Megaeventos e o impacto ambiental: entre a festa e a pegada ecológica

Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.

Alex Santos

Prosa Sustentável

Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Opa! Tudo verde? Bora para mais uma prosa sustentável!

Grandes eventos culturais, esportivos e de inovação são motores da economia e da cultura contemporânea. Eles atraem multidões, movimentam cadeias produtivas, promovem cidades no cenário internacional e geram oportunidades de negócios. Mas, por trás da grandiosidade do espetáculo, está uma questão urgente: o impacto ambiental deixado após o fechamento de um novo negócio, o último aplauso ou o encerramento das luzes do palco.

O Carnaval do Rio de Janeiro de 2024, por exemplo, ilustra bem esse contexto. Foram mais de sete milhões de foliões e cerca de R$ 5,3 bilhões injetados na economia da cidade, segundo a prefeitura. Porém, a festa também resultou em toneladas de resíduos nas ruas, exigindo mutirões de limpeza e gerando questionamentos sobre a sustentabilidade de uma celebração dessa magnitude.

O Rock in Rio 2022, outro ícone do entretenimento brasileiro, recebeu 700 mil pessoas em sete dias e gerou aproximadamente 300 toneladas de resíduos sólidos, de acordo com a Comlurb. Já a Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil, foi um marco histórico tanto em público quanto em impacto ambiental: a Fifa estimou uma pegada de 2,7 milhões de toneladas de CO equivalente, principalmente devido ao transporte aéreo.

Mais recentemente, o Rio Innovation Week 2025, considerado o maior evento de inovação e tecnologia da América Latina, mostrou que mesmo em ambientes voltados para o futuro, os desafios ambientais persistem. O evento demandou alto consumo de energia para alimentar palcos, ativações tecnológicas e exposições, além de gerar grande volume de resíduos pela circulação de milhares de visitantes, startups e expositores. O deslocamento internacional e nacional de participantes também contribuiu para o aumento das emissões de gases de efeito estufa.

 

Onde estão os impactos

Os efeitos ambientais de eventos dessa escala podem ser resumidos em quatro frentes principais:

  • Resíduos sólidos: copos plásticos, embalagens de alimentos, garrafas PET, cenários descartados e materiais promocionais representam uma parte significativa do impacto.
  • Emissões de gases de efeito estufa: ligadas principalmente ao transporte aéreo e terrestre de público, artistas, equipes e equipamentos.
  • Demanda energética: palcos, iluminação, sonorização e climatização dependem, em grande parte, de fontes fósseis.
  • Uso da água: banheiros químicos, alimentação, limpeza e manutenção elevam o consumo hídrico.

 

Caminhos para a mudança

Apesar dos desafios, os grandes eventos estão se transformando em laboratórios de inovação sustentável. O Rock in Rio é um exemplo emblemático, com a implementação de copos reutilizáveis, logística reversa e programas de compensação de carbono. O Lollapalooza Brasil adota medidas de incentivo ao transporte coletivo e parcerias para a coleta seletiva.

Nesse movimento, empresas especializadas em soluções ambientais vêm se destacando. Adriana Santos, diretora da EcoModas, ressalta a importância de unir forças com produtores de eventos para dar nova vida aos materiais: “A EcoModas busca atuar em parcerias com organizadores para dar uma destinação ambientalmente correta às lonas de comunicação utilizadas nos eventos. Ao invés de virarem lixo de alta resistência e impacto, elas podem se transformar em bolsas, estojos e outros produtos sustentáveis, gerando valor social, econômico e ambiental”, afirma Adriana complementando que a empresa já ajudou a ressignificar mais de sete toneladas de lonas em novos produtos e brindes corporativos ecológicos.

Além desse tipo de prática, soluções como geradores a biodiesel, painéis solares temporários, programas de compostagem, reuso de água e digitalização de ingressos vêm sendo adotadas por produtores de eventos mais conscientes para reduzir a pegada ambiental.

 

O papel educativos dos megaeventos

Segundo especialistas, a força dos megaeventos não está apenas na sua capacidade de gerar entretenimento ou negócios, mas também em sua influência sobre a sociedade. Quando milhares ou milhões de pessoas presenciam práticas sustentáveis em um festival ou feira, a mensagem se torna pedagógica.

O debate é claro: os megaeventos não podem ser vistos apenas como celebrações passageiras. Eles representam grandes operações logísticas com impactos duradouros, mas também oportunidades únicas de disseminar novas práticas ambientais.

Seja no sambódromo, nos estádios, nas arenas de shows ou nos centros de convenções, o desafio do futuro é transformar cada espetáculo em uma experiência não apenas grandiosa e tecnológica, mas também responsável, inclusiva e ambientalmente sustentável.

Até a próxima!

Saudações sustentáveis e tudo verde sempre!

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Alex Santos tem dedicado seus esforços desde 2010 para disseminar a importância da sustentabilidade. Através de projetos inovadores busca catalisar uma mudança positiva no mundo, incentivando práticas mais responsáveis e ecologicamente conscientes.

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