio ligado com notícias ruins da pandemia, e não fiquem conversando sobre isto quando as crianças estiverem perto. Anime seus filhos a terem contato com os avós e outros parentes que eles gostam usando o celular, ou por vídeo chamadas. Acompanhe seus filhos nas aulas on-line.

Evite que as crianças fiquem muito tempo na TV, intercalando as atividades delas com contar histórias em livros, atividades de artes, brincar de esconde-esconde, montar blocos de brinquedo, caminhar e brincar ao ar livre em locais permitidos. Não deixe que elas fiquem com equipamentos eletrônicos na parte da noite porque a luz brilhante da TV, dos celulares, tablets, prejudica o hormônio que facilita o sono.

Se a criança terá que perder a festa de aniversário ou um outro evento social que ela gosta muito, deixe ela falar da frustração dela, da tristeza, e apenas ouça o desabafo dela procurando ser compreensivo e pense em possíveis soluções para esta perda.

Usem palavras simples ao explicar para as crianças as mudanças necessárias durante o isolamento social. Por exemplo, diga que por causa do vírus é preciso usar máscaras ao estar num local com outras pessoas, que não é possível no momento brincar com outras crianças para poder ficarem saudáveis, que precisamos limpar objetos para que eles não fiquem sujos, que muitos de nós ficamos doentes vez ou outra e se isso ocorrer papai e mamãe irão cuidar da pessoa até ela ficar boa.

 

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Controlar ou confiar?

quinta-feira, 23 de julho de 2020

“Controlar é uma resposta direta ao nosso medo, pânico e sensação de desajuda. [esta sensação] ocorre quando nós sentimos sobrecarregados ou quando falta confiança.É possível não confiar em nós mesmos e até em Deus no processo da vida. Ao invés de confiar podemos cair no controle. Podemos abordar esta necessidade de controle ao lidarmos com nosso medo. Lidamos com nosso medo ao confiar em nós mesmos, em Deus, no amor e apoio dos outros, e a este processo chamamos de vida e recuperação.

“Controlar é uma resposta direta ao nosso medo, pânico e sensação de desajuda. [esta sensação] ocorre quando nós sentimos sobrecarregados ou quando falta confiança.É possível não confiar em nós mesmos e até em Deus no processo da vida. Ao invés de confiar podemos cair no controle. Podemos abordar esta necessidade de controle ao lidarmos com nosso medo. Lidamos com nosso medo ao confiar em nós mesmos, em Deus, no amor e apoio dos outros, e a este processo chamamos de vida e recuperação.

Podemos confiar quando as coisas não funcionam do jeito que queremos, crendo que Deus tem algo melhor planejado. Podemos confiar em nós mesmos para chegar onde queremos ir, dizer o que precisamos falar, fazer o que precisamos fazer, saber o que necessitamos conhecer, ser quem precisamos ser, e nos tornar tudo o que podemos ser feitos, quando temos a intenção de fazer isto, quando estamos prontos e quando o momento é apropriado.

Podemos confiar que Deus nos dá todas as orientações que precisamos. Podemos confiar que tudo o que precisamos em nossa jornada virá para nós. Não obteremos hoje tudo o que necessitamos para a caminhada total. Receberemos o suprimento para hoje, e amanhã para amanhã. Não é suposto que carreguemos todos os suprimentos para a jornada completa. O fardo seria muito pesado, e o caminho é para ser leve.

Não precisamos planejar, controlar e agendar todas as coisas. A agenda e o plano têm sido escritos por Deus. Tudo o que precisamos é estar presente, [abertos, disponíveis]. (Melody Beattie, Recovery Devotional Bible, Zondervan, p.999, 1993).

Para aprender a confiar e, assim, obter serenidade, é importante permanecer “atento à sugestão de me render a seja lá o que for sobre mim ou outra pessoa que eu esteja tentando controlar. Em outras palavras, preciso me soltar do meu ego. Soltar, entregar e manter simples, tudo isso me faz lembrar de que Deus está cuidando de mim e dos desafios da minha vida. Às vezes, quando me sinto excepcionalmente estressado, a rendição não vem com facilidade. Fundamentalmente, preciso até me soltar do processo de rendição. Não posso controlar o momento em que meu poder superior decide me conceder a graça de sentir e agir com serenidade.” (“A esperança para hoje”, Grupos Familiares Al-Anon, p. 163, 2005).

Um dos passos que pode nos conduzir à serenidade e confiança não é nem a questão de desistir do controle, mas desistir da ilusão do controle. Entendeu? Quando vivemos num estilo de vida controlador, vivemos na ilusão de que estamos controlando as coisas e as pessoas. Mas não temos controle sobre as pessoas e sobre tantas coisas em nossa vida.

O medo é uma energia que ativa os nossos defeitos de caráter. Às vezes eles ficam adormecidos como uma pista de carros de brinquedo desligada, e nós não os percebemos. Entretanto, quando estamos com medo, ele funciona como um combustível que faz com que os carros (nossos defeitos) comecem a se mover. Gastam-se nossas energias físicas e mentais andando em círculos, tentando não sermos batidos ou atropelados.

Em primeiro lugar, o que dispara o nosso medo? Tentar controlar coisas sobre as quais não temos poder é sempre um interruptor provável. Como eu o desligo? Utilizar a oração da serenidade ajuda a nos acalmar. Devemos fazer uma lista, com uma coluna intitulada “posso mudar” e outra intitulada “não posso mudar”. Aí, desmembra-se o problema em elementos e colocamos cada um em sua coluna. Quanto terminar, devemos pedir ao nosso poder superior para redirecionar a energia para aqueles elementos que podemos mudar.

Deixar de lado o presente e nos preocupar com o futuro é outro gatilho. Quando sentimos que nossa mente está na frente do corpo, é útil nos concentrar nos nossos corpos e muitas vezes nossa mente o seguirá. Demos lembrar a nós mesmos de soltar e deixar que Deus cuide das coisas da coluna “não posso mudar”. Devemos nos concentrar no que estamos fazendo no momento presente: estou lavando os cabelos; estou fazendo o jantar; estou dirigindo meu carro. Pode parecer bobagem, mas devemos fazer o que pudermos para que sejamos levados de volta ao momento presente. Essa atitude dá o tom para um dia mais sereno e centrado. (“A esperança para hoje”, Grupos Familiares Al-Anon, p. 228, 2005).

“Quando ouvi o Lema “Solte-se e entregue-se a Deus” pela primeira vez, não fez sentido para mim. Soltar o quê? E entregar a Deus o quê? O pouco que entendi foi a inutilidade de meus esforços em tentar controlar outras pessoas, lugares, e coisas. ... Eu me soltei de outras pessoas e comecei a sentir algum alívio. Eu me desliguei do que os outros disseram ou não disseram, e do que fizeram e não fizeram. Eu me desliguei das minhas expectativas. Não mais senti necessidade de agradar a todos. À medida que me soltei, descobri que vivo em maior harmonia comigo e com os outros. Comecei a assumir mais responsabilidades por mim mesmo. Imaginava que se pudesse aceitar a mim mesmo, poderia aceitar também as outras pessoas. Eu me desliguei dos resultados. Sentia-me bem mesmo se as coisas não fossem da maneira que eu tinha imaginado. Às vezes os resultados eram melhores do que eu tinha antecipado... À medida que eu me soltava, aprendia que podia entregar a Deus. ‘Entregar a Deus’ não significa que eu abdique das minhas responsabilidades. Na verdade, eu me torno mais responsável por mim mesmo. ‘Entregar a Deus’ indica que aceito minhas imperfeições e cresço em direção à pessoa que imagino que posso ser. ‘Soltar-se e entregar-se a Deus’ significa que posso desfrutar ser responsável pelo que é meu de direto, e deixar o resto para Deus. ‘Solte-se’ vem antes de ‘entregue-se a Deus’ por uma razão. Não posso esperar que Deus faça nada se eu ainda estiver agarrada ao meu problema.” (Extraído de “A esperança para hoje”, Grupos Familiares Al-Anon, p. 320, 2005).

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Aceitar nossa impotência nos liberta

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Todos somos impotentes diante de muitas coisas e em muitos momentos. Quando na ilusão de que podemos exercer poder para mudar algo diante do qual somos impotentes, nossa vida pode ficar perturbada. Pode surgir tristeza, raiva, irritação, ansiedade e outros sintomas. Porém, ao admitirmos nossa impotência diante de, por exemplo, mudar o comportamento desagradável de alguém, ficaremos prontos para fazer alguma coisa boa e construtiva em nossa própria vida. Será possível parar de gastar nossa energia na tentativa de mudar a pessoa.

Muitas vezes podemos sofrer consequências de maus tratos dos outros e depois, anos mais tarde, quando aquelas pessoas que nos fizeram sofrer não estão mais por perto, ou estão mas não mais nos perturbam, apresentamos sintomas. Estes sintomas foram construídos porque eram defesas que havíamos construído para lidar com aqueles maus tratos feitos contra nós. Mas o tempo passou, a pessoa foi embora, morreu, ou está perto ainda, mudada para melhor ou não, e as defesas agora nos aprisionam.

Isto é mais ou menos como você fraturar um osso da perna, o médico coloca gesso, você precisa usar um apoiador para andar, e depois que o gesso é retirado e você recupera aquele membro com fisioterapia, você ainda quer usar o apoiador. Ele não é mais necessário, como algumas defesas psicológicas que usamos no passado, mas insistimos em usá-las. Assim ficamos presos com limitação da liberdade de ação desnecessariamente.

Uma das prisões neste caso pode ser o ressentimento, a mágoa de quem nos tratou mal. Então, para a liberdade em nós, será necessário exercer o perdão que pode ficar menos difícil de dar se procurarmos compreender o por que aquela pessoa agia daquela maneira. Quem sabe ela copiava a maneira como foi tratada quando criança. Talvez reagia com medo. Talvez era presa pelo vício em algo. A compaixão e o perdão, portanto, poderão ser aplicados para com ela dentro de nosso coração, o que nos aliviará.

Veja este depoimento fantástico: “Em criança, cresci esperando que meus pais alcoólicos me dessem o amor de que eu precisava. Quando saí de casa, transferi essa expectativa para o meu namorado alcoólico. Vivia para o seu amor e esperava que ele mudasse seu comportamento que estava me ferindo. Enquanto me apeguei à esperança de que ele iria me amar da maneira que eu queria ser amada, me tornei prisioneira do alcoolismo. Depois de frequentar o Al-Anon [grupo de ajuda mútua para familiares e amigos de alcoólicos www.al-anon.org.br] por algum tempo, comecei a compreender o quanto da minha vida tinha sido gasto esperando que os outros mudassem para que eu pudesse ser feliz. Eu tinha perdido muito tempo tentando mudar as coisas que não podia controlar. Quando finalmente aceitei que não podia controlar a maneira de beber do meu namorado, fiquei livre. Também percebi minha impotência perante os meus familiares. Senti alguma tristeza junto com esse despertar espiritual, mas o Al-Anon me manteve ocupada aprendendo sobre alcoolismo como doença e seguindo em frente com os passos. Eu me perguntava por que deveria tentar combater o alcoolismo, então decidi admitir que o alcoolismo é mais poderoso do que eu. Agora estou livre para descobrir a pessoa dentro de mim que é animada, divertida, amorosa e digna de amor. Hoje estou aprendendo a me dar o amor incondicional e a aceitação que sempre quis receber das pessoas que não os tinham para dar. A única pessoa que pode me amar do jeito que quero ser amada sou eu mesma.”

(Fonte: Esperança para Hoje, p.361, 2018, Grupos Familiares Al-Anon do Brasil.) 

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O papel da fé na diminuição da ansiedade

quinta-feira, 09 de julho de 2020

Vários estudos demonstraram os benefícios da fé no tratamento de transtornos de ansiedade em adultos. Em uma pesquisa com 37 mil homens e mulheres que frequentam a igreja, sinagoga ou outros serviços religiosos, quanto maior a frequência ao culto, menor a prevalência de depressão, mania e transtorno do pânico. (Baetz, M. et ai., 2006).

Vários estudos demonstraram os benefícios da fé no tratamento de transtornos de ansiedade em adultos. Em uma pesquisa com 37 mil homens e mulheres que frequentam a igreja, sinagoga ou outros serviços religiosos, quanto maior a frequência ao culto, menor a prevalência de depressão, mania e transtorno do pânico. (Baetz, M. et ai., 2006).

A médica pesquisadora Marilyn Baetz, da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, declarou: "Quanto maior a frequência ao culto, menores as chances de depressão, distúrbios de pânico e mania". Can J Psychiatry 51: 654-61. A importância da religião foi um preditor de melhora no transtorno do pânico após um ano. Com o tempo, a melhoria observada para a prática da religião foi muito importante. (Bowen, R. et ai., 2006).

Em uma revisão sistemática de 850 estudos científicos, a maioria deles bem conduzidos concluiu que níveis mais altos de envolvimento religioso estão associados positivamente a indicadores de bem-estar psicológico, satisfação com a vida, felicidade, afeto positivo e menos depressão, pensamentos e comportamentos suicidas, abuso de drogas e álcool. (Moreira-Almeida, A., Neto, F., Koenig, HG, 2006. Religiosidade e saúde mental: uma revisão. Rev Bras Psiquiatr.28: 242-50.).

A fé pode desempenhar um papel benéfico na cura de dores e conflitos emocionais. Se você lê inglês, veja o artigo “Cura e fé” no site da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos em www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed. Várias intervenções espirituais ajudam a resolver a ansiedade e a criar confiança. Isso inclui o uso diário dos dois primeiros passos dos Alcoólicos Anônimos (AA) e o pensamento: "Não tenho poder sobre minhas ansiedades, desconfiança, raiva ou minha tendência a controlar e quero entregá-las a Deus".

Além disso, uma meditação diária sobre Deus como protetor pode diminuir a ansiedade na juventude. Os dois primeiros dos 12 passos dos AA são: “Admitimos que éramos impotentes perante o álcool [ou outro problema em sua vida] – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas. Viemos a acreditar que um poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.”

Nas famílias com forte fé, os pais que são espirituais também relatam sobre o benefício de orar com crianças ansiosas na hora de dormir, ensinando-as a entregar todos os seus medos ao Deus Criador. Além disso, eles treinam seus filhos a terem uma atitude mental de confiança em Deus quando os seus medos, ansiedade ou insegurança surgem.

A psicologia positiva (Martin Seligman) ou o papel das virtudes como esperança, gratidão, bondade, perdão, no tratamento de distúrbios da infância é uma área mais nova no campo da saúde mental. No entanto, o crescimento das virtudes tem sido visto historicamente na civilização ocidental como sendo essencial para o desenvolvimento de uma personalidade saudável.

Os jovens com transtornos de ansiedade precisam ser protegidos da raiva excessiva que prejudica a confiança, e protegidos também de críticas ou abusos injustificados que prejudicam o desenvolvimento da confiança nos dons e habilidades de alguém. A paternidade responsável envolve a compreensão das necessidades dos filhos para praticarem um relacionamento de apego próximo, consolador e seguro com o pai e a mãe, irmãos e colegas.

Os jovens precisam aprender como se recuperar de dores emocionais e trabalhar para crescer em confiança com aqueles que são, de fato, dignos de confiança. Eles também precisam aprender a perdoar aqueles que prejudicaram sua confiança, para que não se tornem prisioneiros emocionais de seu passado. 

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Como lidar com o mau humor?

quinta-feira, 02 de julho de 2020

Não é raro ficarmos de mau humor. Podem existir razões externas que nos empurram para isto, mas pode ser algo de nosso temperamento. Entretanto, situações externas promovem mau humor em algumas pessoas mas não em outras, mesmo que sejam situações iguais.

Não é raro ficarmos de mau humor. Podem existir razões externas que nos empurram para isto, mas pode ser algo de nosso temperamento. Entretanto, situações externas promovem mau humor em algumas pessoas mas não em outras, mesmo que sejam situações iguais.

Isto ocorre porque somos diferentes em termos de temperamento e quanto ao modo como reagimos ao ambiente. Também é importante compreender que algumas pessoas ficam com mau humor por um tempo longo, como durante semanas, o que pode configurar algo anormal. Ter mau humor por algumas horas não é doentio, mas por vários dias e semanas pode revelar algum sofrimento importante, como, por exemplo, o surgimento de depressão. Se for o caso, é bom procurar um profissional em saúde mental para uma avaliação.

Vamos ver algumas sugestões que podem ajudar a lidar com o mau humor de modo positivo. Primeiro de tudo, ao sentir mau humor evite cobranças tipo “eu não deveria me sentir assim”. Não é sem razão que pessoas normais sentem-se assim alguns dias. Você pode dizer para as pessoas ao redor que naquele dia você não está bem e que, por exemplo, irá ficar mais calado. E trate a si mesmo com paciência, seja bom consigo, e tente compreender o que está ocorrendo que gerou este mau humor. Também é importante não envolver as pessoas que estão perto com seu mau humor. Se ele levar você a ferir alguém, peça desculpa, pois isso certamente irá lhe fazer bem.

Outro passo para lidar com o mau humor é refletir sobre se existe uma conexão entre a data do ano, horário do dia, ou data festiva em que você sente-se mal e alguma situação dolorosa vivida no seu passado. Por exemplo, uma mulher sentia-se mau humorada ao final da tarde. Ela começou a pensar no assunto, e lembrou que havia convivido com um pai alcoólico que costumava chegar bêbado em casa ao final do dia, e isto assustava a todos em casa. Ela trouxe isto para a vida adulta e sentia-se mal ao final do dia mesmo estando agora vivendo numa família sem problemas com alcoolismo. Ao entender isto, ela fez esforços para mudar este mau humor vespertino pensando que agora não precisa mais reagir dessa forma.

Outro exemplo é o de um homem que era muito apegado à sua avó e ela morreu quando ele tinha 14 anos de idade em janeiro, quando ele estava de férias. Depois que ele ficou adulto, ao chegar as férias de janeiro, ele tinha tendência de sentir mau humor do tipo tristeza. Quando investigou a razão pela qual isto ocorria no mês de janeiro, ele descobriu esta conexão entre a morte da avó e seu mau humor triste. Entendendo isto, foi possível lutar para reagir de forma melhor, porque o passado já foi e não era mais necessário ter este humor ruim no presente.

Uma atitude que ajuda muito a melhorar nosso mau humor que nos ataca num certo dia, é procurar ajudar alguém naquele momento. Quando nos concentramos em auxiliar alguém em necessidade de ajuda, isto faz com que nossa mente se desvie de nosso mal estar emocional, e isto nos ajuda a melhorar.

Finalmente, vai nos ajudar a lidar com nosso mau humor temporário, pensar que ele vai passar, que coisas boas que sentimos passam, vão embora, mas depois voltam, e assim, ocorre com sentimento dolorosos, desagradáveis, porque eles também passam, vão embora.

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O que o amor é e o que ele não é

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Uma escritora inspirada descreveu que: “O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Uma escritora inspirada descreveu que: “O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Isto não quer dizer que manifestaremos a mesma forma de amor para com todos. Quer dizer que não odiaremos as pessoas, mas procuraremos entendê-las e ter compaixão para com aquelas menos equilibradas, mais sofridas, mais rudes.

Isto também não quer dizer que teremos que manter o mesmo nível de sentimento por todas as pessoas. Há algumas não amáveis por não permitirem ser amadas. Rejeitam o amor oferecido à elas seja por atitude fria ou agressiva. Então temos que deixá-las seguir e nos afastarmos até que elas possam aceitar nosso oferecimento de amor.

Há hora de afastar e de aproximar. Há hora de falar do amor e hora de ficar quieto. Há hora para tudo e nem sempre é hora para tudo. O silêncio pode ser ouro em certos momentos. Assim como a boa palavra falada na hora certa é bálsamo e justiça.

Alguns importam da filosofia grega o conceito de amor em três dimensões: o amor fraternal – ágape; o amor sexual – eros, e o amor amizade – filia. Na realidade, o amor é um só, de uma única fonte. Ele se manifesta de forma diferente para momentos diferentes e pessoas diferentes, segundo a capacidade e a necessidade de cada um.

Mas amor não é paixão, nem sexo, nem “ficar”. O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor dura para sempre.

No relacionamento entre marido e mulher não se sente o mesmo tipo de sentimento igualzinho hora após hora pelo seu cônjuge. O sentimento pode flutuar, mas não o amor.

Quando alguém se apaixona é provável que esta paixão esteja ligada à imagem que a pessoa criou em sua mente de como ela gostaria que o ser amado fosse. Ela está apaixonada pela imagem da pessoa que ela criou em sua própria mente, a qual pode ser muito diferente da pessoa que está ali presente na realidade de sua vida.

Daí será necessário um ajuste. Será preciso cair do “andor” da paixão para chegar-se à realidade do que o outro é. Quando cai este amor idealizado, daí pode começar o amor maduro. Tudo dependerá de como a pessoa lidará com a sua realidade e a do ser amado. O diálogo será então fundamental para se processar o ajuste afetivo. Para ir surgindo o amor maduro não será com mais sexo, mais romance ou mais presentes. E sim diálogo sobre o que dói e o que alegra, sobre o que agrada e desagrada, sobre o que gosta e não gosta. Mas tem que ser um diálogo sincero, com respeito, e aceitação do que cada um pode ser neste momento da vida.

O amor maduro produz felicidade e desprendimento. Com ele você fica em paz mesmo que as coisas por em volta estejam desabando. O amor tem que ser firme no sentido de colocar limites contra abusos. O amor diz verdades de uma forma respeitadora, porém, firme. O amor não ataca as pessoas, não condescende e nem se compromete com o erro, com a mentira, com o engano.

Você quer ter este tipo de amor? Ele não é vendido em comprimidos nas farmácias. Você precisa desejar ardentemente tê-lo e fazer sua parte para obtê-lo. E pedir. Ele é grátis. Se você deseja este amor para realmente amar as pessoas e ajudá-las, o terá. Se for para se aproveitar delas ou “faturar” (materialmente ou não), não o terá. Este amor não é bobo, nem ingênuo, nem manipulável. O amor é um poder. Quem quiser pode tomá-lo de graça da fonte que é o criador do universo. Mas uma pergunta muito importante sobre amor é: você quer amor para quê?

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O que sobra no final de sua vida?

quinta-feira, 18 de junho de 2020

A história relata que Jesus Cristo viveu na Palestina cerca de dois mil anos atrás. Em vestes humanas ele veio à Terra no nível daqueles que desejava salvar. Que humildade! Totalmente oposto aos arrogantes e aos abusadores do poder que dizem coisas como “Sabe com que está falando?”. Que pessoas fracas são estas, não é?

A história relata que Jesus Cristo viveu na Palestina cerca de dois mil anos atrás. Em vestes humanas ele veio à Terra no nível daqueles que desejava salvar. Que humildade! Totalmente oposto aos arrogantes e aos abusadores do poder que dizem coisas como “Sabe com que está falando?”. Que pessoas fracas são estas, não é?

No caráter de Jesus não havia nenhuma malícia, nem impureza, nem mácula, nenhuma arrogância. E em relação a nós, como está o nosso caráter? Tem brotado dele malícias, corrupção, mentiras, vaidade, que se transformam em comportamentos egocêntricos, pedantes, arrogantes? Ou temos aceitado ajuda divina passando gradativamente a ter atitudes éticas, bondosas, benignas que auxiliam o próximo? Já descobriu a necessidade de acabar com suas mentiras e outros problemas de caráter para crescer e realmente se tornar feliz? Somos ajudados a querer o bem se pelo menos queremos ser ajudados. Você quer? Saúde depende de admitirmos ter a doença e decidir praticar o que promove recuperação.

Contudo Jesus sendo Deus assumiu um corpo humano já debilitado em comparação com o corpo, por exemplo dos primeiros seres humanos, como Adão que tinha quase quatro metros de altura e viveu quase mil anos. Uma amiga comentou no contexto de Jesus ter assumido um corpo como o nosso assim: “Como a divindade coube num corpo humano!” trajando sua divindade com a humanidade, para se associar com a humanidade imperfeita, ele procurou ajudar-nos a redimir o que, pela desobediência, Adão perdera.

Em seu próprio caráter Jesus manifestou para o mundo o caráter de Deus. Ele não viveu procurando agradar a si mesmo, mas fazendo o bem. Você faz o bem? A história dele por mais de 30 anos de vida aqui na Terra foi de benevolência desinteressada. Duas das revistas médicas mundialmente famosas no meio científico a “The Lancet” e a “NEJM-New England Journal of Medicine,” admitiram este mês que elas se deixam influenciar pela indústria farmacêutica que faz muita pressão para publicar artigos com conflitos de interesses nestes periódicos.

Alguns cientistas ganham muito dinheiro das indústrias de medicamentos ao produzirem pesquisas sobre determinado remédio. A “The Lancet” publicou um trabalho poucas semanas atrás sobre medicamentos para a Covid-19 que verificou-se depois que no estudo haviam erros e falhas de metodologia de pesquisa científica. Um dos autores tinha conflito de interesse com uma indústria de medicamentos. Que vergonha! Veja isto em: https://quinina.com.br/editores-do-the-lancet-e-do-nejm-as-empresas-farmaceuticas-nos-pressionam-a-aceitar-artigos/

Você faz o mesmo? Defende ideias e comportamentos não saudáveis por interesse seja econômico ou ideológico sem uma apropriada verdade por detrás? Ganhar dinheiro, fama, discussões filosóficas tem realmente produzido paz em sua mente? Jesus não tinha nenhum conflito de interesse em sua pregação, em sua conduta e vida terrestre. Não é sem razão que as pessoas ficavam maravilhadas com seus ensinamentos. Ele ensinava como tendo autoridade e não preso às tradições religiosas que colocavam a opinião humana acima da revelação divina, como muitas filosofias, ideologias e religiões fazem hoje. Cristo não ficou preso às fracas e insípidas fábulas e tradições dos escribas e fariseus. Alguns admirados de sua doutrina, chegaram a expressar: “Nunca homem algum falou como este homem.” João capítulo 7, versículo 46.

Examine por você mesmo com humildade e motivação de desejar a verdade o que consta nas escrituras sagradas, a Bíblia. Ali tem saúde mental, saúde física, saúde espiritual e social. A postura de reverência diante da luz da verdade nos conduz à saúde, força para viver e entendimento do sentido da vida, que não é “retomada do crescimento econômico após a pandemia. Só a mente contrita e humilde pode ver a luz. Temos que deixar a arrogância, a autoconfiança doentia, a fissura materialista, a obsessão pela fama, pelo prazer sexual, pelo romance, pelo acúmulo de bens, para realmente ser possível amadurecer como pessoa. Não tem remédio de farmácia que faça isso.

Você pode escolher um caminho bom. Pode escolher. Você pode decidir querer a verdade, saindo da corrupção, do nariz empinado que defende ideologias no mínimo duvidosas. Deixe a mente aberta para que o que é realmente verdadeiro possa entrar. Não é abandonar o que você sinceramente crê hoje como verdade e realidade. Mas é se perguntar: “O que creio é realmente verdadeiro?”. E pesquisar. Este é o caminho do crescimento de nosso caráter. É o que pode ajudar a humanidade. Afinal, no final de nossa vida nessa existência curta, o que sobra é o caráter, é o que você fez de bom para as pessoas, sem interesses egoístas. O resto se perde, ou fica por aí nas contas bancárias ou listadas no seu inventário para outros desfrutarem. Você pode escolher agora o que quer deixar ao morrer. Luz ou escuridão, bem ou mal, só dinheiro ou exemplo de bom caráter que influencia vidas para a virtude.

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É preciso tratar a introversão?

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

O dr. Miller explicou aos pais que não encontrou nenhum problema no garoto. Os pais não ficaram satisfeitos. O menino tinha um irmão mais novo com 4 anos que batia no mais velho vez ou outra e ele não revidava. Os pais incentivavam o mais velho a lutar, revidar, para ver se ele se tornava “ativo”. Além disso eles também colocaram o garoto em esportes competitivos, o levavam a reuniões sociais familiares para ver se ele “desinibia”, mas nada disso interessava ao menino que preferia ficar em casa, estudar, ler, montar brinquedos.

Aqueles pais eram profissionais ativos, assertivos, sociáveis e competitivos. Chegaram a pensar se este filho mais velho teria depressão, o que foi descartado pelo dr. Miller. A verdade é que havia falta de harmonia entre o garoto e seus pais. O menino aceitava seus pais melhor do que eles o aceitavam. Ele simplesmente era um menino introvertido.

Introversão não é doença. É um perfil de comportamento normal. O introvertido gosta de ficar com ele mesmo, não gosta de muito barulho e agitação, prefere conversas mais profundas, não gosta de falar bobagens. O extrovertido é diferente, preferindo ter muita gente em volta, quer aparecer, detesta solidão, sente que precisa de visibilidade.

Aqueles pais ligados demais na vida social e empresarial, não entendiam este filho introvertido. O modelo de pessoa normal para eles era alguém muito social, muito assertivo, agressivo nos “negócios”.

Aliás, não é assim que a sociedade ocidental funciona? Quem são exaltados pela mídia não são as pessoas mais agressivas, mais do tipo “cheguei”, que falam muito, que são competitivas? Será que os introvertidos não servem para nada? O que dizer de Albert Einstein, Bill Gates, só para citar dois famosos introvertidos?

Introversão não é o mesmo que timidez. A timidez é algo sofrido para o tímido, mas a introversão não. Um introvertido não gosta da ideia de mudar para se tornar extrovertido. Ele está satisfeito com seu jeito de ser. Mas o tímido quer mudar, e isto é normal porque ele sofre com a timidez, que é um medo de ser rejeitado, medo de passar vergonha, algo que machuca a pessoa.

Aqueles pais precisariam entender seu filho introvertido e aceitar o jeito dele ser assim e valorizar o que ele gosta e pode fazer. Numa família, numa comunidade religiosa, numa empresa, num grupo social é importante ter pessoas introvertidas e extrovertidas. O introvertido pensa e dá ideias maravilhosas, enquanto que o extrovertido as executa. Precisamos de ambos! Ambos são normais. Não tem que tratar introversão. Ela é um traço normal da personalidade humana. 

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Insônia: tipos, causas e tratamento

quinta-feira, 04 de junho de 2020

A insônia é a alteração do sono normal. Pode ser temporária ou crônica, e também inicial, intermitente e terminal. Inicial é quando a pessoa tem dificuldade para induzir o sono, ela deita e custa muito a dormir. A intermitente é quando ela tem interrupções freqüentes e variadas no período em que vai dormir. E a terminal é quando ela deita, dorme logo, mas acorda muito cedo, tendo dormido poucas horas e não consegue voltar a dormir.

A insônia é a alteração do sono normal. Pode ser temporária ou crônica, e também inicial, intermitente e terminal. Inicial é quando a pessoa tem dificuldade para induzir o sono, ela deita e custa muito a dormir. A intermitente é quando ela tem interrupções freqüentes e variadas no período em que vai dormir. E a terminal é quando ela deita, dorme logo, mas acorda muito cedo, tendo dormido poucas horas e não consegue voltar a dormir.

Chamamos de insônia primária quando há dificuldade em iniciar e/ou manter o sono e quando há a sensação de não ter um sono reparador durante um período não inferior a um mês. Ela geralmente surge no adulto jovem (entre 20 e 30 anos), raramente na infância e adolescência, é mais freqüente na mulher e tem um desenvolvimento crônico. Neste tipo de insônia há, portanto, alterações na indução, na continuidade e na estrutura do sono. Ela pode existir também com sonambulismo (andar dormindo) e sonilóquia (falar dormindo).

A pessoa com insônia primária refere não ter tido um sono reparador durante um tempo não inferior a um mês, e acaba produzindo mal-estar físico, deterioração social no trabalho ou em outras áreas importantes de atividade.

A insônia crônica pode produzir uma diminuição da sensação de bem-estar durante o dia, caracterizado pela alteração do estado de ânimo e da motivação, diminuição da atenção, da energia e da concentração, além do aumento da sensação de fadiga e mal-estar mental.

Geralmente pessoas com insônia utilizam mal medicamentos e álcool para tentar favorecer o sono, e ao mesmo tempo usam bebidas com cafeína ou outros estimulantes para combater a fadiga durante o dia.

Ocorre a insônia por motivos variados. Há as chamadas “idiopáticas” de causa não detectável. Cerca de 50% dos casos de insônia ocorrem como conseqüência de depressão. Também pode ocorrer como condicionamento negativo, como a pessoa que dormiu mal uma ou outra noite devido a algum trauma emocional, e fica com medo de não conseguir dormir de novo. Este medo ou ansiedade perturba o relaxamento para permitir o sono fisiológico. Quanto mais medo de não dormir, mais provável é a insônia.

O que produz uma insônia pode ser diferente do que faz com que ela se torne crônica. Geralmente há uma situação aguda de estresse psicológico, como a morte de um ente querido, o afastamento de um familiar, tristeza, perda de emprego, iminência de uma cirurgia, caso de doença grave, depressão, perda financeira etc.

É relativamente comum a presença de insônia na pessoa que tem a chamada “depressão mascarada”, ou seja, um tipo de depressão em que a pessoa não se sente conscientemente triste e nem desesperançada. Estudos mostram que 40% das pessoas com queixas clínicas que procuram médicos clínicos gerais apresentam este tipo de depressão. Apesar da não queixa de tristeza e desesperança, a pessoa com depressão mascarada pode apresentar os outros sintomas depressivos, incluindo despertar precoce na madrugada (insônia terminal), desinteresse sexual, falta de apetite (ou apetite exagerado geralmente para doces), variação diurna do humor (pior pela manhã), constipação intestinal etc.

No tratamento da insônia deve-se observar a história da pessoa e ver se há depressão ou ansiedade generalizada e então tratar a causa primária. É importante fazer a higiene do sono que significa: praticar exercícios físicos pela manhã ou no começo da tarde, tomar a última refeição do dia pelo menos duas horas antes de deitar com alimentos leves, não usando nicotina, álcool, bebidas com cafeína como café, chá preto, erva-mate, bebidas com “cola”, guaraná em pó ou misturado com outros líquidos, chocolate.

Deve providenciar um ambiente agradável no quarto de dormir, sem televisão, sem barulho (se possível), colchão agradável, evitar deitar sem ser para dormir, ter hora certa para deitar e levantar.

Numa terapia de conduta para insônias severas a pessoa aprende a relaxar, sendo a leitura de algo suave e calmo indicada, além da oração e meditação. Eventualmente pode haver a necessidade temporária de medicamentos específicos para induzir o sono, que podem ser fitoterápicos, como a Valeriana e a Passiflora, ou medicamentos sintéticos chamados de hipnóticos ou indutores do sono que devem ser prescritos por médico e de preferência não ser utilizados seguidamente por mais de dois meses.

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