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O Botafogo está surpreendendo
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Confesso que quando o Brasileirão da Série B estava na décima rodada, metade do primeiro turno, temi o pior e vi meu time caindo para a Série C, ou seja, a terceira divisão do campeonato brasileiro. Se o início tinha sido razoável, a partir da quinta rodada, quando ainda estava no G4 (os quatro primeiros sobem para a primeira divisão), o Fogão teve um seguimento horrível e ficou muito próximo da zona de rebaixamento, o Z4. A equipe era sofrível e o técnico, que naquele momento era o Chamusca, péssimo. Chamuscava os torcedores, não os adversários.
No dia 20 de julho, após a derrota de 2 a 0 para o Goiás, em pleno estádio Nilton Santos, no Rio, a casa do Botafogo, a diretoria dispensou Chamusca e contratou Enderson Moreira. Estávamos na 13ª rodada, a torcida preocupada e achando que a vaca se já não estava, não demoraria muito para ir para o brejo. O plantel tinha uma das defesas mais vazadas, um ataque inoperante e sem esquema de jogo; era que nem time de pelada de casados contra solteiros, cada um por si e Deus por todos. Num dos meus sonhos, ou seria pesadelo, escutei Deus sussurrando no meu ouvido: “Com esse time e esse técnico não tenho a mínima condição de dar uma mãozinha”.
Mas, as preces da torcida foram ouvidas e a partir da rodada seguinte o alvinegro da Rua General Severiano conquistou dez vitórias e um empate. Atualmente têm, ao lado do Guarani o ataque mais positivo com 34 gols marcados e um saldo de gols de 12, dois apenas abaixo do líder Coritiba. Aliás, a diferença para o time de Curitiba é de quatro pontos e de um para o Goiás, vice-líder da competição. Isso quer dizer que, no momento, o Botafogo tem, pelas contas do matemático Tristão Garcia, 75,5% de chance de alcançar seu objetivo e ainda lutar pelo bicampeonato dessa série, por ter sido campeão em 2015.
Nesse ano o time venceu 21 jogos, empatou nove e perdeu oito. Além disso, fez 60 gols e sofreu 30. Faltam ainda 15 jogos para o final do campeonato e, a continuar nesse ritmo, será possível ver a luz ao final do túnel.
Não resta a menor dúvida de que o atual técnico tem uma atuação muito positiva nessa recuperação, pois além de mudar a maneira de jogar do time, conseguiu melhorar a auto estima dos jogadores, mudou a postura deles em campo e o melhor, melhorou o rendimento daqueles considerados mais importantes para o grupo. A reintegração do zagueiro argentino Joel Carli, um dos líderes do grupo melhorou a defesa que não toma gols há três jogos.
Não devemos nos esquecer de Chay, o melhor disparado dos jogadores à disposição do técnico, seja pela visão de jogo, pelo empenho e pela inteligência com que antevê as jogadas. Aliás, Carli, Chay (atual artilheiro), Navarro, Kanu, Oyama e Diego Gonçalves são o diferencial desse Botafogo 2021. Chay se destacou na Portuguesa carioca, durante o campeonato do Rio e teve seus direitos federativos adquiridos pelo clube da estrela solitária. É botafoguense de coração o que é importante na fase atual do time.
Por falar em botafoguense de coração, o lateral direito Rafael, que atuou no Manchester United, Lyon e, ultimamente, estava no Basaksehir, da Turquia, assinou contrato com o Botafogo até 2023.
A fase atual do Fogão animou até os mais céticos e as duas últimas contratações aumentaram a qualidade e a experiência do time, que tem tudo para voltar à elite do futebol brasileiro. É torcer e torcer.
Max Wolosker
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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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