Nada, absolutamente nada é capaz de diminuir o amor e o orgulho que tenho de Nova Friburgo. É amor ingênuo, quase infantil. É encantamento permanente. Ser friburguense é a melhor e maior de todas as minhas vaidades. Talvez, de fato, a única boa vaidade que alguém pode ter.
Assim, ser friburguense é a única vaidade da qual não me desfaço, mesmo que os guardiões da moral digam que é pecado. Se pecado for, então serei pecador convicto que afirma, reafirma e insiste em cometer, deliberada e conscientemente, seu pecado. Pecadores assim têm direito a pedir licença.
Nada, absolutamente nada é capaz de diminuir o amor e o orgulho que tenho de Nova Friburgo. É amor ingênuo, quase infantil. É encantamento permanente. Ser friburguense é a melhor e maior de todas as minhas vaidades. Talvez, de fato, a única boa vaidade que alguém pode ter.
Assim, ser friburguense é a única vaidade da qual não me desfaço, mesmo que os guardiões da moral digam que é pecado. Se pecado for, então serei pecador convicto que afirma, reafirma e insiste em cometer, deliberada e conscientemente, seu pecado. Pecadores assim têm direito a pedir licença.
Então, peço licença para fazer uma confissão. Confissão, para além do que faria no divã, ao meu psicanalista. Confissão para mim mesmo. Para desgarrar isso que sinto no peito e publicizar sem medo de ser taxado humano demais ou omisso de menos. Confissão de quem perdeu, mas não perde a essência do que sonha.
Quem fala aqui não é o jornalista. O jornalista também, pois não escondo minha profissão. Tenho orgulho de exercê-la. Mas a confissão é de quem ainda não teve o sonho eleito como cidadão. Confesso que doeu. Não foi perder a eleição em si para prefeito da minha cidade que me doeu. Doeu foi ver o sonho dilacerado. Doeu ver derreter tudo que se vivenciou e se preparou para chegar a esse momento. Nunca me apeguei apenas às boas intenções.
Desde cedo, aprendi que não basta ter boas intenções. É preciso preparo, vivência e sensibilidade. Doeu muito estar certo de que a crise imposta pela pandemia e pelo acúmulo dos anos de retrocessos deveria ser enfrentada pelo projeto de cidade que pensamos. Sou mesmo acelerado. E o que mais seguimos necessitando é de aceleração. Com objetivos claros. Planejamento.
Com união da nossa história com o presente, o futuro e todos aqueles que reconhecem a necessidade de ousar. Sem eleger inimigos para esconder incoerências ou incompetência. Por isso, doeu ver essa defesa de união derrotada pelo silêncio de templos que espalharam fake news e destilaram preconceitos. Doeu ver evaporar o chão do menino que, antes mesmo de saber ler e escreer, queria ser prefeito da sua cidade.
Mas Deus, na sua poderosa forma de nos fazer entender, confessa a mim: “seu sonho nunca foi ser prefeito. Seu sonho sempre foi ser o melhor prefeito da história da sua cidade”. Confesso que de fato meu sonho nunca foi ser prefeito, mas ser o melhor de todos os tempos. Confesso que perdi, mas não me perdi de mim mesmo e nem perdi o que Deus me relembra.
Perder, portanto, me deu muito também. É preciso se preparar ainda mais. Sentir, experimentar, estudar, vivenciar. É preciso separar o joio do trigo. Sonhei e ainda sonho com uma cidade criativa que modernize sua gestão e inove. Vislumbrei e ainda vislumbro uma cidade sustentável que não só transforme lixo e esgoto em energia, mas que não polua, que seja mais ecológica, inclusive mentalmente.
Desejei e ainda desejo uma cidade acelerada que comece a acontecer de imediato, no agora, e, resolva problemas cotidianos com a pressa que as pessoas merecem. Projetei e ainda projeto uma cidade inclusiva, uma cidade educadora que devolva todo o seu potencial aos seus donos – cada um de nós. Parafraseando Darcy [Ribeiro, antropólogo], confesso que odiaria estar ao lado dos que me venceram.
Sou sonhador. Por convicção. Bebo doses de realidade para ficar um pouco mais ébrio dessas verdades nuas e cruas. Sou um fracasso na velha e na tal nova cartilha política, porque não sei mentir e tenho minhas convicções e sonhos em constante processo evolutivo.
Não forjo política de técnica, nem técnica de política. Não as desassocio, pela natural impossibilidade de separá-las do humano. Não sei usar as pessoas e nem me permito me aproveitar das suas fés.
Vencido pelos mentirosos de discursos aguerridos e práticas no mínimo dispersas, concordo com as milícias digitais que me atacam: sou um perdedor, mas um perdedor orgulhoso e torno a dizer que jamais me vangloriaria em estar ao lado deles.
Que sejam eles os vencedores, se esse é o jogo. Digam que é dor de cotovelo perante a ausência de argumentos menos sórdidos. Pois, não sou de crença, sou de ciência. De ciência e fé.
Uma e outra, ciência e fé, reforçam que minha vaidade maior é ser friburguense moldado por esses típicos e raros amores que moram na categoria dos inabaláveis.
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