Futebol medíocre na América do Sul e exuberante na Europa

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Na coluna de hoje, 14, abordo as duas finais do último fim de semana: a da Copa América que colocou frente a frente dois ex-protagonistas do futebol mundial, Brasil e Argentina, e no velho continente, também duas seleções de longa história, Itália e Inglaterra decidiram a Eurocopa de 2020. Chamou atenção o nível medíocre do atual futebol sul americano e aquele, exuberante, que é jogado no velho continente.

Brasil e Argentina foi um jogo duríssimo de se ver, com as costumeiras faltas grosseiras cometidas pelos portenhos e muitos erros, principalmente do Brasil, um futebol comparável ao da série C do Campeonato Brasileiro; mesmo assim, a Argentina derrotou o Brasil por 1 a 0, no último sábado 11, no Maracanã, e foi campeã da Copa América. O gol, aliás, um golaço, foi marcado por Ángel Di Maria aos 21 minutos do primeiro tempo, em falha grotesca de Renan Lodi que deu a bola de bandeja para Di Maria. Foi o primeiro título relevante do astro Lionel Messi pela equipe principal de seu país, um feito perseguido há muito tempo e que encerrou um jejum dos argentinos de 28 anos sem taças.

No domingo, 12, com Wembley cheio, foram vendidos 65 mil ingressos e foi a vez da decisão da Eurocopa entre a Itália, tetra campeã do mundo em 1934, 1938, 1982 e 2006 e a Inglaterra, campeã mundial em 1966. Aliás, ela é uma das duas mais antigas seleções nacionais de futebol do mundo; juntamente com a Escócia com a qual disputou a primeira partida oficial entre seleções em 1872; a casa da seleção inglesa é o estádio de Wembley, em Londres. Quis o destino que após 53 anos do seu primeiro e até hoje único título da Eurocopa, a Itália voltasse a sentir o gostinho de ser campeã continental de seleções. E foi com brio e jogando em território adversário que a Azurra saiu atrás da Inglaterra logo no começo da partida, mas igualou no segundo tempo e venceu nos pênaltis (3 a 2), contando com duas defesas do goleiro Gianluigi Donnarumma.

Como vários jogos dessa Eurocopa, a sua grande final não poderia ser diferente e mostrou um futebol de encher os olhos dos torcedores, estivessem eles no estádio ou diante de um telão. Como bom descendente de italianos, meus bisavós maternos eram de Florença e chegaram ao Brasil na virada do século 19 para o 20, minha torcida era toda para a Itália. Já no almoço, comi um talharim à bolonhesa, prato típico da região italiana da Bolonha; durante o jogo eu e um primo saboreamos um vinho italiano e, já com o título assegurado, lanchei melone e prosciutto, um prato típico da região de Siracusa, na Sicília.

Acho que o grande erro da Inglaterra foi fazer um gol muito cedo, logo aos dois minutos do primeiro tempo, com isso ela recuou o time, para jogar no contra ataque e deu campo para a Itália, que na minha maneira de ver futebol, tem um time superior. Mas, é daquelas partidas que mesmo o perdedor sai com a sensação do dever cumprido, já que a igualdade nos 90 minutos e mais os 30 da prorrogação, levou a disputa para os pênaltis. Nesse momento quem tinha mais equilíbrio emocional, levaria o título e a Inglaterra, jogando em casa e jamais tendo vencido uma Eurocopa, era a seleção mais fragilizada. Não deu outra coisa. A seleção italiana converteu três dos cinco pênaltis cobrados e a inglesa somente dois. A azurra foi a legítima vencedora, levando a taça para Roma, num jogo limpo, sem faltas grosseiras e muito disputado.

Como já disse, Brasil e Argentina fizeram um jogo de envergonhar torcedores, justamente no estádio do Maracanã, atual Mário Filho, que já foi o maior palco do futebol mundial e por onde passaram craques consagrados aqui e no exterior. Lamentável.

Publicidade
TAGS:

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.