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Apesar de sermos um país de terceiro mundo, número de vacinados está em alta

quarta-feira, 10 de março de 2021

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, até o último domingo, 7, o Brasil tinha 8,2 milhões de pessoas vacinadas. Esse número tende a se acelerar com a compra dos produtos da Pfizer e da Johnson & Johnson, pelo Ministério da Saúde. Por outro lado, a França, país de primeiro mundo, patina nas informações contraditórias e está a passo de cágado em relação a Israel e Inglaterra. No sábado passado, 6, seu primeiro ministro Jean Castex anunciou que o país quer chegar aos dez milhões de franceses imunizados até meados de abril. Por outro lado, seu presidente Emmanuel Macron, em dezembro havia falado numa projeção de 14 milhões entre fevereiro e o início da primavera, que no hemisfério norte se dá em meados de março. Uma diferença considerável.

Portanto, para um país de terceiro mundo, como muitos consideram o Brasil, não estamos tão mal assim, pois pelo andar da carruagem, em abril teremos ultrapassado a cifra de dez milhões de brasileiros vacinados, pois além da produção local pela Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantã, outras estão sendo adquiridas. Sem falar que nosso país também está testando vários imunizantes, que serão importantes para a revacinação, já que até agora não se tem ideia de quanto tempo dura a imunização, após a aplicação da segunda dose.

Ao contrário da mídia facciosa que temos entre nós, reconheço que o nosso número de imunizados atual é de 3,84% da população e que os números revelados por Jean Castex representa, numa população estimada de 70 milhões,  10% do total. Aqui o que vale são números absolutos e não relativos. Aliás, a mídia comprometida sempre usa, em relação ao nosso total de mortos pela pandemia, números relativos, pois esses nos colocariam como o segundo país que mais teve óbitos pela Covid-19. Essa não é a realidade quando eles são avaliados, como é o correto, por um milhão de habitantes. Nesse caso, estaríamos em 23º lugar.

Temos, também, outro problema muito sério, não bastasse a pandemia. O STF perdeu a noção do seu papel constitucional e começa a legislar em assuntos exclusivos do Poder Executivo. Aliás, se o presidente, seja ele quem for, extrapola de suas atividades, é o Poder Legislativo que tem competência para atuar. Mas, como ele muitas vezes se torna omisso, da chance a que pessoas cuja atuação deveria ser apenas no âmbito do Judiciário, se metam aonde não devem. Quando o fazem é um desastre. Vide a anulação das sentenças de Luís Inácio da Silva, proferidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, na Lava Jato, assinada por Luís Edson Fachin. Com essa canetada, ele enterrou uma das maiores operações de combate à corrupção já realizadas no Brasil.

Como já dizia Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Ou: “A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna.”

Na realidade, o que está por trás de tudo isso, é retaliar, tirar a autoridade do presidente da República, visando seu enfraquecimento com vistas às eleições presidenciais de 2020. O que irrita mais esses senhores é que a popularidade de um político muitas vezes aumenta, quando as críticas são acirradas. Se deixassem o chefe do Executivo respirar, talvez ele tivesse menos força.

Basta lembrar que Luís Inácio foi eleito, reeleito e ainda fez o seu sucessor, mesmo recebendo críticas constantes de seus adversários. Só caiu em desgraça, quando a operação Lava Jato começou a revelar as barbaridades financeiras dos governos petistas. Bolsonaro está em evidência diuturnamente, pois a mídia comprometida não lhe dá tréguas, isso tem um efeito contrário aquele desejado e, se continuarem nessa toada, acabam por reelegê-lo, para desespero de muitos. É o famoso efeito bumerangue.

Nosso grande problema está na falta de um objetivo comum, que é livrar a população dos efeitos da pandemia ou, pelo menos, diminuir o sofrimento de muitos. Se nossas autoridades se unissem para atuarem em conjunto, talvez nossos números fossem mais promissores, mas o que mais se vê são farpas disparadas para todos os lados, colocando o inimigo comum em segundo plano. Os interesses pessoais, sejam quais forem, falam mais alto.

Não é fácil perder entes queridos, principalmente quando na flor da idade, como temos visto todos os dias.

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A pandemia da Covid-19 é mundial

quarta-feira, 03 de março de 2021

A pandemia da Covid-19 é mundial e não é só o Brasil que enfrenta dificuldades. De acordo com o jornal Le Monde, a ameaça que estava no ar nas últimas duas semanas vai se concretizar. No último domingo, 28, a Alemanha anunciou que iria restringir a passagem de pessoas, na sua fronteira, provenientes do departamento da Mosella, na França, após ele ter sido classificado como “zona de circulação de cepas variantes” da Covid-19.

A pandemia da Covid-19 é mundial e não é só o Brasil que enfrenta dificuldades. De acordo com o jornal Le Monde, a ameaça que estava no ar nas últimas duas semanas vai se concretizar. No último domingo, 28, a Alemanha anunciou que iria restringir a passagem de pessoas, na sua fronteira, provenientes do departamento da Mosella, na França, após ele ter sido classificado como “zona de circulação de cepas variantes” da Covid-19. Isso significa que desde esta terça feira, 2, todo cidadão vindo da Mosella só poderá entrar no território alemão apresentando um teste negativo do PCR ou teste antigénico, datando de 48 horas no máximo. Tal medida vai afetar diretamente 16 mil franceses que têm residência na França e trabalham na Alemanha.

Aliás, após sete semanas de forte recuo, a curva de contaminação no país de Ângela Merckel não somente cessou de cair, mas mostrou um ligeiro aumento, com uma taxa de incidência de 57 a 63 casos novos por 100 mil habitantes, entre 19 e 26 de fevereiro. Uma situação bem menos tensa que na república checa onde essa taxa é de 670, na França em torno de 220 e na Bélgica e Holanda com cerca de 180. Tanto que as atuais medidas de distensão alemãs, como a reabertura de creches e escolas, que seriam estendidas a outras atividades, estão sendo revistas.

O Brasil, um país de dimensões continentais, realmente enfrenta um momento muito difícil, com vários estados do nordeste apresentando um esgotamento das vagas em UTI, o que complica em muito e muitas vezes é fatal, aqueles casos que requerem internação. Um estudo, inclusive, mostrou que de cada três pacientes entubados, dois vão a óbito. Mas, os estados do Sul e Sudeste também estão com problemas sérios, como Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro; a capital federal teve que decretar um lockdown parcial, só permitindo a abertura de supermercados, farmácias e padarias. Escolas, shoppings centers, restaurantes, bares, comércio em geral foram fechados.

Por outro lado, aquelas simples medidas ditadas por todas as pessoas que lidam diretamente com a doença, uso de máscaras, higiene constante das mãos e distanciamento social, são ignoradas por uma grande parte de população. As festas funks, os pancadões das periferias das grandes cidades, comemorações com bastante ajuntamento persistem por todos os lugares. Haja visto, que após as festividades de fim de ano, as taxas de contaminação explodiram em todo o país e o número de mortes por 100 mil habitantes, maneira correta de se classificar esse montante, está em alta na maioria das vezes acima das mil mortes diárias. Sem contar o que pode acontecer, 15 dias depois do carnaval.

Aqui em Friburgo, bastou entrar em vigor a bandeira amarela ou laranja para que os bares, principalmente no centro da cidade, fiquem lotados. O mesmo acontece em Olaria e Conselheiro Paulino. Ou seja, tal irresponsabilidade da população tem um preço a pagar, com nossas UTIs com lotação média sempre acima de 50% e nas enfermarias, acima de 30%. O pior é que há um comprometimento geral da economia de Friburgo e do país, pois as medidas restritivas impedem o pleno funcionamento do comércio, da indústria e demais estabelecimentos comerciais.

Ninguém aguenta mais, é verdade, esse estado de coisas, nem é da índole do brasileiro o distanciamento social, pois o que sempre caracterizou o famoso “ser brasileiro”, foi justamente o calor humano nas relações sociais. No entanto, não adianta querer forçar a barra, desrespeitar as orientações das autoridades, pois no final das contas pagamos todos nós, os que as respeitam e os que não ligam a mínima para elas.

A vacinação começou, ainda que de maneira tímida, mas tanto a Fiocruz como o Instituto Butantan estão em condições de aumentar em grande escala a produção mensal das vacinas Oxford e Coronavac. Sem contar que os estudos da vacina brasileira, feitos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), passaram para a fase 2. Isso significa que em breve estaremos produzindo nosso próprio imunizante. Além disso, existem outras vacinas disponíveis, cujas negociações para sua aquisição, estão em curso.

Mais do que nunca é preciso paciência para que possamos sobreviver.

 

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Daniel da Silveira, um irresponsável

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Manter simples advogados no cargo de juízes da mais alta corte do país, é um convite a esse festival de besteiras protagonizado por um de seus membros. Refiro-me ao imbróglio Daniel da Silveira, deputado federal pelo PSL-RJ. Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu um mandado de prisão em flagrante, contra o referido deputado por ofensas aos membros do tribunal supremo e por ameaça à segurança nacional.

Manter simples advogados no cargo de juízes da mais alta corte do país, é um convite a esse festival de besteiras protagonizado por um de seus membros. Refiro-me ao imbróglio Daniel da Silveira, deputado federal pelo PSL-RJ. Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu um mandado de prisão em flagrante, contra o referido deputado por ofensas aos membros do tribunal supremo e por ameaça à segurança nacional.

Mesmo um acadêmico de Direito, por mais desligado que seja, sabe que prisão em flagrante (artigo 302 do Código de Processo Penal) é realizada no ato do delito ou quando o criminoso após cometê-lo foge, é perseguido e detido pela autoridade policial. A premissa de que decorridas 24 horas, a prisão não pode ser efetuada, não é exata, pois se a perseguição durar mais do que esse tempo, a prisão será considerada legal. Se, por outro lado uma pessoa é detida logo depois do crime, com armas, instrumentos ou objetos que façam presumir ser esse indivíduo, o autor do delito, o flagrante também existirá. Caso contrário, ela será ilegal, devendo haver relaxamento da prisão.

Quanto a ameaça à segurança nacional, por ter Daniel defendido o AI-5, de triste memória, é querer forçar a barra, pois fere o direito de opinião. Existem, até hoje, pessoas que defendem a revolução de 1964 e nem por isso estão cometendo ameaça ao sistema de governo atual. É uma opinião pessoal que, aliás, consta na Carta Magna do país. Só seria um delito, caso houvesse ameaça de ataque às instituições públicas. Insultar autoridades é caso de processo por calúnia e difamação.

É claro que não estou defendendo o deputado, um conhecido criador de casos, que como policial teve registro de mau comportamento na sua ficha funcional, além de 26 dias de prisão e 54 de detenção. Ao ser eleito deputado federal, licenciou-se da PM e o processo foi arquivado. Ou seja, não é flor que se cheire. Não passa de um mau caráter e é duro, que no regime democrático, tenhamos de aturar esse tipo de representante.

Ao decretar a prisão “em flagrante” de um membro do legislativo, Alexandre de Moraes violou o artigo 53 a Constituição do Brasil que diz: artigo 53. Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. No seu parágrafo 2º reza: § 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Aliás, crime inafiançável é definido como aquele em que não se cogita o pagamento de fiança e consequente liberdade provisória do envolvido em delito.

São considerados inafiançáveis os seguintes delitos: racismo (inciso XLII); tráfico de entorpecentes e drogas afins (inciso XLIII), prática de tortura (inciso XLIII), crimes hediondos (inciso XLIII), terrorismo (inciso XLIII), ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o estado democrático (inciso XLIV). Creio que nenhum desses crimes foi cometido por Daniel da Silveira.

Na realidade foi uma interferência direta do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo. Quando muito o STF, na figura do seu presidente, poderia encaminhar um ofício ao presidente da Câmara questionando a atitude do deputado e exigindo as providências legais que o caso exigisse. E essa interferência é anticonstitucional.

Será que isso é um recado do STF aos deputados?

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Não caiu de podre, foi incompetência mesmo

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Como tudo só acontece ao Botafogo, eis que faltando três rodadas para o término do Campeonato Brasileiro de 2020, o alvinegro carioca já está rebaixado; só lhe resta agora perder os últimos jogos, terminar na lanterna, após uma pífia participação na competição, a pior em sua história outrora gloriosa, pois quem vive do passado é museu.

Como tudo só acontece ao Botafogo, eis que faltando três rodadas para o término do Campeonato Brasileiro de 2020, o alvinegro carioca já está rebaixado; só lhe resta agora perder os últimos jogos, terminar na lanterna, após uma pífia participação na competição, a pior em sua história outrora gloriosa, pois quem vive do passado é museu.

Sua apaixonada torcida amarga uma terceira queda, também uma novidade entre os clubes do Rio de Janeiro, infelizmente escabreada, pois assim como aconteceu com o Cruzeiro, de Belo Horizonte-MG, sua volta à elite do futebol brasileiro não vai ser fácil, como o foi nas outras duas quedas. Cada diretoria que passa se esmera em incompetência e, como os sucessivos presidentes são todos oriundos do grupo de Carlos Augusto Montenegro, nada vai mudar.

O atual elenco (vamos deixar de fora os da base, pois esses são o nosso futuro, mas lhes falta experiência) é um dos piores que já vestiram a, então, gloriosa camisa da estrela solitária, e os componentes da diretoria achavam que a solução era trocar técnicos, como se esses tivessem condições de ensinar fundamentos do futebol aos nossos cabeças de bagre. Pior, num clube que deve perto de R$ 1 milhão, trazer o japonês Keisuke Honda, de 34 anos e o marfinense Salomon Kalou, também de 34 anos, com salários mais altos foi uma irresponsabilidade. Afinal, o clube está com as finanças combalidas e mesmo com toda a pompa e circunstância que os dois reforços internacionais chegaram, foram uma decepção, não contribuindo em nada com as suas presenças em campo. Muita pólvora para pouco festim.

O mais triste é que as diretorias que se sucederam, presas de uma incompetência monumental, jamais atentaram para a necessidade de atrair a torcida, com um time que fosse barato, mas competitivo, pois isso alavancaria o marketing do clube, atraindo investidores e aumentando a venda de uniformes, e outros objetos com a marca do Botafogo. Quem, de sã consciência vai se animar em investir num clube falido, de segunda divisão, muito mais para cair para a série C, em 2021, do que voltar à série A.

Jogadores desmotivados, não comprometidos com o time, que conseguiram em 34 rodadas quatro vitórias, 12 empates e 18 derrotas. Já totalmente descrentes com o destino do time, preferiram, alguns, frequentar as baladas, muito mais emocionantes que um campo de futebol. Matematicamente rebaixado para a segundona, tem tudo para terminar o campeonato na última colocação, lanterna da maior competição do Brasil. Sem falar que fora a Copa do Brasil, que qualquer timinho de interior disputa a primeira fase, está fora da Sul Americana e da Libertadores da América, dois torneios que trazem dinheiro, para aqueles que passam de fase. O Botafogo de 2021 vai ficar restrito às cotas de televisão da série B, muito inferiores ao da série A, ao que conseguir amealhar de cotas do Campeonato Carioca, também muito baixas e da Copa do Brasil, onde sempre sobra pelo caminho.

É triste, muito triste ver o clube do coração prostrado, sem nenhuma perspectiva de se levantar e voltar aos tempos em que era respeitado e impunha respeito aos adversários. A nós torcedores só resta a oração, e temos de rezar muito, pois o futuro é escuro, sem nenhuma luz ao final do túnel.

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Potiguar, filho de carroceiro e lavadeira é empossado juiz no Pará

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Esse é um exemplo típico de que querer é poder e que cotas em universidades, nem sempre é o caminho mais adequado para formar universitários de gabarito. Francisco Walter Rêgo Batista, de 31 anos, é natural da cidade de Paus dos Ferros, no interior do Rio Grande do Norte, a 333 quilômetros da capital potiguar, Natal. Ele foi empossado, no último dia 8, como o mais novo juiz do Tribunal de Justiça do Pará.

Esse é um exemplo típico de que querer é poder e que cotas em universidades, nem sempre é o caminho mais adequado para formar universitários de gabarito. Francisco Walter Rêgo Batista, de 31 anos, é natural da cidade de Paus dos Ferros, no interior do Rio Grande do Norte, a 333 quilômetros da capital potiguar, Natal. Ele foi empossado, no último dia 8, como o mais novo juiz do Tribunal de Justiça do Pará. Trata-se do coroamento de um sonho que começou no ensino médio, quando ele vislumbrou, no Direito, uma maneira de melhorar a vida de sua família, seu pai carroceiro e sua mãe, agricultora e lavadeira.

A sua história difere de uma grande maioria de estudantes de Direito e mesmo de magistrados, pois desde o início frequentou as escolas públicas, fossem elas do primeiro e segundo graus e, do interior de uma escola do interior do estado do Rio Grande do Norte; além disso, lhe era vedada a frequência aos cursinhos preparatórios e, para ajudar os pais, teve de trabalhar durante todo o ensino médio. Não deve ter sido fácil, pois após seu trabalho numa movelaria, das 7h às 18h, ia para a escola estudar e se preparar para o futuro, ainda incerto. O cansaço foi sempre um companheiro inseparável, muitas vezes a prejudicar seu desempenho escolar.

Foi aí que entrou em sua vida um tio, que lhe propôs sair da movelaria e se dedicar, por completo, nos estudos preparatórios para o vestibular. Comprou para ele vários livros nos sebos da Natal. Como um verdadeiro autodidata, foi em busca de seu ideal e, em 2007, foi aprovado no curso de Direito da Universidade Federal da Paraíba, na primeira vez em que prestou o vestibular. Ainda não havia cotas e Enem, tendo ele competido com muitos alunos mais favorecidos, vindos de escolas particulares e de cursinhos pré-vestibulares. Walter, desde o início só frequentou escolas públicas, o que mostra, também, que por mais deficientes que elas possam ser, na visão de muitos, a vontade do aluno se sobrepõe às dificuldades.

Também é primordial a ajuda da família, pois como ele mesmo afirma, “meus pais sempre me apoiaram na realização dos meus sonhos, sempre pregando que os estudos levam o ser humano a lugares inimagináveis”. O curioso é que a sua trajetória inspirou o irmão, que também concluiu o curso de Direito e, hoje, atua como assessor de promotor de justiça.

No último dia 11 essa história teve um final feliz, quando Francisco Walter Rêgo Batista tomou posse no Tribunal de Justiça do Para. Essa é uma história de fé e perseverança, ainda mais que sabemos ser a Escola de Magistratura um funil com boca muito estreita, pois só os melhores e mais dotados conseguem o objetivo de se tornarem juízes com J maiúsculo, não como esses falsos magistrados que dão plantão no STF, uma verdadeira aberração da justiça brasileira.

A nossa torcida é para que esse mais novo juiz use a lei e sua própria experiência de vida no desempenho de suas funções. Afinal, ele sabe como ninguém como é viver sob condições financeiras precárias e que, independente de ser rico ou pobre, a lei deve ser igual para todos. Mas, ele tem consciência, também, de que a perseverança é o maior dom que o ser humano tem e que a fé move montanhas. No momento em que ele resolveu ir em busca de seu objetivo, nada o deteve. Que esse sentimento o faça um juiz diferenciado, que use a sua autoridade a bem da justiça e, não, para seu próprio proveito, como vemos acontecer com juízes togados e falsos juízes.

Parabéns Walter, pela sua trajetória de vida até aqui e que sua história sirva de lição para muitos jovens, que nas mesmas condições que você enfrentou, desistem pelo caminho.

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Dez anos se passaram desde a maior tragédia climática

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

No dia 10 de janeiro de 2011 já estava chovendo, aumentando o fluxo de água pelo Rio Bengalas, cujos afluentes também tinham um volume acima do normal; os morros já estavam encharcados e a cidade de Nova Friburgo mantinha sua atividade típica de um janeiro de férias, sem que ninguém pudesse adivinhar o que estava para acontecer.

No dia 10 de janeiro de 2011 já estava chovendo, aumentando o fluxo de água pelo Rio Bengalas, cujos afluentes também tinham um volume acima do normal; os morros já estavam encharcados e a cidade de Nova Friburgo mantinha sua atividade típica de um janeiro de férias, sem que ninguém pudesse adivinhar o que estava para acontecer. O dia seguinte também foi de chuvas fortes, mas foi na madrugada de 12 de janeiro que as torneiras do céu se abriram e transformaram Nova Friburgo num extenso lamaçal, com deslizamentos de morros, soterramento de casas e pessoas, um verdadeiro dilúvio em menos de 24 horas. Choveu em torno de 182,8 milímetros, volume esse, que de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), foi 62% maior que o volume máximo, de 113 mm, em 24 de janeiro de 1964.

Em 13 de janeiro daquele ano o portal www.swissinfo.ch divulgou: "Submetida a uma chuva torrencial desde a véspera, dia 11, logo assim que escureceu e durante toda a madrugada, a cidade teve um exorbitante registro de tragédias relacionadas com transbordamentos de rios e riachos, desabamentos, soterramentos, derrubada de árvores, postes, pontes que foram carregadas pela enchente, deslizamentos de pedras etc. E o que é mais sério, houve um grande número de mortos e de pessoas desaparecidas.

Infelizmente a maioria das cidades brasileiras tem tido um crescimento acelerado de habitações, ruas de acesso aos novos bairros etc., mas um crescimento da pior forma possível, um crescimento desordenado quanto aos gabaritos oficiais, sob todos os aspectos, principalmente nas partes onde se concentram as populações mais carentes: nas beiras dos rios, nas encostas de morros, nas colinas, nas montanhas, onde as pessoas constroem os mais diversos tipos de habitação, quase sempre ocupando espaços inimagináveis, tanto exíguos quanto inadequados”.

Essa catástrofe que deixou, no seu rastro, mais de 900 mortos na Região Serrana, oficialmente pouco mais de 400 somente em Nova Friburgo, atingiu, também, Petrópolis e Teresópolis com igual poder de destruição e de vítimas fatais e desabrigados. Foi tão marcante, a ponto de ser notícia no mundo inteiro, pois o poder da internet faz com que esses acontecimentos tenham divulgação quase imediata.

Lembro-me que apesar de ter um sono profundo, acordei de madrugada com o barulho dos trovões, que se sucediam e da chuva batendo no telhado, num estrondo também grande; ao escorrer pelas telhas, a impressão que se tinha era que se despejavam baldes de água em movimento constante e sucessivo, tal o volume de água que produzia.

Os moradores do Cônego na manhã do dia 12, não faziam ideia da destruição que se produziu no centro e bairros adjacentes. Só à medida que iam acordando, tomaram conhecimento da extensão da tragédia. Confesso que demorei a prestar socorro aos meus sogros, que na época moravam na Rua Trajano de Almeida, no Paissandu, pois um córrego na saída de minha rua transbordou e jogou uma camada de lama na ponte, de quase um metro. Tivemos de esperar um trator remover todo o entulho, para podermos prestar socorro aos nossos familiares.

Dentro da casa de meus sogros, mais alta que o nível da rua em quase um metro, a água subiu cerca de 80 centímetros e eles só se salvaram porque conseguiram ficar em cima do colchão, que com uma camada de isopor em baixo, teve o poder de flutuar; senão teriam se afogado. Mas escaparam, também, de serem soterrados, pois um morro atrás da casa deslizou e se tivesse derrubado o imóvel de trás, tudo iria de roldão. A sujeira dentro de casa era uma tristeza.

O que mais se viu foi lama por toda a parte, com o Paissandu atingido, a destruição lastrando no Suspiro com a Igreja de Santo Antônio em lastimável estado, assim como a Praça das Colônias e os imóveis ao redor. Quase impossível chegar a localidades mais distantes como Conselheiro Paulino e Riograndina, que tiveram nos helicópteros, sua grande tábua de salvação.

A cidade se mobilizou em socorro às vítimas e era pungente a passagem dos caminhões, entulhados de sacos pretos, que guardavam as vítimas fatais. Pior foi a tristeza do reconhecimento dos corpos concentrados no ginásio do antigo Colégio Ribeiro de Almeida, atual Instituto de Educação (Ienf), na Praça Dermeval Barbosa Moreira. Mas, o espírito de solidariedade dos friburguenses e o trabalho incansável do Corpo de Bombeiros, dos médicos nos hospitais da cidade, da Marinha e do Exército brasileiros e da nossa imprensa, onde repórteres, cinegrafistas e técnicos foram importantes na divulgação dos acontecimentos, foram de ajuda inestimável.

O saldo positivo é que muitas obras de contenção de encostas e drenagem dos rios foram feitas, ao longo desses dez anos e, pelo menos por ora, os acontecimentos trágicos ficaram na lembrança de todos, mas não se repetiram mais, com a mesma intensidade.

Passados dez anos desta tragédia, parabenizo a todos que deram sua contribuição para minorar o sofrimento das vítimas de janeiro de 2011.

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Angústia pode matar

quinta-feira, 07 de janeiro de 2021

Confesso que não tive ânimo para recomeçar a escrever minha coluna, conforme tinha previsto, a partir desta semana. O meu grau de angústia em função da atual pandemia estava quase no limite, e chegou ao máximo na última segunda-feira, 4, quando soube que um de meus enteados testou positivo para o coronavírus. O pior é que estive com ele, no Natal, pois como estava em férias em Friburgo, veio almoçar conosco, no dia 25 de dezembro.

Confesso que não tive ânimo para recomeçar a escrever minha coluna, conforme tinha previsto, a partir desta semana. O meu grau de angústia em função da atual pandemia estava quase no limite, e chegou ao máximo na última segunda-feira, 4, quando soube que um de meus enteados testou positivo para o coronavírus. O pior é que estive com ele, no Natal, pois como estava em férias em Friburgo, veio almoçar conosco, no dia 25 de dezembro.

No dia 26 quando ele foi embora, esteve com uma sobrinha, muito gripada e que estava sem máscara, e quatro dias após sua chegada em casa, começou a ter sintomas típicos de uma gripe, com febre, dores pelo corpo, tosse com expectoração, porém sem perda do paladar e do olfato. Ligou para mim e me perguntou se deveria fazer o teste de Covid. Como ele trabalha numa repartição, com outras pessoas, disse-lhe que o exame era mandatório, pois a doença pode se manifestar como um simples resfriado, mas só o exame comprovaria tratar-se ou não de uma virose.

Eu, que já não estava bem, a beira de uma depressão, fiquei extremamente preocupado e, nessas horas, ser médico é um pesadelo, pois tudo que você sente, mesmo uma dor no dedão do pé, pode ser devido à gripe chinesa. Para piorar as coisas, nesta terça-feira, 5, ele me telefonou e me deu a triste notícia de que tinha testado positivo. Devo frisar que ele, provavelmente, se contaminou durante sua viagem de volta, de carro e com muitas paradas no caminho. Disse-me ainda que estava muito bem, com saturação de oxigênio de 96%, sem febre, somente um pouco rouco e ainda com tosse.

Após uma noite mal dormida, mesmo orientado por uma colega avaliando que dificilmente eu estaria infectado, já que se tinham passado 12 dias de um contato, sem que houvesse comprovação de nada, mas não sosseguei enquanto não fui fazer o teste do swab nasal. E, na hora do almoço recebi a auspiciosa notícia de que meu exame estava negativo, e que até aquele momento eu estava livre dessa praga do século 21, que maltrata e mata nossos irmãos do mundo inteiro. Respirei aliviado, tirei um peso da consciência e creio que conseguirei dormir melhor depois desse resultado.

A humanidade não está preparada, atualmente, para enfrentar esse tipo de pandemia, haja visto as aglomerações que se formaram nas festas de fim de ano, seja no Brasil, seja no exterior. Depois de quase um ano de isolamento social e confinamento, as pessoas chutaram o balde e se aglomeraram como se nada estivesse acontecendo, aboliram as máscaras e esqueceram-se das precauções inerentes a esse momento crucial pelo qual passamos.

É preciso manter o foco, a pandemia não acabou e a vacinação está apenas começando, e vai demorar muito até que se imunize toda a população mundial, pois se estima que ela chegou a 7,8 bilhões, em julho de 2020. Isso quer dizer que os testes da fase 3 chegaram ao seu final e que os órgãos que regulam a fabricação e venda de produtos farmacêuticos, em todos os países, estão começando a dar o aval para a fabricação em massa, dos vários imunizantes disponíveis até agora. Mas, vejam bem, se são necessárias duas doses para garantir uma imunização eficaz, serão necessárias 15,6 bilhões de doses. Haja tempo para que essa produção seja alcançada e que toda a população mundial esteja vacinada.

Portanto, um pouco de cuidado nunca é demais e continua sendo indispensável o uso de máscaras, a higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel, a limpeza das compras ao se chegar de supermercados, padarias, lojas e etc e evitar a todo custo aglomeração, pois nesse caso fica impossível manter o distanciamento social. Devemos nos lembrar, sempre, que hoje já temos 1.857.274 mortos no mundo inteiro e, no Brasil estamos próximo dos 200 mil.

Todo cuidado é pouco e os mais jovens têm de entender que eles também são suscetíveis de contraírem a doença, e o que é mais grave, de passarem para os mais idosos, que são um grupo de alto risco. Vamos continuar a usar máscaras, mesmo com o advento da vacina. Essa será um coadjuvante a mais na luta contra a pandemia iniciada na China.

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A Gaiola das Loucas 2

quarta-feira, 09 de dezembro de 2020

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro é, desde há muito, conhecida como Gaiola das Loucas. Diante dos sucessivos julgamentos espúrios e com segundas intenções, que o atual Supremo Tribunal Federal (STF) vem presenteando a sociedade brasileira, esse codinome também lhe cai muito bem. Os membros de sempre, Levandowscky, Toffolli, Alexandre de Moraes e agora Nunes Marques esquecem diuturnamente que o papel deles é o de salvaguardar a Constituição federal, não de interpretá-la.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro é, desde há muito, conhecida como Gaiola das Loucas. Diante dos sucessivos julgamentos espúrios e com segundas intenções, que o atual Supremo Tribunal Federal (STF) vem presenteando a sociedade brasileira, esse codinome também lhe cai muito bem. Os membros de sempre, Levandowscky, Toffolli, Alexandre de Moraes e agora Nunes Marques esquecem diuturnamente que o papel deles é o de salvaguardar a Constituição federal, não de interpretá-la.

O parágrafo 4º do artigo 57 afirma que o mandado de presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado é de dois anos, e proíbe a reeleição dentro da mesma legislatura, ao afirmar que está vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Aliás, Levandowscky já se acostumou a “interpretar” a Carta Magna do país e a jamais respeitá-la. Já foi seguido pelos outros quatro e, agora, foram secundados pelo neófito Nunes, que aprendeu rápido as mazelas daquela que desde há muito deixou de ser “a mais alta corte”, para ser um baú onde não cabem egos, estrelismo e más intenções.

Nunes resolveu inovar e vetou a nova candidatura de Maia, pois esse já tinha uma reeleição (mas esta foi em legislaturas diferentes e considerou-se, que ao substituir Renan Calheiros, afastado da presidência, seu mandato era tampão) e aprovou a de Alcolumbre. Como uma verdadeira Maria vai com as outras, seguiu os quatro mosqueteiros do mal, um novato que já chega com os vícios dos mais antigos. Lamentável.

Daí que o resultado foi de 4,5 votos favoráveis e de 6,5 contrários; esdrúxulo, não, mas é o STF de hoje. Mas, em um atentado ao bom entendimento esses votos favoráveis contrariam, frontalmente a Carta Magna do país. Até posso concordar que se para presidente, governadores e prefeitos a reeleição é possível, o mesmo poderia ser aplicado aos presidentes da Câmara e do Senado. No entanto, isso seria matéria exclusiva do Legislativo, pois para isso ele existe, criar leis e decretos e, se preciso for, alterar através de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) artigos da Constituição que precisem ser atualizados, para se adequarem aos novos tempos.

É preciso se dar um basta a essa judicialização da política nacional, pois tudo vai parar no STF, que passa a exercer um poder que não lhe é delegado. Aliás, esses membros que, de maneira contumaz, exaram votos estapafúrdios, deveriam se lembrar de que não foram eleitos pelo povo e sim indicados por presidentes, na contramão do processo democrático que prega o voto universal. A maioria não seria eleita, pois a sociedade abomina o fato de simples advogados usarem togas, como se magistrados o fossem. Estão usurpando o papel de juízes, que para atingirem a magistratura são submetidos a um exame rigoroso, que é um verdadeiro gargalo, pois como diz a Bíblia são “muitos os convidados, mas pouco os escolhidos”.

Precisamos de um feliz ano novo...

Essa é a minha última coluna de 2020, pois como faço todo ano, vou aproveitar para um recesso. O ano foi terrível para todos nós com essa pandemia do coronavírus, que só no Brasil, já matou quase 180 mil cidadãos. É preciso que a população se conscientize, principalmente os jovens, de que as medidas sanitárias, propostas pelas autoridades da área da saúde, são as mais eficientes para diminuir a taxa de contágio, até que a vacinação em massa seja uma realidade.

Hábitos saudáveis de higiene como lavar as mãos com água e sabão várias vezes por dia, principalmente quando se chega da rua, limpar com álcool gel, ou mesmo lavar as compras feitas em lojas, farmácias ou supermercados, evitar aglomerações em recintos fechados, mesmo que bem arejados, manter o distanciamento social apesar de nos ser penível não poder abraçar ou beijar entes queridos, sair de casa só em caso de necessidade ou para atividades físicas que sejam consentidas. O que não pode são bares, boates, espaços para festas cheios, como se nada estivesse acontecendo.

Creio que agora que os jovens também estão sendo, inexoravelmente, contaminados e seus pais, responsáveis e autoridades têm de se incumbir de uma vigilância mais firme, pois são esses mesmos jovens que podem contaminar os mais velhos, aqueles que respeitam as orientações apontadas pelo pessoal da saúde. Não podemos nos esquecer, também, que com as fortes chuvas que caem na cidade, os alagamentos estão à solta e os riscos de deslizamento e desabamento são grandes. Corremos o risco de termos mais vítimas, o que levaria o nosso sistema de saúde ao colapso total.

Um feliz Natal para todos, leitores, colegas do jornal, meus amigos e, principalmente, ao pessoal da linha de frente do combate à pandemia, que se expõem no seu dia a dia, muitas vezes pagando com a própria vida, o dever de minimizar o sofrimento da população.

Que 2021 seja um ano mais ameno com muita paz, muita saúde e menos infortúnios. 

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O Botafogo caminha a passos largos para a segunda divisão

quarta-feira, 02 de dezembro de 2020

Botafoguenses não desanimem, pois tudo é uma questão de referência. Se invertermos a tabela do Campeonato Brasileiro, veremos que o plantel da estrela solitária sai da vice lanterna e passa a ocupar a segunda colocação geral. No entanto, a verdade é que a coisa vai de mal a pior e creio, assim como muitos torcedores do glorioso, que a segundona esse ano é inevitável. Milagres não acontecem a toda hora e os santos têm coisas mais importantes a tratar, do que se preocupar com o destino do Botafogo.

Botafoguenses não desanimem, pois tudo é uma questão de referência. Se invertermos a tabela do Campeonato Brasileiro, veremos que o plantel da estrela solitária sai da vice lanterna e passa a ocupar a segunda colocação geral. No entanto, a verdade é que a coisa vai de mal a pior e creio, assim como muitos torcedores do glorioso, que a segundona esse ano é inevitável. Milagres não acontecem a toda hora e os santos têm coisas mais importantes a tratar, do que se preocupar com o destino do Botafogo.

Aliás, é um espanto que ainda haja pessoas, como Durcésio Mello, ou mesmo Walmer Machado que se dispuseram a serem candidatos de um clube com dívida astronômica, próxima de R$ 1 milhão. Ou seja tinham consciência de que herdariam uma massa falida, combalida e desacreditada. Um clube mal administrado há décadas, com presidentes incompetentes, mas implacáveis na sangria de um moribundo prestes a dar o seu último suspiro.

Durcésio é dono de duas empresas no ramo de aeronaves e que funcionam no interior de São Paulo. O trabalho ocupa grande parte do seu tempo, mas o empresário se diz pronto para atender um chamado caso seja eleito. Como o foi, quem sabe sua experiência no ramo da aviação faça o clube alvinegro decolar. Só o tempo dirá. Já Walmer Machado eu conheço, pois é advogado do meu cunhado e é um profissional vitorioso, com uma carreira brilhante e, pelo que entendi de sua entrevista, antes das eleições, disposto a dividi-la com os problemas do Botafogo. Sua vasta clientela agradece a sua não eleição, pois sua vida profissional vai continuar sem maiores contratempos.

No último fim de semana não perdemos pontos, pois não jogamos em função do segundo turno das eleições em grande parte das capitais brasileiras. Em condições normais teríamos mais um empate ou uma derrota, pois o time demonstra a mesmice em todos os jogos. Maior posse de bola, passes sempre para os lados, erros bisonhos, pênaltis infantis, poucas conclusões ao gol, jogadores que parecem entediados, a esperarem o final da temporada para debandarem. Sem falar na má vontade que encontra por parte de um grande número de árbitros que apitam seus jogos.

E haja técnico, estamos já no quinto. Eduardo Barroca é o mais recente, que assume no lugar de Ramón Diaz, argentino que nunca comandou um treino sequer, pois logo após sua contratação sofreu uma intervenção cirúrgica, em Buenos Aires e não tinha previsão para ser liberado. O time era comandado por seu filho, que em três jogos, perdeu todos eles. Aliás, na décima nona colocação soma 20 pontos, com três vitórias, onze empates e oito derrotas. Um desempenho para lá de pífio.

E pensar que o Botafogo já foi um dos grandes times do Brasil, celeiro de craques, cujos nomes se inscrevem no cenário do futebol nacional e internacional. Um clube que, na época áurea do futebol brasileiro, foi um dos que mais contribuiu com jogadores convocados para a seleção brasileira. Quem teve Helênio de Freitas, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Paulo César, Gérson, Quarentinha, Manga, Jairzinho, Rogério e tantos outros, não merecia tamanho descaso com os sucessivos dirigentes que passaram por General Severiano.

Um clube que chegou a ter sua sede e seu estádio vendidos, em 1977, para saldar dívidas e teve de se mudar para Marechal Hermes, no subúrbio carioca. Nada contra o bairro, mas, um dos mais tradicionais clubes da zona sul não merecia esse destino. Um clube ladeira a baixo cujo número de sócios votantes na última eleição foi pouco mais de 800 sofredores. Qualquer bloco carnavalesco pequeno, tem mais associados.

Como botafoguense, desde pequenininho, estou descrente e não vejo mais a tão propalada luz ao final do túnel; como aquela música cantada por Nana Caymmi cuja letra diz: “Eu desconfio que o nosso caso está na hora de acabar”, poderíamos parodiar para “Eu desconfio que o Botafogo está na hora de fechar e a estrela solitária vai deixar de brilhar”.

Se cair para a segunda divisão, não volta nunca mais para a elite, o ostracismo será o seu lugar.

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A atual pandemia pode modificar o humor das pessoas

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Confesso que dez meses de pandemia começam a me deixar ansioso, desestimulado e preocupado. Afinal, acostumado a sair, viajar, conversar com os amigos, reuniões científicas com meu grupo da endocrinologia, tudo isso desapareceu com a chegada desse maldito vírus, gestado nos laboratórios suspeitos da China. Para piorar tudo, temos de lidar com as fake news, nos obrigando a filtrar tudo o que lemos ou assistimos na mídia, para evitar acreditar ou difundir notícias sem lastro técnico.

Confesso que dez meses de pandemia começam a me deixar ansioso, desestimulado e preocupado. Afinal, acostumado a sair, viajar, conversar com os amigos, reuniões científicas com meu grupo da endocrinologia, tudo isso desapareceu com a chegada desse maldito vírus, gestado nos laboratórios suspeitos da China. Para piorar tudo, temos de lidar com as fake news, nos obrigando a filtrar tudo o que lemos ou assistimos na mídia, para evitar acreditar ou difundir notícias sem lastro técnico.

Ontem mesmo, recebi uma dessas comunicações, em que uma geneticista da Universidade de São Paulo chamava a atenção para o perigo das vacinas que usam modificações do DNA (código genético) do vírus, modificando sua estrutura e propiciando ao organismo humano a fabricar anticorpos para proteção contra uma possível infecção. Esse relato dizia que havia o risco do aparecimento de doenças autoimunes nos vacinados, assim como a possibilidade de surgirem tumores malignos (câncer), por alterações no código genético das células humanas.

Além do próprio desmentido da Universidade de São Paulo sobre a matéria, a própria Lupa, uma agência de fact-checking brasileira emitiu o seguinte comunicado: “Vacinas sobre plataformas de DNA ou RNA não alteram o código genético de células humanas. Na verdade, essa técnica consiste em inserir uma parte dos genes de um determinado patógeno em plasmídeos, molécula de ácido nucléico presente em bactérias. Esses plasmídeos, então, são injetados no corpo humano e entram nas células, onde passam a reproduzir partes do agente causador da doença. Isso produz uma resposta imunológica do organismo. Ou seja: o código genético que é modificado é o de uma molécula de uma bactéria, não o de um ser humano”.

Na realidade, essa técnica de produção de vacinas é recente e não se tem notícia de nenhuma que tenha sido aprovada ainda, para uso em humanos. As vacinas atuais usam o próprio vírus ou bactéria em versão atenuada ou inativada, mas que são capazes de ativar o sistema imunológico humano. Com isso enfatiza-se a responsabilidade da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ao analisar os dados da terceira fase de testes, em andamento no Brasil, seja a Coronavac, seja a de Oxford. É importante, também, enfatizar que o tempo de testagem desses medicamentos é muito curto, pois a maioria das vacinas existentes, no mundo, levaram quatro ou mais anos até terem seu uso disseminado sem restrições. Mas, o mundo tem pressa em voltar à normalidade.

Ao que parece, a vacina, na realidade será a única forma válida de proteção da humanidade contra o coronavírus, pois da mesma maneira que o HIV, não existe um tratamento específico que consiga eliminá-lo. Quando muito se atenua os sintomas ou interrompe-se o seu ciclo, mas ele está lá, pronto a causar estragos, quando da suspensão da medicação. Daí a pressa para que se descubra uma imunização eficaz e capaz de aliviar a pressão sobre a população mundial. Mas, a pressa, na maioria das vezes, é inimiga da perfeição.

A grande realidade é que ninguém aguenta mais ficar em casa, restrito a saídas ocasionais e mesmo assim para compras necessárias ou resolver problemas inadiáveis. O fim da vida em sociedade, do convívio com os amigos, de viagens ou passeios para tornar a rotina menos penível. É claro que se as pessoas fossem mais comedidas, o isolamento social poderia ser mais suave, mas basta passar todas as noites pela Rua Monte Líbano, aqui em Friburgo, para vermos como esse comedimento é jogado às traças. Ainda mais num povo como o nosso, em que o calor humano faz parte do dia a dia do brasileiro.

E, é esse mesmo isolamento, com restrições às coisas que me são importantes, que começam a afetar meu psiquismo e começam a me deixar nesse estado de ansiedade.

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