Blog de maxwolosker_18841

Uma reflexão necessária

quarta-feira, 05 de maio de 2021

É muito difícil para um colunista agradar gregos e troianos, pois as colunas são escritas baseadas nos acontecimentos, sejam eles locais ou nacionais. Muitas vezes até internacionais, pois as fontes de consultas incluem também a mídia estrangeira. No meu caso, a de língua francesa que é o idioma que domino e falo fluentemente. Claro está que os assuntos abordados vão depender do interesse do colunista, uma vez que esse nem sempre vive o dia a dia do jornal e suas referências passam longe das informações diárias que a redação recebe.

É muito difícil para um colunista agradar gregos e troianos, pois as colunas são escritas baseadas nos acontecimentos, sejam eles locais ou nacionais. Muitas vezes até internacionais, pois as fontes de consultas incluem também a mídia estrangeira. No meu caso, a de língua francesa que é o idioma que domino e falo fluentemente. Claro está que os assuntos abordados vão depender do interesse do colunista, uma vez que esse nem sempre vive o dia a dia do jornal e suas referências passam longe das informações diárias que a redação recebe.

Mas, uma coisa é líquida e certa no ato de informar, ou seja, a pesquisa séria de tudo o que vai ser publicado, muitas vezes com a citação dos locais consultados. Claro que todo jornalista se preocupa em manter anotadas as pesquisas feitas, mesmo que não as cite na matéria. Daí que certas acusações de leviandade, omissão ou desinformação devem estar muito bem consubstanciada por quem as emite, para não parecer simples opinião jogada ao vento, o popular achismo. Nos bancos acadêmicos da faculdade de Comunicação Social aprende-se que o jornalista não acha, tem que ter compromisso com aquilo que publica.

Lembro-me que quando o ex-presidente Luís Inácio da Silva foi acusado de beberrão, por um correspondente do New York Times, fiz um artigo em que criticava o jornalista americano. Não que desconhecesse o gosto do presidente pela aguardente, mas pelo fato daquele tipo de notícia não ter nenhum interesse jornalístico a não ser o de denegrir a figura de um chefe de estado. Ainda citei que se um correspondente brasileiro fizesse esse tipo de comentário sobre Bush filho, ex-viciado confesso, (“Antes de seu casamento, Bush teve vários episódios de consumo abusivo de álcool. Em um desses casos, em 4 de setembro de 1976, foi preso perto da residência de verão de sua família em Kennebunkport, Maine, por dirigir sob a influência de álcool. Declarou-se culpado, foi multado em 150 dólares e teve sua carteira de motorista de Maine brevemente suspensa”.) teria sido no mínimo multado e suspensa sua credencial de jornalista, em solo americano.

Lembro-me também que aluno ainda da faculdade, fui orientado por um professor de esquerda e eleitor de Luís Inácio, de que o que estava em jogo era a liberdade de imprensa e, que nesse caso, o jornalista americano não deveria ser admoestado. Ou seja, a mesma ocorrência pode ter interpretações diversas; o fato foi noticiado, mas a opinião de cada um é livre.

Assim sendo, apesar de receber críticas toda vez que escrevo algo que possa parecer uma defesa do atual presidente, continuarei abordando os assuntos que julgar pertinentes. Na minha última publicação falei sobre o voto ser impresso após a conclusão da votação pelo eleitor. Minha coluna foi uma das mais lidas da semana, o que mostra a importância do fato. Sempre tive minhas reticências contra a urna eletrônica, e sei que muita gente também as tem daí ser um adepto da impressão desse voto. Ele não seria entregue ao eleitor, mas ficaria armazenado para uma posterior conferência, se fosse necessário. Muitos leitores pensam como eu e muitos discordam, o que é a verdadeira expressão da democracia. A unanimidade é burra, como já dizia o saudoso Nelson Rodrigues.

O que existe no Brasil de hoje é uma polarização da esquerda contra a direita, em que aqueles que se julgaram “derrotados” pelas urnas em 2018, não digeriram bem esse “fracasso” e não analisam o porquê desse resultado. A crítica é uma necessidade desde que seja construtiva o que, infelizmente, não é o observado por aqui. A negação de um fato com o único propósito de negá-lo é puro fanatismo, ainda mais quando se torce para que não dê certo.

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O voto impresso é uma necessidade, num país de más intenções

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Ganha força o projeto de, já nas próximas eleições, termos o voto impresso no momento da confirmação, na urna eletrônica. É preciso entender que a impressão de um papel não irá para a mão do eleitor, mas após aparecer na tela os candidatos escolhidos por ele, surgirá, também, o que será impresso. Após essa confirmação, esse impresso será depositado numa urna acoplada à eletrônica. Assim, caso um candidato levante qualquer suspeita quanto à contagem dos votos, eles poderão ser recontados, o que não acontece atualmente, pois se o chip da urna for adulterado, não será descoberto.

Ganha força o projeto de, já nas próximas eleições, termos o voto impresso no momento da confirmação, na urna eletrônica. É preciso entender que a impressão de um papel não irá para a mão do eleitor, mas após aparecer na tela os candidatos escolhidos por ele, surgirá, também, o que será impresso. Após essa confirmação, esse impresso será depositado numa urna acoplada à eletrônica. Assim, caso um candidato levante qualquer suspeita quanto à contagem dos votos, eles poderão ser recontados, o que não acontece atualmente, pois se o chip da urna for adulterado, não será descoberto. O que vale é a totalização.

Esse assunto começou a ser ventilado desde que as urnas eletrônicas fizeram sua aparição entre nós, pois se hackers são capazes de se infiltrarem até no Pentágono, nos Estados Unidos, porque as urnas brasileiras estariam a salvo? Sem falar que os presidentes do STE (Supremo Tribunal Eleitoral) são oriundos do STF (Supremo Tribunal Federal) e, o atual não tem a confiança que deveria ter, da população brasileira. Para refrescar a memória de muitos, quando Dias Toffoli presidiu o STE, na eleição durante o seu mandato, mandou fechar as portas do local de apuração das urnas e o mesmo só foi reaberto para comunicar o resultado final das eleições. Aonde estava a transparência necessária para um acontecimento de tamanha envergadura?

Creio que a impressão dos votos é imprescindível nas próximas eleições, pois Jair Bolsonaro é candidato à reeleição e a oposição e a esquerda usarão de todos os meios, mesmo os ilícitos para tentar barrar um novo mandato do atual presidente. Haja vista, as manobras da segunda turma e do plenário daquela que já foi a mais alta corte do país, tornando Luís Inácio da Silva inocente e em condições de disputar as próximas eleições presidenciais. Com várias canetadas conseguiram denegrir e acabar com a maior operação de combate à corrupção, que foi a operação Lava-Jato. O mal, na política sempre triunfa, haja vista que o mesmo ocorreu com a operação Mãos Limpas, na Itália.

Seja na república velha seja na que se seguiu, manipulação ou tentativa de manipulação de votos sempre houve na política brasileira. Em 1982, nas primeiras eleições diretas aos governos dos estados, desde a intervenção militar de 1964, tivemos o famoso caso Proconsult em que Leonel de Moura Brizola quase perdeu as eleições por causa de um esquema fraudulento concebido por aquela empresa. O esquema da fraude deveria funcionar na etapa de totalização final dos votos, quando, em função de um cognominado ‘diferencial delta’, os programas instalados nos computadores da empresa Proconsult, contratada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio para o serviço, subtrairiam uma determinada porcentagem de votos dados a Brizola transformando-os em votos nulos, ou promoveriam a transferência de sufrágios em branco para a conta do então candidato governista, Moreira Franco.

A falsificação na contagem foi descoberta graças ao trabalho da imprensa, sobretudo a partir do esquema de apuração paralela ao do TRE-RJ montado pela Rádio Jornal do Brasil – cuja cobertura daquelas eleições concorreu e levou larga vantagem sobre o aparato armado pelo conglomerado de mídia hegemônico no estado, as Organizações Globo. A Rádio JB pôde revelar em primeira mão a fraude que se armava, dada as discrepâncias entre os números que anunciava e os constantes nos boletins oficiais do TRE. A apuração foi interrompida e o esquema, descoberto, então desmontado às pressas.

O resultado final mostrou o que as ruas já haviam indicado durante a campanha: Leonel Brizola foi eleito com 1.709.180 votos (ou 34,2% dos votos válidos), Moreira Franco ficou com 1.530.706 (30,6%), Miro Teixeira com 1.073.446 (21,5%), Sandra Cavalcanti obteve 536.383 (10,7%) e Lysâneas Maciel contou 152.614 votos (3,1%). Como se pode notar, a diferença de Brizola para Moreira Franco foi de 3,6% dos votos, um percentual facilmente manipulável, se o esquema não tivesse sido descoberto.

Portanto, nas próximas eleições todo cuidado será precioso para que não paire nenhuma dúvida sobre a veracidade do resultado final, daí a necessidade do voto impresso. Essa seria uma maneira eficaz de dirimir dúvidas caso elas venham a existir. Como diz o ditado popular espanhol “Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay” (eu não creio em bruxas, mas que existem, existem).

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Um sábado de vacinação mais tranquilo

quarta-feira, 21 de abril de 2021

O último sábado, 17, começou com mais um drive-thru para a aplicação da segunda dose da vacinação anti Covid-19 nos idosos entre 70 e 75 anos. Ao contrário da primeira dose, o tempo de espera na fila foi bem menor e a equipe encarregada conseguiu imprimir uma dinâmica mais ágil. No entanto, já me acostumei às surpresas da vida friburguense, mas confesso que fiquei pasmo com a conversa que tive com um dos responsáveis pela vacinação.

O último sábado, 17, começou com mais um drive-thru para a aplicação da segunda dose da vacinação anti Covid-19 nos idosos entre 70 e 75 anos. Ao contrário da primeira dose, o tempo de espera na fila foi bem menor e a equipe encarregada conseguiu imprimir uma dinâmica mais ágil. No entanto, já me acostumei às surpresas da vida friburguense, mas confesso que fiquei pasmo com a conversa que tive com um dos responsáveis pela vacinação.

Comentei mais uma vez, que o único guarda municipal visto no trajeto desde o batalhão da Polícia Militar, foi no Paissandu, próximo à antiga Rua Baronesa. Nenhuma indicação ou sinalização em todo o trajeto, fazendo com que muitos motoristas só se dessem conta de que não se tratava de um simples engarrafamento, após permanecerem algum tempo parados. Esse responsável me contou que tinha sugerido a colocação de fitas plásticas sinalizando todo o trajeto, mas que não houve resposta da Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana.

Mas, a informação mais grave e estarrecedora estava por vir: no dia da primeira dose, a prefeitura não providenciou nem alimentação, nem água e nem tendas de proteção para o caso de chuva ou proteção à exposição solar. Dessa vez, foi comunicado à prefeitura que a equipe só trabalharia, caso as exigências fossem cumpridas. Pelo menos, quando entrei no Country Clube havia duas tendas de proteção montadas, uma em frente à outra. Quanto à alimentação, foi me garantido que ela estaria assegurada.

É um absurdo o que aconteceu no dia da primeira dose, pois a ordem era de que as 15h seria colocada uma placa atrás do último veículo da fila, encerrando o acesso à vacinação. Mas, todos na frente seriam imunizados. Conclusão, os trabalhos que se iniciaram às 10h só terminaram quase 12 horas depois. Sem comida e sem água é uma desumanidade típica de homens públicos sem nenhum traquejo para o cargo que exercem. É muito bonito sentar em cadeiras confortáveis de gabinetes, com ar condicionado, cafezinho e água gelada e colher os louros de um trabalho realizado pelos funcionários, expostos a todo tipo de intempéries, e sem uma única palavra de muito obrigado. Essa equipe está de parabéns, é nota mil.

Já era para ter tocado nesse assunto anteriormente, mas meditei muito antes de passar adiante essa informação, para não deixar as pessoas mais preocupadas do que já estão. Nova Friburgo está recebendo dois tipos de vacinas, a chinesa CoronaVac e a AstraZeneca/Oxford. O grande diferencial é a percentagem de imunização desses produtos. A vacina chinesa, admitido pela primeira vez por um dirigente do alto escalão do governo da China, responde por 54% de proteção, estando previsto estudos para a mistura de outra vacina ou uma terceira dose. A de Oxford chega a 85% de proteção após a segunda dose.

Uma das explicações poderia estar na diferença de fabricação, pois na primeira é utilizado o processo da atenuação do vírus e na segunda trata-se de uma versão mais fraca do vírus da gripe comum em chimpanzés (inofensivo em seres humanos), contendo igualmente proteínas contidas no material genético do vírus Sars-Cov-2.  Nesse caso, após a vacinação, o adenovírus penetra em algumas poucas células do corpo humano. Essas células utilizam o gene para produzir a proteína Spike (espícula, ou picos, na superfície do vírus). O sistema imunológico então reconhece isso como estranho e, em resposta, produz anticorpos e células T, que idealmente protegem contra a infecção com o coronavírus, o Sars-CoV-2.

É importante que todos tomem a vacina, que é o método mais eficaz para conter a propagação da doença, no entanto não se pode esquecer, nunca, que as medidas de higiene como lavar sempre as mãos com água e sabão ou usar álcool gel 70, evitar aglomerações e procurar sempre estar em ambientes arejados, manter uma alimentação saudável e uma hidratação adequada é, também, muito importante. Acho que o somatório desses fatores vai nos livrar dessa praga.

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Odorico Paraguaçu ressuscitou

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Foi na terra do Cão Sentado que aconteceu um dos episódios mais insólitos desde o aparecimento da pandemia, lá se vai mais de um ano. Nessa cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, a elevação dos casos de contaminação pela Covid-19 e, consequentemente, o de mortes aumentaram muito e o sistema hospitalar chegou à beira do colapso. Numa determinada semana de abril, a média de ocupação de leitos de UTI exclusivos para pacientes infectados pela Covid-19 atingiu 98% e das enfermarias, cerca de 80%.

Foi na terra do Cão Sentado que aconteceu um dos episódios mais insólitos desde o aparecimento da pandemia, lá se vai mais de um ano. Nessa cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, a elevação dos casos de contaminação pela Covid-19 e, consequentemente, o de mortes aumentaram muito e o sistema hospitalar chegou à beira do colapso. Numa determinada semana de abril, a média de ocupação de leitos de UTI exclusivos para pacientes infectados pela Covid-19 atingiu 98% e das enfermarias, cerca de 80%. Isso veio a reboque de um aumento da taxa de contaminação de todo o estado, inclusive da Região Serrana.

É claro que existe uma dúvida permanente no ar e que deveria ser esclarecida pelas autoridades. A internação de pacientes graves, seja daqui ou de fora, é uma questão de necessidade, mas é preciso que saibamos qual o percentual de leitos ocupados por pacientes de outras localidades. Se existem 50 leitos de UTI Covid e todos estão ocupados com friburguenses, a taxa de contaminação está muito alta, no entanto, se um percentual importante é de pessoas de outro município, essa taxa será menor. Lógico que a positividade aumentada de testes diagnósticos é o maior diferencial, mas leitos vagos podem significar uma virulência menor da doença.

Algo deveria ser feito para fazer frente a esse grave problema de saúde pública. Por outro lado, as consequências de um blacaute são catastróficas, pois a economia de uma cidade, de um estado, de um país depende da produção, ou seja, do trabalho da sua população. Impostos têm de ser pagos, aluguéis idem, comida tem de ser comprada, salários são necessários, o desemprego ronda a todos os assalariados. Aliás, várias medidas extremas já foram adotadas e a eficácia duvidosa; o fechamento de várias indústrias e lojas leva a uma quebradeira importante. Pelo andar da carruagem, morre-se de Covid ou de fome.

Mas, a solução encontrada pelo prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon, foi surreal, no mínimo esdrúxula. Ao optar pela abertura de indústrias, comércio, supermercados, padarias e etc. de acordo com o número final do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), pares em dias pares e ímpares em dias impares ele conseguiu instalar o caos na cidade. Pelo menos teve um mérito, o de deslocar muita gente de um bairro para outro. Por exemplo, no último sábado, 10, a padaria do bairro Cascatinha e as duas do Cônego estavam fechadas, e quem precisou comprar pão teve de ir até Olaria ou ao Centro. O mesmo ocorreu com os mercados, que de quatro, só um permaneceu aberto, com grande afluxo de consumidores e provocando congestionamento nos de Olaria.

Para completar seu surrealismo, se a bandeira roxa permanecer inalterada de uma semana para outra, inverte-se o cronograma: o que é par vira ímpar, o que é ímpar vira par. Elementar, pois assim ninguém será prejudicado, já que os dias pares são maiores que os ímpares. Vale observar que a população não tem como saber o número final do CNPJ das lojas que pretende comprar algo. Corre-se, portanto, o risco de bater com a cara na porta num dia, e ter de voltar no outro. E cá para nós, nossa cidade foi a única no mundo a fechar supermercados e padarias. O mundo se curvou a Nova Friburgo.

Se o objetivo era diminuir a quantidade de pessoas nas ruas, o mais inteligente seria utilizar o rodízio do CPF de cada cidadão. A fiscalização ficaria por conta dos estabelecimentos e a prefeitura teria a oportunidade de faturar dobrado, pois se alguém fosse pego com CPF errado, seriam multados estabelecimento e a pessoa. Essa medida teria, também, o mérito de diminuir a lotação do transporte coletivo, desde que o número de veículos permanecesse o mesmo.

Esse controle já vem sendo usado há algum tempo na vizinha Teresópolis, e na última sexta feira, 9, a taxa de ocupação de UTIs por lá era de 65% e de enfermaria um pouco mais de 50%. Ainda de acordo com o portal da prefeitura, a taxa de isolamento da cidade estava em 40,1%. É claro que o sistema tem seus problemas por depender da compreensão da população, nem sempre disposta a sacrifícios, até que a Covid lhe suprima um ente querido.

Felizmente, na época, o defunto do prefeito Odorico, de Sucupira, inaugurou o cemitério da cidade fictícia. Num momento de crise, as ações têm de ser muito bem pensadas, amadorismo ao invés de profissionalismo pode ser catastrófico. Daí a necessidade de todos que disputam cargos eletivos, terem a obrigação de frequentar um curso de Gestão Pública e serem aprovados com nota mínima de 80%.

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Friburgo, como era de se esperar, lotou no feriadão

quarta-feira, 07 de abril de 2021

Como era de se esperar, Nova Friburgo lotou na semana passada durante o superferiadão espetadual. As ruas principais do Cônego, retrato fiel do movimento de turistas, ficaram cheias de carros e o comércio essencial botando gente pelo ladrão. A feirinha em frente à igreja de Sant’Ana funcionou a todo vapor. Com o “feriadão” no Rio e em Niterói, quem tinha casa na serra viajou e veio se descontrair no ar puro das montanhas de Friburgo. Nada contra, pois eu poderia ter ido para Cabo Frio e passar a Páscoa na Região dos Lagos.

Como era de se esperar, Nova Friburgo lotou na semana passada durante o superferiadão espetadual. As ruas principais do Cônego, retrato fiel do movimento de turistas, ficaram cheias de carros e o comércio essencial botando gente pelo ladrão. A feirinha em frente à igreja de Sant’Ana funcionou a todo vapor. Com o “feriadão” no Rio e em Niterói, quem tinha casa na serra viajou e veio se descontrair no ar puro das montanhas de Friburgo. Nada contra, pois eu poderia ter ido para Cabo Frio e passar a Páscoa na Região dos Lagos. Lá, a espera para transpor as barreiras sanitárias era de duas horas. Quem possui casa aqui e paga IPTU tem todo o direito de usufruir quando bem lhe aprouver.

Com praias, bares, restaurantes, shoppings, cinemas e teatros fechados seria realmente muito difícil para a população ficar trancafiada dentro de casa; quem tinha condições aproveitou. Ainda mais que quarentena rígida, lock-outs e outras medidas restritivas que não tiveram o consenso dos estudiosos. Muitos as defendem, outros são contrários. Além do mais, agora em abril, completa-se um ano e meio de pandemia período em que a vida de todos nós virou de cabeça para baixo, muitos ficaram desempregados, muitos comerciantes faliram e a economia dos países foi completamente comprometida.

 Parece ser unanimidade que o distanciamento social, as medidas de higiene, o uso de máscara e, principalmente, a vacinação em massa são as medidas mais efetivas para frear a disseminação do vírus. Tanto isso parece ser real, que Thierry Breton, comissário junto à indústria encarregada da implantação das vacinas na comunidade europeia, declarou que a imunidade coletiva contra o novo coronavírus poderá ser atingida pelos 450 milhões de habitantes da União Europeia, na metade de julho (notícia de destaque na edição de ontem, 6, do jornal Le Monde).

Eu, em particular, não acredito, pois a vacinação patina em solo europeu, com apenas 11,61% da população atendida. Lá as entregas também estão atrasadas e a comunidade europeia tem dificuldades em partilhar as doses adquiridas. Enquanto isso, no Brasil, já temos 19,4 milhões de habitantes imunizados, o equivalente a 9,2%. No entanto, nós somos metade da população do velho continente e ao contrário de lá, nosso número de vacinados tende a aumentar, com a produção em larga escala do Butanan e da Fundação Oswaldo Cruz. Sem falar na compra de lotes de outros fabricantes. Aliás, o Ministério da Saúde estima serem necessárias 425 milhões de doses para imunização de toda a população brasileira, até o final do ano. O maior problema é que dependemos de fabricantes de fora do país e nem sempre o organograma deles pode ser cumprido fielmente.

É certo que, no Brasil, a situação é caótica, vários estados estão com a capacidade hospitalar quase esgotada no que se refere à internação em UTIs; no caso de Friburgo, na quinta feira santa (último dia 1º) havia pouquíssimas vagas disponíveis, uma no Hospital Raul Sertã e outra no Hospital São Lucas. Os hospitais Unimed e Serrano estavam com 100% das vagas ocupadas. Mas, infelizmente, esse caos é mundial, só havendo melhora do quadro naqueles países onde a imunização atingiu mais de 40% da população.

Em nossa cidade, a prefeitura decretou bandeira roxa que não sabemos ser uma realidade sanitária ou uma possível prevenção pelo iminente encerramento das atividades da empresa de ônibus. É que nessa cor a frota só roda com capacidade aumentada nos horários de pico, entre as 6h e 10h e entre as 17h e 20h. No entanto, os comerciantes não estão satisfeitos com a ordem de fechamento do comércio, pois salários, contas a pagar, impostos e outras taxas continuam chegando para serem quitadas. Na outra ponta, supermercados, farmácias, padarias e feiras livres continuam funcionando o que causa aglomeração do mesmo jeito. Talvez a abertura do comércio, com limitação do número de consumidores, no interior das lojas, fosse mais inteligente e menos desgastante.

Outro disparate que chama a atenção é que as indústrias podem abrir com a capacidade limitada, mas as confecções têm de permanecerem fechadas. Afinal, confecção é igual a  lanchonete, bar ou restaurante? Nada contra esses estabelecimentos, mas para eles ainda resta a opção do delivery.

Nesta terça feira, 6, soube pelo informativo da TV Zoom que a prefeitura decidiu reabrir o comércio na Avenida Alberto Braune, de acordo com o número do CNPJ. Os de final par abrem nos dias pares e os de final ímpar, nos dias ímpares. É uma meia sola gasta.

A sensação que tenho é de que sai prefeito entra prefeito e Nova Friburgo continua a deriva.

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Um sábado de alegria e transtornos

quarta-feira, 31 de março de 2021

O último sábado, 27, foi um dia de alegria e de transtornos para aqueles friburguenses com idades entre 70 e 75 anos. Alegria por receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19, uma proteção a mais contra a doença que assola o planeta; transtornos pela demora de quase cinco horas, sob um sol causticante. Mesmo em se tratando de um drive thru, os idosos tiveram de suportar um calor forte para um final de verão e uma temperatura de 40 graus dentro dos carros, pois em via pública não existe sombra. Não fosse o ar condicionado dos veículos, muitos teriam tido intermação e desidratação.

O último sábado, 27, foi um dia de alegria e de transtornos para aqueles friburguenses com idades entre 70 e 75 anos. Alegria por receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19, uma proteção a mais contra a doença que assola o planeta; transtornos pela demora de quase cinco horas, sob um sol causticante. Mesmo em se tratando de um drive thru, os idosos tiveram de suportar um calor forte para um final de verão e uma temperatura de 40 graus dentro dos carros, pois em via pública não existe sombra. Não fosse o ar condicionado dos veículos, muitos teriam tido intermação e desidratação.

Na realidade, excluindo o pessoal de saúde que foi nota dez no trato com o público, atendendo a todos com gentileza e educação, a prefeitura deixou muito a desejar. Eu cheguei, na fila de carros para a vacinação no posto de vistoria do Detran, com minha esposa e uma vizinha, as 9h45 e já havia veículos parados na altura da fábrica Haga. Não havia nenhuma orientação por parte dos agentes de trânsito da Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana, nem guardas municipais postados nas transversais da avenida que margeia o rio Bengalas, a Hans Gaiser, evitando que pessoas mal educadas, incivilizadas, de um barbarismo típico da idade média furassem a fila, sem o menor pudor. Aliás, é um grande problema essa mistura de raças que formou o povo brasileiro, que nessas horas mostra seu caráter.

A desculpa de que os guardas municipais estavam prestando serviço nas barreiras sanitárias, para impedir que pessoas de municípios vizinhos viessem para Friburgo, não é válida. Eles são bem numerosos e na hora de distribuir multas aos magotes, surgem como enxame, menos em frente a padaria Super Pão, no Paissandu, onde motoristas em filas duplas e triplas não são admoestados. Se tivessem solicitado ajuda à PM, tenho certeza de que o comandante da do 11ºBPM jamais negaria sua colaboração. Ainda mais, que nas barreiras sanitárias a presença de PMs é mais do que necessária, pois sempre aparecem motoristas que querem forçar a barra e um guarda municipal não tem as prerrogativas de um militar.

Houve, ao meu ver, um erro de logística uma vez que no Country Clube tiveram acesso moradores do Cônego, Cascatinha, Olaria e do centro da cidade. Se tivessem colocado um posto de vacinação no Ciep de Olaria ou no antigo Sase, talvez as filas tivessem sido menores.

Claro que o esforço valeu a pena, mas a sede, a fome e o desgaste físico de pessoas com 70 ou mais anos foram intensos. Como muitas pessoas não tinham carteira de vacinação, foi um trabalho a mais para o pessoal da saúde, cuja necessidade de preenchê-la na hora, tornava o serviço mais lento. Creio, que no dia 14 de abril, data da segunda dose, teremos mais agilidade, pois bastará apresentar o documento.

É preciso que nossas autoridades atentem para o fato de que à medida que as faixas etárias diminuem, maior será o número de pessoas a serem imunizadas e mais azeitada deverá estar a logística. Seria bom também uma campanha maciça para tentar conscientizar a população de que civilidade é bom e não mata. Claro que com a velha máxima de que cachorro velho não aprende truque novo, vai ser difícil, mas como água mole em pedra dura tanto bate até que fura, não custa tentar.  

Para felicidade geral da nação, minha esposa já está no quarto dia de pós-vacinação e não virou jacaré, nem a nossa vizinha.

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Ser ou não ser, eis a questão

quarta-feira, 24 de março de 2021

“To be or not to be” já dizia Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês. Passados mais de um ano do início da pandemia da Covid-19, exceto a vacinação, o distanciamento social e a higienização, as demais medidas tomadas pelas autoridades, contra a doença, têm se mostrado pouco eficazes. Isolamento social e lockout são medidas extremas cujo resultado, a meu ver, tem deixado muito a desejar.

“To be or not to be” já dizia Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês. Passados mais de um ano do início da pandemia da Covid-19, exceto a vacinação, o distanciamento social e a higienização, as demais medidas tomadas pelas autoridades, contra a doença, têm se mostrado pouco eficazes. Isolamento social e lockout são medidas extremas cujo resultado, a meu ver, tem deixado muito a desejar.

É muito fácil para deputados, senadores, governadores, prefeitos e funcionários que não dependem da iniciativa privada, para ganhar o pão nosso de cada dia, ficarem em casa, ou em tele trabalho. Mas aqueles empregados que estão na iniciativa privada ou são autônomos, não podem se dar ao luxo de se isolarem, pois o salário no final do mês depende da sua produção. O patrão fica a mercê da fabricação ou da venda de produtos para arrecadar dinheiro para pagar impostos, salários e o seu próprio sustento. Além do mais, ficar trancados em casa e, pior, em apartamentos é uma carga difícil de suportar. Sem falar nas crianças, adolescentes e estudantes de uma maneira geral, que só têm a perder, pois o ensino presencial é uma necessidade. Um ano perdido representa muito na vida deles, o que falar de dois.

Agora o que chama a atenção é o transporte público seja ele ônibus, metrô ou trem, nas bandeiras que permitem a abertura das empresas e do comércio, em geral. A população, nos coletivos, mais parece sardinha em lata, pois em condições normais, a quantidade de veículos é insuficiente; no caso de limitação do número de trabalhadores não importa aonde, o número de coletivos é diminuído, para reduzir as despesas. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Por falar em bandeiras o critério para sua decretação deveria ser mais transparente. Se tomarmos Friburgo como exemplo a cuca funde. Quando a média de internação em UTIs era em torno de 50% e de enfermarias, de 30% a 40%, estávamos em bandeira vermelha. Na semana que passou, chegamos a 70% em UTIs e 60% em enfermarias e desde a última segunda feira, 22, a bandeira vigente passou a ser laranja. A explicação de que muitos dos leitos ocupados são com pacientes de fora, seja dos planos de saúde no caso dos hospitais particulares, seja de municípios vizinhos, no caso do Raul Sertã, não me parece convincente. O que mais salta aos olhos, tanto faz se no Brasil ou em outros países, é que não se aguenta mais confinamento, isolamento não importa como chamamos a proibição de ir e vir.

Sem falar que as festas clandestinas, os pancadões ou bailes funks da periferia promovem uma aglomeração tamanha, com a maioria das pessoas sem máscara, que faz a alegria do vírus. O resultado desse caldo de cultura altamente explosivo é que o sistema de saúde, em todo o Brasil, está ou entrou em colapso. Aliás, não é só aqui, pois em muitos países da Europa o mesmo acontece. Os Estados Unidos estão respirando aliviados, porque na terra do Tio Sam mais de 100 milhões de americanos, um pouco mais de um terço da população, foram vacinados.

O mais grave é que no nosso caso específico, o Governo Federal despejou verbas públicas na maioria dos estados e, em grande parte deles, esse dinheiro não foi empregado no lugar correto, na melhoria dos serviços de saúde ou na manutenção ou construção de hospitais de campanha.  Foram usados para pagar salários atrasados do funcionalismo ou dívidas.

Muitos ainda insistem em andar sem máscaras e a não higienizar as mãos. Esses atos são tão importantes que nos primórdios da cirurgia moderna, quando eles passaram a ser rotina nos ambientes cirúrgicos, as infecções pós-cirúrgicas diminuíram exponencialmente. Às vezes, pequenos detalhes podem fazer a diferença e salvar vidas. É muito fácil quando as pessoas acometidas são os outros; quando começam a ameaçar as vidas de filhos, netos, pais, avós, pessoas queridas, aí a coisa muda. Portanto, mais do que nunca é preciso a conscientização de que o momento em que vivemos é delicado e que precisamos dar nossa contribuição. Quem pode, fique em casa, só saia quando for indispensável. Com as ruas mais vazias, aqueles que necessitam sair para trabalhar estarão menos ameaçados.

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O que acontece na Europa não é muito diferente daqui

quarta-feira, 17 de março de 2021

No último domingo, 14, o Brasil superou 9,6 milhões de vacinados contra a Covid-19, o que representa 4,5% da população. Me chamou a atenção, ver no portal de notícias Uol, uma matéria cujo título era “Países da Europa aumentam restrições com terceira onda e atrasos na vacinação”.

No último domingo, 14, o Brasil superou 9,6 milhões de vacinados contra a Covid-19, o que representa 4,5% da população. Me chamou a atenção, ver no portal de notícias Uol, uma matéria cujo título era “Países da Europa aumentam restrições com terceira onda e atrasos na vacinação”. O engraçado é que a OMS, a ONU e mesmo a imprensa tupiniquim vivem a criticar o governo brasileiro pela sua conduta no enfrentamento da pandemia e, no entanto, no velho mundo já estão, ao que parece na terceira onda, com aumento de novos casos na Itália, Alemanha e França e um número de imunizados pequeno para países com um PIB tão alto.

Mais engraçado ainda é que a comunidade europeia optou pela vacina da AstraZeneca, por ser mais barata e não precisar do armazenamento em baixas temperaturas, como a da Pfizer e a da Moderna. O que aconteceu lá é que a AstraZeneca prometeu entregar um número maior de vacinas e teve de diminuí-lo, em função da queda na produção do diluente do produto. Entre o primeiro e segundo semestres desse ano, essa queda estará na casa de 80 milhões de doses.

Além disso, vários países do bloco estão reclamando da divisão dos lotes a serem entregues aos diversos componentes da comunidade europeia alegando que há que se levar em conta, na hora da distribuição, o número de habitantes de cada nação, para que o processo seja mais justo. Aliás, aqui no Brasil, a divisão das doses entre os estados tem seguido essa diretiva, número de habitantes em condições de serem vacinados e, até agora, não se viu nenhum governador reclamar da quantidade de lotes recebidos.

O mesmo ponto de vista foi defendido pelo governo, ao dar preferência aos produtos CoronaVac e Oxford, em função do preço e da maior facilidade de armazenamento. Mesmo assim, para agilizar o processo de imunização da população, única maneira efetiva de diminuir os casos de internação, seja em UTIs ou enfermarias, o Ministério da Saúde fechou com a Pfizer, Jahnsen e Jahnsen e a russa Sputinik. O Brasil não está medindo esforços para acelerar o processo de vacinação em massa.

Claro está que num país com dimensões continentais e com um orçamento anual muito abaixo do daqueles do chamado primeiro mundo, não temos condições de chegar aos 100 milhões de pessoas imunizadas, como ocorre agora nos Estados Unidos, em tempo tão curto. Israel, com pouco mais de 9.220 milhões de habitantes praticamente já concluiu seu processo e pouco a pouco vai voltando à sua normalidade.

Com relação às medidas preventivas como uso de máscara, lockdowns e a abertura apenas dos serviços essenciais, certo ou errado seguimos o que está sendo feito no resto do mundo. As transgressões que ocorrem aqui se repetem lá também. Uma das explicações para isso é que na realidade, passados mais de um ano, a população não aguenta mais. Há de se notar, no entanto, que o europeu é mais disciplinado do que nós e acatam mais as ordens das autoridades. Mas, jovem é rebelde seja aonde for. É inerente à idade e, dificilmente, vamos encontrar um adulto que não teve seus momentos de rebeldia, quando na flor da idade.

A cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar é a favor do isolamento social, contra o lockdown, contra os medicamentos preventivos citados como a Cloroquina, Azitromicina e Ivermectina e prega, sobretudo, a união nacional, além de clamar em prol da ciência como uma maneira de aprimorar o combate à pandemia. Por razões políticas e de posicionamento deve ser carta fora do baralho.

Aliás, lockdown como o decretado aqui é inconstitucional. Só o presidente da República pode solicitá-lo e, mesmo assim, tem de ser chancelado pelo Congresso Nacional. Gostaria de ouvir a opinião dos 11 membros do STF.

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Apesar de sermos um país de terceiro mundo, número de vacinados está em alta

quarta-feira, 10 de março de 2021

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril. Por outro lado, seu presidente Emmanuel Macron, em dezembro havia falado numa projeção de 14 milhões entre fevereiro e o início da primavera, que no hemisfério norte se dá em meados de março. Uma diferença considerável.

Portanto, para um país de terceiro mundo, como muitos consideram o Brasil, não estamos tão mal assim, pois pelo andar da carruagem, em abril teremos ultrapassado a cifra de dez milhões de brasileiros vacinados, pois além da produção local pela Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantã, outras estão sendo adquiridas. Sem falar que nosso país também está testando vários imunizantes, que serão importantes para a revacinação, já que até agora não se tem ideia de quanto tempo dura a imunização, após a aplicação da segunda dose.

Ao contrário da mídia facciosa que temos entre nós, reconheço que o nosso número de imunizados atual é de 3,84% da população e que os números revelados por Jean Castex representa, numa população estimada de 70 milhões,  10% do total. Aqui o que vale são números absolutos e não relativos. Aliás, a mídia comprometida sempre usa, em relação ao nosso total de mortos pela pandemia, números relativos, pois esses nos colocariam como o segundo país que mais teve óbitos pela Covid-19. Essa não é a realidade quando eles são avaliados, como é o correto, por um milhão de habitantes. Nesse caso, estaríamos em 23º lugar.

Temos, também, outro problema muito sério, não bastasse a pandemia. O STF perdeu a noção do seu papel constitucional e começa a legislar em assuntos exclusivos do Poder Executivo. Aliás, se o presidente, seja ele quem for, extrapola de suas atividades, é o Poder Legislativo que tem competência para atuar. Mas, como ele muitas vezes se torna omisso, da chance a que pessoas cuja atuação deveria ser apenas no âmbito do Judiciário, se metam aonde não devem. Quando o fazem é um desastre. Vide a anulação das sentenças de Luís Inácio da Silva, proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, na Lava Jato, assinada por Luís Edson Fachin. Com essa canetada, ele enterrou uma das maiores operações de combate à corrupção já realizadas no Brasil.

Como já dizia Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Ou: “A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna.”

Na realidade, o que está por trás de tudo isso, é retaliar, tirar a autoridade do presidente da República, visando seu enfraquecimento com vistas às eleições presidenciais de 2020. O que irrita mais esses senhores é que a popularidade de um político muitas vezes aumenta, quando as críticas são acirradas. Se deixassem o chefe do Executivo respirar, talvez ele tivesse menos força.

Basta lembrar que Luís Inácio foi eleito, reeleito e ainda fez o seu sucessor, mesmo recebendo críticas constantes de seus adversários. Só caiu em desgraça, quando a operação Lava Jato começou a revelar as barbaridades financeiras dos governos petistas. Bolsonaro está em evidência diuturnamente, pois a mídia comprometida não lhe dá tréguas, isso tem um efeito contrário aquele desejado e, se continuarem nessa toada, acabam por reelegê-lo, para desespero de muitos. É o famoso efeito bumerangue.

Nosso grande problema está na falta de um objetivo comum, que é livrar a população dos efeitos da pandemia ou, pelo menos, diminuir o sofrimento de muitos. Se nossas autoridades se unissem para atuarem em conjunto, talvez nossos números fossem mais promissores, mas o que mais se vê são farpas disparadas para todos os lados, colocando o inimigo comum em segundo plano. Os interesses pessoais, sejam quais forem, falam mais alto.

Não é fácil perder entes queridos, principalmente quando na flor da idade, como temos visto todos os dias.

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A pandemia da Covid-19 é mundial

quarta-feira, 03 de março de 2021

A pandemia da Covid-19 é mundial e não é só o Brasil que enfrenta dificuldades. De acordo com o jornal Le Monde, a ameaça que estava no ar nas últimas duas semanas vai se concretizar. No último domingo, 28, a Alemanha anunciou que iria restringir a passagem de pessoas, na sua fronteira, provenientes do departamento da Mosella, na França, após ele ter sido classificado como “zona de circulação de cepas variantes” da Covid-19.

A pandemia da Covid-19 é mundial e não é só o Brasil que enfrenta dificuldades. De acordo com o jornal Le Monde, a ameaça que estava no ar nas últimas duas semanas vai se concretizar. No último domingo, 28, a Alemanha anunciou que iria restringir a passagem de pessoas, na sua fronteira, provenientes do departamento da Mosella, na França, após ele ter sido classificado como “zona de circulação de cepas variantes” da Covid-19. Isso significa que desde esta terça feira, 2, todo cidadão vindo da Mosella só poderá entrar no território alemão apresentando um teste negativo do PCR ou teste antigénico, datando de 48 horas no máximo. Tal medida vai afetar diretamente 16 mil franceses que têm residência na França e trabalham na Alemanha.

Aliás, após sete semanas de forte recuo, a curva de contaminação no país de Ângela Merckel não somente cessou de cair, mas mostrou um ligeiro aumento, com uma taxa de incidência de 57 a 63 casos novos por 100 mil habitantes, entre 19 e 26 de fevereiro. Uma situação bem menos tensa que na república checa onde essa taxa é de 670, na França em torno de 220 e na Bélgica e Holanda com cerca de 180. Tanto que as atuais medidas de distensão alemãs, como a reabertura de creches e escolas, que seriam estendidas a outras atividades, estão sendo revistas.

O Brasil, um país de dimensões continentais, realmente enfrenta um momento muito difícil, com vários estados do nordeste apresentando um esgotamento das vagas em UTI, o que complica em muito e muitas vezes é fatal, aqueles casos que requerem internação. Um estudo, inclusive, mostrou que de cada três pacientes entubados, dois vão a óbito. Mas, os estados do Sul e Sudeste também estão com problemas sérios, como Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro; a capital federal teve que decretar um lockdown parcial, só permitindo a abertura de supermercados, farmácias e padarias. Escolas, shoppings centers, restaurantes, bares, comércio em geral foram fechados.

Por outro lado, aquelas simples medidas ditadas por todas as pessoas que lidam diretamente com a doença, uso de máscaras, higiene constante das mãos e distanciamento social, são ignoradas por uma grande parte de população. As festas funks, os pancadões das periferias das grandes cidades, comemorações com bastante ajuntamento persistem por todos os lugares. Haja visto, que após as festividades de fim de ano, as taxas de contaminação explodiram em todo o país e o número de mortes por 100 mil habitantes, maneira correta de se classificar esse montante, está em alta na maioria das vezes acima das mil mortes diárias. Sem contar o que pode acontecer, 15 dias depois do carnaval.

Aqui em Friburgo, bastou entrar em vigor a bandeira amarela ou laranja para que os bares, principalmente no centro da cidade, fiquem lotados. O mesmo acontece em Olaria e Conselheiro Paulino. Ou seja, tal irresponsabilidade da população tem um preço a pagar, com nossas UTIs com lotação média sempre acima de 50% e nas enfermarias, acima de 30%. O pior é que há um comprometimento geral da economia de Friburgo e do país, pois as medidas restritivas impedem o pleno funcionamento do comércio, da indústria e demais estabelecimentos comerciais.

Ninguém aguenta mais, é verdade, esse estado de coisas, nem é da índole do brasileiro o distanciamento social, pois o que sempre caracterizou o famoso “ser brasileiro”, foi justamente o calor humano nas relações sociais. No entanto, não adianta querer forçar a barra, desrespeitar as orientações das autoridades, pois no final das contas pagamos todos nós, os que as respeitam e os que não ligam a mínima para elas.

A vacinação começou, ainda que de maneira tímida, mas tanto a Fiocruz como o Instituto Butantan estão em condições de aumentar em grande escala a produção mensal das vacinas Oxford e Coronavac. Sem contar que os estudos da vacina brasileira, feitos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), passaram para a fase 2. Isso significa que em breve estaremos produzindo nosso próprio imunizante. Além disso, existem outras vacinas disponíveis, cujas negociações para sua aquisição, estão em curso.

Mais do que nunca é preciso paciência para que possamos sobreviver.

 

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