A vacinação em Friburgo avança lentamente, mas avança

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Segundo o informativo da TV Zoom veiculado na última segunda-feira, 26, a totalização de vacinados contra a Covid-19 em Nova Friburgo, até o último dia 22, era de 137.957 pessoas, sendo 98.106 delas vacinadas com a primeira dose e 35.637 com a segunda. Esses números significam que a metade da população do município já está imunizada com a dose inicial e cerca de um quinto do total de habitantes já estariam com a vacinação plena. Isso, com certeza, explica a diminuição da taxa de internação tanto em UTIs como em enfermarias específicas para a Covid-19 nos hospitais locais. É também o motivo, felizmente, para a queda do número total de óbitos no município.

Claro está que a vacinação não é o único motivo da queda de novos casos e internações, daí a necessidade de se bater sempre na tecla de que as demais medidas preventivas não devem ser abandonadas: distanciamento social, ventilação diária dos espaços fechados, higienização das mãos com água e sabão e uso de máscaras para sair, fazer compras ou receber pessoas estranhas é, ainda, uma necessidade e continuará a ser ainda durante um bom período de tempo.

Mas, não basta as autoridades fazerem campanhas explicativas o tempo todo, é preciso, também, que a população se conscientize e abrace essa ideia. Nas filas de banco, lojas e supermercados dificilmente a distância de um metro e meio, entre uma pessoa e outra é respeitada. A ideia que fica é de que quem está atrás acha que ao encurtar a distância, vai fazer a fila andar mais depressa.

O noticiário das grandes mídias têm mostrado muitas festas clandestinas, com o ajuntamento habitual das pessoas, ingestão liberada de bebidas alcoólicas e a maioria sem máscaras. O problema é que a transmissão, em muitos lugares, regrediu, mas ainda persiste. Mesmo naqueles países onde as medidas preventivas tinham sido minimizadas, como Inglaterra, França, Espanha, com o advento da cepa Delta, o número de infectados começou a aumentar e algumas medidas estão para serem adotadas. Parece que após dois anos de pandemia, a ficha ainda não caiu e muitas pessoas não entenderam a dimensão dessa tragédia do século 21.

O aparecimento de cepas novas durante uma pandemia não é novidade, o que foi demonstrado durante a crise da Gripe Espanhola, no início do século 20, em 1918. Felizmente, a maioria das vacinas atuais imuniza contra esta cepa; é interessante notar que a nova Gripe Chinesa teve início 101 anos depois. O diferencial entre o número de mortes das duas gripes é exatamente a vacina. Naquela época o que se conseguiu foi um soro anti estreptocócico, pois muitas mortes foram ocasionadas pela pneumonia pneumocócica, um comprometimento secundário, mas temível. Aliás, esse tipo de pneumonia tem, também, ceifado um grande número de vidas na atual pandemia.

Muitas pessoas têm feito testes de anticorpos depois de vacinadas e ficam surpresas com a possibilidade de testes negativos, ficam preocupados com a possibilidade de não estarem imunizadas e querem se revacinar com outro tipo de imunizante. A infectologista do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, Madjane Lemos, diz que a presença ou ausência de anticorpos não diz nada sobre a eficácia da vacina ou sobre a proteção. A pessoa pode não ter o IGG, que são os anticorpos que a gente consegue dosar, e ter proteção, assim como ter IGG e não ter proteção. Isso porque o sistema imunológico é composto por várias linhas de defesa e a formação de anticorpos é apenas uma delas. O fato dela não ter anticorpos não significa que ela não esteja protegida, assim como a pessoa pode ter anticorpos e mesmo assim ter uma infecção, embora dentro das estatísticas dos casos seja uma infecção leve, informou a médica. (http://www.agenciaalagoas.al.gov.br).

Portanto, não deixe de seguir o calendário de vacinas e tome as duas doses, no caso dela ser necessária. A primeira já produz certo grau de imunização, mas que não é a desejada. Só as duas doses garantem uma imunidade satisfatória.

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