Blog de maxwolosker_18841

Olívia de Havilland morre aos 104 anos

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Morreu no último domingo, 26, aos 104 anos, em Paris, a última estrela da época de ouro de Hollywood, atriz do famoso e épico filme “E o vento levou”, de 1939, no papel de Melanie Hamilton e ganhadora de dois Oscar, prêmio máximo do cinema americano. Suas duas estatuetas são uma de 1946 com o filme “Só resta uma lágrima” e outra de 1949, “Tarde demais”. Curioso que sua atuação num dos filmes campeões de bilheteria e mais assistidos no mundo, da qual foi uma atriz coadjuvante de grande importância, não lhe rendeu nenhum prêmio, apesar da indicação.

Morreu no último domingo, 26, aos 104 anos, em Paris, a última estrela da época de ouro de Hollywood, atriz do famoso e épico filme “E o vento levou”, de 1939, no papel de Melanie Hamilton e ganhadora de dois Oscar, prêmio máximo do cinema americano. Suas duas estatuetas são uma de 1946 com o filme “Só resta uma lágrima” e outra de 1949, “Tarde demais”. Curioso que sua atuação num dos filmes campeões de bilheteria e mais assistidos no mundo, da qual foi uma atriz coadjuvante de grande importância, não lhe rendeu nenhum prêmio, apesar da indicação.

Nascida em Tóquio, em 1916, inglesa por parte de mãe, americana por adoção e francesa de coração, pois morava em Paris desde 1953, foi na cidade luz que seus olhos se fecharam para sempre; longe de seus contemporâneos desde há muito já falecidos e numa solidão, talvez maior do que a própria morte. Aliás, poucos são aqueles que ultrapassam a marca dos 100 anos e, na realidade, talvez isso seja mais motivo de tristeza do que alegrias, mesmo que a capacidade mental e a saúde não estejam comprometidas em demasia.

Num mundo em que os valores estão em constante mutação, mesmo aqueles que são cinéfilos por natureza, terão que forçar a memória para se lembrarem dela num filme lançado em 1939. Aliás, a trajetória dele é curiosa, pois surgiu nas telas no início da segunda guerra mundial e teve sucesso imediato. Além de ter sido o primeiro filme mais longo da história do cinema, com mais de três horas de duração, foi também campeão de bilheteria e, talvez assim o permaneça, se corrigidos os valores dos ingressos ao longo desses 81 anos de existência. Sem falar na sua música tema, que durante muitos anos fez parte da lista das músicas mais tocadas nas paradas de sucesso, nas décadas de 50, 60 e 70.

Na vida tudo passa, principalmente, num mundo em constante evolução, ainda mais depois da banalização da internet, onde os valores se transformam e as novidades são efêmeras, sendo em pouco tempo substituídas por outras. Assim, aqueles com idade acima de 40 anos ainda se lembram de fatos passados, de “E o vento levou” e de Olívia de Havilland. Os mais novos, e aqui não incluo nenhuma crítica por isso, só o saberão se rendeu frutos de trabalhos escolares ou universitários, ou ainda, aqueles que amam a chamada sétima arte (1ª arte – arte sonora (som), 2ª arte – artes cênicas (dança), 3ª arte - pintura (cor), 4ª arte -escultura/arquitetura, 5ª arte - teatro, 6ª arte - literatura (palavra), 7ª arte – artes audiovisuais). Mas, mesmo estes deverão cavar fundo na memória, em função do grande número de títulos que se acumularam durante toda a cinematografia americana e mundial.

Lembro-me que há mais ou menos um mês, quando as notícias sobre a Covid-19 deixavam aparecer alguma outra informação, ter comentado com minha mulher uma matéria sobre Olívia de Havilland. Tal matéria dizia estar ela ainda viva, aos 104 anos de idade, e ser a última remanescente da época de ouro de Hollywood, pois Kirk Douglas, outro gigante dessa época, também nascido em 1916, falecera em 5 de fevereiro de 2020.

Olívia pode ter morrido envolta na solidão, mas permanecerá viva na história da cinematografia mundial e na memória daqueles que ainda se lembram de “E o vento levou”. Descanse em paz.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Uso de máscaras é indispensável numa epidemia

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Li no Santé Magazine, um site de informações francês, um interessante artigo sobre a proteção facial que diz: “As máscaras de tecido não são destinadas a proteger a pessoa que a usa, mas aquelas que estão ao seu redor segundo o princípio de um por todos e todos por um.” Essa é a opinião da Academia Francesa de Medicina (AFM). Se preocupar em não contaminar outras pessoas não deve ser uma atitude isolada, mas um posicionamento coletivo, e seu cumprimento deveria ser rigoroso nos espaços públicos (lojas, bancos, supermercados, farmácias, padarias etc.)” e porque não em público.

Li no Santé Magazine, um site de informações francês, um interessante artigo sobre a proteção facial que diz: “As máscaras de tecido não são destinadas a proteger a pessoa que a usa, mas aquelas que estão ao seu redor segundo o princípio de um por todos e todos por um.” Essa é a opinião da Academia Francesa de Medicina (AFM). Se preocupar em não contaminar outras pessoas não deve ser uma atitude isolada, mas um posicionamento coletivo, e seu cumprimento deveria ser rigoroso nos espaços públicos (lojas, bancos, supermercados, farmácias, padarias etc.)” e porque não em público.

É interessante lembrar que na Ásia o seu uso é um hábito enraizado na população, há muito tempo, nos períodos de epidemia e, talvez, isso tenha contribuído na redução da taxa de contaminação do SARS-CoV-2, em Taiwan, Singapura e Coréia do Sul. Aliás, o grau de preocupação dos indivíduos, nesse continente, é tanta, que mesmo num simples resfriado, o cidadão sai com sua proteção facial, evitando assim propagar a doença.

“Na ausência de vacinas e medicamentos específicos contra a Covid-19, a única maneira de impedir sua progressão é tentar bloquear a transmissão do vírus de pessoa para pessoa. De acordo com a AFM, os últimos estudos mostram que somente 6% dos franceses teriam contraído a doença se a proteção facial tivesse sido utilizada desde o início”. Por isso, o presidente do conselho de administração da academia francesa de medicina, Jean Françoise Matéi, declarou que 80% da população francesa deveria usar a máscara, para que numa segunda onda de contaminação, a taxa fosse abaixo de um, que é o limite de propagação populacional.

É preciso, no entanto, lembrar sempre para o perigo do falso sentimento de segurança pelo fato de estar com a máscara. Não podemos esquecer nunca das medidas básicas de higiene como lavar as mãos e manter o distanciamento social. Esse distanciamento é importante, pois a maioria das viroses respiratórias é transmitida pelo ar, nas gotículas que nele são lançadas seja através da conversação, do ato de tossir ou espirrar. São as chamadas emissões de perdigotos.

Aqui no Brasil não temos esse hábito e me lembro de que, em Friburgo, as primeiras pessoas que saíram às ruas, com máscaras, foram olhadas como alienígenas. E mesmo, hoje, quando as autoridades passaram a cobrar o seu uso dentro de locais públicos ou mesmo na rua, muitos ainda insistem em não portá-las, ou o que é pior, a usam no queixo. Devemos nos lembrar do ditado popular de que máscara no queixo ou no pescoço é que nem colocar a camisinha nos testículos, ou seja, ineficaz.

Não adianta essa celeuma em torno do uso delas, inclusive com ocorrência de agressões e, até mesmo, de mortes por parte de pessoas que se recusam a utilizá-las. Ficamos 15 dias em bandeira amarela e desde a última segunda-feira, 20, houve a determinação de passarmos para a vermelha, pois a taxa média de utilização de leitos de UTI ficou acima dos 70 %. A população, com essa quarentena interminável, não vai aguentar mais esse abre e fecha a que estaremos sujeitos. Por outro lado, temos que nos conscientizar de que nossa colaboração é indispensável. Há de se ter em mente que o pós-pandemia, por um período talvez longo, não será mais como o pré-pandemia e que devemos evitar aglomerações e sair de casa desnecessariamente.

O que vimos nos 15 dias de bandeira amarela, em Friburgo, foi a Avenida Alberto Braune como em dias que antecedem o Natal, com lojas cheias, sem respeito às normas que foram determinadas, uns se jogando em cima dos outros, esquecendo-se do distanciamento de um metro e meio entre as pessoas. Em Olaria foi a mesma coisa, com as lojas de moda intima repletas. O trânsito, então, nem se fala, voltando ao normal ou pior, pois aqueles que não costumam sair de carro aproveitaram, também, para dar uma voltinha. Um horror.

Acho que nosso prefeito deveria vir à público e alertar a população sobre as medidas que a prefeitura está adotando e a necessidade da ajuda mútua; somente a união do esforço municipal e da população podem nos trazer dias melhores.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras

quarta-feira, 15 de julho de 2020

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

De acordo com notícia publicada no Jornal da Cidade on-line, o ministro Gilmar Mendes, em transmissão da revista Isto É, afirmou no último sábado, 11, que há um vazio de comando no Ministério da Saúde. Também disse que se o objetivo de manter à frente da pasta o general Eduardo Pazuello é reduzir o desgaste do Governo Federal na crise, “o Exército está se associando a esse genocídio”. A fala do ministro do STF foi extremamente mal recebida pelo Ministério da Defesa e pelos demais comandantes das Forças Armadas.

Antes de mais nada existe um ditado que diz: “Em boca fechada não entra mosca nem sai besteiras”. Na história recente do país tivemos vários ministros polivalentes, escolhidos para pastas que nada tinham a ver com suas formações. Delfim Neto, economista, foi além de ministro da Fazenda, de 1967 a 1974,  embaixador do Brasil na França entre 1974 e 1978, ministro da Agricultura em 1979 e do Planejamento, de 1979 a 1985. José Serra, também economista, com Fernando Henrique Cardoso ocupou a pasta do Planejamento, Orçamento e Gestão e, também, a da Saúde. Foi  ministro das Relações Exteriores do Brasil, no governo Michel Temer. Portanto, o general Pazuello ser ministro da Saúde do atual governo não deve provocar maiores chiliques. O importante é saber indicar seus assessores, que sendo competentes, tornarão a gestão tão profícua como se um especialista fosse.

Aliás, diga-se de passagem, duas coisas: a primeira, que médicos não são, em princípio, bons administradores, a não ser aqueles que se especializam em administração e gestão. Claro que há exceções. Segundo, o primeiro mandato de Luís Inácio teve o seu mérito, não pelos conhecimentos do presidente, mas pelas escolhas que fez, dos componentes do primeiro escalão.

Foi perfeita a resposta dada pelo atual ministro da Defesa: “O Ministério da Defesa informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares.... O Ministério da Defesa tem o compromisso com a saúde e com o bem–estar de todos os brasileiros.... A mobilização desta pasta começou no dia 5 de fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Regresso à Pátria Amada Brasil. Na ocasião, foram resgatados 34 brasileiros de Wuhan, na China, antes mesmo de aparecer o primeiro caso confirmado de coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro.

A Operação Covid-19, criada em 19 de março de 2020, estabeleceu dez comandos conjuntos espalhados por todo o Brasil, além do Comando Aeroespacial (Comae). Os resultados mostram que a operação está atingindo os objetivos a que se propõe. De lá para cá, foram descontaminados 3.348 locais públicos; realizadas 2.139 campanhas de conscientização junto à população, 3.249 ações em barreiras sanitárias e 21.026 doações de sangue; distribuídos 728.842 cestas básicas; produzidos 20.315 litros de álcool em gel e capacitadas 9.945 pessoas para realizar ações de descontaminação.

É ainda importante destacar que já foram transportadas 17.554 toneladas de pessoal  equipamentos médicos via terrestre, 471 toneladas de pessoal e equipamentos médicos via transporte aéreo, voadas 1.334 horas, o equivalente a 14,5 voltas ao mundo.... Este ano, em face à pandemia causada pelo novo coronavírus, os Ministérios da Defesa e da Saúde, em ação conjunta, intensificaram a assistência à saúde prestada a indígenas em diversas localidades carentes e isoladas do país.

As mais de 200 missões em aldeias indígenas somente na Amazônia Ocidental, realizam atendimentos de saúde, promovem cuidados básicos de saúde e orientam sobre a prevenção de doenças, sempre respeitando os aspectos socioculturais, condizentes com a realidade de cada etnia.” 

Gilmar Mendes é conhecido por declarações polêmicas e acintosas o que nos dá direito também de questionar a composição do STF. No atual, apenas dois ocupantes são juízes togados, sendo os demais advogados, o que para mim é uma aberração, pois em se tratando da suprema corte, ela deveria abrigar apenas juízes concursados, advindos de um concurso sabidamente rigoroso. Poderíamos, portanto, seguir a mesma linha de raciocínio de Gilmar Mendes, afirmando que o STF, promulga sentenças ou habeas corpus estapafúrdios, pois seus membros não têm o conhecimento nem o traquejo de um magistrado. Muitas das vezes, seus atos são muito mais políticos do que jurídicos, o que é condenável.

A bem da verdade, se houvesse um exame psiquiátrico na admissão dos membros do STF, seguramente, Gilmar Mendes seria reprovado.  As suas declarações que geraram todo esse desconforto seriam, também, passíveis de enquadramento no processo de Alexandre de Moraes, pois não passam de fake-news.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Friburgo dá início à flexibilização

quarta-feira, 08 de julho de 2020

Que a população já não aguentava mais ficar em casa não é novidade para ninguém; que os três meses com comércio, restaurantes, outros estabelecimentos não essenciais e indústrias fechadas, restrição nos horários dos ônibus municipais e suspensão dos interestaduais representaram um baque na economia do município, ninguém tem dúvidas.

Que a população já não aguentava mais ficar em casa não é novidade para ninguém; que os três meses com comércio, restaurantes, outros estabelecimentos não essenciais e indústrias fechadas, restrição nos horários dos ônibus municipais e suspensão dos interestaduais representaram um baque na economia do município, ninguém tem dúvidas. A taxa de desemprego aumentou e os casos de fechamento de lojas, renegociação nos contratos de aluguéis e inadimplência de muitos foi mais um adicional nesse caos que transtornou a nossa vida desde fevereiro desse ano, com a chegada da gripe chinesa.  Sem falar nos estudantes de todos os níveis cujo ano letivo ficou comprometido e, apesar das aulas via internet, as autoridades responsáveis pelo ensino não sabem como reorganizar a vida dos alunos. A coisa ficou tão séria que os psiquiatras e psicólogos não têm espaço nas suas agendas.

Mas, desde a última sexta feira, 3, o prefeito de Nova Friburgo conseguiu, por via judicial, iniciar a flexibilização gradual da economia, com a reabertura dos serviços considerados não essenciais e a retomada gradativa das atividades normais da cidade. Isso vai obedecer a uma escala de cores relativas à ocupação dos leitos de UTI, dos quatro hospitais (Raul Sertã, Unimed, São Lucas e Serrano) que compõem a rede de saúde do município. Assim bandeira vermelha significa a taxa média de ocupação acima de 70% dos leitos de UTI disponíveis; laranja, entre 60% e 70%; amarela, entre 50% e 59% e verde, taxa abaixo de 50%.

De acordo com as informações de Leonardo Braz Penna, secretário municipal de Governo, Friburgo está hoje, 8, na bandeira amarela e essa cor vai nortear a vida da cidade até a próxima sexta feira, 10.  Nessa data será feita uma reavaliação e estabelecidas novas normas com validade a partir da próxima segunda-feira, 13. O decreto diz que, caso o município entre na bandeira vermelha de novo, apenas as atividades essenciais estarão autorizadas a funcionar.

O comércio e prestadores de serviços em geral já funcionam desde a última sexta-feira, 3, obedecendo a seguinte escala: bandeira laranja – funcionamento das 12h às 18h, de segunda a sexta-feira, com o acesso dos clientes de forma controlada e com o atendimento na proporção de um cliente para cada funcionário, observando as medidas sanitárias (uso de máscara, disponibilização de álcool em gel nos estabelecimentos além do distanciamento de um metro e meio entre os clientes). Na bandeira amarela – das 12h às 18h, de segunda a sábado, com o acesso dos clientes de forma controlada e com o atendimento na proporção de um cliente para cada funcionário, observando as medidas sanitárias. Na bandeira verde - funcionamento pleno, observadas as regras sanitárias vigentes.

Já as atividades de restaurantes, bares, lanchonetes e congêneres também estão autorizadas a funcionar na bandeira laranja, com até 50% da capacidade máxima de ocupação com distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as mesas. Na bandeira amarela, a capacidade máxima autorizada sobe para 70%. Já na bandeira verde, os estabelecimentos podem funcionar com 100% da capacidade, observando as medidas sanitárias.

Estão incluídos no novo decreto estacionamentos e estabelecimentos especializados na lavagem de veículos assim como barbearias, salões de beleza, estética e congêneres, os quais deverão, obrigatoriamente, prestar serviço na forma de agendamento, sendo vedada a espera de clientes no interior do estabelecimento. Com relação aos shoppings o funcionamento foi retomado na última segunda-feira, 6, das 12h às 20h, mas os frequentadores só podem ter acesso às lojas e à praça de alimentação quando o município estiver com as bandeiras amarela ou verde. Já as indústrias respeitarão o seguinte organograma: bandeira vermelha, funcionamento com até 50% da mão de obra, no caso da laranja até 65%; na amarela pode chegar a 80% e na verde capacidade plena.

É importante frisar que o uso de máscaras é obrigatório e que as normas de distanciamento deverão ser mantidas, assim como as medidas de higienização com a presença de álcool em gel em todos os estabelecimentos. Nos bares e restaurantes o não uso da máscara só será permitido quando o cliente estiver comendo ou bebendo (se existisse uma máscara com fecho éclair na altura da boca seria bem vinda).

É preciso que nós todos tenhamos consciência de que a vida pós-flexibilização não será a mesma de antes do início da pandemia, pois o respeito às normas estabelecidas será fundamental para que tudo se normalize. Eventos com grande frequência de público como shows, desfiles de modas ou exposições levarão, ainda, algum tempo para serem liberados. Naquelas cidades onde a população foi com muita sede ao pote, os níveis de contaminação aumentaram e tiveram de voltar à bandeira vermelha.

Em Friburgo tudo vai depender de nossa adesão e colaboração, portanto, mãos a obra, no entanto, evite sair de casa sem necessidade.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A importância do tratamento precoce na Covid 19

quarta-feira, 01 de julho de 2020

O jornalista Alexandre Garcia, promoveu no último fim de semana uma live, no YouTube, com vários médicos, de várias especialidades com o título: “Covid-19, o tratamento precoce salva vidas”. Um dos objetivos foi o de tranquilizar a população, estressada pelo confinamento prolongado, para mostrar que na fase de replicação do vírus, na primeira semana de contaminação, o tratamento precoce é de suma importância e salva vidas.

O jornalista Alexandre Garcia, promoveu no último fim de semana uma live, no YouTube, com vários médicos, de várias especialidades com o título: “Covid-19, o tratamento precoce salva vidas”. Um dos objetivos foi o de tranquilizar a população, estressada pelo confinamento prolongado, para mostrar que na fase de replicação do vírus, na primeira semana de contaminação, o tratamento precoce é de suma importância e salva vidas. É importante frisar isso, pois minha enteada, morando em Teresópolis, quando apresentou os primeiros sintomas e procurou o ambulatório específico recebeu apenas uma receita de antitérmicos e a recomendação de repouso e afastamento das outras pessoas de sua casa.

Essa live foi organizada em conjunto com o grupo Covid-19 DF, um dos muitos que existem no país, que é a reunião de vários médicos em torno de um objetivo comum, ou seja, o de salvar vidas. Aliás, o de Brasília é o segundo do Brasil, com 290 médicos.

A dra. Hercília Pimenta, idealizadora do grupo, é uma sobrevivente da virose. Além de mostrar as três fases da doença, a inicial cujos sintomas principais seriam: febre (que pode estar ausente), dor de cabeça, congestão nasal, coriza, desconforto na garganta, tosse seca, dores nos olhos e no corpo, fraqueza, cansaço, anosmia (perda do olfato), disgeusia (perda do paladar), tontura, poliúria, aumento do número de evacuações e manchas no corpo. As duas outras são a de inflamação e a de super inflamação.

Ela enfatizou que na fase 1 forma utilizados medicamentos com potencial efeito anti viral como a Hidroxicloroquina, Ivermectina, Azitromicina, Nitazoxanida associada ao zinco que tem um efeito imuno modulador e antiviral e Hemoxiheparina, um antitrombótico, pois muitas vezes esses pacientes têm uma atividade pró trombótica aumentada.

Em seguida, falou o dr. Cássio Prado, prefeito de Porto Feliz, uma cidade há 90 quilômetros de São Paulo, com 50 mil habitantes, que implementou bem precocemente um protocolo tratando os pacientes com os primeiros sintomas, os contactantes e a profilaxia do pessoal de saúde; foi baseado nos protocolos de Madri, Bergamo e Marselha. O diagnóstico foi feito com a sintomatologia, testes e tomografia pulmonar.

Desde 28 de março (quando foi registrado o primeiro caso) até hoje foram distribuídos 1.500 kits, o que foi muito criticado no início, com os medicamentos que já foram citados. Desses 1.500 tratados precocemente, ninguém evoluiu para tubo, respirador, UTI ou óbito. As três mortes registradas, são exatamente daqueles que não fizeram o tratamento na fase 1. Os que passaram para a fase 2 evoluíram bem com o tratamento indicado para esse momento. Uma coisa importante é que os contactantes passaram por uma profilaxia com ivermectina, eram em número de 4.500, com Covid em casa. Hoje, o número deve ser maior. Essa profilaxia foi estendida para trabalhadores em alojamento que tinham alguém infectado entre eles. Nenhum desses contactantes desenvolveu a doença.

Foi feita uma experiência de profilaxia numa quadra com cerca de 290 moradores. Nas quadras ao redor houve casos, naquela específica ninguém se contaminou. Segundo ele, foi uma experiência de sucesso e o que preocupa a Secretaria de Saúde, no momento, são aquelas pessoas que só procuram atendimento já na fase 2 e que demandariam leitos de UTI, como é o caso atualmente. No protocolo constam: Hidroxicloroquina 400 mg de 12 em 12 horas no primeiro dia e 400 mg diários por mais quatro dias ou Ivermectina 6 mg ao dia por quatro dias associado a Azitromicina 500mg por cinco dias. Plasil, Celocoxibe 500 mg diários por cinco dias (no lugar do zinco) e Clexane 40 mg por quatro dias podendo estender por 14 dias.

A profilaxia do pessoal da saúde é feita com Hidroxicloroquina ou Ivermectina. No caso da hidroxi, dois comprimidos no primeiro dia e depois um por semana. Os contactantes usam Ivermectina. Ninguém, felizmente, desenvolveu a doença, exceto dois médicos que se recusaram a fazê-la.

A cardiologista Alexandra Mesquita disse que os pacientes sem arritmia, que usaram a Hidroxicloroquina, nessa dose, não tiveram problemas, comprovado por eletrocardiograma. Enfatisou que essa droga é usada por mais de 70 anos e, se fosse perigosa, na dosagem correta, já teria sido tirada de mercado. A dra. Vânia Brilhante, da Unimed de Belém-PA, mostrou que o colapso hospitalar da cidade só foi resolvido quando eles iniciaram o tratamento precoce, com distribuição de kits com Cloroquina. Em uma semana, a situação melhorou muito, com diminuição importante das internações. A Unimed de Belém, atualmente, está distribuindo esses kits para as cidades do interior, pois a demanda na capital diminuiu.

Portanto, é preciso que a população saiba que deve procurar um serviço de saúde aos primeiros sintomas e que o tratamento precoce e o uso de máscaras, diminui de maneira exponencial o número de internações e o que é mais importante, salva vidas. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A ditadura da toga

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Quem manda no Brasil, hoje, é o Supremo Tribunal Federal (STF). Onze membros, em sua maioria, escolhidos por presidentes de conduta duvidosa, a saber: Celso de Mello (José Sarney), Marco Aurélio de Melo (Fernando Collor), Gilmar Mendes (Fernando Henrique Cardoso), Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Carmem Lúcia (Luís Inácio Lula da Silva), Edson Fachin, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso (Dilma Roussef) e Alexandre de Moraes (Michel Temer).

Quem manda no Brasil, hoje, é o Supremo Tribunal Federal (STF). Onze membros, em sua maioria, escolhidos por presidentes de conduta duvidosa, a saber: Celso de Mello (José Sarney), Marco Aurélio de Melo (Fernando Collor), Gilmar Mendes (Fernando Henrique Cardoso), Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Carmem Lúcia (Luís Inácio Lula da Silva), Edson Fachin, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso (Dilma Roussef) e Alexandre de Moraes (Michel Temer).

Com exceção de Sarney e, talvez Fernando Henrique, os outros tiveram problemas com a Justiça, Collor e Dilma cassados, Luís Inácio preso por mais de um ano e em liberdade provisória e, Michel Temer com cinco processos, referentes à operação Lava Jato, sendo que um foi tornado sem efeito pelo presidente do STJ, João Otávio de Noronha. Desses apenas dois foram juízes antes de serem nomeados para a corte suprema do país, Luiz Fux egresso da Justiça comum e Rosa Weber, juíza do trabalho, concursada. Marco Aurélio já foi juiz do trabalho, mas não prestou concurso, foi indicado. Já na coirmã americana, todos são juízes togados, ou seja, prestaram concurso para a magistratura. Isso faz muita diferença, pois advogado não é juiz, nem poderia ser chamado de tal adjetivo. Só no Brasil, existe juiz por nomeação.

O nosso STF até o final do mandato do presidente Michel Temer tinha uma postura mais discreta, não se expondo muito na mídia. Bastou a eleição de Jair Bolsonaro se consumar, para que a conduta mudasse. Na realidade, a maioria deles foi indicada por presidentes com origens socialistas mais de esquerda ou mesmo comunista travestidos de democratas e não aceitaram a instalação de um governo de direita. À medida que as benesses governamentais secaram, com a farta distribuição de dinheiro para sindicatos, UNE, MST entre outros, além das indicações ministeriais passarem a serem técnicas e não por conchavo político, os problemas começaram. De um lado deputados e senadores passaram a vetar ou descaracterizar a maioria dos decretos governamentais, impingindo várias derrotas a Bolsonaro; de outro o STF, contrariando sua função, passou a legislar.

O que vemos hoje é um avolumar de transgressões a constituição, na contramão do dever precípuo do STF que é a sua garantia. Senão vejamos anteriormente, Lewandowski já rasgara nossa carta magna ao afastar a então presidente Dilma, mas manter seus direitos políticos. Em seguida, Marco Aurélio destituiu o, então, presidente do Senado, Renan Calheiros, tornado réu num processo da operação Lava Jato. Teve que voltar atrás, quando sentiu que na votação plena, seria derrotado. Não satisfeito em desrespeitar a constituição, o STF passou a interferir nos outros poderes: Luiz Fux, intrometendo-se na independência do Poder Legislativo, determinou a anulação do julgamento, pela Câmara dos Deputados, do chamado “Pacote anticorrupção”, sob o fundamento de que houve desrespeito formal na tramitação do projeto.

Mais recentemente, Alexandre de Moraes impediu a nomeação de Alexandre Ramagem para a chefia da Polícia Federal, se metendo no Poder Executivo, pois essa indicação é atribuição do presidente da República. O próprio processo das fake news, de iniciativa de Alexandre, também é inconstitucional, pois no caso de injúria, calúnia ou desrespeito, as delegacias da polícia civil são os locais mais indicados para esse tipo de queixa.

Outra interferência no Poder Executivo foi deixar na mão de governadores ou prefeitos, a deliberação sobre os destinos das medidas a serem tomadas em relação ao combate à pandemia do coronavírus. Abriu-se a comporta para a gastança em determinados estados, com reflexos no atendimento da população. O pior que a ação é de governadores e prefeitos, mas a conta quem paga é o Governo Federal.

O que vemos é um conluio entre os poderes Legislativo e Judiciário para desestabilizar o Poder Executivo. Tanto é assim que, sem entrar no mérito da questão, um deputado do Psol solicitou à corte suprema o confisco do passaporte do até, então, ministro da Educação o que é um disparate. Virou hábito e qualquer medida do presidente tem a interferência do STF, vulgarizando sua imagem já que a discrição deveria ser seu forte. É o contrário da corte americana, cujos membros jamais aparecem em público, para entrevistas ou programas televisivos de entrevistas.

Aliás, o processo das fake news é inconstitucional, pois a carta magna do país referenda a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. Somente as ofensas são dignas de processo o que deveria acontecer com aqueles que propagam ser o presidente Bolsonaro um fascista, nazista, homofóbico. Ainda não vi o presidente processar ninguém, mas deveria.

O pior é que contrariando seus princípios, para governar, Bolsonaro vai ter de indicar para determinados ministérios nomes sugeridos por alguns partidos, visando ter maioria na Câmara e no Senado. Se não o fizer, será presa fácil do Congresso Nacional e do STF.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

D. Maria Leopoldina

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Na semana passada escrevi que líderes e autoridades do primeiro quarto do século 21 não têm mais o peso e o valor daqueles do passado. Com isso na cabeça, resolvi passar pelo século 20 e aterrissar no século 19, conhecido por guerras, revoluções, inovações e pensamentos que marcaram a humanidade até os dias de hoje. Esse período foi importantíssimo para o Brasil, quando deixamos de ser colônia portuguesa e viramos Reino Unido de Portugal e Algarves. Não demorou muito, exatos 14 anos, e nos tornamos um país independente, a primeira monarquia do continente americano.

Na semana passada escrevi que líderes e autoridades do primeiro quarto do século 21 não têm mais o peso e o valor daqueles do passado. Com isso na cabeça, resolvi passar pelo século 20 e aterrissar no século 19, conhecido por guerras, revoluções, inovações e pensamentos que marcaram a humanidade até os dias de hoje. Esse período foi importantíssimo para o Brasil, quando deixamos de ser colônia portuguesa e viramos Reino Unido de Portugal e Algarves. Não demorou muito, exatos 14 anos, e nos tornamos um país independente, a primeira monarquia do continente americano.

Muitos foram os nomes de importância em nossa história, nesse período, mas vou me deter na figura de D. Leopoldina, primeira imperatriz do Brasil e das Américas, da qual sou fã incondicional. Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo-Lorena nasceu em Viena, no palácio de Schonbrunn, em 28 de janeiro de 1797. Era filha do imperador da Aústria, Francisco I e de sua segunda esposa Maria Teresa das Duas Sicílias. Era oriunda de um dos impérios mais importantes da Europa daquela época e teve uma educação esmerada, preparada para reinar, se fosse necessário. Ela baseava-se na crença educacional de "que as crianças deveriam ser desde cedo inspiradas a ter qualidades elevadas, como humanidade, compaixão e desejo de fazer o povo feliz”. Falava seis idiomas, entre eles o português.

Foi essa mulher prendada e culta a escolhida para se casar com Pedro, futuro imperador do Brasil e oriundo de uma corte europeia escrachada, como era a portuguesa. Faço ideia do choque que ela deve ter tido ao conhecer a nobreza portuguesa quando desembarcou, no Rio de Janeiro, em 6 de dezembro de 1817, em especial D. Carlota Joaquina que a detestava. Mas, quem muito ganhou com a sua presença foi o Brasil, pois amante da botânica e da mineralogia, trouxe consigo um mineralogista e seu futuro marido, D. Pedro de Alcântara, tão logo seu casamento foi anunciado, organizou, sob os auspícios da Coroa Austríaca, aquela que viria a ser a principal expedição científica ao interior das desconhecidas (para a ciência) terras brasileiras.

Dizem que D. Maria Leopoldina (ela incorporou o prenome Maria por ser devota da Virgem Maria ou como deferência à corte portuguesa, onde as mulheres tinham o Maria como prenome) não era bonita, mas sua simpatia compensava tudo. No entanto, ela conseguiu se fazer respeitar pelo marido, no que concerne a sua inteligência e perspicácia, a ponto de ser a substituta de D. Pedro, quando esse, já imperador do Brasil, se ausentava da corte em viagens pelo interior.

Com sua educação esmerada ela fazia questão de comer com garfo e faca, quando os hábitos palacianos eram usar as mãos; adotou o Brasil como sua pátria, tanto é assim que não permitia que se falasse outra língua que não o português, em sua presença. Conquistou a todos, principalmente os pobres e os escravos, que ficaram desconsolados quando do seu precoce falecimento. Foi uma verdadeira comoção no Rio de Janeiro e em todo o país, sendo que os escravos soluçavam a perda de “sua mãe”.

Mas, foi no período que antecedeu a independência brasileira que sua presença se fez marcante. O famoso Dia do Fico, em que Pedro decidiu permanecer no Brasil, contrariando as ordens da corte portuguesa, tem o seu dedo. Foi mais abnegada no movimento separatista que o próprio marido, pois este tentava uma conciliação com a futura ex metrópole.

O decreto da independência, assinado em 2 de setembro de 1822, separando o Brasil de Portugal, foi assinado pelo presidente do Conselho de Estado, D. Maria Leopoldina do Brasil, reunido às pressas, face as ameaças portuguesas de voltar o Brasil à condição de colônia. Sua postura, defendendo os interesses brasileiros, é flagrante na carta que escreveu a D. Pedro, naqueles dias conturbados: “É preciso que volte com a maior brevidade. Esteja persuadido de que não é só o amor que me faz desejar mais que nunca sua pronta presença, mas sim as circunstâncias em que se acha o amado Brasil. Só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína”.

Ou seja, enquanto Pedro bradava o famoso “Independência ou morte”, o Brasil já era uma nação independente, sob a batuta de D. Leopoldina. E mais, a bandeira do império é de sua autoria, sendo o verde a cor da casa dos Bragança e o amarelo dos Habsburgo. Nada de mata e ouro, invenção dos republicanos, que tinham de desmistificar tudo que se referia ao império brasileiro, quando da proclamação da República.

A “mãe dos brasileiros” faleceu de septicemia pós-puerperal, no palácio da Quinta da Boa Vista, em 11 de dezembro de 1826, aos 29 anos de idade, deixando entre seus oito filhos aquele, que viria a ser, na minha opinião, o melhor chefe de estado que esse país já teve, D. Pedro II.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A decadência dos titulares das nossas instituições

quinta-feira, 11 de junho de 2020

“Após pedir desculpas pela hidroxicloroquina, agora a OMS (Organização Mundial de Saúde) conclui que pacientes com o coronavírus e assintomáticos (a grande maioria) não têm potencial de infectar outras pessoas.

“Após pedir desculpas pela hidroxicloroquina, agora a OMS (Organização Mundial de Saúde) conclui que pacientes com o coronavírus e assintomáticos (a grande maioria) não têm potencial de infectar outras pessoas. Milhões ficaram trancados em casa, perderam seus empregos e afetaram negativamente a economia.” Essas palavras foram ditas pelo presidente  Jair Bolsonaro, mas poderiam ter sido emitidas por qualquer pessoa, ao ser surpreendido com as novas declarações dos três trapalhões da Organização Mundial da Saúde, Maria Von Kerhove diretora dos programas de emergências sanitárias; Tedros Adhanom Ghebreyesus, seu presidente e Michael Ryan, diretor executivo.

Esse posicionamento mostra que o órgão supremo da saúde mundial está mais perdido do que cego em tiroteio, não tem bases científicas para comandar os destinos do mundo numa séria crise de saúde e, na realidade, age de acordo com objetivos não muito claros. Não pode cobrar certas atitudes de seus afiliados se não tem a convicção necessária para sustentar seus argumentos.

Mas, o que vemos nesse primeiro quarto do século 21, é um fenômeno que vem se acentuando com o passar dos tempos. O nível daqueles que detêm postos de comando ou de representação das várias entidades, não têm mais o peso e o valor daqueles do passado. Raríssimas são as exceções, como é o caso da chanceler alemã Ângela Merckel. Com isso assistimos a uma “mediocrização” das instituições, com a consequente banalização de suas atitudes. Pessoas sem preparo para exercerem os cargos que ocupam, colocando em risco a segurança e a vida dos cidadãos.

As economias mundiais sofreram fortes abalos, com seus respectivos PIBs despencando, com todo mundo trancado dentro de casa, sofrendo no caso de americanos e europeus, multas pesadas, se fossem pegos na rua sem um objetivo bem definido; tudo isso por orientação da OMS, pregando que a quarentena horizontal, todos enjaulados, atrasaria o colapso dos hospitais na luta contra a pandemia. Seria a única maneira de garantir vagas em CTIs para todos, pois o ritmo de contágio seria mais lento. Não foi o que se observou nos Estados Unidos, França, Itália, Espanha, Brasil países muito afetados pela pandemia.

Nesse mesmo raciocínio, combateram ativamente o uso da hidroxicloroquina, mesmo com os trabalhos divulgados pelo cientista francês Didier Raoult, do hospital Raymond-Poincaré. Basearam-se no trabalho divulgado pela revista The Lancet, que mostrou ser o fármaco inócuo no tratamento do corona vírus, em função de um estudo levado a cabo em cinco continentes diferentes, com metodologia científica não uniforme.

Quando a Lancet fez o seu mea culpa e reconheceu a nulidade, em termos científicos, daquele estudo, não restou à OMS reconhecer o seu erro e cassar a maldição lançada sobre a cloroquina. Quantas vidas não poderiam ter sido salvas se o tratamento precoce com a “renegada” tivesse sido instituído? A mesma pergunta podemos fazer, após o cândido reconhecimento pela mesma OMS, de que os pacientes assintomáticos não têm o potencial de infectar outras pessoas.

Será que esse pandemônio causado às economias do mundo inteiro era mesmo necessário? A quem interessa esse caos generalizado a nível mundial? Quem a OMS está acobertando? Já foi exaustivamente comentado que a OMS atrasou, em 15 dias, o comunicado do desastre global iniciado na China. O pior é que, posteriormente, a diretora Von Kerhove afirmou que foi mal interpretada, pois o que quis dizer é que não se sabe a real extensão do potencial de contágio dessas pessoas assintomáticas.

Mas, a entidade máxima da saúde mundial não teria chegado a tais disparates se os líderes das potências envolvidas, não tivessem baixado a cabeça para os mandos e desmandos do sr. Tedros e colaboradores. Nesse mês de junho comemorou-se os 76 anos do desembarque das tropas aliadas, na Normandia, em 6 de junho de 1944, talvez uma das maiores operações de guerra dos últimos tempos. Será que os líderes de hoje teriam a determinação, a inteligência e a coragem daquele que estiveram no comando de tal empreendimento? Difícil responder.

Entre nós, basta fazer uma comparação entre os membros do STF e do Congresso Nacional de hoje com os do século passado, para termos consciência de como o nível baixou. Esse rebaixamento não diz respeito somente ao preparo intelectual deles, mas ao posicionamento ético e moral dos mesmos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A cada crise, o presidente Bolsonaro aumenta sua credibilidade

quarta-feira, 03 de junho de 2020

Deve ser muito difícil para um presidente da República sofrer achincalhes, ironias e desrespeito diuturnamente. O que seus os adversários não perceberam ainda, é que a cada ataque planejado, ele sai mais fortalecido, vide a manifestação monstro que ocorreu no último domingo, 31 de maio, na capital federal e na Avenida Paulista, em São Paulo. Se fôssemos um país mais sério, uma grande parte das notícias veiculadas pela grande mídia, mereceria ações judiciais para comprovar sua autenticidade.

Deve ser muito difícil para um presidente da República sofrer achincalhes, ironias e desrespeito diuturnamente. O que seus os adversários não perceberam ainda, é que a cada ataque planejado, ele sai mais fortalecido, vide a manifestação monstro que ocorreu no último domingo, 31 de maio, na capital federal e na Avenida Paulista, em São Paulo. Se fôssemos um país mais sério, uma grande parte das notícias veiculadas pela grande mídia, mereceria ações judiciais para comprovar sua autenticidade.

Podemos citar a cinematográfica demissão do ex-ministro Sérgio Moro, gestada para atingir a credibilidade e popularidade do presidente Jair Bolsonaro e que culminou com a destruição total da imagem que Moro construiu durante seu período à frente da operação Lava-Jato. Quando se entendeu o que estava por trás de sua demissão, o presidente saiu mais fortalecido. Na realidade, Moro trabalhava contra seu superior.

No bojo desse imbróglio, o “decano” do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, que não esconde de ninguém seu ódio por Bolsonaro, resolveu usar o vídeo da reunião ministerial, citada por Moro, como prova de que o presidente queria interferir na Polícia Federal, (em tempo o verbo interferir tem vários significados como interceder, intervir, pedir, solicitar, advogar, rogar etc). Mais uma vez o tiro saiu pela culatra. Quem assistiu à fita, nada viu que incriminasse o presidente. Viram sim, um propalado defensor da Constituição desrespeitá-la, uma prática que vem se tornando comum entre os membros do STF (vide interferências de Ricardo Levandowsky e Alexandre de Moraes) ao liberá-la sem cortes.

O correto seria dar conhecimento ao público apenas do teor que embasaria a denúncia de Moro. Esqueceu-se de que numa reunião à portas fechadas, fala-se muita coisa na certeza de que ela não cairá no domínio público, é uma verdadeira lavagem de roupa suja. Quantos jornalistas já tiveram problemas, quando não perceberam que antes ou depois de uma entrevista alguém se esquecera de desligar o microfone?

A causa imediata dessa liberação resultou na concorrida participação de apoio da população ao presidente Bolsonaro no último domingo, em Brasília. E, em consequência, a não recriminação ao ministro Weintraub, pois seu desabafo representa a opinião de uma parcela respeitável da população. Deve-se ter em conta que a sugestão de seu afastamento, feita pelo outro membro do STF, Marco Aurélio, não tem o menor cabimento, pois não foi feita em público e sim entre quatro paredes. Se foi tornada pública, é outro problema. Aliás, as pessoas estão esquecendo que vivemos hoje, uma verdadeira ditadura da toga. Vide o sr. Celso de Mello que agora determinou a suspensão do recolhimento do celular de Bolsonaro. Mandam e desmandam a seu bel prazer.

Mas, como cutucar o leão com vara curta pode ter consequências desastradas, Celso de Mello resolveu se superar ao pedir o confisco, para análise, do celular do presidente da República. Não satisfeito solicitou a câmera que filmou a reunião. Deboche por deboche, já que foi solicitado o celular, eu retiraria os chips e entregaria o telefone e a câmera. Mas, reparem que além da interferência de um poder sobre o outro, já que a independência dos três poderes da República é causa pétrea constitucional, a meu ver não tem nenhum cabimento. Ainda mais que o próprio STF proibiu o confisco dos celulares de Adélio Bispo e dos seus advogados de defesa. E o medo de que tais celulares pudessem conter informações sobre o possível mandante do atentado?

Não só o presidente disse que provocaria uma crise institucional, pois não o entregaria como desencadeou a reação imediata do general Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e de outros generais, criticando a medida inconstitucional do STF e, o que é pior, que isso poderia desencadear uma crise de grandes proporções, de caráter imprevisível. Esse episódio, a meu ver, também contribuiu para engrossar o número de participantes da marcha do último domingo, na capital federal.

Os pascácios, como diria Nélson Rodrigues, não entenderam ainda que a perseguição implacável à figura de Bolsonaro só aumenta sua popularidade. Agem como os escorpiões que mordem a própria cauda e provocam sua destruição. O mais grave, é a imagem que fica do Brasil lá fora, quando as fofocas políticas, típicas de comadres, obscurecem o objetivo maior que é o enfrentamento à pandemia que nos assola, hoje relegada a segundo plano. Os embates políticos são mais importantes.

E um alerta aos mais jovens, que não viveram a década de 1960. O clima político que vivenciamos hoje lembra em muito, aquele que antecedeu à intervenção militar de 1964, de triste memória e que ninguém quer que se repita. A democracia é um regime em que vencedores e vencidos têm de conviver em harmonia. A amizade pode ser difícil, mas o cavalheirismo, jamais.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Ainda sobre a hidroxicloroquina

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Em função de críticas recebidas, ao médico e jornalista que sou, sobre o artigo que publiquei aqui na quarta-feira passada, 20, intitulado “A polêmica sobre usar ou não a cloroquina”, transcrevo abaixo o artigo escrito pelo médico Alfredo Guarischi (membro da Câmara Técnica de Oncologia do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro – Cremerj; colaborador do Proqualis-ICICT-Fiocruz-MS; organizador do Congresso Safety e do Gerhus), conceituadíssimo na cidade do Rio de Janeiro.

Em função de críticas recebidas, ao médico e jornalista que sou, sobre o artigo que publiquei aqui na quarta-feira passada, 20, intitulado “A polêmica sobre usar ou não a cloroquina”, transcrevo abaixo o artigo escrito pelo médico Alfredo Guarischi (membro da Câmara Técnica de Oncologia do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro – Cremerj; colaborador do Proqualis-ICICT-Fiocruz-MS; organizador do Congresso Safety e do Gerhus), conceituadíssimo na cidade do Rio de Janeiro. Publicado em (https://cbc.org.br/o-que-nao-foi-publicado-na-the-lancet/) veio em boa hora por causa da referência feita à revista The Lancet, esta semana no jornal da Rede Record.

O que não foi publicado na The Lancet

A cloroquina (CQ) foi sintetizada em 1934, e a hidroxicloroquina (HCQ), em 1950, medicamentos empregados por décadas para tratar malária, lúpus e artrite reumatoide. Seu uso em outras patologias ainda desperta debates acadêmicos nem sempre saudáveis.

Em 22 de maio, Mehra e colaboradores publicaram na revista The Lancet um estudo com mais de 98 mil pacientes com Covid-19 hospitalizados. O desfecho clinico de 96.032 pacientes foi analisado.

Sua conclusão principal foi que os 14 mil pacientes tratados com HCQ ou CQ, quando usadas isoladamente ou associadas a um antibiótico macrolídeo (Azitromicina), redundou na diminuição da sobrevida hospitalar, aumento de arritmias cardíacas, tempo de internação no CTI e uso de ventilador mecânico. O grupo controle, não randomizado, foi de 81mil pacientes que não receberam o tratamento experimental.

Ora bolas, diante de uma conclusão tão enfática, por que comentar o artigo que foi manchete até da grande imprensa, que chegou a publicar que é hora de deixar essas drogas descansarem? Respondo: porque faltaram importantes informações no artigo.

Um grupo de 852 pacientes, por terem feito uso da medicação experimental por mais de 48 horas antes da admissão hospitalar, não teve o desfecho de seu quadro analisado. Esse grupo representou 38% do total dos pacientes excluídos. Se estivessem na análise, aumentaria em 17% o número total de pacientes tratados experimentalmente. Será que o uso por um tempo maior antes da internação teria impacto no desfecho clínico? Por que não publicaram, até em separado, o resultado desse grupo?

No dia seguinte da publicação on-line, escrevi um e-mail para o autor principal, dr. Mehra, solicitando sua ajuda para entender melhor o artigo. Em menos de duas horas, recebi sua resposta: “Ótimas perguntas, mas difíceis de responder, pois esse banco de dados é principalmente relacionado a hospitalização. Desejo-lhe tudo de bom”. Essa observação mostra seu respeito às dúvidas científicas e como está no artigo publicado, os autores reconhecem a necessidade de “confirmação urgente dos ensaios clínicos randomizados”.

Está correto. Sua publicação tem falhas metodológicas, apesar do uso de diversas ferramentas estatísticas para mitigar os problemas relacionados a estudos retrospectivos. Não sabemos a real diferença e qualidade do tratamento médico empregado nos 617 hospitais escolhidos, em seis diferentes continentes, assim como a uniformidade da coleta dos dados. Dados clínicos obtidos de prontuários eletrônicos e com codificações distintas sofrem distorções, mesmo com a utilização de sofisticados filtros estatísticos.

Outro ponto preocupante é que a dose das drogas experimentais (para essa nova doença) utilizada não foi uniforme, e, em média, foi 50% maior do que a utilizada no tratamento das doenças para as quais já estão cientificamente aprovadas.

The Lancet, fundada em 1823, faz parte do seleto grupo de revistas médicas nas quais somente artigos revistos e aprovados por um corpo editorial de especialistas são publicados. Apesar disso tudo erram.

A revista inglesa, referência mundial, demorou 12 anos para reconhecer como fraudulento o estudo publicado que ligava a vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (MMR) com o aparecimento do autismo. Somente em fevereiro de 2010 afirmou que “agora está claro que vários elementos do artigo publicado em 1998 eram incorretos”. Mas o desastre contra a ciência já estava feito. O movimento mundial antivacina cresceu, resultando no ressurgimento de doenças.

Há muitas questões em relação ao tratamento na fase inicial dessa nova e ainda desconhecida doença, que só serão respondidas com estudos científicos. Não sabemos qual o real impacto de medicamentos administrados em sua fase inicial, como o do uso de antivirais caríssimos, que já permitiram lucros enormes aos detentores de suas patentes nas bolsas de valores, ou de fármacos antigos e baratos (HCQ e alguns vermífugos).

Apesar da qualidade profissional dos seus autores e da The Lancet, esse artigo é mais um que deva ser interpretado com ressalvas. Pode estar correto, mas os dados publicados não corroboram a conclusão.

Seria interessante saber como os dados de todos os 96.032 pacientes, hospitalizados no período de 20 de dezembro de 2019 até 14 de abril de 2020, puderam ser revistos e aprovados pelo corpo editorial de especialistas externos e serem publicados em 22 de maio de 2020.

A ciência precisa de metodologia para não falhar; os pesquisadores e as revistas médicas não deveriam ter pressa. Com isso o lucro social seria maior.

 

Foto da galeria
Cuidados para evitar a gripe publicados na imprensa há pouco mais de um século
Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.