Blog de cezarvasconcelos_18844

O amor reina

quinta-feira, 06 de fevereiro de 2020

O amor reina. Ele é sereno. É manso. Não é ciumento, nem dominador. Ele oferece liberdade. Respeita. Ilumina. Mantém a calma. Não precisa se mostrar, se exibir. Vem para unir sem ditadura. É sublime e não carnalizado.

O amor não é o sentimento, mas produz sentimentos. O amor não é o sexo, mas pode conduzir para ele numa relação válida. Sexo sem amor é só carne, superficial, efêmero, e é a parte mais fácil de qualquer relacionamento. O amor permanece, e não depende de excitação física erótica.

O amor reina. Ele é sereno. É manso. Não é ciumento, nem dominador. Ele oferece liberdade. Respeita. Ilumina. Mantém a calma. Não precisa se mostrar, se exibir. Vem para unir sem ditadura. É sublime e não carnalizado.

O amor não é o sentimento, mas produz sentimentos. O amor não é o sexo, mas pode conduzir para ele numa relação válida. Sexo sem amor é só carne, superficial, efêmero, e é a parte mais fácil de qualquer relacionamento. O amor permanece, e não depende de excitação física erótica.

Sim, o amor pode morrer. O que morre é o amor humano. Com ou sem sexo. Mas você pode amar maduramente sem ter vida sexualmente ativa. Muitas pessoas brilhantes não têm vida sexual, genital. É uma mentira, e não é científico, dizer que as pessoas podem ficar neuróticas se não tiverem vida sexual ativa. Pode até ocorrer o contrário, pessoas fissuradas em sexo demonstrarem com isso, com esta obsessão, terem problemas psicológicos. Vício em sexo, em pornografia, é doença.

O amor domina no sentido de ser superior a tudo o mais. Fé, esperança, amor. O maior destes três é o amor. Não na vulgaridade difundida pela má mídia e em muitas redes sociais. O que segura um relacionamento homem-mulher é o amor. Não é o sexo, não são filhos, não é a religião necessariamente, e nem o dinheiro. É o afeto maduro, sem erotismo. Amor puro.

Sem amor você pode ganhar muito dinheiro, é verdade. Mas será que na busca frenética pelo dinheiro não pode estar um pedido de amor? Sim, pode estar, mesmo que o rico não queira distribuir sua riqueza com os pobres. Ganhar dinheiro para ter amor pode não funcionar porque as pessoas por perto talvez vão querer o dinheiro e não a pessoa.

O amor reina. Olhamos o mundo ao redor e parece mentira dizer isso. Sim, parece mentira mesmo. O que vemos? Ganância, materialismo, corrupção, obsessão pelo poder, conflitos de interesses, mentiras empresariais, guerras, epidemias, violência, enchentes, terremotos, furacões, tornados, competição desonesta e desumana, ciúmes violentos.

O amor reina. O final, e estamos bem perto dele, mostrará que o amor reina. E vence. Sim, o amor-justiça, o amor-serenidade, o amor-lealdade, o amor-verdade, o amor-misericórdia, o amor-ética. Só dá para ter saúde mental recebendo este amor, um dia de cada vez, um momento de cada vez.

O que cura é o amor e a verdade. Numa psicoterapia, que é um tratamento psicológico para sofrimentos mentais de níveis diferentes, o que se busca é o amor e a verdade. Amor no sentido do paciente perdoar as pessoas do seu passado e/ou presente que contribuíram para sua dor emocional. Amor no sentido da pessoa passar a aprender a amar a si mesma de modo equilibrado. Amor no sentido começar a respeitar a si e com isso parar de ficar esperando afeto das pessoas, seja se submetendo à elas de forma errada, seja querendo dominar os outros.

No atendimento psicológico ou psicoterapia também buscamos a verdade. Sem verdade não tem cura, não tem recuperação. O Brasil, o Estado, o Município, a família, o individuo só irá para a frente, só crescerá se aplicarem a verdade. A mentira atrofia, destrói. Nosso cérebro “sabe” disso. Quando você quer enganar seu corpo, sua biologia, com mentiras, as células se reúnem e dizem: “Vamos ter que desligar. Esse cara não quer a verdade, e sem verdade não há vida.” Daí pode começar o que se chama de “suicídio celular inteligente”. Ele serve para impedir a perpetuação da malignidade, da destruição. Encurta a vida para diminuir o tempo de sofrimento.

O amor reina. Ele é soberano. Ele vencerá de forma universal no final. Mas já vai vencendo gradativamente. Obrigado amor. O amor reina.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O que são pessoas pensadoras literais?

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Cada um pensa de forma diferente sobre um mesmo assunto. Nossa cabeça não funciona igual à dos outros. Isto não depende de inteligência racional ou intelectual. Pessoas com ou sem cultura têm maneiras diferentes de pensar sobre um assunto. A inteligência emocional ajuda na percepção das coisas. Mas mesmo os que estão aprendendo este tipo de inteligência pode manifestá-la de forma diferente uns dos outros.

Cada um pensa de forma diferente sobre um mesmo assunto. Nossa cabeça não funciona igual à dos outros. Isto não depende de inteligência racional ou intelectual. Pessoas com ou sem cultura têm maneiras diferentes de pensar sobre um assunto. A inteligência emocional ajuda na percepção das coisas. Mas mesmo os que estão aprendendo este tipo de inteligência pode manifestá-la de forma diferente uns dos outros.

Pessoas “pensadoras literais” pegam de forma concreta o significado das palavras que eles escutam e dizem. Exemplo, um não pensador literal diz numa roda de conversa: “Fui numa festa de aniversário ontem, e tinha muita gente, e foi legal!” Se o pensador literal está ali naquele grupo, ele pega esta declaração e imagina: “Deve ter tido dezenas de pessoas na festa!” Enquanto que na realidade não havia dezenas de pessoas.

A tendência dos indivíduos pensadores literais é encarar as tarefas do dia a dia como uma lista de compromissos. Como comentei, eles tendem a pegar as palavras de forma literal, ao pé da letra, e isso pode prejudicar ver a coisa numa visão mais geral justamente porque se apegam aos detalhes de cada palavra.

Usamos palavras às vezes de forma literal e às vezes figurativamente. As crianças tendem a ser literais. Se você comenta com outro adulto: “João vai ter que pagar o pato! Ele fez besteira mesmo!”, a criança pequena irá imaginar alguém dando dinheiro para um pato!

Pensadores literais não são assim porque querem complicar as coisas, querem perturbar os outros, ou escolhem pensar assim. O cérebro deles está estruturado para pensar desta maneira. Precisamos respeitar a maneira de pensar de cada pessoa. Cada indivíduo tem coisas agradáveis e desagradáveis, são fortes em algumas coisas e fracos em outras.

Parece mais fácil para pensadores literais compreenderem as regras, as informações concretas, e seguir um trabalho no qual existem claras orientações pré-determinadas. É mais difícil para eles se envolverem em diálogos com sarcasmo, vulgaridades, e evita uso de palavrões, de palavras clichês.

Um adulto pensador literal pode ser alguém que não conseguiu ainda flexibilizar as comunicações sociais. Podem ser vítimas de pais exigentes, severos, perfeccionistas, que não deram espaço para maneiras mais simbólicas e imaginativas de pensar da criança.

Ser pensador literal pode ser exigente não só para as outras pessoas que convivem com ele, mas para ele mesmo, porque falta um "amaciante” na forma de fazer contato social. Estas pessoas tendem a ser duras em seus contatos com os outros, e consigo mesmas. 

O pensador literal pode aprender a ser flexível, reduzir a cobrança interna. Ele pode ter se tornado assim por alguma necessidade desde a infância. Se viveu num ambiente familiar "perfeccionista”, com uma mãe ou pai, por exemplo, com mania de limpeza e arrumação, em que nada na casa estava fora de ordem, ele pode ter aprendido que precisava ser "certinho”, e isso pode significar ser literal porque teria que viver dentro da letra da lei, no exemplo citado, num ambiente “perfeitamente” organizado.  

É você um pensador literal? Pense no que você mais pensa (conteúdo dos pensamentos), na maneira como você pensa (forma) e funciona no seu relacionamento consigo mesmo e com os outros (atitude). Se dá explicações demais, dá muitos detalhes, se sente fechado para expressar afeto, acha que os comentários são contra você, pega tudo muito ao pé da letra, talvez você esteja nesta categoria de pensador literal.

Solução? Procure flexibilizar, relevar, aliviar cobranças consigo mesmo. Relaxe e deixe que as pessoas se virem também sem você ter que estar sendo detalhista e perfeito para que elas não se irritem, ou cobrem coisas de você.

 

 

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Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): o que é e o que fazer com ele?

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O nome já diz: obsessão e compulsão. Uma pessoa com este sofrimento mental tem pensamentos intrusivos, que ela não quer ter, que ficam perturbando a consciência. Exemplos podem ser pensamentos tipo: “Será que tranquei a porta de casa?”, ou “Acho que me contaminei com germes ao tocar naquele objeto.” Com pensamentos assim que não param, a pessoa sente a compulsão para fazer o que eles dizem. No primeiro caso, ela vai verificar várias vezes se realmente trancou a porta. E no segundo caso ela vai lavar as mãos repetidas vezes.

O nome já diz: obsessão e compulsão. Uma pessoa com este sofrimento mental tem pensamentos intrusivos, que ela não quer ter, que ficam perturbando a consciência. Exemplos podem ser pensamentos tipo: “Será que tranquei a porta de casa?”, ou “Acho que me contaminei com germes ao tocar naquele objeto.” Com pensamentos assim que não param, a pessoa sente a compulsão para fazer o que eles dizem. No primeiro caso, ela vai verificar várias vezes se realmente trancou a porta. E no segundo caso ela vai lavar as mãos repetidas vezes. Os pensamentos obsessivos ficam “mandando” a pessoa com TOC praticar os atos compulsivos, porque se não fizer, a ansiedade perturbará muito.

Existem vários tipos de pensamentos obsessivos, como o de que a pessoa cometeu um pecado imperdoável, ou que ela tem que arrumar seu armário de maneira perfeita, ou que tem que ajeitar um quadro na parede que está um pouquinho torto, ou que tem que dar três toques na parede sempre que pensar numa palavra etc. Milhares de pessoas sofrem de TOC. No Brasil varia de 0,7 a 2,5% da população. Portanto, não é algo raro.

As pessoas normais podem ter pensamentos que se repetem na mente, mas é algo temporário. Nos indivíduos com TOC eles se tornam recorrentes ou obsessivos que perduram e se tornam um padrão de pensamento. Isto provoca muita ansiedade, e muita ansiedade provoca isto. E uma tentativa de aliviar a ansiedade produzida pelos pensamentos obsessivos é praticar os atos compulsivos. Por exemplo, se na mente da pessoa com TOC o pensamento obsessivo é sobre contaminação, ela poderá tentar amenizar isto através do ritual de lavar as mãos exageradamente dezenas de vezes ao dia. Se o pensamento obsessivo é sobre trancar alguma porta, ela pode conferir se realmente fechou uma série de vezes.

Alguns cientistas acreditam que o TOC tem que ver com alterações cerebrais e que é necessário usar medicamentos para tratá-lo. Mas não é “só” isso. Há outras complicações emocionais que geram muita ansiedade e a mente usa os pensamentos obsessivos e atos compulsivos como defesa da dor emocional profunda. Então, na causa do TOC há fatores físicos, emocionais e espirituais.

Ajuda a lutar contra o TOC dizer para si mesmo que os pensamentos obsessivos não tem valor moral, mas são resultado de alterações neuroquímicas talvez devido ao excesso de ansiedade. Por isso, a pessoa com TOC precisa desvalorizar os pensamentos obsessivos o mais que puder e dizer para si mesma que ela não tem que fazer o que eles mandam.

Também é importante lutar para pensar em outra coisa para substituir o pensamento obsessivo. Isto é difícil no começo, mas com o tempo a pessoa pode conseguir evitar ficar concentrado nos pensamentos obsessivos, escolhendo pensar em outras coisas. A dificuldade surge porque existe uma ansiedade forte que leva a pessoa a ter estes pensamentos e eles, por sua vez, conduzem aos atos compulsivos, repetitivos.

Isto significa que, quando a pessoa luta para impedir que os pensamentos obsessivos continuem em sua mente perturbando, ela pode sentir mais ansiedade. Mas com o tempo esta ansiedade poderá começar a diminuir sem que a pessoa necessite praticar a compulsão para obter alívio daqueles pensamentos.

Um exercício que pode ajudar é: ao vierem os pensamentos obsessivos, ao invés de logo praticar o ato compulsivo, diga para si: “Vou esperar uns 20 minutos sem me deixar levar pela necessidade de agir compulsivamente.” Depois de alguns dias ou semanas, aumente este tempo de “espera”. Ou você pode diminuir, por exemplo, no caso de uma compulsão para lavar as mãos por vários minutos. Lute para decidir lavá-las usando menos tempo.

Não tenha vergonha de falar disso para alguém. Se você não conseguir interromper gradativamente os atos compulsivos, procure uma ajuda profissional com psiquiatra e psicólogo. Quando o TOC se torna grave a ponto de perturbar a vida social e de trabalho da pessoa, uma medicação temporária prescrita por médico psiquiatra poderá ser necessária além da psicoterapia.

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