Robério Canto

Escrevivendo

No estilo “caminhando contra o vento”, o professor Robério Canto vai “vivendo e Escrevivendo” causos cotidianos, com uma generosa pitada de bom humor. Membro da Academia Friburguense de Letras, imortal desde criancinha.

12/02/2025

Tudo depende de como se conta

Com todo respeito aos autores (que já não podem me contestar), contarei hoje três histórias que não são de minha autoria, como fica declarado desde o título. Eu as conheci lendo algum livro ou revista, ouvindo alguém contar ou juntando pedaços de filmes a que assisti. Talvez esquecendo um pouco, ou inventando outro tanto. Mas, na essência, são assim mesmo.

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29/01/2025

Sem ao menos me pedir licença, caíram de tapas em cima de mim

Morávamos há pouco tempo em Olaria ─ eu tinha entre sete e oito anos ─ quando levei uma surra inesquecível. Felizmente, o fato nunca se repetiu, com igual, maior ou menor intensidade. Talvez eu tenha merecido outras vezes, mas como sou prudente até a covardia, sempre evitei as situações de confronto, sobretudo os confrontos físicos, pois desde cedo reconheci que eu não era nenhum Tarzan ou Super-Homem, nem mesmo o modesto Sargento Garcia, célebre adversário do Zorro.

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15/01/2025

Quem é que nunca viveu a emoção de ver o mundo se transfigurar com a passagem da pessoa amada?

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11/12/2024

Nascido em 1995 e falecido em 2024, com 100 anos de idade

Sammy Basso morreu e, para falar a verdade, foi justamente por causa de sua morte que eu fiquei sabendo que ele tinha existido. É estranho como, sendo a coisa mais previsível da vida, a morte sempre nos pega de surpresa. Ou quase sempre. Basso é uma das raras exceções. Já nasceu com prazo bem limitado de validade: treze anos. Viveu 28 e, apesar de tudo, viveu feliz e assim o declarou numa carta que deixou para ser lida no seu funeral.

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27/11/2024

Além do mais, ciúmes inúteis, pois como é que eles iriam concorrer com O Rei?

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13/11/2024

Se bem que, com o valor das aposentadorias pagas no Brasil, nem múmia japonesa conseguiria viver

            O governo me convoca para que eu prove ainda estar vivo, coisa de que de vez em quando até eu duvido. Sim, porque assisti a um filme em que os mortos custavam a se dar conta da nova realidade, e achavam que fantasmas eram os outros, isso é, os vivos de verdade. Nunca se pode ter certeza de nada. Já dizia Bertold Brecht que “de todas as coisas seguras, a mais segura é a dúvida”.

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30/10/2024

Algumas caveiras já nascem maravilhosamente bem vestidas

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16/10/2024

Zombamos do que somos, depreciamos o que temos

Perguntei a um amigo estrangeiro se, depois de tantos anos vivendo no

Brasil, ele ainda se lembrava da língua natal. A resposta foi ao mesmo tempo

sentida, poética e verdadeira. “Há três coisas de que nunca nos esquecemos”,

disse ele, “a mãe, a pátria e a língua”.

O que se pode dizer sobre as mães que ainda não tenha sido dito, por

poetas, filósofos, religiosos e quem mais se disponha a pensar por um segundo

que seja na própria vida? Como alguém pode contar sua história sem começar

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02/10/2024

Estando eu sentado e indefeso, e ele com a navalha na mão, não me convém criticá-lo

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18/09/2024

Não chego a acreditar que Deus também tenha o costume de fazer seu breakfast

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