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O amor é lindo

Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
Ah! O amor é lindo, não é mesmo? Vocês ainda se emocionam com uma história bonita e genuína em que almas se encontram? Eu sigo achando uma maravilha. Aquece o coração, dá cor às coisas, enche a vida de esperança. Por trás da aparente simplicidade das sutilezas do amor, há uma das maiores verdades que podemos experimentar: ele é lindo, mesmo! Não porque seja perfeito, até é justamente na imperfeição que ele floresce. Não está na cena de cinema em que tudo se encaixa, mas no gesto pequeno de quem se lembra do seu café preferido, na mensagem que chega, em meio a um dia cansativo, no abraço que não cobra nada em troca, na demonstração de se estar junto para o que der e vier. Está no sorriso frouxo, no toque que aquece, na presença que preenche, na admiração recíproca, na partilha emocionada, na torcida diária e no desejo de se estar perto. O amor se faz no detalhe, no cuidado quase imperceptível, no olhar que enxerga além da superfície.
É lindo porque nos humaniza. Em um tempo em que tanto se fala em produtividade, em metas, em números, o amor nos devolve ao que é essencial: sentir. Ele nos lembra que a real conquista passa pelo afeto, que não somos máquinas, que não viemos ao mundo apenas para cumprir agendas, mas para construir encontros. O amor, em todas as suas formas, é um exercício de presença — um “estou aqui” silencioso, mas transformador.
O amor também é lindo porque não se limita a romances. Está na amizade que atravessa décadas, na família que segura as pontas quando o chão parece sumir, na comunidade que se organiza para apoiar quem precisa. Está também no amor-próprio, quando finalmente reconhecemos o nosso valor e nos tratamos com a delicadeza que sempre oferecemos aos outros.
É lindo porque resiste. Mesmo depois das perdas, das decepções e das despedidas, o amor insiste em reaparecer. Ele tem uma força de renascimento que desafia a lógica: ainda que o coração esteja ferido, um novo afeto sempre encontra espaço para brotar. Talvez seja esse o maior milagre — a capacidade de, apesar das cicatrizes, acreditar de novo.
O amor é lindo porque nos coloca em movimento. Nos empurra para fora do egoísmo, amplia nossos horizontes, nos convida a ver o outro não como ameaça, mas como espelho e companhia. É nele que aprendemos generosidade, paciência, compaixão. Não é fácil — exige escolhas, renúncias, disposição para ouvir e recomeçar. Mas é justamente esse esforço que o torna tão valioso.
E, se é verdade que tudo na vida é transitório, o amor talvez seja a forma mais bonita de eternidade. Porque ele se prolonga na memória, na marca que deixa em quem passa por nós. Um gesto de amor pode atravessar o tempo e continuar sustentando alguém muito depois da nossa ausência.
O amor é lindo porque nos lembra de que, no fundo, ninguém quer apenas vencer ou acumular. Todos buscamos, de maneiras diferentes, um lugar seguro para ser quem somos — e isso só se encontra no afeto verdadeiro. O amor é a raiz que nos prende ao chão e a asa que nos leva além. Então, sim, o amor é lindo. Não como slogan, mas como certeza vivida. Ele não precisa de aplausos, de palco, nem de poesia rebuscada. O amor é lindo porque é real, porque está nas frestas da vida, porque insiste em nos salvar todos os dias.

Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
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