Poliamor: opção de vida ou desvio?

César Vasconcelos de Souza

Cesar Vasconcellos de Souza

Saúde Mental e Você

O psiquiatra César Vasconcellos assina a coluna Saúde Mental e Você, publicada às quintas, dedicada a apresentar esclarecimentos sobre determinadas questões da saúde psíquica e sua relação no convívio entre outro indivíduos.

quinta-feira, 01 de julho de 2021

"Tudo o que aprendi se resume nisto: Deus nos fez simples e direitos, mas nós complicamos tudo” - (Eclesiastes 7:29). Poliamor é uma teoria psicológica que envolve sexo e ligada a sentimentos entre muitas pessoas ao mesmo tempo. É oposto à monogamia, padrão de relacionamento entre um homem e uma mulher, na visão judaico-cristã. É uma opção ou forma de viver relacionamentos oferecendo aos que o adotam experiências de envolverem-se em relações íntimas que podem ser de longo prazo com várias pessoas ao mesmo tempo, de sexos diferentes.

As modalidades no poliamor incluem: 1- Primário-plus: um casal, homem e mulher, casados ou coabitantes, decide procurar individualmente outras relações com outras pessoas de qualquer sexo, passando a se relacionar entre si, ou o marido ou a esposa mantém um relacionamento extraconjugal, individual, com aprovação do casal. Outro formato é a 2 - Tríade, que significa três pessoas que se comprometem a manter um relacionamento estável, ou um casal que já vivem juntos aceitam uma terceira pessoa no seu relacionamento.

Outro tipo é o 3 – Individual, com vários primários: uma pessoa sem vínculos sérios com outros, passa a ter um relacionamento forte com parceiros que já eram íntimos. Depois vem o 4 - Casamento de grupo ou polifamília: vários indivíduos fazem um acordo de exclusividade sexual no grupo, podendo ter parceiros fora do grupo desde que seja aceito por todos. Outro formato é 5 - Redes Íntimas: “amigos" eróticos que podem praticar de qualquer tipo de relacionamento íntimo. Em seguida ainda vem o 6 - Polinamoro, que é quando se assume compromissos de namoro com vários parceiros com relacionamento íntimo livre de compromisso entre eles.

O movimento poliamor defende o sentimento de felicidade que a pessoa experimenta ao ver que seu companheiro(a) ama ou é amado(a) por outra pessoa. Defensores do poliamor dizem que a monogamia não é natural ou normal entre humanos e que há evidências biológicas e antropológicas disso, o que é um absurdo sem comprovação científica. Qual é a base teórica que defensores do poliamor usam para determinar que monogamia é anormal e poligamia é normal? Só pode ser o sentimento desvirtuado de gente movida pela emoção e por uma mentalidade pervertida. O fato de que sempre existiu pessoas adúlteras, polígamas, mesmo na cultura judaico-cristã, não faz desta prática uma normalidade. Seria o mesmo que dizer que já que sempre existiram ladrões, então furtar é normal e natural.

As relações de poliamor parecem ser relacionamentos descompromissados com o amor maduro, e se tornam relações movidas pelo sentimento, enquanto que o amor maduro e saudável envolve o sentimento, mas é mais que isto, inclui o uso da razão, da ética, do respeito. Ao amor maduro não é uma emoção, não é o sexo, não é o apego excessivo, não é a paixão. O sentimento flutua, mas o amor verdadeiro não.

Adeptos do poliamor pregam a liberdade. Mas a liberdade genuína não é fazer o que seus sentimentos pedem, porque podemos ter sentimento doentios, egocêntricos, narcisistas, de domínio e perversidade. Liberdade tem que ver com verdade, ética, viver dentro da lei justa. Uma criança criada por pais amorosos para com ela, não pode ter liberdade de fazer o que quer dentro de casa seguindo os sentimentos dela, porque isto faria do lar uma anarquia, já que qualquer criança experimenta sentimentos de egoísmo, de pirraça, por ainda não estar amadurecida. A lei que rege relacionamentos maduros não pode ser o desejo, a emoção, o sentimento, todos isolados.

Não é verdade que a monogamia é uma ditadura, pelo contrário, é neste tipo de relacionamento, entre um homem e uma mulher comprometidos com o amor maduro, que a felicidade conjugal pode surgir. É verdade, como escreveu o psicanalista Erich Fromm, que o amor maduro é por todas as pessoas, mas isto é totalmente diferente da ideologia do poliamor, porque no amor maduro por todos a ênfase é no tratar bem as pessoas, sem intimidade afetiva, a não ser em sua família e sem sexo, a não ser entre os cônjuges. Jesus, ao ordenar amar o próximo como a nós mesmos, não estava falando de amor erótico, sexual, e muito menos de poliamor.

 Pela limitação de espaço nessa coluna, trarei em outro artigo informações sobre os perigos e enganos do poliamor. Esta ideologia serve para destruir famílias e fazem parte de uma agenda de grupos políticos e filosóficos na guerra entre o bem e o mal.

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