Já nasci e morri para tantas coisas. Renasci para tantas outras. Quando arrogante - se atento - tento morrer para renascer menos vaidoso. Quando angustiado, tento sobreviver o quanto for possível, mas se tiver que morrer para renascer com outras possibilidades não receio.
Nascemos, morremos, renascemos várias vezes numa mesma vida, às vezes em uma mesma semana ou dia. Porque, mesmo que não dispostos, estamos expostos a aprender, evoluir, sair do casulo que costuramos em volta de nós mesmos.
Já nasci e morri para tantas coisas. Renasci para tantas outras. Quando arrogante - se atento - tento morrer para renascer menos vaidoso. Quando angustiado, tento sobreviver o quanto for possível, mas se tiver que morrer para renascer com outras possibilidades não receio.
Nascemos, morremos, renascemos várias vezes numa mesma vida, às vezes em uma mesma semana ou dia. Porque, mesmo que não dispostos, estamos expostos a aprender, evoluir, sair do casulo que costuramos em volta de nós mesmos.
Nossas verdades descosturam e o sol lá fora, esse mesmo sol que não nasce para todos, descortina a nossa saga nada simples, mas nem tão complicada que não possamos recomeçar. E, o melhor: nenhum recomeço é do zero.
Nossa evolução, por mais que queiramos, não retrocede. Reiniciamos com alguma experiência, acúmulo de coleções variadas. Mesmo que não evidentes, nossas cicatrizes nos iluminam caminhos.
Nasci por coragem, morri por medo e vice-versa. E nesse misto, renasci embrulhado, mas outras vezes liberto. Liberdade é algo que não pode matar ou fazer a gente morrer. Liberdade é algo que nasce na gente e deve perdurar para fazer do renascimento algo eterno. Porque liberdade talvez seja o mais próximo que teremos de ser de verdade.
A tal verdade sem julgamento, sem ficção. Verdade que como filme fotográfico quando revelado escancara a essência da nossa existência. Liberdade não para mostrar para o mundo, mas antes de tudo para si mesmo e ser contente com isso e coerente consigo mesmo.
De braços abertos... Pare. Escute. Espie como criança curiosa e sem maldade o que o vento da novidade traz. Pode ser anunciação ou apenas gemido de quem não sabe falar. Talvez não entendamos a língua dos ventos, tanto quanto não entendamos toda essa jornada de nascer de novo e de novo e de novo para sempre e até o fim.
Morrer para o que não serve mais e é fardo que não valha carregar. Morrer para toda essa convicção de teimar em ter razão. Morrer para esses furtos que fazemos em nossos próprios corações e só se enganar quando o engano é piada pronta de quem só quer rir diferente do mesmo texto já decorado.
Renascer sem ganância, ainda que com saudade. Renascer solidário com os pobres de si mesmos, olhando para si próprio ao ponto de admitir que já não se quer e não se pode mais cultivar essa inveja de ser o que nunca se pretendeu ser. Renascer para perceber o do porquê morreu por deliberação própria de tudo aquilo que não mais quer.
Nascer. Morrer. Renascer. Convidativo, ainda que assustador. Mas quantas vezes morremos e renascemos sem mesmo perceber?
Já não sou aquilo que era e por mais que pareça delicioso voltar no tempo com o que sei agora, não sei se seria prazeroso consertar ou mudar o rumo – voltar. Pelo que passei não passo mais, Heráclito já dizia: “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio”.
Não sei se sou rio ou apenas riso com vã filosofia. Se o sujeito não é mais o mesmo e as águas não são as mesmas, navegamos de fato por essas correntezas de verbos existenciais.
Consciente, clamo para morrer sem correntes e renascer com asas libertas na ânsia de ser livre como devo ser e desejo o mesmo para você. Se a alvorada não pode ser detida, tampouco nascer, morrer e renascer.
Deixe o seu comentário