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Devido à violência urbana, os amigos se despedem de Tom

terça-feira, 07 de setembro de 2021

Em 13 de agosto de 2021, Ricardo Pinheiro Juca assassinou sua esposa que estava grávida de um bebê de seis meses, sua sogra e feriu seu sogro Wellington Braga de Mello, carinhosamente tratado por seus amigos, de Tom. De acordo com relatos, em rede social, um parente próximo das vítimas contou detalhes da tragédia na casa da família no bairro Cônego. Segundo ele, Nahaty teria sido alvejada enquanto estava deitada na cama, lanchando. Ela teria levado três tiros na cabeça e um na barriga (parece que a intenção do criminoso era ter certeza que o filho também morreria).

Em 13 de agosto de 2021, Ricardo Pinheiro Juca assassinou sua esposa que estava grávida de um bebê de seis meses, sua sogra e feriu seu sogro Wellington Braga de Mello, carinhosamente tratado por seus amigos, de Tom. De acordo com relatos, em rede social, um parente próximo das vítimas contou detalhes da tragédia na casa da família no bairro Cônego. Segundo ele, Nahaty teria sido alvejada enquanto estava deitada na cama, lanchando. Ela teria levado três tiros na cabeça e um na barriga (parece que a intenção do criminoso era ter certeza que o filho também morreria). A sogra subiu as escadas correndo e também foi  atingida, com sete tiros, em rajada. O sogro levou dois tiros ao tentar sair pela porta e foi encaminhado para o Hospital Raul Sertã.

Infelizmente, meu amigo Tom, colega de trabalho do Sesi de 1979 até 1995, não resistiu aos estragos provocados pela bala, em seu rosto e faleceu na madrugada do último dia 1º. Um crime hediondo, a meu ver, pois atirou para matar, não deu nenhuma chance de defesa para as vítimas e destroçou uma família.

Ricardo, por ser tabelião e conhecer a “lei”, alegou surto psicótico e foi transferido para o Hospital Penal Psiquiátrico Roberto Medeiros, no Rio de Janeiro. Felizmente, no dia 20 de agosto, de acordo com reportagem de A VOZ DA SERRA, o juiz Marcelo Alberto Chaves Villas, da 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo, determinou a transferência de Ricardo para um presídio comum.  A denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o réu à Justiça, ratifica a conversão da prisão em flagrante, em  preventiva e determina a transferência”.

“Segundo a decisão do juiz Villas, “a denúncia narra crimes bárbaros” e “inexiste prova de que o acusado sofra de perturbação mental”. O juiz assinala que, por ser  praticante de tiro desportivo, o réu foi  submetido a exame psicológico, sem restrição da capacidade cognitiva, pois tal exigência faz parte do Estatuto do Desarmamento.  Villas considerou também que o “surto psicológico” alegado inicialmente para cometer os crimes, de forma superficial, não justifica a presunção de inimputabilidade do réu. 

Crime inimputável ou não, o problema está em serem as leis brasileiras uma verdadeira mãezona para os bandidos e um tormento para a família das vítimas. Na época do ocorrido, a Polícia Civil informou que Ricardo seria indiciado por dois feminicídios consumados, aborto e tentativa de homicídio; as penas somadas poderiam chegar aos 84 anos.

Essa tentativa passa a ser agora caracterizada como mais um homicídio, o que vai elevar a pena para pelo menos 100 anos. O problema é que ninguém pode ficar preso por mais de 30 anos, está no código penal. O bom comportamento e o trabalho, na penitenciária, servem como um redutor do tempo de detenção, se cursar uma faculdade, reduz mais um pouco. Ou seja, com cerca de dez anos de reclusão esse assassino voltará ao convívio da sociedade. Isso se um habeas corpus do alto clero ou do baixo clero não o livrar da cadeia por uns tempos.

O que não se compreende é o porquê de uma pessoa tão insatisfeita com a família cometeu um crime tão bárbaro assim. Será que não teria sido melhor ter virado aquela maldita pistola 9 milímetros para a própria cabeça? Diga-se de passagem que essa arma é de uso exclusivo das polícias Civil e  Militar e das Forças Armadas. Entenderam?

Mas, mesmo se for condenado, Ricardo abreviou estupidamente o convívio de Tom com seus amigos e parentes. Foi um dentista de mãos cheias no Sesi, onde trabalhamos juntos, no turno da manhã. Um dia, em meio a uma  brincadeira disse para ele: Tom preciso extrair um dente siso superior. Ele simplesmente me sentou na cadeira do seu consultório, anestesiou minha boca e, em 20 minutos, o siso estava na ponta do boticão.

Com a criação do ambulatório do Diabetes, tínhamos a Semana do Diabético, com várias atividades, inclusive palestras. Tom sempre esteve presente falando sobre cuidados com os dentes e higiene bucal, de muita importância para o tratamento desses pacientes. Brincalhão divertia a todos nós com seus casos e suas piadas. Era, também, dono da farmácia Esperança, no final da Praça Dermeval Barbosa Moreira.

Tom, por essa ruptura tão brusca e cruel seus amigos não esperavam. Descanse em paz e zele por nós.

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Adeus a Carlos Alberto Chaves

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

A turma de junho de 1974, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) está de luto com a morte, no último sábado 21, de seu querido colega Carlos Chaves, o popular Carlinhos. É um luto doído, pois ele foi durante todos esses anos um grande incentivador, juntamente com nossa colega Eliane, de nossos encontros comemorativos da formatura, que se realizam de cinco em cinco anos. O último, no hotel Porto Belo, em Mangaratiba, quando festejamos 45 anos de formados, em 2019, foi um sucesso total e, infelizmente, o último dele entre nós.

A turma de junho de 1974, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) está de luto com a morte, no último sábado 21, de seu querido colega Carlos Chaves, o popular Carlinhos. É um luto doído, pois ele foi durante todos esses anos um grande incentivador, juntamente com nossa colega Eliane, de nossos encontros comemorativos da formatura, que se realizam de cinco em cinco anos. O último, no hotel Porto Belo, em Mangaratiba, quando festejamos 45 anos de formados, em 2019, foi um sucesso total e, infelizmente, o último dele entre nós. Tenho certeza que nos próximos, ele estará sempre presente, em espírito, realizando as coisas que mais gostava de fazer que eram ajudar, participar e divertir os colegas.

O destino vive a nos pregar peças, pois ele é implacável quando se trata de seguir seu objetivo. Carlinhos foi tirado de nosso convívio por complicações dessa maldita gripe chinesa; foram mais de 30 dias de internação, na ala destinada aos infectados pelo vírus da Covid-19, no Hospital Naval Marcílio Dias, sendo que pelo menos durante quatro semanas permaneceu entubado no CTI. O triste disso tudo é que ele foi incansável na distribuição das vacinas contra a Covid-19, no período em que foi secretário de saúde do Estado do Rio de Janeiro, entre setembro de 2020 e maio deste ano.

Como exímio piloto de helicóptero que era, muitas vezes pilotou aqueles da Polícia Civil ou do Corpo de Bombeiros, para agilizar a entrega dos imunizantes, nos 92 municípios que fazem parte do estado. Como foi membro atuante do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), tinha acesso a esses helicópteros.

O Palácio Guanabara decretou luto oficial de três dias pela morte de Chaves. Em nota de pesar, divulgada no dia de sua morte, o governador Cláudio Castro afirmou que Chaves era "incansável na luta por salvar vidas no meio desta pandemia".

Aliás, foi emocionante durante seu velório, no Memorial do Carmo, no Caju, os voos rasantes de três aeronaves dessas instituições, que depois se posicionaram em cima do Memorial e deixaram cair uma chuva de pétalas de rosas. Era a última homenagem daqueles que com ele trabalharam e conviveram com seu espírito incansável de auxiliar os que necessitavam ou precisavam da atuação firme do estado. Apesar de ter conseguido vacinar muita gente e protegê-la das complicações da doença, sua vida não foi poupada. Resta a certeza de que cumpriu a sua missão.

Seus filhos ficaram órfãos de um paizão, seus colegas de faculdade viram se abrir uma lacuna que jamais será preenchida. Somos todos setentões ou oitocentões, vários de nós já partiram e receberão Carlinhos de braços abertos, pois ele sempre foi e continuará estimado por todos. Nossos encontros permanecerão e mais do que nunca devem ser antecipados, pois a idade vem chegando e a família e os verdadeiros amigos são o legado mais importante que a vida nos dá.

A sensação de perda para os que ficam é muito grande, a saudade imensa e só a lembrança dos tempos em que todos conviviam no dia a dia da faculdade, das brincadeiras, das noites insones de estudo ou de plantões, das festas e viagens nos dão forças para continuarmos nosso caminho até o dia em que partiremos ao encontro dos que se foram.

Descanse em paz Carlinhos e lá do alto zele por nós. Aqui na Terra, continuaremos a lembrar de você e do prazer e alegria que foi nossa convivência durante todo esse tempo.

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Ajudando a tirar dúvidas sobre a vacina contra a Covid-19

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Há muitas dúvidas sobre as vacinas contra a Covid-19 e, talvez, essa seja a razão de um grande número de pessoas serem reticentes aos apelos das autoridades, em todo o planeta, para aderirem ao programa de vacinação. E o que é mais grave, o índice de absenteísmo por ocasião da segunda dose é muito elevado não só entre nós brasileiros, mas em outras partes do planeta Terra. Procurando um tema para o meu artigo da semana, deparei-me com uma publicação da Organização Mundial da Saúde intitulado “Perguntas e respostas sobre as vacinas contra a doença por coronavírus”.

Há muitas dúvidas sobre as vacinas contra a Covid-19 e, talvez, essa seja a razão de um grande número de pessoas serem reticentes aos apelos das autoridades, em todo o planeta, para aderirem ao programa de vacinação. E o que é mais grave, o índice de absenteísmo por ocasião da segunda dose é muito elevado não só entre nós brasileiros, mas em outras partes do planeta Terra. Procurando um tema para o meu artigo da semana, deparei-me com uma publicação da Organização Mundial da Saúde intitulado “Perguntas e respostas sobre as vacinas contra a doença por coronavírus”. Não só achei-o muito interessante como transcrevo aqui alguns tópicos, pois pode ajudar muita gente a ficar mais tranquila. Essa publicação foi feita pelo escritório regional da OMS para a África, mas tem validade a nível mundial.

Quais são as vantagens de ser vacinado contra a Covid-19?

Elas protegem contra as formas graves da doença e reduzem o risco de morte causado pelo vírus ajudando o organismo a desenvolver defesas imunitárias. Também ajudam a reduzir a propagação do vírus entre as pessoas. Elas são, também, uma ferramenta essencial para acabar com a pandemia e permitir às sociedades regressarem à normalidade. As campanhas de vacinação em massa deverão também ajudar a reduzir a pressão exercida nos profissionais de saúde e nos hospitais, permitindo-lhes tratar os pacientes que têm outros problemas de saúde.

Os ensaios clínicos dessas vacinas foram apressados?

Os ensaios clínicos das vacinas não foram apressados. Dada à necessidade urgente de imunização, a forma como as vacinas são desenvolvidas alterou-se graças a um investimento e a uma colaboração científica sem precedentes. Algumas etapas do processo de investigação e de desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19 tiveram lugar em paralelo, sem deixar de respeitar as rigorosas normas clínicas e de segurança em vigor. Por exemplo, alguns ensaios clínicos avaliam várias delas ao mesmo tempo, mas isto não torna os estudos menos rigorosos do que o normal.

As vacinas contra a Covid-19 são seguras?

São sim. Foram tomadas medidas de proteção rigorosas para garantir a segurança de todas as vacinas. Antes de serem autorizadas pela OMS e pelas agências reguladoras nacionais, elas são submetidas a testes rigorosos no âmbito de ensaios clínicos para comprovar que cumprem as normas internacionais em termos de segurança e eficácia.

As vacinas Oxford-AstraZeneca, Pfizer-BionTech, Moderna, Johnson & Johnson, Sinopharm e Sinovac receberam a aprovação da OMS. Elas foram submetidas a ensaios e testes, demonstrando que são seguras. No mundo, já foram administradas mais de dois bilhões de doses de vacinas contra a Covid-19. A OMS e as agências reguladoras checam constantemente a segurança delas.

As vacinas contra são eficazes?

São sim. Os dados obtidos através de ensaios clínicos e os dados recolhidos em situações da vida real mostram que aquelas, cuja utilização tenha sido autorizada, são altamente eficazes, assegurando uma proteção contra formas agudas da doença e precavendo a morte causada pelo vírus.

As vacinas protegem contra as variantes da Covid-19?

Volumes crescentes de dados sugerem que a maioria delas confere um grau de proteção contra todas as variantes, especialmente contra formas agudas da doença e a morte. No entanto, os primeiros dados de muitos países indicam que a proteção contra as variantes Beta e Delta pode ser mais baixa do que contra a estirpe original do vírus, em particular após a primeira dose numa vacina de dose dupla, porém uma resposta definitiva carece de mais investigação.

Pode-se contrair a doença após ser vacinado?

O organismo desenvolve uma imunidade geralmente algumas semanas após a vacinação, daí ser possível contaminação imediatamente antes ou logo após, e depois adoecer, porque a vacina não teve tempo suficiente para reforçar as defesas imunitárias.

Todos devem continuar a cumprir as medidas de segurança cuja eficácia já foi comprovada, como a limpeza/lavagem regular das mãos, a utilização de máscaras e a prática do distanciamento social, a fim de reduzir a transmissão do vírus.

Quais são os tipos de vacinas existentes e como funcionam?

Cientistas do mundo inteiro estão desenvolvendo diversas vacinas potenciais contra o coronavírus. Essas vacinas são todas concebidas para ensinar o sistema imunitário do organismo a reconhecer e a bloquear, com segurança, o vírus que provoca a Covid-19. Estão em desenvolvimento vários tipos distintos: Vacinas com vírus inativado ou enfraquecido, que utilizam uma partícula do vírus que foi inativada ou enfraquecida para não provocar a doença, mas ainda assim ser capaz de gerar uma resposta imunitária; Vacinas baseadas em proteínas, que utilizam fragmentos inócuos de proteínas ou invólucros de proteínas, que replicam o vírus da Covid-19 para gerar uma resposta imunológica segura; Vacinas de vector viral, que utilizam um vírus seguro que não pode provocar a doença, mas serve de plataforma para produzir proteínas do corona vírus de modo a gerar uma resposta imunitária; Vacinas de ARN e ADN são uma técnica de ponta que utiliza ARN ou ADN geneticamente modificado para gerar uma proteína que desencadeia, ela própria, uma resposta imunitária segura.

 

É claro que existem muitas outras dúvidas. Tentei escolher os tópicos mais importantes e por isso recomendo a leitura, na íntegra, no site: https:www.afro.who.int/pt/health-topics/coronavirus-covid-19/vaccines/qa, escrito em português.

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A equipe olímpica do Brasil está de parabéns

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Domingo, 8 de agosto, foi o último dia das Olímpiadas de Tóquio e cumpre ressaltar o ótimo desempenho da equipe brasileira, principalmente o dos nossos medalhistas. Com as suas 21 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e oito de bronze, superou a marca da Rio 2016 e o número das medalhas de ouro poderia ter sido maior se tivéssemos batido as americanas, no vôlei feminino e se a nossa pugilista, Bia Ferreira, não tivesse sido vítima, não dos punhos da adversária, mas sim dos juízes que foram unânimes em jogar a medalha de ouro no pescoço da irlandesa Kellie Anne Harrington.

Domingo, 8 de agosto, foi o último dia das Olímpiadas de Tóquio e cumpre ressaltar o ótimo desempenho da equipe brasileira, principalmente o dos nossos medalhistas. Com as suas 21 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e oito de bronze, superou a marca da Rio 2016 e o número das medalhas de ouro poderia ter sido maior se tivéssemos batido as americanas, no vôlei feminino e se a nossa pugilista, Bia Ferreira, não tivesse sido vítima, não dos punhos da adversária, mas sim dos juízes que foram unânimes em jogar a medalha de ouro no pescoço da irlandesa Kellie Anne Harrington. Aliás, no caso das meninas do vôlei, creio que a tensão do nosso sexteto foi crucial para a vitória da equipe americana. A seleção canarinho não conseguiu se encontrar em quadra e foi derrotada por três sets a zero. Até então era a única invicta no torneio.

É bem verdade que na Rio 2016, por ser no Brasil, o esporte olímpico mereceu uma atenção maior por parte do governo. Muitas verbas foram investidas na preparação dos atletas para que fizessem bonito na primeira olimpíada em terras brasileiras. Infelizmente, após o término daquela jornada voltamos à estaca zero. A falta de incentivo financeiro é uma das maiores causas do nosso insucesso frente aos países que gastam fortunas na preparação de seus atletas. Sem falar na busca pela hegemonia mundial entre as principais nações mais desenvolvidas; foi o caso da disputa acirrada entre os Estados Unidos e a China. Com o ouro americano no vôlei feminino suplantaram as chinesas por uma medalha e ficaram com 39. O Brasil terminou em 12º lugar só ficando atrás do Canadá por ter menos três medalhas de bronze já que elas também tiveram sete de ouro e seis de prata. Na realidade, em relação à última olimpíada, subimos uma posição.

No entanto, dá pena ver o catarinense Darlan Romani ficar no quarto lugar geral, no lançamento de peso, quando lemos em sua biografia que chegou a treinar num terreno baldio. O clube Pinheiros, em São Paulo, onde treinava foi fechado na pandemia e ele não encontrou lugares especializados para continuar seu treinamento. ”Sua esposa Sara Romani afirmou que o atleta, de fato, treina em condições precárias e que a Confederação Brasileira de Atletismo não atende os seus pedidos para a melhoria da estrutura dos centros de treinamento”. (jovempan.com.br). Talvez, seu desempenho fosse muito melhor se tivesse um local mais adequado para apurar sua técnica.

A história de Ítalo Ferreira, primeiro campeão olímpico da história do surf não é muito diferente, pois seu começo foi surfando nas tampas de isopor das caixas de seu pai, vendedor de peixes, que as usava para conservar o pescado, em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte. Ele suplantou Gabriel Medina, que já foi campeão mundial, e o japonês-estadunidense, Kanoa Igarashi, que eliminou Medina e ficou com a prata.

Assim se conta essa história, como diz a canção “Samba do homem de cor negra endoidecido”, já que seu título original (Samba do crioulo doido) é, hoje, politicamente incorreto. Uma história de superação, de muita luta e de um desejo ímpar de representar bem o Brasil e mostrar, que apesar dos pesares, conseguimos nos superar. Vejam o exemplo do futebol masculino. Maior medalhista olímpico sem nunca ter conseguido uma medalha de ouro. Foram três de prata (1984, 1988 e 2012) e dois bronzes (1996 e 2008). De repente somos, verdadeiramente, bicampeões, com as duas de ouro seguidas em 2016 e 2021.

Pena que o futebol feminino jamais tenha conseguido o tão sonhado ouro olímpico, se contentando com duas pratas em 2004 e 2008. Creio que a partir de agora, com a possível aposentadoria de Marta e Formiga e com o pouco incentivo à seleção feminina, as coisas ficarão mais complicadas. Sem falar nas reticências que esse esporte encontra até hoje nos meios futebolísticos. Por isso os americanos são os maiores medalhistas da especialidade, pois o futebol feminino, nos Estados Unidos, talvez tenha mais aceitação que o masculino.

E a Rebeca hein? Primeira medalhista brasileira com um ouro na ginástica olímpica, modalidade anteriormente restrita a americanas, russas e chinesas. Medalha é incentivo para a garotada. Tenho certeza que vão surgir muitas academias de skate após o brilhante desempenho dos nossos skatistas, em solo nipônico.

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O problema causado por certas situações

quarta-feira, 04 de agosto de 2021

A princípio pensei ser brincadeira e de mau gosto, mas ao continuar a ler a notícia vi que não, era a pura realidade. Um dos membros do STF (Supremo Tribunal Federal), mais especificamente, a ministra Rosa Weber, resolveu acatar o mandado de segurança (MS 38.097) impetrado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), reclamando de 265 bloqueios feitos por autoridades públicas, em suas contas do Twitter, para impedir o acesso as suas postagens, atingindo 133 jornalistas, no geral. (Jornal da Cidade On-Line segunda feira 2 de agosto).

A princípio pensei ser brincadeira e de mau gosto, mas ao continuar a ler a notícia vi que não, era a pura realidade. Um dos membros do STF (Supremo Tribunal Federal), mais especificamente, a ministra Rosa Weber, resolveu acatar o mandado de segurança (MS 38.097) impetrado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), reclamando de 265 bloqueios feitos por autoridades públicas, em suas contas do Twitter, para impedir o acesso as suas postagens, atingindo 133 jornalistas, no geral. (Jornal da Cidade On-Line segunda feira 2 de agosto).

Na realidade, esse ato da dra. Rosa Weber tem como objetivo o presidente Jair Bolsonaro que bloqueou, em sua conta oficial, 71 jornalistas. Tanto é assim, que ela em seu despacho diz: ”Notifique-se a autoridade impetrada para que preste informações, no prazo de dez dias, como providência prévia ao exame do pedido de liminar”. Essa liminar encaminhada ao Palácio do Planalto refere-se ao mandato de segurança (MS 38.097) solicitado pela Abraji.

Pois bem, várias considerações devem ser feitas, pois a notificação em pauta é completamente descabida. O Twitter de Jair Bolsonaro, pessoa física, é de sua total responsabilidade e ingerência, podendo ele bloquear quem ele quiser e bem entender sem ter que dar satisfações a quem quer que seja. Em se tratando do Twitter oficial da presidência da República, aí sim ele deve ser universal e sem qualquer tipo de restrição, pois é mais um canal de comunicação oficial. Aliás, para prestação de contas, divulgação de agenda ou de notícias e ações realizadas ou previstas pelo Governo Federal, as assessorias de imprensa ou as secretarias de comunicação do Palácio do Planalto, dos ministérios ou demais órgãos do governo são os canais mais indicados.

Além disso, é público e notório que atazanar a vida do presidente é o esporte preferido de muitas personalidades da capital federal e quem mais tiver tempo livre para criar empecilhos no dia a dia do chefe da nação. Nunca, jamais, um presidente do Brasil foi tão perseguido como Bolsonaro. Na época da Redentora (antes que me critiquem, essa era a alcunha pejorativa com a qual o grande jornalista Stanislaw Ponte Preta se referia à revolução de 1964) muitos dos críticos de hoje não azucrinariam os generais presidentes, porque havia sempre retaliação por parte do Planalto.

O deputado federal Alencar Furtado foi cassado pelo AI-5, durante o mandato de Ernesto Geisel, em 1977, por críticas ao próprio ato institucional, ao custo de vida, ao arrocho salarial e ao “desaparecimento” de oposicionistas sabidamente mortos por agentes da repressão. Felizmente, nos tempos de hoje as críticas são livres, mas também não precisa exagerar.

O papel do STF é o de salvaguardar a Constituição Federal e fazer com que ela seja respeitada. Aliás, nessa mesma carta magna existe um artigo que diz serem os três poderes da nação independentes, sem interferências de um sobre o outro, salvo se a Constituição for desrespeitada. Não cabe ao STF ser porta voz de políticos ou instituições, distribuindo habeas corpus e mandatos de segurança a torto e a direito, sem ao menos observar o conteúdo de alguns deles, diga-se de passagem, o atual.

No meu e-mail, twitter e whatsApp mando eu, sem ter que dar satisfação a quem quer que seja, a não ser que eu ofenda, discrimine ou ameace o meu semelhante.  Tenho, também, o direito de bloquear quem eu quiser, sem por isso ser admoestado por quem quer que seja.

A judicialização da política brasileira não é benéfica para ninguém. Dá ao STF um papel que ele não tem, já que governar é papel do Executivo e o presidente Bolsonaro tem mais o que fazer do que ficar respondendo a questionamentos judiciais descabidos. Deixa deputados e senadores mal acostumados ao abandonarem as negociações políticas em prol de mandatos de segurança. Acarreta uma insegurança institucional com reflexos na economia do país.

Já se divisa em Brasília um novo processo contra Jair Bolsonaro, por criticar e desconfiar das urnas eletrônicas atuais, quando ele disse ter provas de que elas podem ser violadas. Se o presidente da República não conseguir demonstrar o que afirmou, aí sim estaríamos diante de uma fake news e caberia uma investigação e, possível punição, desde que essa investigação se pautasse na seriedade que tal fato exige.

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A vacinação em Friburgo avança lentamente, mas avança

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Segundo o informativo da TV Zoom veiculado na última segunda-feira, 26, a totalização de vacinados contra a Covid-19 em Nova Friburgo, até o último dia 22, era de 137.957 pessoas, sendo 98.106 delas vacinadas com a primeira dose e 35.637 com a segunda. Esses números significam que a metade da população do município já está imunizada com a dose inicial e cerca de um quinto do total de habitantes já estariam com a vacinação plena. Isso, com certeza, explica a diminuição da taxa de internação tanto em UTIs como em enfermarias específicas para a Covid-19 nos hospitais locais.

Segundo o informativo da TV Zoom veiculado na última segunda-feira, 26, a totalização de vacinados contra a Covid-19 em Nova Friburgo, até o último dia 22, era de 137.957 pessoas, sendo 98.106 delas vacinadas com a primeira dose e 35.637 com a segunda. Esses números significam que a metade da população do município já está imunizada com a dose inicial e cerca de um quinto do total de habitantes já estariam com a vacinação plena. Isso, com certeza, explica a diminuição da taxa de internação tanto em UTIs como em enfermarias específicas para a Covid-19 nos hospitais locais. É também o motivo, felizmente, para a queda do número total de óbitos no município.

Claro está que a vacinação não é o único motivo da queda de novos casos e internações, daí a necessidade de se bater sempre na tecla de que as demais medidas preventivas não devem ser abandonadas: distanciamento social, ventilação diária dos espaços fechados, higienização das mãos com água e sabão e uso de máscaras para sair, fazer compras ou receber pessoas estranhas é, ainda, uma necessidade e continuará a ser ainda durante um bom período de tempo.

Mas, não basta as autoridades fazerem campanhas explicativas o tempo todo, é preciso, também, que a população se conscientize e abrace essa ideia. Nas filas de banco, lojas e supermercados dificilmente a distância de um metro e meio, entre uma pessoa e outra é respeitada. A ideia que fica é de que quem está atrás acha que ao encurtar a distância, vai fazer a fila andar mais depressa.

O noticiário das grandes mídias têm mostrado muitas festas clandestinas, com o ajuntamento habitual das pessoas, ingestão liberada de bebidas alcoólicas e a maioria sem máscaras. O problema é que a transmissão, em muitos lugares, regrediu, mas ainda persiste. Mesmo naqueles países onde as medidas preventivas tinham sido minimizadas, como Inglaterra, França, Espanha, com o advento da cepa Delta, o número de infectados começou a aumentar e algumas medidas estão para serem adotadas. Parece que após dois anos de pandemia, a ficha ainda não caiu e muitas pessoas não entenderam a dimensão dessa tragédia do século 21.

O aparecimento de cepas novas durante uma pandemia não é novidade, o que foi demonstrado durante a crise da Gripe Espanhola, no início do século 20, em 1918. Felizmente, a maioria das vacinas atuais imuniza contra esta cepa; é interessante notar que a nova Gripe Chinesa teve início 101 anos depois. O diferencial entre o número de mortes das duas gripes é exatamente a vacina. Naquela época o que se conseguiu foi um soro anti estreptocócico, pois muitas mortes foram ocasionadas pela pneumonia pneumocócica, um comprometimento secundário, mas temível. Aliás, esse tipo de pneumonia tem, também, ceifado um grande número de vidas na atual pandemia.

Muitas pessoas têm feito testes de anticorpos depois de vacinadas e ficam surpresas com a possibilidade de testes negativos, ficam preocupados com a possibilidade de não estarem imunizadas e querem se revacinar com outro tipo de imunizante. A infectologista do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, Madjane Lemos, diz que a presença ou ausência de anticorpos não diz nada sobre a eficácia da vacina ou sobre a proteção. A pessoa pode não ter o IGG, que são os anticorpos que a gente consegue dosar, e ter proteção, assim como ter IGG e não ter proteção. Isso porque o sistema imunológico é composto por várias linhas de defesa e a formação de anticorpos é apenas uma delas. O fato dela não ter anticorpos não significa que ela não esteja protegida, assim como a pessoa pode ter anticorpos e mesmo assim ter uma infecção, embora dentro das estatísticas dos casos seja uma infecção leve, informou a médica. (http://www.agenciaalagoas.al.gov.br).

Portanto, não deixe de seguir o calendário de vacinas e tome as duas doses, no caso dela ser necessária. A primeira já produz certo grau de imunização, mas que não é a desejada. Só as duas doses garantem uma imunidade satisfatória.

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Mais frio para Nova Friburgo

quarta-feira, 21 de julho de 2021

A previsão é de temperaturas baixas para Nova Friburgo nos próximos dias, quando os termômetros não deverão ultrapassar os 23 graus de máximas e as mínimas deverão variar de 4 a 8 graus. Uma trégua é aguardada para o próximo fim de semana com a previsão das mínimas variarem entre 15 e 16 graus. Isso significa que os agasalhos têm que sair dos armários, mais uma vez. Gorros e cachecóis idem. As lareiras deverão funcionar a todo vapor, assim como os aquecedores ambientais. Não poderá faltar, também, um bom vinho, fondues e sopas bem quentes para ajudar a amenizar o frio.

A previsão é de temperaturas baixas para Nova Friburgo nos próximos dias, quando os termômetros não deverão ultrapassar os 23 graus de máximas e as mínimas deverão variar de 4 a 8 graus. Uma trégua é aguardada para o próximo fim de semana com a previsão das mínimas variarem entre 15 e 16 graus. Isso significa que os agasalhos têm que sair dos armários, mais uma vez. Gorros e cachecóis idem. As lareiras deverão funcionar a todo vapor, assim como os aquecedores ambientais. Não poderá faltar, também, um bom vinho, fondues e sopas bem quentes para ajudar a amenizar o frio.

Eu, particularmente, amo o frio e esse foi um dos motivos que me fizeram escolher Friburgo como local para fixar residência e iniciar minha vida profissional. E lá se vão 44 anos. Optei pelo bairro Cônego, que mesmo com a ocupação desenfreada dos últimos anos, ainda continua com aquele friozinho gostoso e aconchegante, principalmente ao entardecer e pela manhã. Sem falar que seu polo gastronômico consegue oferecer pratos típicos da estação fria, que são sempre muito saborosos. Aliás, até o final deste mês, o Festival Gastronômico de Inverno estimula muitos restaurantes da cidade a aderir a iniciativa promovida pela Secretaria de Turismo.

Se a cidade tivesse seguido a tradição das construções alemãs e suíças, nossos principais colonizadores, teríamos um sistema de calefação mais adequado para o nosso inverno e nossas fachadas seriam mais parecidas com aquelas do sul do país, tipo Gramado e Canela, no Rio Grande do Sul, e, mesmo, Campos do Jordão-SP. Essa colocação é importante porque desde a sua fundação e até a década de 1970, quando Nova Friburgo ainda não tinha atingido a marca de 100 mil habitantes, o frio era maior e no Cônego as geadas não eram incomuns. Em muitas manhãs os gramados amanheciam branquinhos. Um cenário de extrema beleza.  

No entanto, é preciso tomar algumas precauções uma vez que no inverno é muito comum o aparecimento das doenças respiratórias. Gripes, resfriados, bronquites, pneumonias e a asma são as mais comuns; mas, devemos lembrar também das alergias da pele, em função do uso de roupas de lã e moletom.  Por isso, alguns parâmetros devem ser seguidos para evitar problemas. Durante o dia, quando esquenta por causa de sol, devemos abrir a casa para que o ar circule e não haja acúmulo de poeira; usar roupas quentes, principalmente, à noite. Aqueles que têm o hábito de usar lareira ou aquecedor devem ter sempre à mão um agasalho mais pesado, se tiverem necessidade de saír de casa.

Na Europa toda casa tem um local onde os casacos ficam pendurados, isso porque com a calefação ligada, a diferença de temperatura entre o interior e o exterior é grande. Entre nós isso não acontece, mas a lareira aumenta a temperatura interior e sair de casa sem agasalho pode ocasionar um resfriado. Com o frio, é sempre bom usar um cachecol e um gorro ou algo que cubra a cabeça, no caso dos carecas é uma necessidade. Luvas nem sempre são necessárias, mas há pessoas que sofrem da doença de Raynaud, cuja característica principal é mãos frias e com tonalidade mais para o azulado. Nesses casos, manter as mãos aquecidas é muito importante.

É importante frisar que nesses tempos de pandemia deve-se evitar ao máximo uma gripe, isso porque como na maioria dos casos de Covid os sintomas iniciais são os típicos da gripe, se eles estiverem presentes, um teste será mandatário, para se fazer o diagnóstico diferencial.

 É importante aumentar o consumo de alimentos à base de vitamina C, mas a melhor prevenção ainda é um bom agasalho. Desfrute desse inverno que promete temperaturas baixas, mas não descuide dos cuidados preventivos causados pelas baixas temperaturas.

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Futebol medíocre na América do Sul e exuberante na Europa

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Na coluna de hoje, 14, abordo as duas finais do último fim de semana: a da Copa América que colocou frente a frente dois ex-protagonistas do futebol mundial, Brasil e Argentina, e no velho continente, também duas seleções de longa história, Itália e Inglaterra decidiram a Eurocopa de 2020. Chamou atenção o nível medíocre do atual futebol sul americano e aquele, exuberante, que é jogado no velho continente.

Na coluna de hoje, 14, abordo as duas finais do último fim de semana: a da Copa América que colocou frente a frente dois ex-protagonistas do futebol mundial, Brasil e Argentina, e no velho continente, também duas seleções de longa história, Itália e Inglaterra decidiram a Eurocopa de 2020. Chamou atenção o nível medíocre do atual futebol sul americano e aquele, exuberante, que é jogado no velho continente.

Brasil e Argentina foi um jogo duríssimo de se ver, com as costumeiras faltas grosseiras cometidas pelos portenhos e muitos erros, principalmente do Brasil, um futebol comparável ao da série C do Campeonato Brasileiro; mesmo assim, a Argentina derrotou o Brasil por 1 a 0, no último sábado 11, no Maracanã, e foi campeã da Copa América. O gol, aliás, um golaço, foi marcado por Ángel Di Maria aos 21 minutos do primeiro tempo, em falha grotesca de Renan Lodi que deu a bola de bandeja para Di Maria. Foi o primeiro título relevante do astro Lionel Messi pela equipe principal de seu país, um feito perseguido há muito tempo e que encerrou um jejum dos argentinos de 28 anos sem taças.

No domingo, 12, com Wembley cheio, foram vendidos 65 mil ingressos e foi a vez da decisão da Eurocopa entre a Itália, tetra campeã do mundo em 1934, 1938, 1982 e 2006 e a Inglaterra, campeã mundial em 1966. Aliás, ela é uma das duas mais antigas seleções nacionais de futebol do mundo; juntamente com a Escócia com a qual disputou a primeira partida oficial entre seleções em 1872; a casa da seleção inglesa é o estádio de Wembley, em Londres. Quis o destino que após 53 anos do seu primeiro e até hoje único título da Eurocopa, a Itália voltasse a sentir o gostinho de ser campeã continental de seleções. E foi com brio e jogando em território adversário que a Azurra saiu atrás da Inglaterra logo no começo da partida, mas igualou no segundo tempo e venceu nos pênaltis (3 a 2), contando com duas defesas do goleiro Gianluigi Donnarumma.

Como vários jogos dessa Eurocopa, a sua grande final não poderia ser diferente e mostrou um futebol de encher os olhos dos torcedores, estivessem eles no estádio ou diante de um telão. Como bom descendente de italianos, meus bisavós maternos eram de Florença e chegaram ao Brasil na virada do século 19 para o 20, minha torcida era toda para a Itália. Já no almoço, comi um talharim à bolonhesa, prato típico da região italiana da Bolonha; durante o jogo eu e um primo saboreamos um vinho italiano e, já com o título assegurado, lanchei melone e prosciutto, um prato típico da região de Siracusa, na Sicília.

Acho que o grande erro da Inglaterra foi fazer um gol muito cedo, logo aos dois minutos do primeiro tempo, com isso ela recuou o time, para jogar no contra ataque e deu campo para a Itália, que na minha maneira de ver futebol, tem um time superior. Mas, é daquelas partidas que mesmo o perdedor sai com a sensação do dever cumprido, já que a igualdade nos 90 minutos e mais os 30 da prorrogação, levou a disputa para os pênaltis. Nesse momento quem tinha mais equilíbrio emocional, levaria o título e a Inglaterra, jogando em casa e jamais tendo vencido uma Eurocopa, era a seleção mais fragilizada. Não deu outra coisa. A seleção italiana converteu três dos cinco pênaltis cobrados e a inglesa somente dois. A azurra foi a legítima vencedora, levando a taça para Roma, num jogo limpo, sem faltas grosseiras e muito disputado.

Como já disse, Brasil e Argentina fizeram um jogo de envergonhar torcedores, justamente no estádio do Maracanã, atual Mário Filho, que já foi o maior palco do futebol mundial e por onde passaram craques consagrados aqui e no exterior. Lamentável.

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Um inverno com cara de inverno

quarta-feira, 07 de julho de 2021

Não sei se o inverno deste ano vai entrar para a história como uma dos mais rigorosos ou não, mas é fato que na última semana de junho e nos primeiros dias de julho, o frio em Nova Friburgo foi de lascar. Estive em Brasília de 22 a 30 de junho e sofri com o frio à noite, quando os termômetros na capital federal registraram 8 graus. O pior é que eu não estava com roupas adequadas para temperaturas muito baixas e o jeito foi virar cebola, com várias blusas superpostas.

Não sei se o inverno deste ano vai entrar para a história como uma dos mais rigorosos ou não, mas é fato que na última semana de junho e nos primeiros dias de julho, o frio em Nova Friburgo foi de lascar. Estive em Brasília de 22 a 30 de junho e sofri com o frio à noite, quando os termômetros na capital federal registraram 8 graus. O pior é que eu não estava com roupas adequadas para temperaturas muito baixas e o jeito foi virar cebola, com várias blusas superpostas. Para caminhar pela manhã, o que me salvou é que tinha levado um conjunto de treino com calça e casaco, o que amenizou a situação, já que além do frio ainda tinha o vento, que nesta época está sempre presente.

Durante a viagem do aeroporto Santos Dumont para Friburgo, já de noitinha, eu e minha esposa enfrentamos muita neblina na serra e um frio de 9 graus, o que nos obrigou a ligar o ar quente do carro. Chegamos em casa, no Cônego com uma garoa enjoada e com muito frio. Nesta noite o termômetro marcou 10 graus. Mesmo com a conta de luz em bandeira vermelha, um aquecedor não pode ser desprezado. Aliás, nesta época, em lugares frios como Friburgo, a tendência é de se aumentar o consumo de energia, como aliás ocorre naqueles países em que o inverno é mais rigoroso, pois o risco de se contrair doenças típicas desta estação é maior. No final sai mais barato do que se gastaria com médicos e remédios.

Mas, a coisa ficou feia a partir da última quinta-feira, 1º, quando a temperatura variou entre 4 e 5 graus durante a madrugada. E o que é pior, durante o dia, na sombra o uso de agasalhos foi obrigatório, pois a sensação térmica era menor em função do vento. Aí, o uso da lareira e dos aquecedores elétricos, com direito a degustação de um bom vinho, se tornou uma realidade. A Energisa agradece, mas o que fazer, né?

De acordo com uma reportagem de A VOZ DA SERRA, publicada na edição do último fim de semana, há catalogados pela prefeitura, 38 pessoas que dormem na rua, sob marquises, em bancos da praça ou ao relento; e que, felizmente, existem grupos anônimos de cidadãos que ajudam este grupo com a distribuição de agasalhos, alimentos quentes, água, meias de lã e artigos de higiene pessoal. É uma atitude digna de ser mencionada e, o mais importante é que são de pessoas anônimas, ou seja se preocupam com o bem estar de seus semelhantes, mas não buscam os holofotes nem a fama, por tal cuidado.

No entanto, sabemos que nos lugares muito frios, as autoridades constituídas costumam criar abrigos para que essa população de risco possa se proteger durante a noite. Lá, além de alimentação encontram camas com cobertores para se aquecerem; nos países em que o inverno é rigoroso, estes abrigos são dotados, também, de calefação, pois com temperaturas abaixo de zero, haja cobertor.

Creio que a Prefeitura de Nova Friburgo deveria estudar a implantação destes abrigos, nos bairros mais populosos de nossa cidade. Esta população necessitada deve ser protegida sempre, principalmente nestes tempos sombrios de pandemia, pois o risco de contaminação pelo coronavírus é maior.

O inverno não deixa de ser uma estação charmosa, pois o uso de casacos, cachecóis e gorros deixam as pessoas bem vestidas. Isso sem falar que os pratos típicos dessa época, como fondue, raclete e as sopas, acompanhadas de um vinho tinto são uma grande pedida. Aliás, o Polo Gastronômico da cidade organiza a 4ª edição do Festival Gastronômico de Nova Friburgo, que tem a participação de mais de 70 estabelecimentos, entre eles, restaurantes, bares, hotéis, confeitarias e muito mais. Vai se estender por todo o mês de julho e moradores e turistas poderão desfrutar das delícias da terra do Cão Sentado.

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Mais um crime ambiental se delineia em Friburgo

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Da mesma maneira que o condomínio Eduardo Guinle, autorizado pela prefeitura, durante o governo de Rogério Cabral, foi um crime, mais um atentado se perpetra contra a já sofrida cidade de Nova Friburgo.

Da mesma maneira que o condomínio Eduardo Guinle, autorizado pela prefeitura, durante o governo de Rogério Cabral, foi um crime, mais um atentado se perpetra contra a já sofrida cidade de Nova Friburgo. De acordo com reportagem de A VOZ DA SERRA, publicada na edição do último dia 20, “a responsável pela licença ambiental que poderá permitir a derrubada de 12.560 metros quadrados de Mata Atlântica para a construção de um condomínio entre os bairros Tingly e Suíço, no centro de Nova Friburgo, a Superintendência Rio Dois Rios do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que a solicitação de autorização para supressão de vegetação nativa do bioma em questão ainda está em análise”.

De acordo ainda com a reportagem, “a prefeitura também já recebeu pedido de licenciamento da obra, que só depende agora da licença ambiental do Inea, entre outras condicionantes técnicas, para ser iniciada”. Creio que não haveria a mínima necessidade de estudos ambientais e de permissões, devendo tal pedido já ter sido cassado no nascedouro. Em princípio, a Mata Atlântica, deveria ser preservada, justamente ela que desde o descobrimento do Brasil vem encolhendo a olhos vistos. Um exemplo vivo da sua destruição é o desaparecimento da fruta Cambucá (Plínia Edulis), cujos únicos exemplares se encontram no parque municipal do Cambucá, em Cantagalo. Aliás, desde 2003 que ela foi transformada em árvore símbolo do município. A título de informação essa fruta é da família da jabuticaba, só que de coloração amarelada.

Mas, a ganância de empreiteiros e governantes não tem limites, principalmente num estado como o nosso, onde o vil metal tem uma importância decisiva. No caso do Cônego, é sabido que a fonte de abastecimento de água do bairro é pequena e, que o crescimento desenfreado de condomínios, vai levar nos próximos cinco anos a uma falta de água importante. Ainda mais ser sabido que uma parte dessa água foi desviada para o Alto de Olaria, durante o segundo governo Paulo Azevedo.

O Eduardo Guinle terá, quando pronto, 50 casas de três a quatro quartos, ou seja, em torno de 200 moradores. A preservação de vegetação nativa, obrigatória e fiscalizada pelo Inea, foi uma piada, porém recebeu o aval daquele importante órgão estadual. O mesmo que concedeu a licença para o crematório de lixo hospitalar, no Córrego Dantas. Foi o Ibama que embargou aquela transgressão, e a ordem veio de Brasília, não da sucursal do estado.

Acontece que com a degradação da cidade do Rio de Janeiro e de Niterói, muitas famílias estão descobrindo as delícias climáticas e gastronômicas de Friburgo, além da sua aparente tranquilidade se comparadas com aquelas duas cidades citadas. Daí a necessidade de se expandir o setor de moradias, sem nenhum estudo sério de impacto do meio ambiente e da dinâmica da mobilidade urbana. Em função do crescimento populacional dos bairros Cascatinha e Cônego, os engarrafamentos na Avenida Conselheiro Julius Arp, em direção ao Paissandu são frequentes e a qualquer hora do dia. O trânsito na Avenida Alberto Braune e nas avenidas que margeiam o Rio Bengalas, está sempre complicado. Imaginem um condomínio de 12.600 metros quadrados, em pleno centro da cidade, e com ruas estreitas para se chegar à Praça Getúlio Vargas. O que será da rede de água e esgoto já tão combalida naquela região, o que provoca constantes alagamentos nas ruas que desembocam nessa mesma praça?

Creio que está na hora de se pensar em sair do já tão populoso centro e adjacências e expandir a cidade para os arredores da estrada Teresópolis-Friburgo, ou criar vias alternativas de escoamento do trânsito. Do jeito que as coisas estão caminhando, a qualidade de vida do friburguense vai piorar cada vez mais.

Salvemos a Mata Atlântica, não a mais um condomínio no centro da cidade para degradar ainda mais aquela região.

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