Blog de maxwolosker_18841

Oito dias em Bonito, um pedaço do paraíso no Brasil

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Na semana passada, mais precisamente no dia 7, foi meu aniversário e aproveitei para celebrar a nova idade com uma viagem. Mesmo com a variante Ômicron comendo solta e a velha mídia com seu filão inesgotável, o que não falta é a publicação diária do número de novos casos e do aumento da mortalidade.

Na semana passada, mais precisamente no dia 7, foi meu aniversário e aproveitei para celebrar a nova idade com uma viagem. Mesmo com a variante Ômicron comendo solta e a velha mídia com seu filão inesgotável, o que não falta é a publicação diária do número de novos casos e do aumento da mortalidade. Mesmo assim, para não endoidar e tendo em mente que as medidas preventivas são indispensáveis (uso de máscara, higienização constante das mãos com água e sabão ou com álcool gel, evitar ambientes fechados e manter distância de pelo menos um metro e meio da pessoa que esteja na nossa frente), me dei de presente oito dias em Bonito, no Mato Grosso do Sul, local que ainda não conhecia. Na realidade bonito é um adjetivo pequeno para chamar esse pedaço de paraíso perdido no Brasil.

Para quem gosta de curtir caminhadas, banhos de rio, lagoa ou cachoeiras, ou seja, curtir a natureza, Bonito é uma excelente pedida. Só que aqui estamos falando de água doce, mas se você gosta de mar, outro paraíso perdido no Brasil é a ilha de Fernando de Noronha. Também um passeio inesquecível. Prepare o bolso, pois ambos são caros, porém vale a pena, principalmente se deixarmos em casa computadores, tabletes e qualquer coisa que nos mantenha conectados, exceto o celular e, somente, para uma urgência.

Pode-se chegar ao destino de duas maneiras, um voo do Rio até São Paulo, de São Paulo até Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul. De lá até o nosso destino são quatro horas e meia de ônibus ou carro, numa estrada muito boa. A outra alternativa é um voo direto de Campinas ou São Paulo para Bonito. O único problema é que esses voos não são diários. Mas, é bem menos cansativo. Por exemplo, na nossa volta foram 11 horas de viagem incluindo o tempo gasto no avião, na espera em aeroportos e no retorno para Friburgo.

A cidade tem (números de 2021) 22.421 habitantes e é uma estância turística, além de ter uma agropecuária em expansão. Por isso, reúne vários hotéis, pousadas e resorts, sendo que esses tem o inconveniente de ficarem distantes do centro da cidade. O que eu fiquei, o Zagaia, dista quatro quilômetros da Praça da Liberdade, que é a principal de Bonito. Como municípios com menos de 30 mil habitantes não tem Uber, para ir ao centro, só de táxi. Vários restaurantes, cujo cardápio principal é o peixe, com destaque para o pintado, o dourado, a tilápia e o tambaqui. Muito apreciada é a sopa de piranha, servida no restaurante Casa do João, próximo à praça; dizem os locais que ali se come melhor do que na Casa do Peixe, em Campo Grande e que já tem mais de 40 anos de fundada. Essa eu conheço, pois almocei ali pouco depois da sua fundação. É uma ótima pedida para quem pernoita na capital do estado.

Vale a pena pegar o táxi e conhecer a cidade, o comércio é bem variado. A loja (DiBonito Cachaça) que vende cachaça produzida no local e com sabores da região é uma boa pedida. Outra visita que vale a pena é a Casa do Vidro, especializada em objetos de vidro, o mais interessante, reciclados. São lustres, copos, jarros, vasos, abajures etc.

Por fim, os passeios de Bonito que, segundo um dos guias locais, são aproximadamente 60, eu listei os dez melhores, dos quais fiz três, a saber: Gruta do Lago Azul, em que se desce 280 degraus e chega-se a um lago de águas azul turquesa. Essa coloração e transparência da água acontecem devido à ação de minerais, principalmente o calcário no fundo do lago e da incidência do sol iluminando o interior dela; Gruta de São Mateus que curiosamente é em cima da montanha, mas de uma exuberância sem igual, no que diz respeito a estalactites e estalagmites. Estalactites são formações pontiagudas que partem do teto e estalagmites são as formações pontiagudas que partem do solo. Elas são espeleotemas, isto é, se formam através do gotejamento de água pelas fendas das paredes das cavernas de rocha calcária. E também a Fazenda Mimosa, na serra da Bodoquena, com trilhas e nove cachoeiras, todas aptas ao banho.

Tem ainda o Recanto Ecológico Rio da Prata, em que se vê o fundo do rio com uma variedade de peixes; Rota Ibirá Pe, com seu passeio de caiaque pelo Rio Formoso; Parque Ecológico Rio Formoso; Lagoa Misteriosa nome popular de uma caverna alagada com cerca de 220 metros de profundidade e onde também se pratica mergulhos com snorkel; Cachoeiras da Boca da Onça, também com trilha na serra da Bodoquena e o passeio em quadriciclo no Pantanal. Em todos, vemos uma diversidade de pássaros e peixes, além de macacos, jacarés e mosquitos. Por isso, repelente é um acompanhante indispensável.

Bonito vale a pena ser visitado.

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Presidente da República não comparece a depoimento na Polícia Federal

quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022

Na última sexta feira, 28 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro foi intimado por Alexandre de Moraes, um dos 11 componentes do STF, a comparecer na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor sobre o vazamento dos resultados de um inquérito do ataque hacker contra computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); esse inquérito estava sob sigilo de justiça. Os documentos foram divulgados pelo presidente, em agosto de 2021, pelas redes sociais.

Na última sexta feira, 28 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro foi intimado por Alexandre de Moraes, um dos 11 componentes do STF, a comparecer na sede da Polícia Federal, em Brasília, para depor sobre o vazamento dos resultados de um inquérito do ataque hacker contra computadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); esse inquérito estava sob sigilo de justiça. Os documentos foram divulgados pelo presidente, em agosto de 2021, pelas redes sociais. Ele não compareceu a tal intimação, mas foi respaldado por um recurso de anulação da oitiva, interposto pela AGU (Advocacia Geral da União).

O que parece é que Alexandre de Moraes está querendo aparecer, além de caracterizar abuso de autoridade, na tentativa de desmoralizar o chefe da nação, expondo-o ao constrangimento de ser fotografado ao entrar na sede da PF. Bastaria a permissão para que tal inquisição fosse feita por escrito, para que todo esse imbróglio fosse cessado. Mas aí, a vontade de denegrir Bolsonaro não teria o mesmo impacto. Aliás, a Constituição Brasileira de 1988 diz no seu artigo 5° e no inciso 63: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

Reza no código penal brasileiro em seu artigo 186: Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela lei 10.792, de 1º/12/2003)

Vejamos agora as opiniões de alguns advogados sobre o assunto: O professor de Direto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Georges Abboud explicou, na sexta-feira, 28, em entrevista à CNN, que o presidente Jair Bolsonaro (PL), não cometeu crime ao se recusar a prestar depoimento à PF. O plenário do Supremo em 2018 considerou o interrogatório um direito da defesa, no caso, um direito do acusado ou do investigado. Se ele se recusa a prestar um depoimento, tecnicamente, o STF não pode usar do poder coercitivo do estado para que ele vá lá'”, explica Abboud. “Nesse cenário, se a pessoa se recusa a exercer um direito, tecnicamente ela não comete um crime”.

No Poder 360, Eduardo Ubaldo Barbosa, especialista em Direito Constitucional, diz que o não comparecimento não representa descumprimento de decisão judicial, já que o presidente pode recorrer contra a ordem de Moraes. “Há a informação de que ele recorrerá. Ainda que o agravo ao Pleno do STF não tenha efeito suspensivo, Bolsonaro está atacando a decisão pelas vias recursais. É do jogo. Judicialmente, sim, ele pode faltar, ainda que politicamente seja péssimo”. Ainda no Poder 360 a criminalista Mariana Madeira disse: “Eu entendo que o presidente, por figurar como investigado no inquérito em questão, não é obrigado a depor ou comparecer ao ato. Acredito que o não comparecimento hoje resultará nessa interpretação”.

A constitucionalista Vera Chemim concordou. Ela explica, no entanto, que há consequências “excepcionalíssimas” que podem levar à condução coercitiva do presidente.  Para ela, a previsão não deve ser aplicada ao caso de Bolsonaro.

Na realidade, essa pinimba entre Moraes e Bolsonaro remonta ao início do mandato presidencial, quando a indicação de Alexandre Ramagen para diretor da PF foi vetada por Alexandre, que mais uma vez desconheceu à Constituição Federal que reza ser tal indicação uma prerrogativa do presidente da República. Tivesse Bolsonaro mantido a nomeação, teria dado um basta na empáfia de Alexandre de Moraes.

Isso é tão verdadeiro que o ex-presidente da República, Michel Temer, afirmou em entrevista ao Jornal da Record, em 29/04/2020, que o presidente Jair Bolsonaro tem garantido pela Constituição, o direito de nomear o diretor da Polícia Federal, ou qualquer cargo público federal.

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Variante Ômicron pode ser a despedida da pandemia

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

De acordo com várias publicações e opiniões de infectologistas, a pandemia do coronavírus pode estar chegando ao fim. Lá atrás, no dia 24 de novembro de 1859, foi publicado o livro “A origem das espécies”, do naturalista inglês Charles Darwin, no qual, após 20 anos de trabalho, ele demonstrava como variações em indivíduos de uma espécie poderiam favorecer um maior sucesso evolutivo por meio da seleção natural. Também em 24 de novembro, mas em 2021, uma linhagem até então desconhecida do Sars-CoV-2, causador na Covid-19, foi relatada na África do Sul.

De acordo com várias publicações e opiniões de infectologistas, a pandemia do coronavírus pode estar chegando ao fim. Lá atrás, no dia 24 de novembro de 1859, foi publicado o livro “A origem das espécies”, do naturalista inglês Charles Darwin, no qual, após 20 anos de trabalho, ele demonstrava como variações em indivíduos de uma espécie poderiam favorecer um maior sucesso evolutivo por meio da seleção natural. Também em 24 de novembro, mas em 2021, uma linhagem até então desconhecida do Sars-CoV-2, causador na Covid-19, foi relatada na África do Sul. Nomeada com a letra grega Ômicron, a variante não tem apenas dezenas de mutações na proteína de espícula que fica no envelope viral quando comparada ao primeiro Sars-CoV-2, mas também em muitas proteínas menos famosas escritas no seu genoma de quase 30 mil letras.

Talvez, por isso, apesar da contaminação ser mais rápida, sua evolução é mais curta e, em princípio, os sinais e sintomas mais brandos que a cepa inicial e suas variantes Delta e Gama. Ela pode significar, também, o final da epidemia, o que não significa o fim da Covíd e sim que ela ou se tornará endêmica ou voltará de tempos em tempos. Além do mais, a imunidade propiciada pelas vacinas e mesmo pelas infecções, tem vida curta, o que obrigará as autoridades de saúde a se programarem para uma vacinação anual, como é o caso da vacina contra a gripe.

“No último domingo, 23, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, Hans Kluge, disse que é plausível que a variante Ômicron seja o último estágio da pandemia no continente”. “Quando a onda Ômicron diminuir, haverá imunidade global por algumas semanas e meses, seja por causa da vacina ou porque as pessoas terão sido imunizadas pela infecção”. Afirmou ainda “que na África do Sul, onde a variante Ômicron foi detectada pela primeira vez, os novos casos diminuíram nas últimas quatro semanas”.

Na mesma linha, o conselheiro da Casa Branca para pandemias nos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse também no último domingo, que pode haver uma reviravolta na situação no país. Ele afirmou que a atual onda de Ômicron estava atingindo um pico nacional e que os casos de coronavírus podem cair para níveis administráveis ​​nos próximos meses. “O que esperamos é que, conforme entrarmos nas próximas semanas ou meses, veremos em todo o país o nível de infecção aumentar abaixo do que chamo de área de controle”, disse Fauci durante entrevista à rede americana ABC.

Isso não significa erradicar o vírus, disse ele, pois as infecções continuarão. “Eles estão lá, mas não vão atrapalhar a sociedade. Esse é o melhor cenário”, garantiu.

Como já disse em outra coluna, quando da epidemia da gripe espanhola, em 1918, o mesmo fenômeno aconteceu; houve um início gradual, que se intensificou e atingiu índices de mortalidade até então nunca vistos e, que com o tempo, foram diminuindo de intensidade até se tornarem esporádicos em 1920, ou seja, dois anos após o seu início. Isso era a comprovação de que a virulência do vírus se atenuou e houve uma imunização natural da população.

É preciso ir com menos sede ao pote, pois ainda estamos longe da bonança. Nas recentes festividades de Natal e Ano Novo, depois de dois anos de confinamento e bombardeamento diuturno da imprensa sobre o tema coronavírus, é compreensível que a sociedade tenha chutado o balde. As festas de Natal e réveillon foram uma constante e as praias do Rio de Janeiro, Região dos Lagos, litoral de São Paulo e diversos balneários da Região Sudeste com gente a sair pelo ladrão. Em Cabo Frio chegou a ter briga, na areia, por um lugar para abrir a barraca de sol.

Apesar de 69,9% da população brasileira já ter sido vacinada com duas doses e 19,4% com reforço (dados do último dia 23, da Our Wold in Data), os cuidados preconizados sempre, pelas autoridades de saúde, não devem ser abandonados, tais como uso de máscara que deve ser trocada a cada quatro horas, higiene das mãos com frequência seja com álcool gel, seja com água e sabão (muito melhor), evitar levar os dedos ao nariz, à boca e aos olhos e manter o distanciamento não frequentando locais cheios e confinados. É bom observar que praia lotada, onde ninguém usa máscara, também não é aconselhável.

Concordo com os que afirmam que está na hora de retomarmos nosso ritmo de vida, mas sem esquecer o velho ditado de que cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

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Uma polêmica desnecessária

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O membro do Supremo Tribunal Federal (STF), sr. Edson Fachin, criou uma polêmica desnecessária. Aliás, o substantivo membro foi grafado porque ministro é um cargo do governo indicado pelo presidente da República e que pode ser destituído quando esse bem entender. Como o seu cargo é vitalício, membro do STF é mais do que satisfatório. Não deve, também, ser chamado de vossa excelência, pois sendo um jurista, não deve ter tratamento de juiz. 

O membro do Supremo Tribunal Federal (STF), sr. Edson Fachin, criou uma polêmica desnecessária. Aliás, o substantivo membro foi grafado porque ministro é um cargo do governo indicado pelo presidente da República e que pode ser destituído quando esse bem entender. Como o seu cargo é vitalício, membro do STF é mais do que satisfatório. Não deve, também, ser chamado de vossa excelência, pois sendo um jurista, não deve ter tratamento de juiz. 

Tem coisas que passam despercebidas, mas que persistem a incomodar as pessoas cultas e interessadas no bem estar do Brasil, uma delas é o tal do idioma neutro. Isso porque a Constituição do Brasil, de 1988, no seu introito diz as seguintes palavras: “Constituição Federal de 1988: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil, que em seu artigo 13 diz ser a língua portuguesa o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

Recentemente saiu no Consultor Jurídico de novembro de 2021: “Por verificar preliminarmente ofensa à competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação, o ”ministro” Edson Fachin, do STF, suspendeu a lei do Estado de Rondônia que proíbe a denominada linguagem neutra na grade curricular e no material didático de instituições locais de ensino, públicas ou privadas, e em editais de concursos públicos. A decisão liminar foi tomada nos autos de uma ação direta de inconstitucionalidade e será submetida a referendo do plenário”.

Esse ato foi em função de ação impetrada no STF, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) que sustenta, entre outros pontos, que a lei estadual 5.123/21, a pretexto da defesa do aprendizado da língua portuguesa de acordo com a norma culta e as orientações legais de ensino, apresenta preconceitos e intolerâncias incompatíveis com a ordem democrática e com valores humanos. (https://www.migalhas.com.br/quentes/355086/fachin-suspende-lei-de-ro-que-proibe-linguagem-neutra-em-escolas)

Ao que me consta as Academias de Letras, tanto do Brasil, como a de Portugal, não aprovaram essa aberração que é a linguagem de gênero, aliás, a da França cortou pela raiz essa agressão ao idioma francês, proibindo linguagem neutra nos estabelecimentos de ensino da França. Portanto, não cabe a um membro do STF legislar em causa própria, transgredindo a Carta Magna do país, acintosamente.

Nada contra a autoafirmação do movimento LGBT..., pois a discriminação sempre foi um mal a ser combatido, mas o respeito às pessoas que têm opiniões diferentes têm de ser preservado. Afinal, ser contra ou a favor de coisas que fogem ao status quo vigente, é uma questão de opinião pessoal, que também é respaldada pela Constituição Federal. Não é justo que um idioma seja transfigurado em função da vontade de uma minoria. Na língua portuguesa, até deliberação em contrário, palavras femininas se grafam com “a” e masculinas com “o”, salvo as exceções como mar, sol, nuvem, carruagem, opinião etc. Será que se eu me dirigir a “um membri do STF, por exempli i ministri  Alexandri de Morais, eli vai ficar satisfeiti?”.

Esse papo de linguagem de gênero é muita falta do que fazer e é com desgosto que eu vejo um membro da mais alta corte do país se prestar a um papel como o do sr. Fachin, ao acatar tal petição. Afinal, o seu régio salário deveria ser para tratar de coisas mais sérias, como a defesa intransigente de nossa Constituição, coisa que muitas vezes seus próprios colegas de instituição, transgridem. Exemplos não faltam, mas o mais flagrante foi o de Ricardo Lewandowski ao chancelar a destituição da ex-presidente Dilma Roussef, mas manter seus direitos políticos, apunhalando mortalmente nossa Carta Magna. Como diria Nelson Rodrigues, outros exemplos pululam no cotidiano do Brasil.

Espero que a lucidez, algo que na maioria das vezes falta ao colegiado do STF, ao se reunir para deliberar sobre mais essa transgressão constitucional, coloque a mão na consciência e que aborte mais essa insensatez.

 Aliás, o Brasil não merece a corte suprema que tem.

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O desabafo histórico da filha do médico do presidente

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Achei muito interessante esse desabafo, encontrado nas redes sociais e publicado no Jornal da Cidade online, na edição da última sexta feira, 7, da filha do médico que operou o presidente Jair Bolsonaro, quando da facada recebida em Juiz de Fora-MG, durante a campanha eleitoral de 2018, para a presidência da República, o qual publico aqui:

“Às pessoas honradas

Meu pai é o médico do Bolsonaro e estão mentindo e falando um monte de absurdos a respeito dele, e isto é muito injusto e gostaria de passar a versão real dos fatos.

Achei muito interessante esse desabafo, encontrado nas redes sociais e publicado no Jornal da Cidade online, na edição da última sexta feira, 7, da filha do médico que operou o presidente Jair Bolsonaro, quando da facada recebida em Juiz de Fora-MG, durante a campanha eleitoral de 2018, para a presidência da República, o qual publico aqui:

“Às pessoas honradas

Meu pai é o médico do Bolsonaro e estão mentindo e falando um monte de absurdos a respeito dele, e isto é muito injusto e gostaria de passar a versão real dos fatos.

Meu pai, dr. Antônio Luiz Macedo, é médico e faz desde cirurgias simples até complexas, como câncer do aparelho digestivo; não é um oncologista, e, sim, um cirurgião gastroenterologista. A facada foi real e causou sequelas que provavelmente acompanharão Bolsonaro pelo resto da vida.

As cirurgias foram complexas, apesar dele ter conseguido retirar a bolsa de colostomia, mas sobraram inúmeras aderências que eventualmente causam sub-oclusão; então, de fato, ele passou mal. Não é um atestado médico, é real. O presidente teve de ser sondado (sonda nasogástrica) e se encontra em tratamento clínico e observação para ver se o intestino dele volta a funcionar sozinho.

Não se sabe ainda se precisará de uma nova cirurgia, mas meu pai acredita que provavelmente não. Em casos como o do presidente, são comuns estas sub-oclusões e provavelmente se repetirão.

Meu pai acidentou-se aos 12 anos e teve uma paralisia facial. Sofreu muito e é um vencedor, alguém que se fez sozinho na vida. Faz em média 600 cirurgias por ano, opera pessoas de graça também, e tudo que conquistou foi por mérito dele. É um workaholic que sacrificou a vida e o convívio conosco pela profissão.

Não tira férias e, às vezes, viaja na semana de Ano Novo para descansar. Está sempre 24 horas no hospital. Sai de casa às 6h da manhã e volta meia-noite/1h da madrugada, de domingo a domingo. Ele não descansa, trabalha direto a semana inteira. Viajou com o dinheiro dele, não do governo. Nunca utilizou verba pública, nunca recebeu favor algum do governo.

É um cidadão sério que estava em Nassau, Bahamas, Caribe, e de lá não saem voos todos os dias; só às terças e quintas. Como era urgente, ele precisou sair na terça de lá; então, o hospital em que trabalha enviou o avião para buscá-lo. Não foi avião da FAB, não foi avião pago pelo governo, nada disso.

Meu pai tampouco estava nas Maldivas, nem no prostíbulo Bahamas. Pagou a viagem a Nassau com o dinheiro dele, como fez e faz em tudo na vida. Aliás, eu que organizei esta viagem.

E meu pai teve que voltar porque foi ele o cirurgião que mexeu na barriga do presidente Bolsonaro, que é uma barriga difícil em virtude da facada e de todos os procedimentos posteriores ao qual foi submetido.

Então, caso se tornasse cirúrgico, nenhum assistente dele, se sentiu apto a operar, a cuidar do presidente sem meu pai. Foi isso. Não existe qualquer mentira ou segredo. Tem exames, laudos, tudo das cirurgias. Aliás, meu pai nunca recebeu um real por ter tratado do Bolsonaro, jamais cobrou nada. O governo, nem ninguém, nunca pagou nada a ele.

Então, eu acho muito triste que coloquem a honra e o caráter dele em xeque, misturando política com medicina. De fato, na época da outra eleição, o então candidato estava fragilizado e não tinha como participar de debates. Não foi nenhum golpe, apenas conduta médica que ele achou pertinente, no momento.

Política e ideologias à parte quer acreditem ou não, houve uma facada que trouxe sequelas, e, eventualmente, este quadro poderá se repetir, mas as pessoas são tão ignorantes que não pesquisam, não se informam, julgam sem saber da parte técnica.

Gente, as pessoas são tão fanáticas que desprezam a vida dos outros, a saúde, por ideologia e política. Ofendem um médico que é um orgulho para o país, não um marqueteiro, político, e, sim, uma pessoa reconhecida internacionalmente pelos feitos na medicina.

Só para finalizar: quando ele era jovem e tinha entrado na faculdade, um professor disse ao meu pai que ele jamais seria um cirurgião devido ao defeito na face, que deixou um olho dele com a necessidade de usar um pesinho para fechar. E este mesmo professor, anos depois, foi operado por ele e teve a vida salva.

Que país é esse em que não valorizam uma história linda de superação e se atentam a ofender e ridicularizar um defeito no rosto que tanto trouxe tristeza e sofrimento para ele e para todos nós, sua família!”

Beatriz Macedo Lopes

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Mais um fim de ano se aproxima, férias à vista

quarta-feira, 08 de dezembro de 2021

2021 foi um ano difícil para todos. Convivemos com o auge da pandemia da Covid-19, muitas internações em enfermarias ou UTIs, que renderam 266,423 milhões de pessoas infectadas e 5,33 milhões de mortes, ao redor do mundo, até agora. Só no Brasil foram 616 mil pessoas que perderam a vida para essa estranha doença.

2021 foi um ano difícil para todos. Convivemos com o auge da pandemia da Covid-19, muitas internações em enfermarias ou UTIs, que renderam 266,423 milhões de pessoas infectadas e 5,33 milhões de mortes, ao redor do mundo, até agora. Só no Brasil foram 616 mil pessoas que perderam a vida para essa estranha doença.

Não podemos descartar as medidas preventivas, além da vacinação em massa, já que uma nova variante, a Ômicron começou a assolar os países africanos, europeus e parte dos Estados Unidos. O Brasil tem poucos casos descritos, ainda, mas todo cuidado é pouco. Aliás, como o brasileiro tem a cultura da vacinação, fruto de uma campanha bem desenvolvida ao longo dos anos, não enfrentamos, ainda, os problemas que assolam os europeus e mesmo americanos, onde uma parcela da população se recusa a vacinar-se.

De acordo com informações obtidas com pessoas que moram na Alemanha, a maior incidência de novos casos, entre eles, se dá entre os não vacinados. De acordo com algumas publicações, o Brasil tem, no momento, 60,04% de pessoas imunizadas com as duas doses, ficando à frente dos Estados Unidos; entre os países com o maior número absoluto de doses aplicadas, estamos em quarto lugar, atrás da China, Índia e Estados Unidos. Isso explica a diminuição importante do número de casos ou de mortes em terras tupiniquins.

Apesar de termos perdido parentes, amigos ou pessoas conhecidas nesses dois anos, graças as nossas preces e aos esforços do pessoal da saúde, autoridades e da solidariedade humana, permanecemos vivos, assim como grande parte dos nossos entes, principalmente os mais chegados. Já podemos sair, respeitando as orientações e foi com muita emoção, que o grupo da endocrinologia promoveu no último dia 30 de novembro, seu primeiro encontro depois desses longos dois anos.

Por isso, o Natal que se aproxima se torna uma comemoração muito importante, pois marcará o reencontro mais leve das famílias e, o mais importante, depois de muitos anos essa festa terá como o homenageado principal aquele para o qual a comemoração foi destinada. Anteriormente, o que víamos era um consumismo desenfreado, e o mais importante era a comilança e os presentes. Pouco se falava do nascimento de Jesus. Agora, com a inflação em alta no mundo todo, com muitas pessoas desempregadas, o que veremos, espero, será uma ceia mais simples, com a família e os amigos reunidos, e o presente mais valioso vai ser um agradecimento uníssono aquele que nos manteve vivos. Não faltará jamais uma prece para os que nos deixaram cuja saudade estará sempre presente e permanecerão para sempre na nossa memória.

Fica aqui o agradecimento aos meus leitores, aos colegas de A VOZ DA SERRA e aos meus amigos que sempre contribuem para que eu mantenha o desejo de continuar a escrever, muitas vezes temas polêmicos, mas cujo objetivo maior, é a informação. Como faço todos os anos vou dar uma pausa de três semanas voltando, somente, no início de 2022.

Desejo a todos um feliz Natal e um 2002 com muita saúde, perseverança e perspectivas de que a vida de todos retome seu ritmo normal o mais breve possível. Que possamos manter nossa caminhada nessa Terra em que a fraternidade e o amor ao próximo seja a meta de todos nós.

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A subversão da ordem

quarta-feira, 01 de dezembro de 2021

Transcrevo abaixo duas matérias às quais tive acesso, como introdução da minha coluna: Após vídeo em que uma mulher reclama de banheiros unissex de uma unidade do McDonald's em Bauru-SP, dizendo entre outras coisas que são "um absurdo" e "uma imundice", a rede de fast food retirou da porta do estabelecimento a placa onde se via o desenho de três bonecos, mostrando que ali era bem-vinda pessoa de todos os gêneros.

Transcrevo abaixo duas matérias às quais tive acesso, como introdução da minha coluna: Após vídeo em que uma mulher reclama de banheiros unissex de uma unidade do McDonald's em Bauru-SP, dizendo entre outras coisas que são "um absurdo" e "uma imundice", a rede de fast food retirou da porta do estabelecimento a placa onde se via o desenho de três bonecos, mostrando que ali era bem-vinda pessoa de todos os gêneros. A imagem viralizou no último dia 12, e o episódio provocou pelo menos duas proposições de leis na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) e também mais duas na Câmara Federal proibindo esse tipo de banheiro.  (htps://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/11/21/banheiro-unissex-mcdonalds.htm)

No último dia 12, uma moradora da cidade de Bauru, interior de São Paulo, fez um vídeo que viralizou nas redes sociais. Ela criticou a existência de um banheiro inclusivo, também chamado de banheiro "multigênero", em uma loja do McDonald's. Ela chegou a comparar a existência do banheiro como "comunismo".

"Eu não admito isso na minha cidade. Não quero usar banheiro com homem, sou contra isso. Eu não aceito. Quero que todos os vereadores de Bauru deem um jeito nisso. Cada cidade que cuide da sua cidade, vigiem os banheiros públicos, de restaurantes. Quero que todos vigiem. É um absurdo, criança usar o mesmo banheiro. É o comunismo na cidade de Bauru. Uma vergonha", afirmou a mulher no vídeo. (https://queer.ig.com.br/2021-11-13/banheiros-inclusivos-mcdonalds-pessoas-trans.html).

São duas notícias veiculadas por sites das redes sociais, ambos de oposição ao Governo Federal e que dão margem a uma discussão sobre o tema, desde que não apareçam os adeptos do politicamente correto, para tentar impor sua verdade “incontestável”. A minha visão diz que quando Deus criou o homem, achou que ele não suportaria viver só, e de uma costela sua, criou a mulher para ser sua companheira. Daí termos os representantes do sexo masculino, denominados “homens” e os do sexo feminino, denominados “mulheres”. À medida que a humanidade evoluiu, surgiram modificações de conduta, que muitos atribuíram a uma doença e outros a uma modificação de orientação, levado a cabo por alterações cerebrais e não hormonais, como muitos pensaram. Assim tivemos homens que adotaram condutas típicas da mulher e, vice versa. A história da humanidade está cheia de relatos desse tipo.

Como não poderia deixar de ser, as modificações da compreensão dos hábitos humanos fizeram com que o pensamento do bicho homem fosse sofrendo transformações e que diversas condutas fossem assimiladas e aceitas pela sociedade como um todo. Mas, em princípio homem é homem e mulher é mulher; as pessoas que se sentem de maneira diferente, têm todo o direito de assumir suas preferências e viverem de acordo com essa orientação diferente, mas sem esquecer que se têm pênis são homens e se têm vagina, são mulheres.

Os hermafroditas verdadeiros e pseudo hermafroditas (essa diferenciação é necessária em função da genitália que pode ser ambígua ou indefinida) também têm direito de seguirem a sua orientação e serem aceitos pela sociedade; é por isso que se faz o estudo genético, para tipificar o sexo cromossômico e definir o verdadeiro estado civil do indivíduo. Mas, mesmo que, cromossomicamente, seja homem, mas se assuma como mulher, o seu desejo tem de ser respeitado. Ainda existe na Endocrinologia um distúrbio chamado testículo feminizante, em que ao invés de secretar testosterona, secreta estrogênio. O cariótipo (cromossomas que definem o sexo) é XY (masculino) e as características sexuais do indivíduo, femininas. É uma mulher, esteticamente, com uma conduta masculina.

Eu não gostaria de entrar num banheiro e dar de cara com uma mulher, assim como uma mulher não gostaria de dar de cara com um homem ao fazer suas necessidades. Também não gostaria de ver meu filho ou filha, pequenos, serem bombardeados com a tal “identidade de gênero”. Da mesma maneira que não deveria existir o dia da Consciência Negra e sim o da Consciência Universal em que não importaria ser branco ou preto, as pessoas deveriam ser aceitas pelo que são e respeitadas por isso. Não haveria o problema de consciência que muitos que fizeram a cirurgia para mudar de sexo têm, algum tempo depois. Tivessem mantido seu sexo genético e assumido seu sexo psicológico, talvez estivessem muito mais tranquilos e felizes.

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Botafogo, o grande campeão da série B do Brasileirão

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Apesar de não gostar de falar em futebol na minha coluna, pois meu amigo Vinicius Gastin, que assina esta página esportiva todos os dias aqui em A VOZ DA SERRA, é muito mais competente do que eu, não poderia deixar de comentar o feito do Botafogo, ao conquistar o campeonato da série B do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. Muitos torcedores sejam do alvinegro da estrela solitária, sejam de outros times, acham que título da segunda divisão é irrelevante e não merece comemorações.

Apesar de não gostar de falar em futebol na minha coluna, pois meu amigo Vinicius Gastin, que assina esta página esportiva todos os dias aqui em A VOZ DA SERRA, é muito mais competente do que eu, não poderia deixar de comentar o feito do Botafogo, ao conquistar o campeonato da série B do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. Muitos torcedores sejam do alvinegro da estrela solitária, sejam de outros times, acham que título da segunda divisão é irrelevante e não merece comemorações.

No entanto, é a coroação de um trabalho árduo, com jogos em campos mal cuidados, sempre difíceis, em que a técnica muitas vezes é substituída pela raça e que o importante, na maioria das vezes, não é jogar bonito, mas vencer. Jogadores, comissão técnica e a torcida estão de parabéns e que essa conquista, na realidade um bicampeonato, pois o Fogão já fora campeão em 2015, marque a permanência, em definitivo, na série A e que seja um marco para novas conquistas.

Mas, a história desse penúltimo jogo, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, mostra as dificuldades que o Botafogo enfrenta fora de campo, por uma falta de coerência e de vontade da CBF para com o clube. Na segunda feira passada, o trio de arbitragens escolhido para apitar Brasil de Pelotas e Botafogo seria todo do Paraná. Ora, o Coritiba (Coxa) era o segundo colocado, a dois pontos do líder e, portanto, diretamente interessado no resultado desse jogo. (Uma explicação do porque a cidade se chama Curitiba e o clube Coritiba: é que um diretor do clube, muito pudico, cismou com a primeira sílaba do nome e mandou trocá-la). Se num pais sério isso seria uma aberração, imagina num país chamado Brasil, onde nem sempre dois mais dois são quatro.

A grita foi tanta, que escolheram um trio do Tocantins, na realidade trocaram meia dúzia por seis, pois a tradição desse estado com o futebol é nenhuma, principalmente, a experiência de um árbitro para conduzir um jogo de tamanha importância. O primeiro tempo terminou com a vantagem de 1 a 0 para o time da estrela solitária e como o Coxa empatava o seu jogo com o CSA, isso já era o bastante para o título. Aí, veio o lance, na área do Brasil, aos 12 minutos do segundo tempo, quando um defensor colocou a mão na bola, impedindo o seu curso normal. Pênalti claro, ignorado solenemente pelo juiz e sem nenhuma intervenção do Var (deveriam estar dormindo) e o prejuízo foi flagrante para o Fogão.

No lance seguinte, aos 14 minutos, num contra ataque rápido Barreto faz uma falta no atacante que, com toda certeza, empataria o jogo, pois só tinha o goleiro à sua frente. Falta com cartão amarelo; aí o Var acordou, chamou o juiz e mostrou que essa falta era para cartão vermelho, o que levou o plantel da estrela solitária a jogar os 31 minutos seguintes com um homem a menos. Felizmente, o time não sentiu muito porque ainda colocou uma bola na trave do adversário e teve um gol anulado por impedimento. No final, os cinco minutos de acréscimo viraram quase dez, mas mesmo que o Brasil empatasse o caneco ficaria com o Botafogo, pois o Coritiba perdia por uma a zero e dava adeus ao título de campeão.

Final de jogo, festa na arquibancada da fiel torcida alvinegra, festa dos jogadores em campo, festa em toda a torcida do Glorioso. Aliás, essa torcida é fantástica, sofre um bocado com diretorias incompetentes e inconsequentes, que contratam alguns jogadores sem critérios técnicos convincentes. No caso da atual é flagrante o amadorismo ou má intenção, pois Oyama, emprestado pelo Mirassol, de São Paulo, se destacou no meio do campo, mas veio por empréstimo, sem o preço do passe estipulado. Claro que se valorizou e o clube, provavelmente, não terá como adquiri-lo em definitivo.

Já o caso de Rafael Navarro, artilheiro do time, é mais emblemático. Desde julho, em função da lei Pelé, já teria condições de assinar um pré-contrato com outro time. A renovação deveria ter sido acertada antes. Agora ele saíra de graça, sem que nenhum tostão entre para os cofres do Botafogo.

Mesmo com toda essa incompetência, burrice, ou seja lá o que for, essa torcida não abandona jamais seu time de coração. Existe um movimento chamado Chapa Verde liderada por botafoguenses que desejam mudar essa situação, e que cresce dia a dia. Se você é botafoguense por convicção e coração procure se informar sobre a Chapa Verde, alie-se a ele, pois pode significar uma mudança sadia nos rumos do Botafogo de Futebol e Regatas.

Salve o Botafogo, bi campeão da série B do campeonato brasileiro.

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Botafogo consegue seu objetivo: a primeira divisão

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Foi um ano tenso, com a pandemia atingindo milhões de pessoas e ceifando milhares de vidas; lock down, confinamento, uma série de medidas a que o brasileiro não estava acostumado. Para os torcedores dos vários times espalhados por esse Brasil, o afastamento dos estádios e distância forçada de seus ídolos, restritos à tela dos televisores. Para os botafoguenses, uma complicação a mais, pois o time disputava a segunda divisão do Brasileirão e, no primeiro turno, estava mal próximo à zona de rebaixamento para a série C, a terceira divisão.

Foi um ano tenso, com a pandemia atingindo milhões de pessoas e ceifando milhares de vidas; lock down, confinamento, uma série de medidas a que o brasileiro não estava acostumado. Para os torcedores dos vários times espalhados por esse Brasil, o afastamento dos estádios e distância forçada de seus ídolos, restritos à tela dos televisores. Para os botafoguenses, uma complicação a mais, pois o time disputava a segunda divisão do Brasileirão e, no primeiro turno, estava mal próximo à zona de rebaixamento para a série C, a terceira divisão. Era o inferno astral para os torcedores da estrela solitária.

Pouco antes do final do primeiro turno, o técnico Marcelo Chamusca foi demitido e Enderson Moreira foi contratado. Mudança da água para o petróleo (mais escuro que o vinho) e seu dedo, mais as contratações pontuais da diretoria, fizeram vislumbrar uma luz ao final do túnel e já faltando oito rodadas para o final do campeonato, o Botafogo assumia a liderança do torneio, com as chances de volta à primeira divisão se tornando, pouco a pouco uma realidade.

A última segunda-feira, 15 de novembro de 2021, uma data para ficar na memória dos botafoguenses de coração e carteirinha. O estádio Nilton Santos, o popular Engenhão, lotado com quase 30 mil torcedores, foi palco de uma festa há muito nunca vista, num jogo histórico, pois a vitória contra o Operário do Paraná, significaria o retorno tão sonhado à série A do Brasileirão, em 2022.

Como não poderia deixar de ser, tensão em cada milímetro do estádio, que era vista também nos torcedores e nos jogadores. Pela primeira vez jogavam com estádio cheio, os jogos anteriores tinham sido ou com estádio vazio ou com capacidade de público limitada; sentiam a responsabilidade de não frustrar uma torcida apaixonada e, porque não, sofrida.

É claro que para o Fogão nada é fácil e, aos 16 minutos do segundo tempo, o Operário marcou o seu gol naquilo que poderia ser uma ducha de água fria nas pretensões alvinegras. Todos sentiram o golpe, o caldeirão criado pela torcida alvinegra fervia e não era da forma esperada. Atrás no placar, a pressão em campo e vinda das arquibancadas se voltou contra o Botafogo. Mas o que parecia desastre voltou a ser festa no gol de empate de Pedro Castro, de cabeça, após bela jogada de Chay. Diga-se de passagem, que as duas primeiras substituições promovidas por Enderson, foram providenciais e mudaram a dinâmica do jogo.

 Aos 38 minutos, o Nilton Santos explodiu da forma esperada pela torcida. Após cruzamento da esquerda de Matheus Frizzo, o artilheiro alvinegro, Rafael Navarro, apareceu na primeira trave para desviar e virar a partida a favor do Botafogo: 2 a 1 e uma festa incontrolável da massa alvinegra. O estádio explodiu da forma esperada pela torcida. O placar, agora marcava 2 a 1 e a festa tomou conta da massa alvinegra, nas arquibancadas.

Foram mais 11 minutos de ansiedade, pois o juiz acrescentou mais quatro em função das paralisações, até que com o apito final, a tensão desapareceu e a comemoração da tão esperada volta à primeira divisão extravasou as fronteiras do Nilton Santos.

Foi muito legal ver os jogadores com seus filhos no gramado, o goleiro Diego Loureiro com sua filha de meses era a expressão pura da satisfação, apesar da dúvida se segurava um bêbe ou a bola. O filho do grande capitão Joel Carli, com os olhos marejados ao lado do pai e a filha do maestro da equipe, Chay, brincando dentro de um dos gols, por coincidência aquele em que o Operário marcou o seu gol.

O campeonato ainda não acabou, faltam duas rodadas e o objetivo, agora, é o título da segundona, pois ao contrário dos que muitos pensam, deve ser comemorado, sim. Premia o esforço de um grupo de jogadores que se comprometeram a recolocar o Botafogo no lugar de onde nunca deveria ter saído, de um técnico que soube tirar o máximo de cada um e de uma torcida que nunca abandonou seu time do coração.

E para terminar ão, ão, ão, Fogão é primeira divisão.

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Brasília, última etapa da viagem

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Nossa estadia, na capital federal, foi muito boa passamos bons momentos com nossos dois filhos que aqui moram e, na última segunda-feira, 8, iniciamos nosso retorno para Nova Friburgo. Seguindo a experiência de muitas pessoas, já nos utilizamos desse estratagema, na Europa, decidimos optar por uma locação pelo AirBnb, em que se aluga um apartamento ou flat, por uma quantia mais em conta que um hotel, ou uma locadora tradicional. Infelizmente, dessa vez, o ditado de meu saudoso avô foi uma realidade. Muitas vezes o barato sai caro.

Nossa estadia, na capital federal, foi muito boa passamos bons momentos com nossos dois filhos que aqui moram e, na última segunda-feira, 8, iniciamos nosso retorno para Nova Friburgo. Seguindo a experiência de muitas pessoas, já nos utilizamos desse estratagema, na Europa, decidimos optar por uma locação pelo AirBnb, em que se aluga um apartamento ou flat, por uma quantia mais em conta que um hotel, ou uma locadora tradicional. Infelizmente, dessa vez, o ditado de meu saudoso avô foi uma realidade. Muitas vezes o barato sai caro.

Entrei no site do AirBnb e escolhi uma locação no hotel flat Saint Moritz, no SHN (setor hoteleiro norte). É bem central e em frente ao shopping Conjunto Nacional, o primeiro estabelecimento desse gênero, em Brasília; aliás, foi modernizado e não fica nada a dever aos bons shoppings do Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, o estúdio que aluguei foi um problema sério. Avisei para o proprietário que chegaria entre 11h e meio-dia do dia 30 de outubro; perguntei-lhe se a cozinha estava equipada, se tinha roupa de cama e banho, se tínhamos acesso à garagem e que deixasse a senha da internet, para que pudéssemos nos conectar.

Quando procurei a portaria do hotel fui informado de que a responsável pela limpeza tinha acabado de chegar e que a chave do flat estava com ela, que deveríamos esperar ela acabar. Disseram-me, também, que o proprietário não tinha disponibilizado a garagem. O problema é que ele não me deixou um telefone de contato, como é usual na Europa e só se comunicava comigo pelo e-mail. Sem poder usar o notebook, tive de recorrer ao celular e não há nada pior do que comunicação por e-mail, via telefone.

Fui obrigado a pedir ajuda ao funcionário do hotel, que me deu o telefone de uma outra proprietária acostumada a alugar sua garagem e paguei um aluguel correspondente aos dez dias de minha estadia. Ou seja, paguei por uma coisa a que tinha direito se meu locador tivesse feito, corretamente, o seu dever de casa. Depois de meia hora de espera, conseguimos subir com nossa bagagem para o apartamento 605.

Só que nossos problemas ainda não haviam terminado, pois a meia sola da limpeza foi horrível e tivemos de sair para comprar pano de chão e detergente. O lençol disponibilizado pelo proprietário era curto e não havia outro para cobrir nem uma manta, se a temperatura caísse durante a noite. Como ficaríamos por dez dias, deveria ter sido entregue um jogo de toalhas e lençóis suplementares, ou me avisassem que deveria trazer comigo, o que não teria sido problema, por estarmos de carro. Tive de pedir emprestado à minha nora.

O ar refrigerado, quando posto em funcionamento começou a pingar, o que me obrigou a colocar um recipiente de plástico para coletar a água; quando outro pingo apareceu, o jeito foi usar uma panela. Para terminar, a geladeira estava entupida de gelo, com suco derramado em seu interior. Após desligada, ficou a tarde toda descongelando. Felizmente, não houve dano no motor e após ser limpa, nos serviu a contento.

Na realidade, a conclusão a que cheguei foi que o meu locador delegou a uma companhia de limpeza o trabalho que deveria ser dele, o de supervisionar os serviços de manutenção. O mínimo que se exige de quem se mete nesse tipo de empreendimento, é de estar presente na entrega das chaves ou delegar esse ato a uma pessoa responsável. Outra coisa importante é marcar a entrada do próximo locatário apenas após uma limpeza de fato, ter sido concluída. Se quem me antecedeu saiu às 11h, eu deveria ter sido avisado que só poderia chegar depois das 16h.

Eu e minha esposa ficamos dez dias no apartamento e não vai ser uma limpeza de meia hora que vai resolver o problema, mesmo que sejamos cuidadosos. O próximo locatário que se cuide. Como já disse o local é muito bom, tínhamos a nossa disposição a piscina e a academia de ginástica do hotel; isso sem falar que ficamos bem perto de nossos filhos. Nossa primeira viagem longa, pós-pandemia, foi muito agradável e a apesar de nossa experiência com o AirBnb, em terras tupiniquins, não ter sido um mar de rosas, vale uma segunda tentativa.

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