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A ansiedade sobre o vírus corona

quinta-feira, 19 de março de 2020

É perfeitamente normal ter forte ansiedade diante de uma pandemia. Dúdivas, enfrentar o desconhecido, notícias falsas, tudo isso gera ansiedade mesmo. Esta ansiedade pode diminuir até certo ponto se tomarmos algumas atitudes protetivas quanto ao contágio. Precisamos levar a sério a questão do isolamento ou da distância social. Isto ajuda muito a quebrar o ciclo de contaminações. Agora é hora de preservar vidas e não de querer manter a empresa ou seu negócio funcionando se ela coloca em risco seus funcionários e você mesmo.

É perfeitamente normal ter forte ansiedade diante de uma pandemia. Dúdivas, enfrentar o desconhecido, notícias falsas, tudo isso gera ansiedade mesmo. Esta ansiedade pode diminuir até certo ponto se tomarmos algumas atitudes protetivas quanto ao contágio. Precisamos levar a sério a questão do isolamento ou da distância social. Isto ajuda muito a quebrar o ciclo de contaminações. Agora é hora de preservar vidas e não de querer manter a empresa ou seu negócio funcionando se ela coloca em risco seus funcionários e você mesmo.

Fique em casa. Trabalhe de casa. Os países que fizeram o isolamento social mais cedo nesta pandemia, tiveram a curva menor de contaminações e de mortes pelo vírus corona. Se muita gente fica contaminada e muitos entram no quadro grave em necessidade de internação, o sistema de saúde e mesmo os atendimentos nos hospitais particulares, não darão conta da demanda.

Sua ansiedade diminuirá bastante ao manter distância social, evitando estar em grupos de pessoas, no trabalho, na rua, no mercado, no shopping, na igreja, em qualquer lugar. Os idosos precisam ser protegidos porque são os de maior risco. Uma criança pode estar com o vírus corona, não ter nenhum problema clínico com isso, mas se for estar com um idoso, poderá contaminá-lo. Portanto, agora é hora de proteger os idosos evitando contato social e fornecendo a eles cuidado, alimento, remédios, com a maior segurança de contágio possível.

Mas é verdade que cada pessoa experimenta a ansiedade de modo diferente. Aqueles que são ansiosos desde sempre, que possuem a “ansiedade traço”, sofrem ansiedade mais intensa numa situação assim. As que possuem “ansiedade estado”, talvez possam ter uma intensidade menor de sofrimento. Também as pessoas que em seu estilo de vida praticam uma fé religiosa podem conseguir mais serenidade num momento de crise como agora vivemos.

Quanto ao fato de estarmos vivendo uma pandemia com o vírus corona, temos que aceitar que não temos controle sobre isso a não ser praticar as precauções que as autoridades de saúde do governo estão anunciando.

Pense que a maioria das pessoas que são contagiadas com este vírus, não morre. Proteja-se com o isolamento social, lavar as mãos por pelo menos 30 segundos com água e sabão líquido de preferência ou usando álcool gel. Cancele receber visitas, faxineiras, passadeiras, babás, jardineiros. Fique em casa. Se alguém de sua família que mora com você está com uma gripe comum, ela precisa usar máscara, e não deve sair de casa.

Procure cuidar de um jardim, de uma horta, praticar atividades físicas em ambiente isolado, dormir mais cedo, ingerir bastante água pura longe das refeições. E vai ajudar a reduzir sua ansiedade se você evitar ficar vendo notícias sobre esta pandemia o dia todo. Tente se afastar das notícias porque agora você já sabe o que precisa fazer para prevenir a infecção. Se ainda tem dúvidas, pergunte a uma fonte confiável. E pronto.

Se você fica sempre querendo ver notícias sobre o vírus corona e percebe que isto o deixa ansioso, então o melhor é reduzir a assistência destas notícias. Quem sabe assista somente o noticiário da noite na TV para se atualizar e pronto.

Porém, o isolamento social que realmente é a atitude sábia a ser tomada agora – ou melhor, ontem – pode ser minimizada por manter contato com amigos e outros parentes usando a tecnologia, como celular, tablet, telefone fixo, inclusive com conversa com imagem em tempo real. Assim a solidão não ficará tão ruim para aqueles que gostam de estar sempre com pessoas ao redor.

Por favor, fique em casa e mantenha sua higiene protetiva. A vida é mais importante do que o resto.

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Clarinetista de NF brilha em SP

terça-feira, 17 de março de 2020

 A banda Euterpe Friburguense que completou 157 anos de gloriosa existência no 26 de fevereiro e, empossou a nova diretoria no último dia 5,  registrou recentemente uma grande baixa de seu quadro de músicos, porém em razão de um motivo nobre e bem alegre.

 A banda Euterpe Friburguense que completou 157 anos de gloriosa existência no 26 de fevereiro e, empossou a nova diretoria no último dia 5,  registrou recentemente uma grande baixa de seu quadro de músicos, porém em razão de um motivo nobre e bem alegre.

É que a primeira clarinetista Luanna Luciano da Conceição (foto), friburguense de nascimento e que completará 29 anos de idade em setembro próximo, passou em recente concurso e acaba de ser contratada para ser clarinetista e professora da Banda Sinfônica de Mogi das Cruzes, importante município da região metropolitana de São Paulo, onde já se encontra atuando.

Tendo iniciado na música com 9 anos de idade na banda Euterpe com seu pai e também músico, Marcos Antônio da Conceição, Luanna tocava e dava aula de teoria musical, onde também estão seu irmão Igor Luciano e a prima Iara Gomes da Conceição. “Para mim isso significa um grande passo na realização dos meus sonhos, pois agora  estou empregada na área para a qual estudei. Estar aqui é honrar minha família e todos os que me ajudaram nesta trajetória”, comentou para esta coluna a querida e talentosa Luanna que há de brilhar e crescer ainda muito mais na música. Parabéns e mais sucessos!

Semana do cérebro

Estão programadas para hoje, 17, no município vizinho de Cordeiro; amanhã, 18, aqui em Nova Friburgo e na quinta-feira, 19, em Bom Jardim, às 14h, interessantes oficinas de memória em comemoração a Semana Mundial do Cérebro.

As inscrições são gratuitas e os interessados, de quaisquer idades, podem obter mais informações ou assegurar suas participações, pelos telefones (22) 2566-3679 ou WhatsApp (22) 98135-8913. Em Nova Friburgo a oficina acontecerá na Rua General Osório, 248, e vale à pena tomar parte.

Mãe e filha aniversariam

Como uma bela e agradável tradição de anos desta coluna há uma década, registramos com carinho que na próxima quinta-feira, 19, a querida Sara Costa Milani vai completar seu 10° aniversário, para satisfação muito especial de sua mãe Cristiane, que também aniversaria naquele mesmo dia Parabéns a ambas (foto).

Este colunista se unindo ao Fabrício (pai e marido das aniversariantes), assim como também aos avós maternos Luiz Carlos e Linete, paternos Lili e Edmo, bisavó Áurea, e ainda aos tios Luiz Carlos Júnior e Viviane, parabeniza as amadas aniversariantes com votos de mais e mais felicidades.

Dois séculos de mecânica

Está prevista para a próxima quinta-feira, 19, às 10h, a inauguração na Praça Marcílio Dias, no Paissandu, o monumento denominado “Dois Séculos de Mecânica” em homenagem ao saudoso José de Carvalho Cordeiro, pai do vereador Jânio Carvalho e do conhecido colaborador de diversos órgãos de comunicação de Nova Friburgo, Roosevelt Carvalho Cordeiro.

Esta realização é do instituto de valorização cultural Felga i Gracias com apoio da Marinha do Brasil através do Sanatório Naval de Nova Friburgo e Prefeitura de Nova Friburgo.

Praça com nome e apelido

Semana passada, esta coluna ao apresentar nota de que a pracinha que está em reforma na confluência da Rua Sete de Setembro com Avenida Euterpe Friburguense passará a ser chamada de Praça do Lúpulo, em homenagem ao grande crescimento do mercado de cervejas artesanais de nosso município, o colega de imprensa Eloir Perdigão se apressou em nos encaminhar um justo e importante esclarecimento.

O de que, conforme regulamentado pela Câmara Municipal há alguns anos, aquele espaço oficialmente tem o nome do saudoso Professor Luiz de Oliveira e Silva, que inclusive foi um dos grandes presidentes da história da Associação Católica da Juventude Friburguense.

Assim, aquele logradouro continuará tendo seu nome oficial e o “apelido”, se assim podemos dizer, de Praça do Lúpulo sem no entanto deixar de desconsiderar a justa homenagem ao professor Luiz de Oliveira e Silva.

Parabéns, Wilton!

No próximo domingo, 22, o dia será do prezado amigo e simpática figura de Nova Friburgo, Wilton Melo, mudar de idade.

Por esta razão, nossas congratulações a ele acompanhando a lembrança de Maurício de Assis Fonseca e muitos outros amigos e familiares do admirado Wiltinho. Parabéns!

Encontro de camisas de futebol

O conhecido Alex Colecionador do Vasco não para com suas atividades, que proporcionam alegrias a ele e sobretudo, a muita gente que gosta de acompanhar seus eventos.

Isso, por que o Alex já está com quase tudo pronto para realização no dia 21 de abril, do 3º Encontro de Colecionadores de Camisas de Futebol de Nova Friburgo.

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Cinco estilos de relacionamento familiar

quinta-feira, 12 de março de 2020

Existem diferentes formatos de família no sentido de como os membros dela funcionam entre si. Algumas famílias funcionam bem, sem agressividade e com boa afetividade entre seus membros. Outras funcionam muito mal, algumas resultando em divórcio, abusos variados, muita tensão, com bastante sofrimento para todos, adultos e crianças. Se cada membro adulto da família se interessar por aprender a lidar com suas emoções, a conhecer melhor a si mesmo, os problemas poderão ser menores dificilmente, ou mais facilmente compreendidos para serem resolvidos.

Existem diferentes formatos de família no sentido de como os membros dela funcionam entre si. Algumas famílias funcionam bem, sem agressividade e com boa afetividade entre seus membros. Outras funcionam muito mal, algumas resultando em divórcio, abusos variados, muita tensão, com bastante sofrimento para todos, adultos e crianças. Se cada membro adulto da família se interessar por aprender a lidar com suas emoções, a conhecer melhor a si mesmo, os problemas poderão ser menores dificilmente, ou mais facilmente compreendidos para serem resolvidos.

A autora do artigo “Cinco estilos de relacionamento familiar – Quão bem sua família funciona emocionalmente?”, Molly S. Castelloe Ph.D., cita cinco estilos começando pelo nível com menos capacidade de lidar com situações emocionais, e terminando com o que seria a família “ótima”. Vamos ver.

Nível 5: A “Família em dor” – este é um modelo familiar com grave distúrbio caracterizado por desorganização, sentimentos de apreensão entre os membros, e uma sensação de perigo iminente pairando no ar. Neste modelo falta liderança e autoridade. É como um país em anarquia ou com desordem civil.

Nível 4: A “Família Borderline” – funciona melhor do que a família do nível 5 quanto aos relacionamentos. Num esforço de tentar controlar o sistema familiar caótico, devido à necessidade de melhor estrutura interna, a tendência deste modelo familiar é ir para o outro extremo de rigidez e muitas regras. A desordem do modelo 5 é substituída pela ditadura. Surge abuso de autoridade, e frequentemente usa-se regras e leis para coerção e intimidação. Ali funciona o dominador e o submisso. Nesta família uns querem controlar os pensamentos e sentimentos de todos os outros membros.

Nível 3: A “Família envolta em regras” – modelo familiar com menor comprometimento emocional quanto ao desenvolvimento. Ainda que seja um formato com regras estritas como o da “Família Borderline”, estas regras são internalizadas e não são impostas por uma figura externa autoritária. Os membros desta família não questionam os deveres e obrigações deste modelo familiar. As regras ali regulam os comportamentos de todos, mesmo com prejuízo da espontaneidade e da autenticidade de cada membro da família. Há uma espécie de repressão da vida emocional individual para o bem de todos. Não é uma família na qual seus membros têm boa intimidade afetiva.

Nível 2: A “Família adequada” – junto com o Nível 1 compartilham muitas características semelhantes e sendo mais avançadas quanto ao desenvolvimento. Cada um escuta os demais com atenção e vivem com melhor intimidade afetiva do que os modelos anteriores. As regras são claras mas não rígidas. A função delas é compreendida como existindo para servir ao bem de todos. São tidas como regras sujeitas à revisão quando necessário. É um sistema familiar flexível, podendo melhorar e não permanecer rígido.

Nível 1: A “Família ótima” – neste modelo se consegue melhor adaptação do que nos níveis anteriores, com melhor facilidade de mudanças positivas. Seus membros possuem um senso profundo de segurança e confiança nas conexões emocionais deles. Quando surgem conflitos, eles acreditam na possibilidade de trabalhar com eles, sempre respeitando os diferentes pontos de vista de cada um. Conseguem expressar sentimentos agradáveis e também desagradáveis de forma que possam enriquecer o relacionamento ao invés de criar ameaça de rompimento do vínculo familiar. Cada membro deste formato familiar sente satisfação da companhia do outro.

Dê uma parada para meditar no modelo de sua família atual. Analise como ela funciona. Existe ditadura, abusos, submissão errada, explosões temperamentais? O que você pode fazer para melhorar sua participação nesta família? Precisa falar mais e defender ideias que você crê nelas e parar de ser passivo e retraído? Ou precisa aprender a calar, escutar e valorizar as ideias dos outros membros? Precisa conter seu temperamento explosivo ou precisa exercitar a coragem de ser? Se cada um trabalhar para melhorar suas limitações pessoais, o modelo familiar avança de nível, para os que são mais saudáveis, e a qualidade de vida melhora. Não espere pelo outro. Comece com você.

Fonte: 5 Styles of Family Relating - How well does your family function emotionally? Molly S. Castelloe Ph.D. www.psychologytoday.com/intl/blog/the-me-in-we/201311/5-styles-family-relating

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O que você quer no casamento?

quinta-feira, 05 de março de 2020

Casamento é uma união de duas pessoas diferentes. Diferentes não só quanto ao gênero masculino e feminino, mas em relação à muitas outras coisas. A diferença entre o cérebro masculino e feminino é real. A mulher tende a usar a lógica com afetividade, enquanto que o homem usa a lógica com racionalidade. Por exemplo, a mulher abre a porta do guarda-roupas e se depara com mais de 20 vestidos, 30 saias, 35 blusas, 25 pares de sapatos (fora as sandálias) e diz ao marido: “Não tenho nada para vestir hoje!” Ela não diz isso usando lógica racional, mas emocional.

Casamento é uma união de duas pessoas diferentes. Diferentes não só quanto ao gênero masculino e feminino, mas em relação à muitas outras coisas. A diferença entre o cérebro masculino e feminino é real. A mulher tende a usar a lógica com afetividade, enquanto que o homem usa a lógica com racionalidade. Por exemplo, a mulher abre a porta do guarda-roupas e se depara com mais de 20 vestidos, 30 saias, 35 blusas, 25 pares de sapatos (fora as sandálias) e diz ao marido: “Não tenho nada para vestir hoje!” Ela não diz isso usando lógica racional, mas emocional. Nesta frase dela existe um pedido oculto ao marido, que pode ser: “Me ajude a escolher?”

Outra diferença entre homem e mulher tem que ver com a imagem espacial. Geralmente mulheres dirigem veículos com muito mais cautela do que nós homens. Mas quando uma mulher para o carro numa esquina ou cruzamento para ver se pode seguir, a tendência é parar muito atrás, o que pode dificultar a visão dela sobre o tráfego na rua que ela quer entrar, ou parar muito na frente, o que pode atrapalhar os carros que passam ali na frente do carro dela. Ou quando está num supermercado e olha para as prateleiras à sua frente na procura de, por exemplo, certa marca de macarrão, a mulher diz: “Não tem a marca que eu quero!”. Mas tem sim, é porque está um pouco mais abaixo, ou mais à direita ou mais para a esquerda.  Isto não tem nada que ver com inteligência.

Outra coisa, a mulher em geral usa a linguagem como forma de ligação com as pessoas. É como se para fazer e manter o contato social teria que estar falando o tempo todo. Por isso, num casamento, quando uma esposa inteligente fica falando com seu marido sobre um assunto, tipo, onde passar as férias, ela comenta, levanta perguntas, fala de dúvidas, e o papel do marido é mais ouvir do que ter mesmo que dar as respostas das perguntas que ela mesma levantou, porque muitas vezes ela já sabe as respostas, mas faz perguntas do ponto de vista emocional e não racional, não para serem necessariamente respondidas pelo companheiro, mas para que ele fique ali com ela naquele “diálogo”.

Um dia a jornalista Ana Paula Padrão cobria as olimpíadas no exterior. Em certo momento, estando ao vivo, ela olhou para a paisagem local e exclamou mais ou menos assim: “Que lugar romântico!”. Se fosse um jornalista homem, mesmo sendo um indivíduo afetivo, dificilmente ele diria isso. Talvez iria dizer: “Que local lindo!”.

Mas agora vem uma pergunta para o homem e para a mulher sobre casamento. O que o homem quer no casamento? Ele quer o status do casamento ou a esposa? E o que a mulher quer no casamento? Ela quer o romance ou o esposo?

Muitos homens casados podem ficar mais ligados na ideia do que o casamento oferece para ele (comida, arrumação da casa, alguém para cuidar dos filhos, sexo) do que na pessoa da sua companheira. E mulheres casadas podem ficar mais ligadas na ideia do romance do que no fato de que ali na frente dela, convivendo sob um mesmo teto, existe uma pessoa, o marido.

Que problemas isto pode causar? No caso dos maridos, eles podem ficar fissurados na mulher como objeto de satisfação sexual, podem esperar que sua esposa seja boa “dona de casa” e faça os “serviços de casa”, sem valorizá-la como pessoa, como indivíduo. No caso das esposas, elas podem ficar obsessivas com querer romance e atenção, e podem não valorizar aquele homem, aquele indivíduo ali convivendo com ela.

É como se o sexo ou o desejo da “dona de casa” para o homem, por um lado, e a fissura da mulher por romance, por outro lado, fossem uma droga viciante, algo que sem o qual a pessoa pode ter “síndrome de abstinência”. Ou seja, ficar irritada, impaciente, nervoso, rabugento, ansiosa, ou triste, insone, frustrado e até agressiva ou agressivo.

O que é mais importante num casamento, o status de casado e o sexo ou a companheira? O romance idealizado ou o companheiro?

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A ignorância é uma bênção

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O título da coluna de hoje é uma frase de uma fala do professor da Unicamp – Universidade de Campinas, Leandro Karnal.

O título da coluna de hoje é uma frase de uma fala do professor da Unicamp – Universidade de Campinas, Leandro Karnal. Se você for no YouTube encontrará estas declarações dele com o título “A ignorância é uma benção.” Ele comenta que as pessoas que acreditam que a corrupção está ligada a um partido, e que bastaria tirar este partido do poder para ter igualdade no país, são pessoas muito felizes, e que substituíram o culto do Papai Noel e do coelhinho da Páscoa, pelo culto da corrupção isolada, o que não quer dizer, segundo o professor Karnal, que não existam partidos notáveis em corrupção.

A corrupção, diz ele, começa no dirigir pelo acostamento, em pedir ao dentista recibo acima do valor pago para abater no imposto de renda. A corrupção continua quando o pai dá ao filho um atestado para justificar a ausência na prova, quando o filho estava vagabundeando. Ela segue quando colegas que na aula de ética, política e filosofia assina a lista de presença pelo colega que faltou, estudando Spinoza e a sua ética. A corrupção está em todos os lugares.

“Se a corrupção fosse só de um grupo, eu seria muito feliz.”  . ignorância é uma bênção.ejalvesas e ter que suportar a angniras. Talvez um dilema na vida mente e cremos nela. N.. O que fazer com esta ignorância? ... Quando todos gritam na noite do dia 31 de dezembro: Feliz Ano Novo!, eu digo: Vai ser um ano igual a todos, só que mais velho e um ano mais próximo da morte. E como dizer isso sem estragar a festa dos outros, não é?”

“A ignorância é uma bênção. ... A consciência nos torna covardes. Hoje eu jamais vou a qualquer lugar sem reserva de hotel, planilha Excel com tudo anotado, não saio sem remédio para isso ou para aquilo, levo guarda-chuva, casaco, lenço, e se precisar papel higiênico escondido na maleta ... Jovens nunca saem de guarda chuva à rua, jamais. Guarda chuva é sinal de idade. Jovens jamais acreditam que vai chover sobre eles. ... Eu percebo que a vida tem riscos e que a ignorância é uma bênção.”

Quando vejo notícias nos telejornais mostrando o povo freneticamente pulando nas ruas no Carnaval, me pergunto: o que estas pessoas pensam sobre a vida quando acordarem na manhã seguinte sem efeito de qualquer droga, seja álcool, cocaína etc.? Quando também vejo as brigas de torcidas de futebol, ou aquele povo pulando histericamente nas arquibancadas de um estádio, me pergunto: o que elas pensam sobre a vida ao voltarem para casa sentadas no banco do ônibus, do metrô, no próprio carro, ao deitarem em suas camas, ou ao acordarem na manhã seguinte, seja se seu time ganhou ou perdeu?

A ignorância é uma bênção. Não pensar. Não pensar muito. As pessoas normais parece não terem muita consciência do seu inconsciente. Apresentei uma palestra recentemente falando sobre ansiedade excessiva, distorções de pensamento, crenças psicológicas doentias e como consertar isso. No final uma pessoa veio falar comigo dizendo que graças a Deus ela não ficou com nenhum trauma do seu passado infantil, o qual foi difícil, segundo me disse. Mas conheço um pouco esta pessoa e ela é muito agitada, inquieta. A ignorância é uma bênção.

Quanta coisa é jogada para o subconsciente ou para o inconsciente de nossa mente, não é? Quantas verdades são expulsas de nossa consciência por nós mesmos! Não começa aí a corrupção? Podemos rejeitar tanto, tantas vezes uma verdade que a mentira passa a ser verdade em nossa mente e cremos nela. Como exemplo disso, acho que cabe aqui citar aqueles políticos religiosos que fizeram uma oração agradecendo a Deus pela propina adquirida. A verdade repelida de nossa consciência nos faz cínicos.

Por outro lado, a verdade pode ir acabando com as nossas mentiras. Talvez um dilema na vida seja ficar ignorante para não sofrer muito, ou saber das coisas e ter que suportar a angústia do conhecimento?

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Saúde tem relação com interdependência, não com competição

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

O professor António Damásio, chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Iowa, no livro “O Erro de Descartes”, cita: “...a razão pode não ser tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou desejaria que fosse, e que as emoções e os sentimentos podem não ser de todo uns intrusos no bastião da razão, podendo encontrar-se, pelo contrário, enredados nas suas teias, para o melhor e para o pior.” (p.12). Razão e emoção se entrelaçam e interdependem. Não há, portanto, uma razão pura, sem ter sido influenciada por nenhum sentimento, assim como não há nenhum sentimento sem ter sido influenciado por algum pensamento.

“A alma respira através do corpo, e o sofrimento, quer comece no corpo ou numa imagem mental, acontece na carne.”, afirma o professor Damásio (p.18). Há uma interligação entre mente e corpo, inseparável. Antigamente se achava que havia no cérebro humano regiões específicas para cada função. Por exemplo, acreditava-se que havia uma única região responsável pela visão. Hoje sabe-se que “a função de cada parte individual do cérebro não é independente, mas uma contribuição para o funcionamento de sistemas mais vastos, compostos por essas partes individuais.

Podemos agora dizer com segurança que não existem ‘centros’ individuais para a visão, para a linguagem ou ainda para a razão ou para o comportamento social. O que na realidade existe são ‘sistemas’ formados por várias unidades cerebrais interligadas.” (p.35).

A Neurologia, a Psiquiatria, a Psicologia Médica, a Imunologia, a Endocrinologia, até a Filosofia, Sociologia e Teologia, têm verificado que há uma interligação entre estas áreas do saber, que todas precisam de todas. Para nossa saúde mental precisamos interligações sociais, compartilhamento, noção e prática de vivência em comunidade.

Não fomos criados para competir, mas para compartilhar. Precisamos entender melhor isto. Entender que eu dependo de cada outro ser ao meu redor. Que cada um tem sua importância e participação na formação da saúde ou da doença social.

Preciso da natureza, preciso do meu vizinho, do lixeiro, do frentista do posto de gasolina, do canto do passarinho, do sol, da lua, da chuva etc. A vida e a saúde funcionam dentro de um sistema e é compreendendo a visão sistêmica que podemos nos posicionar mais humildemente na existência, o que é saudável.

Nossa saúde mental depende, portanto, de compreendermos esta interdependência entre corpo e mente, o individual e o social, que somos apenas parte de um todo, precisamos uns dos outros, e que viveremos melhor ao compartilhar e não ao competir.

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Crise de pânico e inconsciente

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Estudos mostram que muitas pessoas que apresentam ataques de pânico podem ter dificuldades quanto à separação de pessoas importantes na vida dela, problemas com o manejo da raiva e certa dificuldade de entender suas experiências emocionais pessoais. Os indivíduos que se submetem ao tratamento medicamentoso e psicoterápico na abordagem cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico, podem ter recaídas nas crises, mesmo tendo feito uso de medicação por vários meses.

Estudos mostram que muitas pessoas que apresentam ataques de pânico podem ter dificuldades quanto à separação de pessoas importantes na vida dela, problemas com o manejo da raiva e certa dificuldade de entender suas experiências emocionais pessoais. Os indivíduos que se submetem ao tratamento medicamentoso e psicoterápico na abordagem cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico, podem ter recaídas nas crises, mesmo tendo feito uso de medicação por vários meses.

A compreensão mais profunda dos conflitos conscientes e inconscientes pode ajudar a diminuir as recaídas desde que a pessoa aprenda que conflitos são estes ligados às crises de pânico e desenvolva habilidade para administrar tais conflitos.

Nossa mente tem uma área inconsciente. No inconsciente estão gravados pensamentos, fantasias, sentimentos, experiências do passado. Nem sempre temos acesso ao que está em nosso inconsciente. Não temos capacidade de descobrir o que está ali, fora do alcance de nossa consciência, quando desejamos.

Conflitos emocionais que estão no inconsciente não são esclarecidos facilmente na hora que queremos. Uma das funções principais da psicoterapia de base analítica ou chamada “psicoterapia psicodinâmica” é ajudar a pessoa para que o que está na área inconsciente de sua mente, venha para a área consciente e, assim, ela possa compreender a origem dos conflitos que produzem ansiedade excessiva podendo levar às crises de pânico.

Quando temos sentimentos difíceis ou “perigosos” de lidar com eles de forma consciente, nossa mente joga tudo para de baixo do tapete, para o inconsciente. Por exemplo, uma pessoa teve um pai agressivo na infância, sentia raiva dele, tinha vontade de agredi-lo, o sentimento de raiva e o desejo de agredi-lo sendo considerados como perigosos para a manutenção do relacionamento com ele, foram deslocados para o inconsciente. Mas eles não ficaram lá quietinhos. Surgiu uma tensão mental porque eles querem vir para a consciência, mas a mente pode dizer “não”, e tentar manter tudo escondido de si mesmo. Esta tensão entre o material mental que quer vir para fora, para o consciente, e a defesa que quer mantê-lo dentro do inconsciente, produz a ansiedade. E o excesso de ansiedade pode se manifestar de modos diferentes. Um deles é através da crise de pânico.

Cientistas do comportamento admitem que há indivíduos mais susceptíveis a terem crises de pânico pela predisposição para a ansiedade associada a um temperamento medroso. Por causa desta ansiedade, algumas crianças com esta predisposição tendem a desenvolver uma dependência medrosa com outras pessoas. Nestas crianças o sentimento de que os pais estarão presentes o tempo todo provê para elas um senso de segurança. Mas sem este sentimento, a ansiedade aumenta e favorece o pânico.

É humilhante para a pessoa que se sente dependente de alguém para obter segurança. Afinal, ela se sente incapaz. Se o pai e a mãe estão indisponíveis para a criança seja pela rejeição, negligência ou por outras situações que impedem a presença constante deles, é possível que a criança sinta raiva do pai, da mãe, mas ela precisa esconder esta raiva porque depende dos pais para viver. O medo é ligado ao fato de que se ela expressar a raiva para o pai ou mãe, o que acontecerá? Será rejeitada, abandonada, levará uma surra? Diante desta dúvida e medo, o que ela pode fazer com esta raiva “perigosa”? Reprimir, jogar para o inconsciente, sendo algo meio automático, não pensado.

Então, surge um ciclo vicioso: a criança se sente insegura, ansiosa, sente que não vive sem estar com o pai ou mãe perto, se eles não estão disponíveis ela fica com medo e com raiva, tem medo da raiva porque pode ser rejeitada se a expressar, joga a raiva para o inconsciente, a raiva represada quer sair, a consciência moral não deixa sair, surge ansiedade, e pode vir o pânico mesmo muitos anos depois da infância, décadas adiante, quando a pessoa, agora adulta, pode viver uma situação na qual ela se sente, de novo, sozinha, dependente, insegura, sem uma figura de apoio perto, e vem a crise de pânico.

Qual a solução? Entre outras coisas, desenvolver autoconfiança, aprender a diminuir o forte apego que pode ter com algumas pessoas, perdoar pessoas do passado, perdoar a si mesmo, aguentar alguma ansiedade sem ficar concentrado nela e sem ficar “vigiando” sinais no corpo, vencer o medo de ser dominado pela raiva e expressá-la com equilíbrio.

 

 

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O amor reina

quinta-feira, 06 de fevereiro de 2020

O amor reina. Ele é sereno. É manso. Não é ciumento, nem dominador. Ele oferece liberdade. Respeita. Ilumina. Mantém a calma. Não precisa se mostrar, se exibir. Vem para unir sem ditadura. É sublime e não carnalizado.

O amor não é o sentimento, mas produz sentimentos. O amor não é o sexo, mas pode conduzir para ele numa relação válida. Sexo sem amor é só carne, superficial, efêmero, e é a parte mais fácil de qualquer relacionamento. O amor permanece, e não depende de excitação física erótica.

O amor reina. Ele é sereno. É manso. Não é ciumento, nem dominador. Ele oferece liberdade. Respeita. Ilumina. Mantém a calma. Não precisa se mostrar, se exibir. Vem para unir sem ditadura. É sublime e não carnalizado.

O amor não é o sentimento, mas produz sentimentos. O amor não é o sexo, mas pode conduzir para ele numa relação válida. Sexo sem amor é só carne, superficial, efêmero, e é a parte mais fácil de qualquer relacionamento. O amor permanece, e não depende de excitação física erótica.

Sim, o amor pode morrer. O que morre é o amor humano. Com ou sem sexo. Mas você pode amar maduramente sem ter vida sexualmente ativa. Muitas pessoas brilhantes não têm vida sexual, genital. É uma mentira, e não é científico, dizer que as pessoas podem ficar neuróticas se não tiverem vida sexual ativa. Pode até ocorrer o contrário, pessoas fissuradas em sexo demonstrarem com isso, com esta obsessão, terem problemas psicológicos. Vício em sexo, em pornografia, é doença.

O amor domina no sentido de ser superior a tudo o mais. Fé, esperança, amor. O maior destes três é o amor. Não na vulgaridade difundida pela má mídia e em muitas redes sociais. O que segura um relacionamento homem-mulher é o amor. Não é o sexo, não são filhos, não é a religião necessariamente, e nem o dinheiro. É o afeto maduro, sem erotismo. Amor puro.

Sem amor você pode ganhar muito dinheiro, é verdade. Mas será que na busca frenética pelo dinheiro não pode estar um pedido de amor? Sim, pode estar, mesmo que o rico não queira distribuir sua riqueza com os pobres. Ganhar dinheiro para ter amor pode não funcionar porque as pessoas por perto talvez vão querer o dinheiro e não a pessoa.

O amor reina. Olhamos o mundo ao redor e parece mentira dizer isso. Sim, parece mentira mesmo. O que vemos? Ganância, materialismo, corrupção, obsessão pelo poder, conflitos de interesses, mentiras empresariais, guerras, epidemias, violência, enchentes, terremotos, furacões, tornados, competição desonesta e desumana, ciúmes violentos.

O amor reina. O final, e estamos bem perto dele, mostrará que o amor reina. E vence. Sim, o amor-justiça, o amor-serenidade, o amor-lealdade, o amor-verdade, o amor-misericórdia, o amor-ética. Só dá para ter saúde mental recebendo este amor, um dia de cada vez, um momento de cada vez.

O que cura é o amor e a verdade. Numa psicoterapia, que é um tratamento psicológico para sofrimentos mentais de níveis diferentes, o que se busca é o amor e a verdade. Amor no sentido do paciente perdoar as pessoas do seu passado e/ou presente que contribuíram para sua dor emocional. Amor no sentido da pessoa passar a aprender a amar a si mesma de modo equilibrado. Amor no sentido começar a respeitar a si e com isso parar de ficar esperando afeto das pessoas, seja se submetendo à elas de forma errada, seja querendo dominar os outros.

No atendimento psicológico ou psicoterapia também buscamos a verdade. Sem verdade não tem cura, não tem recuperação. O Brasil, o Estado, o Município, a família, o individuo só irá para a frente, só crescerá se aplicarem a verdade. A mentira atrofia, destrói. Nosso cérebro “sabe” disso. Quando você quer enganar seu corpo, sua biologia, com mentiras, as células se reúnem e dizem: “Vamos ter que desligar. Esse cara não quer a verdade, e sem verdade não há vida.” Daí pode começar o que se chama de “suicídio celular inteligente”. Ele serve para impedir a perpetuação da malignidade, da destruição. Encurta a vida para diminuir o tempo de sofrimento.

O amor reina. Ele é soberano. Ele vencerá de forma universal no final. Mas já vai vencendo gradativamente. Obrigado amor. O amor reina.

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O que são pessoas pensadoras literais?

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Cada um pensa de forma diferente sobre um mesmo assunto. Nossa cabeça não funciona igual à dos outros. Isto não depende de inteligência racional ou intelectual. Pessoas com ou sem cultura têm maneiras diferentes de pensar sobre um assunto. A inteligência emocional ajuda na percepção das coisas. Mas mesmo os que estão aprendendo este tipo de inteligência pode manifestá-la de forma diferente uns dos outros.

Cada um pensa de forma diferente sobre um mesmo assunto. Nossa cabeça não funciona igual à dos outros. Isto não depende de inteligência racional ou intelectual. Pessoas com ou sem cultura têm maneiras diferentes de pensar sobre um assunto. A inteligência emocional ajuda na percepção das coisas. Mas mesmo os que estão aprendendo este tipo de inteligência pode manifestá-la de forma diferente uns dos outros.

Pessoas “pensadoras literais” pegam de forma concreta o significado das palavras que eles escutam e dizem. Exemplo, um não pensador literal diz numa roda de conversa: “Fui numa festa de aniversário ontem, e tinha muita gente, e foi legal!” Se o pensador literal está ali naquele grupo, ele pega esta declaração e imagina: “Deve ter tido dezenas de pessoas na festa!” Enquanto que na realidade não havia dezenas de pessoas.

A tendência dos indivíduos pensadores literais é encarar as tarefas do dia a dia como uma lista de compromissos. Como comentei, eles tendem a pegar as palavras de forma literal, ao pé da letra, e isso pode prejudicar ver a coisa numa visão mais geral justamente porque se apegam aos detalhes de cada palavra.

Usamos palavras às vezes de forma literal e às vezes figurativamente. As crianças tendem a ser literais. Se você comenta com outro adulto: “João vai ter que pagar o pato! Ele fez besteira mesmo!”, a criança pequena irá imaginar alguém dando dinheiro para um pato!

Pensadores literais não são assim porque querem complicar as coisas, querem perturbar os outros, ou escolhem pensar assim. O cérebro deles está estruturado para pensar desta maneira. Precisamos respeitar a maneira de pensar de cada pessoa. Cada indivíduo tem coisas agradáveis e desagradáveis, são fortes em algumas coisas e fracos em outras.

Parece mais fácil para pensadores literais compreenderem as regras, as informações concretas, e seguir um trabalho no qual existem claras orientações pré-determinadas. É mais difícil para eles se envolverem em diálogos com sarcasmo, vulgaridades, e evita uso de palavrões, de palavras clichês.

Um adulto pensador literal pode ser alguém que não conseguiu ainda flexibilizar as comunicações sociais. Podem ser vítimas de pais exigentes, severos, perfeccionistas, que não deram espaço para maneiras mais simbólicas e imaginativas de pensar da criança.

Ser pensador literal pode ser exigente não só para as outras pessoas que convivem com ele, mas para ele mesmo, porque falta um "amaciante” na forma de fazer contato social. Estas pessoas tendem a ser duras em seus contatos com os outros, e consigo mesmas. 

O pensador literal pode aprender a ser flexível, reduzir a cobrança interna. Ele pode ter se tornado assim por alguma necessidade desde a infância. Se viveu num ambiente familiar "perfeccionista”, com uma mãe ou pai, por exemplo, com mania de limpeza e arrumação, em que nada na casa estava fora de ordem, ele pode ter aprendido que precisava ser "certinho”, e isso pode significar ser literal porque teria que viver dentro da letra da lei, no exemplo citado, num ambiente “perfeitamente” organizado.  

É você um pensador literal? Pense no que você mais pensa (conteúdo dos pensamentos), na maneira como você pensa (forma) e funciona no seu relacionamento consigo mesmo e com os outros (atitude). Se dá explicações demais, dá muitos detalhes, se sente fechado para expressar afeto, acha que os comentários são contra você, pega tudo muito ao pé da letra, talvez você esteja nesta categoria de pensador literal.

Solução? Procure flexibilizar, relevar, aliviar cobranças consigo mesmo. Relaxe e deixe que as pessoas se virem também sem você ter que estar sendo detalhista e perfeito para que elas não se irritem, ou cobrem coisas de você.

 

 

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Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): o que é e o que fazer com ele?

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O nome já diz: obsessão e compulsão. Uma pessoa com este sofrimento mental tem pensamentos intrusivos, que ela não quer ter, que ficam perturbando a consciência. Exemplos podem ser pensamentos tipo: “Será que tranquei a porta de casa?”, ou “Acho que me contaminei com germes ao tocar naquele objeto.” Com pensamentos assim que não param, a pessoa sente a compulsão para fazer o que eles dizem. No primeiro caso, ela vai verificar várias vezes se realmente trancou a porta. E no segundo caso ela vai lavar as mãos repetidas vezes.

O nome já diz: obsessão e compulsão. Uma pessoa com este sofrimento mental tem pensamentos intrusivos, que ela não quer ter, que ficam perturbando a consciência. Exemplos podem ser pensamentos tipo: “Será que tranquei a porta de casa?”, ou “Acho que me contaminei com germes ao tocar naquele objeto.” Com pensamentos assim que não param, a pessoa sente a compulsão para fazer o que eles dizem. No primeiro caso, ela vai verificar várias vezes se realmente trancou a porta. E no segundo caso ela vai lavar as mãos repetidas vezes. Os pensamentos obsessivos ficam “mandando” a pessoa com TOC praticar os atos compulsivos, porque se não fizer, a ansiedade perturbará muito.

Existem vários tipos de pensamentos obsessivos, como o de que a pessoa cometeu um pecado imperdoável, ou que ela tem que arrumar seu armário de maneira perfeita, ou que tem que ajeitar um quadro na parede que está um pouquinho torto, ou que tem que dar três toques na parede sempre que pensar numa palavra etc. Milhares de pessoas sofrem de TOC. No Brasil varia de 0,7 a 2,5% da população. Portanto, não é algo raro.

As pessoas normais podem ter pensamentos que se repetem na mente, mas é algo temporário. Nos indivíduos com TOC eles se tornam recorrentes ou obsessivos que perduram e se tornam um padrão de pensamento. Isto provoca muita ansiedade, e muita ansiedade provoca isto. E uma tentativa de aliviar a ansiedade produzida pelos pensamentos obsessivos é praticar os atos compulsivos. Por exemplo, se na mente da pessoa com TOC o pensamento obsessivo é sobre contaminação, ela poderá tentar amenizar isto através do ritual de lavar as mãos exageradamente dezenas de vezes ao dia. Se o pensamento obsessivo é sobre trancar alguma porta, ela pode conferir se realmente fechou uma série de vezes.

Alguns cientistas acreditam que o TOC tem que ver com alterações cerebrais e que é necessário usar medicamentos para tratá-lo. Mas não é “só” isso. Há outras complicações emocionais que geram muita ansiedade e a mente usa os pensamentos obsessivos e atos compulsivos como defesa da dor emocional profunda. Então, na causa do TOC há fatores físicos, emocionais e espirituais.

Ajuda a lutar contra o TOC dizer para si mesmo que os pensamentos obsessivos não tem valor moral, mas são resultado de alterações neuroquímicas talvez devido ao excesso de ansiedade. Por isso, a pessoa com TOC precisa desvalorizar os pensamentos obsessivos o mais que puder e dizer para si mesma que ela não tem que fazer o que eles mandam.

Também é importante lutar para pensar em outra coisa para substituir o pensamento obsessivo. Isto é difícil no começo, mas com o tempo a pessoa pode conseguir evitar ficar concentrado nos pensamentos obsessivos, escolhendo pensar em outras coisas. A dificuldade surge porque existe uma ansiedade forte que leva a pessoa a ter estes pensamentos e eles, por sua vez, conduzem aos atos compulsivos, repetitivos.

Isto significa que, quando a pessoa luta para impedir que os pensamentos obsessivos continuem em sua mente perturbando, ela pode sentir mais ansiedade. Mas com o tempo esta ansiedade poderá começar a diminuir sem que a pessoa necessite praticar a compulsão para obter alívio daqueles pensamentos.

Um exercício que pode ajudar é: ao vierem os pensamentos obsessivos, ao invés de logo praticar o ato compulsivo, diga para si: “Vou esperar uns 20 minutos sem me deixar levar pela necessidade de agir compulsivamente.” Depois de alguns dias ou semanas, aumente este tempo de “espera”. Ou você pode diminuir, por exemplo, no caso de uma compulsão para lavar as mãos por vários minutos. Lute para decidir lavá-las usando menos tempo.

Não tenha vergonha de falar disso para alguém. Se você não conseguir interromper gradativamente os atos compulsivos, procure uma ajuda profissional com psiquiatra e psicólogo. Quando o TOC se torna grave a ponto de perturbar a vida social e de trabalho da pessoa, uma medicação temporária prescrita por médico psiquiatra poderá ser necessária além da psicoterapia.

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