Blog de maxwolosker_18841

O Detran não pode ser sério

quarta-feira, 04 de novembro de 2020

Há pelo menos 15 dias que não se consegue agendar transferências de propriedade de veículos, fazer o licenciamento anual ou emplacamento de carros novos. Segundo explicações colhidas entre pessoas que lá trabalham, não foi renovado o contrato com a fábrica de placas que fazia o serviço e, até agora, não foi fechado um novo convênio. O resultado é a dor de cabeça que isso causa aos proprietários de veículos, sem falar nos prejuízos monetários.

Há pelo menos 15 dias que não se consegue agendar transferências de propriedade de veículos, fazer o licenciamento anual ou emplacamento de carros novos. Segundo explicações colhidas entre pessoas que lá trabalham, não foi renovado o contrato com a fábrica de placas que fazia o serviço e, até agora, não foi fechado um novo convênio. O resultado é a dor de cabeça que isso causa aos proprietários de veículos, sem falar nos prejuízos monetários.

No caso de aquisição de um veículo novo, quem tem convênio com o programa “onda livre” não pode regularizar o serviço, pois para isso é necessário que o carro esteja emplacado. Em consequência, paga-se duas vezes pelo serviço: a mensalidade mais o pagamento do pedágio, quando se transita por estradas privatizadas. Além do mais, é muito arriscado sair do estado apesar das informações de que com a nota fiscal do novo veículo e do protocolo de solicitação do serviço, junto ao Detran, pode-se transitar pelas estradas de outros estados, federais ou não. O problema é que ninguém tem culpa da esculhambação que tomou conta do Rio de Janeiro, nos últimos 30 anos, e a probabilidade de se ter o veículo aprendido pelo controle, nas estradas, é real. Os outros estados já realizam esse serviço, pelo menos o de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Na realidade fui muito ingênuo e coloquei na nota fiscal do meu carro meu endereço de Nova Friburgo e dei entrada no Detran com o pedido de emplacamento. Se tivesse acionado um despachante nos estados que citei, teriam me mandado um endereço, que sairia na minha nota fiscal e eu já estaria com a placa e a documentação regularizada. Fui querer ser cumpridor dos deveres de cidadão e me dei muito mal. Ser honesto no Rio de Janeiro de hoje é uma grande burrice.

A informação que se recebe é que não há previsão para restabelecimento do serviço, ou seja, nada de transferências, nada de emplacamentos, por tempo indeterminado. Ao que parece a questão é a seguinte: desde que o governador, ou seria ex, entregou a escolha do diretor do órgão máximo do trânsito do estado para a Assembleia Legislativa, já estamos no quinto indicado. Se cada um que passa a ocupar o gabinete do chefe se dá ao direito de escolher uma nova fábrica de placas, aonde iremos parar ou será que temos tantos fabricantes no mercado? Ou existem outros motivos?

Na Europa e, creio que nos Estados Unidos também, a placa é do dono do veículo, ou seja, quando ele adquire um novo ou usado, a placa continua a mesma, passa de um veículo para outro. Aliás, é por isso que na França, quando se compra carros, o emplacamento e a documentação são feitos no próprio local da compra. Ela é, então, enviada para o órgão regulador da circulação de veículos pela própria agência; com isso diminui-se a burocracia e o molha mão, tão característico no nosso estado.

Fazer qualquer serviço, no Detran, sem o auxílio de um despachante é uma batalha encarniçada, que só se consegue depois de muita luta. Nada contra os despachantes, pois eu mesmo não abro mão do meu, mas o final feliz deveria ser igualitário.

Lembro-me, quando ainda havia vistoria anual por aqui e em outros estados já tinha sido abolida, emplaquei um carro no Espírito Santo. Mandei a nota fiscal e a minha documentação para um despachante e, em uma semana, estava recebendo pelos Correios placas e o DPVAT. Simples, não? Tenho um amigo que trocou de carro na mesma época que eu, e já está com tudo regularizado, podendo inclusive viajar para fora do estado, com seu veículo. Simples, não?

Maldito estado, onde a corrupção é a tônica e seguindo a máxima de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. Porque fui nascer logo aqui? Ao invés de ser sofredor, torcendo pelo Botafogo, poderia ser Internacional ou Grêmio, São Paulo ou Santos e muitos outros clubes vencedores espalhados por esse Brasil.

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O imbróglio da vacina chinesa

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O que as pessoas que não suportam o presidente brasileiro ainda não entenderam é que ele não é nenhum inconsequente. Quando Bolsonaro fala, o que a princípio pode parecer não ter nexo, mais tarde será comprovado ter algum fundo de verdade. Isso ficou evidente com a questão da quarentena horizontal, ou seja, de toda a população confinada, pois ela até hoje não é unanimidade e muitos cientistas defendem a quarentena vertical, aquela restrita a idosos, crianças e pessoas de risco. O mesmo se aplica à indicação de Kássio Nunes para a vaga de Celso de Melo, no STF.

O que as pessoas que não suportam o presidente brasileiro ainda não entenderam é que ele não é nenhum inconsequente. Quando Bolsonaro fala, o que a princípio pode parecer não ter nexo, mais tarde será comprovado ter algum fundo de verdade. Isso ficou evidente com a questão da quarentena horizontal, ou seja, de toda a população confinada, pois ela até hoje não é unanimidade e muitos cientistas defendem a quarentena vertical, aquela restrita a idosos, crianças e pessoas de risco. O mesmo se aplica à indicação de Kássio Nunes para a vaga de Celso de Melo, no STF. Se fosse um nome não alinhado com o senado, provavelmente seria barrado e o presidente seria ridicularizado pela derrota no senado. Mais um menos um, no quadro atual do STF, não vai fazer muita diferença.

Essa introdução vem a propósito do imbróglio sobre a vacina chinesa. Que o governador engomadinho de São Paulo é candidato à presidência da República nas próximas eleições, ninguém duvida. Daí, que os seus passos são muito mais eleitoreiros do que técnicos ou embasados pelo bom senso. O anúncio da colocação de um poderoso imunizante contra a Covid-19, produzida em seu estado, é um senhor cabo eleitoral.

A vacina chinesa Coronavac, uma dentre as quatro produzidas na China, ainda está na terceira fase de testes, portanto sem o aval da Anvisa, para uso em massa na população brasileira. Por isso é prematuro qualquer posicionamento a respeito. No entanto, existem dúvidas quanto a sua segurança, pois em setembro uma pesquisa com voluntários, na China, mostrou que 5,36% das pessoas que participaram do estudo teste, tiveram efeitos adversos. O próprio Instituto Butantã informou que cerca de 35% dos voluntários sofreu algum tipo de efeito adverso. Como na China, a maior parte se deveu a dores no local da aplicação e a dores de cabeça. Mas, segundo Dimas Covas, presidente do Instituto, há relatos de mialgias, fadiga e calafrios, se bem que abaixo de 5% dos testados.

No caso da vacina da poliomielite, segundo a OMS, a proporção de paralisia em função da vacina é da ordem de um caso para 3,2 milhões de doses. Esse número se reduz de um para 250, no caso de infectados pela doença, os não vacinados. Ou seja, uma margem de segurança bem segura.

De qualquer maneira a vacina depende ainda da avaliação dos testes, o que leva tempo, para ser declarada apta para o uso em humanos e liberada para consumo. Agora, uma doença que apareceu no final de 2019, ainda não totalmente decifrada no que diz respeito à sintomatologia e manifestações, em fase de estudos quanto a um tratamento eficaz e, o porquê de determinadas pessoas expostas ao vírus não contraí-la e outras sim, ainda engatinha na sua total compreensão. Daí querer que uma vacina surja em pouco mais de seis meses de estudos, é querer demais. Acho que ainda temos muito tempo pela frente antes que ela seja anunciada como eficaz e segura para a população mundial.

Ninguém me tira da cabeça que a atual pandemia foi cuidadosamente tramada dentro do “Kremelin” chinês, com o intuito de desestabilizar a economia mundial, principalmente, a do ocidente. E conseguiram. Curiosamente, com o caos mundial instalado, a China já tinha milhares de EPIs e de respiradores para serem vendidos numa proporção nunca antes vista e, pasmem, já tinha estudos, pelo menos quatro, visando à fabricação de uma vacina específica para a nova doença. Estranho, não?

É estranho, também que o The New York Times e o Le Monde não falem nada sobre as vacinas produzidas na China. Mais estranha ainda é essa matéria publicada na folhadapolitica.com: “Para atender a demanda do mercado chinês, a Shenzen Kangtai vai assegurar uma capacidade de produção anual até o final de 2020 de pelo menos 100 milhões de doses do imunizante experimental AZD1222, que a AstraZeneca desenvolveu com pesquisadores da Universidade de Oxford, da Inglaterra. Como parte do contrato, a companhia asiática precisa ter capacidade de produzir, no mínimo, 200 milhões de doses até o fim de 2021”. 

Muita água ainda vai rolar até que se dê início a uma vacinação em massa da população mundial, até que a Anvisa, no Brasil, e seus similares no mundo inteiro, assinem a liberação dessa ou dessas vacinas que possam resultar na erradicação dessa praga do primeiro quarto do século 21. Mas, eu, particularmente, me recuso a tomar uma vacina produzida nas terras de Confúncio. Entre a do Instituto Oswaldo Cruz e a do Butantã, fico com a primeira. Nos dias de hoje qualquer produto “made in Chine” é um risco muito grande.

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Salve o 18 de outubro, Dia do Médico!

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

No último domingo, 18, foi comemorado o Dia do Médico, dedicado àquele que direcionou sua vida, ao longo de vários anos de estudo, para cuidar, orientar e, o que é mais importante, salvar a vida do seu semelhante. E para exercer bem a profissão, tem necessidade de continuar a se atualizar todos os dias, uma vez que as descobertas, novas técnicas de diagnósticos, novos tratamentos surgem com a velocidade de um raio. Quem não acompanha essa evolução, fica pelo caminho.

No último domingo, 18, foi comemorado o Dia do Médico, dedicado àquele que direcionou sua vida, ao longo de vários anos de estudo, para cuidar, orientar e, o que é mais importante, salvar a vida do seu semelhante. E para exercer bem a profissão, tem necessidade de continuar a se atualizar todos os dias, uma vez que as descobertas, novas técnicas de diagnósticos, novos tratamentos surgem com a velocidade de um raio. Quem não acompanha essa evolução, fica pelo caminho.

Mas, esse ano de 2020 tem um significado muito especial para a humanidade como um todo e para a classe médica, em especial. A pandemia da Covid-19, iniciada oficialmente em fevereiro, exigiu dos serviços de saúde e dos médicos mais do que dedicação, pois as incansáveis horas de labuta, seja nos ambulatórios, nas enfermarias ou nas UTIs, exigiu de todos um trabalho sobre humano, uma verdadeira devoção. E, o que é o mais triste, muitos pagaram com a própria vida o esforço diário em mitigar o sofrimento do seu semelhante.

Desde o início da pandemia do coronavírus, 244 médicos brasileiros morreram em decorrência dela, aponta o Sindicato dos Médicos de São Paulo. O primeiro óbito aconteceu no dia 22 de março, e o último, em 2 de setembro. Entre as vítimas, a grande maioria (88%) é de homens, e entre eles se encontram quatro de Nova Friburgo, sendo que um faleceu dia 16 e o último em 19 de setembro, o que eleva os números de São Paulo para 246.

Talvez, muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se nossas “otoridades” fossem mais conscientes, menos corruptas e menos chegadas aos holofotes, pois as condições de trabalho disponibilizadas a médicos e paramédicos sempre deixaram a desejar. A doença era nova, seu tratamento desconhecido, não havia vacina disponível, mas ao contrário da pandemia da gripe espanhola onde as condições sanitárias e de higiene eram precárias, em pleno século 21 o ambiente era completamente diferente. Não só os EPIs (equipamentos de proteção individual) como os métodos de esterilização de instrumentos e higiene pessoal amplamente conhecidos e podendo ser disponibilizados, desde que o poder público tivesse esse propósito. Não foi o que ocorreu, pois em muitos lugares, principalmente na rede pública de saúde, muitos profissionais arriscaram sua vida com equipamentos precários.

Do outro lado, o do paciente, equipamentos importantes como os respiradores, foram superfaturados, muitos comprados de maneira inadequada, criminosa até, mas o bolso desses políticos inescrupulosos encheu-se do vil metal. Um desperdício sem limites para o aproveitamento de poucos, em detrimento dos que realmente necessitavam. E o que é pior, com uma suprema corte vendida, nem a ela se pode recorrer, pois a indústria dos habeas corpus, naquela casa está a pleno vapor.

Diz a história que antes de se converter ao cristianismo e ser batizado por São Paulo, Lucas, que havia estudado medicina em Antioquia, exercia a profissão por onde passava, o que o levou a ser chamado de médico em citações bíblicas. São Lucas foi um dos seguidores de Jesus, acompanhando-o enquanto realizava curas e milagres, histórias que retratou em seu evangelho.

 Foi em homenagem a esse santo médico que a data de seu nascimento, 18 de outubro, foi consagrada como o dia do médico em vários países, como Bélgica, Espanha, Itália, Polônia, Portugal e Brasil. “Curar quando possível; aliviar quando necessário; consolar sempre”. Essa famosa frase de Hipócrates, considerado o “pai da medicina”, reflete o sentimento no coração de todos que escolheram como profissão trazer a saúde de volta para a vida das pessoas.

Assim, neste 18 de outubro, dedicado a você médico, num ano especial, como já foi dito, que exigiu muito trabalho, dedicação e sacrifício seja com a própria vida, seja pelo afastamento prolongado da família, tenho certeza que todos os brasileiros em geral e os friburguenses, em especial, principalmente aqueles que se recuperaram de tão nefasta doença, rezaram uma oração e disseram um muito obrigado.

Parabéns pelo seu dia, meus amigos e colegas e que continuem a exercer essa tão nobre profissão com o desvelo com que sempre o fizeram.

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Vacina contra a Covid-19: A pressa pode comprometer sua eficácia?

quarta-feira, 07 de outubro de 2020

Muito se tem falado sobre vacinas, sobre a resistência de certas pessoas a serem vacinadas e, principalmente, sobre a corrida em busca de uma vacina eficaz contra a Covid-19. Aliás, essa seria a maneira mais rápida de deter a atual pandemia e coloca-la no mesmo nível das doenças que outrora assolaram a humanidade (sarampo, varíola, coqueluche, paralisia infantil, tuberculose etc.) e hoje se encontram “domesticadas” ou erradicadas, na maioria dos países onde é adotada a vacinação em massa.

Muito se tem falado sobre vacinas, sobre a resistência de certas pessoas a serem vacinadas e, principalmente, sobre a corrida em busca de uma vacina eficaz contra a Covid-19. Aliás, essa seria a maneira mais rápida de deter a atual pandemia e coloca-la no mesmo nível das doenças que outrora assolaram a humanidade (sarampo, varíola, coqueluche, paralisia infantil, tuberculose etc.) e hoje se encontram “domesticadas” ou erradicadas, na maioria dos países onde é adotada a vacinação em massa.

Na França, país onde o movimento anti vacinação é muito grande (41% dos franceses estimam que as vacinas não são seguras), houve uma série de manifestações quando, em 2018 o governo passou de três para 11 as vacinas obrigatórias nas crianças entre três e 18 meses de vida; mesmo com as evidências de que naquele país, em regiões onde a resistência a essas medidas de saúde pública é muito grande. Por exemplo, a Agência Regional de Saúde do departamento da Nouvelle Aquitaine, mostrou que de 2.567 casos de rubéola confirmados, desde 2018, mais de noventa por cento dos infectados ou tinham recebido doses insuficientes ou nenhuma, da vacina anti rubéola.

Vacinar, portanto, é uma importante ferramenta de saúde pública e as dúvidas que possam existir na população devem ser esclarecidas, com convicção, para evitar fake news e convencer a todos, da necessidade da prevenção de doenças erradicadas, para que elas não voltem mais, como foi a recente crise de sarampo, no Brasil. Ela foi resultado da entrada maciça de imigrantes vindos da Venezuela, país onde não existe um programa de vacinação em massa. Devemos lembrar que também entre nós, tem havido resistência da população contra os programas de vacinação, e isso, talvez, explique o número elevado dos casos de sarampo que surgiu entre nós, naquele episódio.

Mais importante é o uso da vacinação em massa, para prevenção de novas ondas de infecção pelo coronavírus, responsável pela atual pandemia com 35.179.573 casos, até agora, e 1.037.340 óbitos no mundo inteiro. Mas, a pergunta que todos fazemos é com relação a sua segurança, em face da rapidez com que ela está sendo apresentada ao mundo.

O biólogo e professor de virologia do departamento de microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Paolo Zanotto, explicou que o desenvolvimento clínico da vacina é um processo de três fases: "Durante a fase 1, um pequeno grupo de pessoas recebe a vacina experimental; na fase 2, o estudo clínico é expandido e a vacina é dada a pessoas que têm características, como idade e saúde física, semelhantes àquelas para quais a nova vacina está sendo destinada; e na fase 3 a vacina é ministrada a milhares de pessoas testadas com eficácia e segurança", disse.

De acordo com ele, é possível encurtar o tempo de duração deste processo de fases de testes, mas há um problema que quando se encurta muito esses ciclos de desenvolvimento, gera uma estimativa não muito boa de segurança da vacina e outros parâmetros.

A vacina de Oxford e a SinoVac, da China, já estão sendo testadas em voluntários no Brasil em ensaios clínicos na fase 3, que é a última etapa antes de registrá-las junto às autoridades regulatórias. No entanto, é preciso que se atinja a chamada imunidade de rebanho, em que 60% a 70% da população já tenha sido infectada, consiga eliminar o vírus, mas tenha uma resposta anti córpica boa contra o vírus. E essa imunização pode ser conseguida pelo uso de vacinas profiláticas. Daí a necessidade do encurtamento desse tempo.

De acordo com Jon Andrus, especialista em epidemiologia e imunização da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, que foi vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as altas taxas de transmissão comunitária do vírus, como acontece no Brasil, estão entre os principais critérios para poder testar uma vacina. Ele afirma, também: "Certamente, é necessária uma situação em que haja uma forte prevalência de uma enfermidade para poder provar a sua eficácia. Mas penso que no Brasil há uma tempestade quase perfeita para os ensaios, porque além da alta prevalência da Covid-19, o país tem uma longa história de excelência em saúde pública, com instituições de pesquisas reconhecidas mundialmente, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no Rio de Janeiro e o Instituto Butantã, em São Paulo, que há décadas realizam pesquisas e ensaios", afirma o especialista.

Baseado na experiência e seriedade desses dois institutos é que podemos ter confiança de que os testes estão sendo bem avaliados e que em muito breve, estaremos promovendo uma campanha de vacinação em massa contra a Covid-19, entre nós. 

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Mais uma vez a saúde de Friburgo em evidência, negativamente

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Corroborando o que disse na minha coluna da semana passada, a mamata é muito boa, para a existência de 16 postulantes à vaga de prefeito, no Palácio Barão de Nova Friburgo. O descaso com o dinheiro público, o assalto aos cofres da Secretaria Municipal de Saúde, que gere o bem estar da população, aquela mais carente, que só tem o Sistema Único de Saúde (SUS) como tábua de salvação, é um acinte. A trama é feita muito antes do “ungido” ao cargo mais importante da cidade assumir seu posto.

Corroborando o que disse na minha coluna da semana passada, a mamata é muito boa, para a existência de 16 postulantes à vaga de prefeito, no Palácio Barão de Nova Friburgo. O descaso com o dinheiro público, o assalto aos cofres da Secretaria Municipal de Saúde, que gere o bem estar da população, aquela mais carente, que só tem o Sistema Único de Saúde (SUS) como tábua de salvação, é um acinte. A trama é feita muito antes do “ungido” ao cargo mais importante da cidade assumir seu posto.

 A VOZ DA SERRA em sua edição do último fim de semana noticiou: Apontado como “chefe de esquema”, ex-secretário de Governo teve bens apreendidos. Trata-se de Bruno Villas Boas, que segundo relata a reportagem, “os auditores constataram ilícitos na contratação de empresas fornecedoras de medicamentos, com superfaturamento da ordem de R$ 680 mil de uma amostra analisada de R$ 1,34 milhão. Os fatos investigados são relativos à possível ocorrência de corrupção ativa e passiva, fraude ao caráter competitivo da licitação e peculato”.

O mais grave de tudo é que tal ato ilícito foi tramado antes da posse do atual prefeito, durante a famosa transição, que mais parece um acerto de contas entre o governo que sai e aquele que entra. No caso presente, já existia uma portaria que regulamentaria as compras de medicamentos feitas pela Secretaria de Saúde, conforme informou a reportagem: “Apurações futuras iriam indicar que a determinação do governo no sentido de levar adiante a adesão à Ata de Registro de Preços de Duque de Caxias, em desfavor ao processo licitatório 1077/16, que já se encontrava publicamente apto para o devido seguimento desde 9 de novembro de 2016, foi fator decisivo para o pedido de exoneração do ex-secretário Rodrigo Romito Gonçalves, juntamente a outros fatores que, no futuro, iriam redundar inclusive em CPI”.

Essa ata de preços dispensa licitações escancarando as portas para os ilícitos. Aliás, não me levem a mal, mas Ata de Registro de Preços de Duque de Caxias, não deveria ser levada em consideração. O Estado do Rio de Janeiro não é sério e, muito menos, os municípios da Baixada Fluminense.

O Rio de Janeiro chafurda num lamaçal de corrupção, haja visto termos quatro ex-governadores às voltas com a Justiça, um presidiário confesso e outros três em prisão domiciliar. Some-se a isso o atual governador Wilson Witzel, em processo de impeachment e seu vice, na berlinda, vítima de delações premiadas de Edmar Santos, ex-secretário de saúde do estado. Aliás, falou em falcatruas, as secretarias de saúde, seja municipal ou estadual, estão sempre em evidência. Aqueles que querem agir com honestidade, lisura e seriedade, são obrigados a pedirem para sair, seja por ameaças contra a própria vida ou de algum membro da família, ou por não suportarem a pressão imposta por prefeitos e governadores.

No caso de Friburgo, um dos vereadores que denunciou a tramoia engendrada na Secretaria de Saúde, foi o Professor Pierre, que inclusive teve seu automóvel perfurado por um objeto perfurante, que poderia ser uma bala disparada por uma arma de fogo. Na época de tal atentado, Pierre foi ridicularizado, seus detratores querendo fazer acreditar que ele estava querendo aparecer. Naquela época, o atual processo corria em segredo de Justiça.

Se o Ministério Público investigar a fundo, outros casos que são comentados na cidade, poderiam vir à tona, tendo o Hospital Raul Sertã, como epicentro. O problema é conseguir provas dessas ilicitudes.

Portanto, estamos num mato sem cachorro, pois a escolha do próximo prefeito e vereadores é de suma importância para os destinos da cidade. Se antes de entrar já tramam contra o erário, quando estão por cima da carne seca, sai de baixo. Essa é tônica desse maldito estado, pois a história é a mesma em vários municípios, auxiliados por uma legislação calhorda e eivada de más intenções. No Rio, Eduardo Paes e Marcelo Crivella são candidatos a prefeito, mas contra ambos pesam suspeições de maus feitos; em Teresópolis, Mário Tricano que já foi cassado uma vez, afastado na última legislação, volta como candidato; em Friburgo, um prefeito que em nada contribuiu para a melhoria da qualidade de vida do cidadão, corre o risco de ser reeleito.

Acorde eleitor, deixe de ser joguete nas mãos de espertalhões e exerça seu direito de eleitor de maneira digna e sábia. Não seja leviano.

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Eleição é coisa séria. Que em 15 de novembro saibamos separar o joio do trigo

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Depois de um mês de imobilização em função de uma cirurgia do ombro e do falecimento de minha mãe, já me sinto em condições de voltar a escrever meus artigos aqui todas as quartas-feiras. Como as eleições para prefeito, vice-prefeito e vereadores estão próximas, 15 de novembro para o primeiro turno e também no dia 29 para o segundo turno (nos municípios com mais de 200 mil eleitores, o que não é o caso de Friburgo), resolvi abordar esse tema, de importância capital para o país como um todo e para nossa cidade, em especial.

Depois de um mês de imobilização em função de uma cirurgia do ombro e do falecimento de minha mãe, já me sinto em condições de voltar a escrever meus artigos aqui todas as quartas-feiras. Como as eleições para prefeito, vice-prefeito e vereadores estão próximas, 15 de novembro para o primeiro turno e também no dia 29 para o segundo turno (nos municípios com mais de 200 mil eleitores, o que não é o caso de Friburgo), resolvi abordar esse tema, de importância capital para o país como um todo e para nossa cidade, em especial.

A importância dessa eleição, nem sempre levada a sério, como deveria ser. A população brasileira, cerca de 200 milhões de habitantes, vive hoje, em 5.570 municípios e a qualidade de vida e o bem estar social, cultural e da saúde dependem desses senhores que serão eleitos em novembro e tomarão posse em janeiro de 2021.

Sabemos, principalmente os mais velhos, já destituídos das ilusões e dos arroubos típicos da juventude, que eleição é um comércio sujo, onde o toma lá dá cá é a tônica; e o que é pior, a maioria dos candidatos entram na disputa porque a mamata é muito boa. Não fosse assim, Nova Friburgo não teria 16 candidatos inscritos, uma cidade com pouco menos de 200 mil habitantes. Pasmem, a terra do cão sentado tem mais postulantes que a do Rio de Janeiro, com seus 6,32 milhões de cidadãos; lá são 14 os postulantes ao cargo de prefeito da Cidade Maravilhosa.

Portanto, cabe a nós eleitores tentarmos separar o joio do trigo, aliás, coisa dificílima quando orçamentos graúdos estão em jogo, principalmente com a percepção caolha de nossos políticos, de que o dinheiro público não tem dono. Daí a gastança irresponsável de nossos políticos, sejam eles de que nível forem (prefeitos, governadores, presidentes etc.) Não estou exagerando haja visto os milhões de reais que foram gastos com estádios para a Copa do Mundo de 2014, para as Olimpíadas de 2016, nos hospitais de campanha na atual pandemia, que sequer foram inaugurados, nas inúmeras obras públicas iniciadas a peso de ouro e jamais terminadas.

O eleitor tem obrigação de conhecer o candidato no qual vai votar. Não se basear apenas em dados fornecidos na pré-campanha, pois são muito superficiais. E qualquer marqueteiro experiente sabe muito bem como dourar a pílula. Vejam esse exemplo: “O partido X oficializou a candidatura de fulano de tal à Prefeitura de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio”.” O anúncio aconteceu em convenção realizada na quarta-feira,16. Ele tem 49 anos, é vereador e iniciou a carreira política em 1992, quando foi candidato pela primeira vez. Foi secretário municipal por seis vezes, em diversos governos”. É muito pouco, pois nada fala de sua formação profissional e se a exerceu a contento, antes de se tornar político. Faltam dados sobre sua vida pessoal, pois antes de mais nada, a vida pública é um espelho do que acontece na vida privada. Daí ser fundamental uma pesquisa sobre quem vai receber nosso voto, sobre aquele em que depositaremos nossa confiança durante os próximos quatro anos.

Vi, recentemente, numa publicação a seguinte pérola: “Se o mesário é voluntário, o político também deveria ser. Com isso, muitos males seriam evitados”. Não chegaria a tanto já que todo trabalho merece uma remuneração, só que elas deveriam ser repensadas. Tem muito vereador em Nova Friburgo que não ganharia, em sua profissão, a metade do que ganha como representante do povo. Daí que seria necessário um estudo profundo sobre o ganho de nossos políticos. Não é possível que um membro do STF receba R$ 11 mil a título de auxílio moradia e R$ 90 mil de auxílio alimentação, por mês, fora um funcionário para arrumar a toga e puxar a cadeira quando esses senhores tomam assento para o início das sessões.

Apesar de ocuparem cargo na mais alta corte do país, a atividade é muito mais política do que jurídica. E quantos trabalhadores conseguem ganhar mais do que R$ 11 mil como salário mensal? Estamos numa encruzilhada, pois nossos prefeitos e vereadores, dos últimos anos prestaram um desserviço à cidade e é preciso uma tomada de posição por parte dos eleitores. Friburgo precisa de uma mudança radical para voltar a ser um arremedo do que já foi. Votemos com consciência e conhecimento.

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In memoriam de minha mãe

quarta-feira, 02 de setembro de 2020

Mesmo sendo difícil escrever, em função da reconstrução de três tendões rompidos do meu braço direito, precisei fazer um esforço e deixar registrado o que me vai no coração. Na última quarta-feira, 26 de agosto, minha mãe partiu para sempre, e só nos reencontraremos, de novo, se realmente existir uma vida, numa outra dimensão. As lágrimas vão secando aos poucos, mas o aperto no coração, a certeza de não mais vê-la, no nosso dia a dia, ainda permanecerão por muito tempo e, só ele será capaz de aliviar, em parte, essa angústia.

Mesmo sendo difícil escrever, em função da reconstrução de três tendões rompidos do meu braço direito, precisei fazer um esforço e deixar registrado o que me vai no coração. Na última quarta-feira, 26 de agosto, minha mãe partiu para sempre, e só nos reencontraremos, de novo, se realmente existir uma vida, numa outra dimensão. As lágrimas vão secando aos poucos, mas o aperto no coração, a certeza de não mais vê-la, no nosso dia a dia, ainda permanecerão por muito tempo e, só ele será capaz de aliviar, em parte, essa angústia.

É claro que aos 96 anos a saúde de todos é uma linha tênue que pode se romper a qualquer momento, principalmente, numa pessoa que há cerca de dois anos teve um enfarte que comprometeu 50% do coração. Mas, quanto a essa ruptura, a gente sempre finge que ela nunca será possível, pois nós, humanos, não estamos preparados para esse tipo de perda. Mas, aconteceu e ela se foi, deixando aquele vazio que já citei.

Na realidade, minha mãe foi uma vítima indireta da Covid-19, pois até o início de março, ela levava numa boa, sua vida pós-enfarte. Mesmo deixando de ser aquela mulher ativa, que até os 93 anos ainda frequentava aulas de artesanato e nos deixou trabalhos lindos, que estão espalhados na minha casa, na de minha irmã e de netos, sobrinhos e amigos.

No entanto, o confinamento que foi imposto às pessoas de risco, como era o seu caso, começou a minar o seu equilíbrio emocional e mesmo da percepção, pois na última semana de vida, ela já não reconhecia suas cuidadoras e mesmo a nós, seus filhos. Ela chegou a ter um surto psicótico, sendo obrigada a usar medicação específica, tamanha foi sua agitação e até a visão de bichos lhe saindo pelo corpo. Na sua mente, eram os corona vírus. Muito triste para quem a conhecia e assistiu essas crises.

Mas, nem tudo é lamentação, pois afinal ela viveu intensamente a vida e criou a mim e a minha irmã, dentro dos princípios da ética, da honestidade e do amor ao próximo, o que na realidade é um conceito religioso forte, mesmo que ela não fosse uma católica praticante. Minha irmã e eu tudo devemos a nossa mãe, que sempre esteve ao nosso lado nos bons e maus momentos e é por isso que a ficha vai demorar a cair, mas essa é a realidade das coisas e só nos cabe aceita-las.

Um agradecimento em meu nome e da minha irmã a Katia, Paula, Cristiane e Marli, suas cuidadoras que se desdobraram no dia a dia nos cuidados de que ela necessitava. E um agradecimento de coração também aos amigos, parentes e aos nossos filhos, em especial, que nos consolaram nesse momento tão difícil.

Minha mãe quis ser cremada em Nova Friburgo e sua vontade foi por nós cumprida. Fica aqui registrado também nossos agradecimentos à SAF e ao Crematório Luterano, pela atenção que nos foi dada.

Vá em paz D. Maria, que você seja recebida nos braços do Senhor e que continue a velar por nós lá do alto, onde mais uma estrela começou a brilhar, no firmamento.

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Prezados leitores

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Conforme informei aqui em uma coluna publicada em fevereiro deste ano, tomei um tombo quando caminhava, no final da Via Expressa, no Cônego, em virtude de uma falha no calçamento daquela via. Aliás, ruas e calçadas de Friburgo estão em lastimável estado, em função do desgoverno atual que certamente vai tentar a reeleição, na certeza de que os eleitores dessa cidade há muito desaprenderam como votar.

Conforme informei aqui em uma coluna publicada em fevereiro deste ano, tomei um tombo quando caminhava, no final da Via Expressa, no Cônego, em virtude de uma falha no calçamento daquela via. Aliás, ruas e calçadas de Friburgo estão em lastimável estado, em função do desgoverno atual que certamente vai tentar a reeleição, na certeza de que os eleitores dessa cidade há muito desaprenderam como votar.

Por causa desse tombo rompi três ligamentos do ombro direito, um caso tipicamente cirúrgico, mas que ficou em compasso de espera, pois com a pandemia da Covid-19, as cirurgias eletivas ficaram suspensas por um bom tempo. Agora, com o processo de flexibilização em curso, meu ortopedista conseguiu um horário para mim e, nesta terça-feira, 18, eu finalmente vou conseguir reparar a ruptura desses tendões.

A cirurgia em si não é complicada, feita por vídeo laparoscopia e o período de internação, se tudo correr bem é de menos de 24 horas. O problema, e isso me deixa preocupado, é que a anestesia será geral e serei entubado porque será necessário uma dose alta de relaxante muscular para facilitara vida do cirurgião e, sem respiração assistida, o pulmão não funcionaria. Se por um lado a cirurgia não é tão complicada, por outro o pós-operatório é composto de uma imobilidade da articulação do ombro por 40 dias, seguido de pelo menos dois meses de fisioterapia, a fim de que a mobilidade e os movimentos do braço se normalizem. Com o braço direito na tipoia e só usando o braço esquerdo vou virar canhoto na marra.

Assim sendo, tirarei umas férias de 15 dias, uma semana para cicatrização e eliminação do trauma cirúrgico e mais uma semana, para me exercitar e conseguir digitar a contento, com o braço esquerdo. Creio que é apenas uma questão de treinamento, mas não quero assumir um compromisso com o jornal e depois não poder cumprir. Assim, em teoria, ficarei afastado do dia pelo menos até o dia 2 de setembro. Se por acaso não conseguir me virar com uma mão só, terei de estender o tempo de ausência, mas, como o ser humano tem a capacidade de a tudo se adaptar, creio que em breve estarei de volta. Aliás, tempo é o que não me vai faltar, pois terei de ficar mais tempo em casa. Oh vida!. Oh destino! Quarentena por causa do vírus chinês e agora por causa do tombo. Ninguém merece, mas vida que segue.

Deixo aqui um grande abraço para todos, tomem cuidado quando andarem pelas ruas dessa cidade tão maltratada por prefeitos inconsequentes, que prometem tudo na campanha, sabedores de que como não existe, a nível do regime democrático, uma maneira de serem cobrados pelo mau desempenho, se lixam para os eleitores.

Rezem por mim e até breve, se Deus quiser.

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Mais três acusados soltos por Gilmar Mendes

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

“Outros três acusados de praticar desvios em verbas federais destinadas à área da saúde foram soltos pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). São o ex-presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Rodrigo Sérgio Dias; o presidente da Juceg (Junta Comercial de Goiás), Rafael Bastos Lousa Vieira, e o médico Guilherme Franco Netto”.

“Outros três acusados de praticar desvios em verbas federais destinadas à área da saúde foram soltos pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). São o ex-presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Rodrigo Sérgio Dias; o presidente da Juceg (Junta Comercial de Goiás), Rafael Bastos Lousa Vieira, e o médico Guilherme Franco Netto”.

O argumento para soltar os três foi o mesmo usado na soltura de Alexandre Baldy, secretário (licenciado) de Transportes de São Paulo: a falta de razão para prisão. “Segundo o ministro, não há motivos que justifiquem os atos porque os fatos narrados na acusação ocorreram de 2014 a 2018”.

“A prática de conduzir coercitivamente o investigado para interrogatório atenta contra o princípio da presunção de inocência”, afirmou Gilmar Mendes na decisão que soltou Baldy. Ao que respondo a esse pseudojurista de que ladrões de verbas públicas, destinadas à saúde, não deveriam ter nenhuma compaixão. Mas, habeas corpus para bandidos, tem alto valor, no caso para quatro, nem se fala. Lembrem-se de que já publiquei uma tabela da própria OAB, em que o preço mínimo desse instrumento jurídico, para simples mortais, é de R$ 12 mil.

Assinado por um membro do STF, ainda mais para pessoas influentes, deve ser proporcional ao montante desviado. No entanto, isso são apenas ilações, pois na realidade o sr. Gilmar Mendes deveria ser investigado por obstrução da Justiça ou por injúria aos cidadãos de bem desse país, que tentam viver sob a tutela da lei. Um acusado de desvios de verba, solto, vai tentar apagar as provas do seu delito, se utilizando de todos os meios que tiver ao seu dispor. Preso, isso é mais difícil.

Aliás, talvez fosse o caso de um exame de sanidade mental, uma vez que o referido membro do STF é o campeão de HCs distribuídos a pessoas acusadas de corrupção, seja de implicados na Lava Jato, seja de políticos implicados por mal feitos. A vontade de aparecer, de estar sempre nos noticiários, de ser objeto de comentários, pode explicar esse tipo de comportamento. Sem falar na sua fisionomia sempre carregada, típica dos que estão de mal com a vida.

O comportamento de Gilmar Mendes é, também, um espelho do STF de hoje, um grupo de 11 membros que ao contrário de darem à população a tranquilidade que o cumprimento da Justiça e a salvaguarda da Constituição requerem, a mantem em constante sobressalto, diante das aberrações que cometem. Chegados ao mais alto posto da Justiça nacional, a maioria pelas mãos de presidentes comprometidos, tem como norte a “integridade” desses ex-mandatários, haja visto a maneira como manobram para livrar Luís Inácio da cadeia. Não satisfeitos em tentar inocentá-lo das suas condenações, farão o possível para propiciarem sua possível volta ao palácio do Planalto, com o objetivo de acabar de vez com a democracia brasileira, lançando o país na esteira dos países de esquerda. Grande número desses senhores são esquerdistas assumidos.

Sem falar que ao se colocarem contra o presidente atual, numa posição política que vai na contra mão do objetivo da instituição a que pertencem, tentam inviabilizar o governo, numa clara demonstração de que não têm nenhuma preocupação com os destinos do país. Isso é patente no posicionamento que adotaram na condução das diretrizes de combate à pandemia do Covid-19. Foi uma brincadeira de mau gosto deixar a orientação das ações nas mãos de governadores e prefeitos. Haja visto a gastança desenfreada de vários deles, sem que isso tenha trazido ganhos importantes para a saúde da população. Chegaram ao cúmulo, como o governador do Rio de Janeiro, a gastarem rios de dinheiro na construção de hospitais de campanha que nunca foram usados. Vide o de Nova Friburgo.

Se hoje temos mais de 100 mil brasileiros mortos pelo coronavírus, o ônus dessas mortes passa, também, pelo STF ao se intrometer aonde não devia. Usaram a pandemia para tentar desestabilizar um governo, em detrimento do bem maior do cidadão, que é a sua vida.

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A independência do Poder Judiciário

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Aqui como na França, e me refiro à França porque sempre disse que aquele país será o Brasil de hoje, a justiça passa por uma forte perda de credibilidade, como vemos acontecer aqui entre nós. A assembleia legislativa francesa concluiu um estudo, com 40 sugestões que serão apresentadas e debatidas em setembro, para discussão e possível implantação.

Aqui como na França, e me refiro à França porque sempre disse que aquele país será o Brasil de hoje, a justiça passa por uma forte perda de credibilidade, como vemos acontecer aqui entre nós. A assembleia legislativa francesa concluiu um estudo, com 40 sugestões que serão apresentadas e debatidas em setembro, para discussão e possível implantação.

Mas, sem saber o teor dessas sugestões, em função do descrédito e ridicularização porque passa a corte suprema brasileira, com componentes completamente politizados e sem o devido respeito que, em teoria, seus membros deveriam merecer, precisamos com urgência de um reposicionamento do que deveria ser um STF, e a implantação de freios ou de maneiras de censurar ou punir aqueles que se afastam do objetivo principal do STF, que é a defesa inconteste da Constituição nacional e a salvaguarda de decisões judiciais, sem que isso caísse na banalização. Do jeito que a coisa vai daqui a pouco os seus componentes estarão discutindo até briga de marido e mulher.

A coisa chegou a tal banalização, que um deputadinho mineiro entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o presidente da República, pois ele exibia uma caixa de hidroxicloroquina, após a negativação dos seus exames da Covid 19. Ora bolas, médicos ainda podem receitar os medicamentos que julgarem necessários e não vai ser um deputadinho que vai contestá-lo. Se existem estudos prós e contra tal medicamento, cabe ao médico e, somente, a ele decidir o que é melhor para o paciente que o procura.

A primeira coisa que deveria ser discutida é o famoso jeitinho brasileiro, muito usado pelos membros do STF, para interpretar a nossa Carta Magna. Afinal, a constituição foi feita para se cumprida, não interpretada. Aliás, foi o que fez o dr. Ricardo Lewandowsky, ao cassar o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e manter seus direitos políticos intactos. Lá está escrito no artigo 85: 4º – efeitos da condenação por crime de responsabilidade.

A Constituição Federal, quanto ao processo e julgamento do processo de impeachment, estabelece que funcionará como presidente, o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Outro ponto que deveria ser levado em consideração é a obrigatoriedade dos membros do STF serem juízes togados e não simples advogados. Querem excrecência maior do que seu atual presidente, dr. Dias Toffolli, que é bacharel em Direito, mas sem nenhum outro predicado. Pelo menos eu não encontrei, após várias buscas. O exemplo que sempre uso para esse disparate é indicar um médico, que nunca foi cirurgião, para titular da cadeira de Cirurgia Geral, de uma faculdade de medicina. Ou, nas Forças Armadas, um sargento dar ordens num general.

Mas, os pontos mais polêmicos dessa instituição são a vitaliciedade do cargo e o critério de escolha. Deus me livre se deputados e senadores fossem vitalícios, o país já estaria quebrado desde a instalação da República. Como qualquer cargo público, deveria ter um princípio, meio e fim. Poderia ser de oito anos, como é o mandato dos senadores. Com isso, teríamos uma alternância de poder e de ideias. E, aí, cairíamos no critério de escolha. Continuaria sendo de indicação exclusiva do presidente da República, mas baseado numa lista tríplice saída através do Congresso Nacional, da Associação de Juízes Federais (Ajufe) e do chefe do Poder Executivo. Mas, a sabatina por que passa o escolhido, no senado, deveria ser uma avaliação rigorosa e não uma simples homologação, como é atualmente.

Com relação ao afastamento de um membro do STF, por infringir conceitos éticos e morais, poderia continuar nas mãos do Senado, mas seu presidente não poderia engaveta-los, como é feito sistematicamente. Esse teria a obrigação de colocar em plenário, para deliberação, pedidos de impeachment de membros do STF, cujas ações fossem incompatíveis com sua atuação. Creio que com isso, teríamos um STF muito mais enxuto e cumprindo sua verdadeira função.

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