Blog de gabrielalves_28238

101 edições, um recomeço!

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

O tempo corre, galopa em meio aos afazeres do cotidiano. Cabe a nós entender o que fazemos e como lidamos com ele. Na última semana, quando me dei conta, estava prestes a completar a expressiva marca de 100 textos publicados nesta coluna em A VOZ DA SERRA. Motivo de muita comemoração! Cheguei a pensar em escrever como forma de agradecimento, mas decidi deixar para depois. O “100” me passou a sensação de encerramento e eu não quero comemorar encerramentos; quero comemorar recomeços.

O tempo corre, galopa em meio aos afazeres do cotidiano. Cabe a nós entender o que fazemos e como lidamos com ele. Na última semana, quando me dei conta, estava prestes a completar a expressiva marca de 100 textos publicados nesta coluna em A VOZ DA SERRA. Motivo de muita comemoração! Cheguei a pensar em escrever como forma de agradecimento, mas decidi deixar para depois. O “100” me passou a sensação de encerramento e eu não quero comemorar encerramentos; quero comemorar recomeços.

Hoje somam-se 101 semanas consecutivas – prestes a completar dois anos de publicação da coluna Educação Financeira – juntos, falando sobre dinheiro, analisando o contexto social que permeia nossos estudos e democratizando o acesso às informações financeiras. Por falar em dinheiro, precisamos desmistificá-lo; transformar a forma como é encarado hoje e acabar com abordagens que o transformam em tabu. Dinheiro é ferramenta, e ferramentas dependem de conhecimento para serem utilizadas da maneira correta.

Em 101 semanas, tenho certeza de que muita gente pode ter passado pelo primeiro contato ou lapidado um pouco mais os conhecimentos financeiros. Nesse tempo, já falamos sobre uma grande diversidade de alternativas de investimentos, técnicas sobre gestão de orçamento doméstico, mecanismos de crédito, segurança financeira e até alertamos sobre como organizações criminosas põem em risco o seu dinheiro com investimentos fraudulentos. Há sempre um grande toque contemporâneo que busca conectar o mundo das finanças ao que está acontecendo agora. A propósito, você soubeu que o Copom elevou mais uma vez a taxa Selic na reunião da última quarta-feira, 27, e agora passam a valer juros de 7,75% ao ano?

Quem vem posicionado em títulos pós fixados e atrelados a altas taxas do CDI será premiado por isso; por outro lado, os pré fixados estão se tornando cada vez mais atrativos enquanto a nossa política monetária trava sua batalha com as metas de inflação.

Em todo esse tempo (e espero que o destino ainda nos presenteie com muito mais), não foi nada fácil encontrar novos temas e digitar novos três mil caracteres a cada sete dias. Tem sido um grande desafio, e o que mais me dá forças para seguir é a responsabilidade assumida por mim em levar esse conhecimento adiante. Eu tenho um compromisso com você e nós vamos juntos até o fim – se é que haverá um fim.

Vê como a gente pode, e deve, falar de dinheiro? Dinheiro não é ruim, não é mau e também não é apenas uma ferramenta de troca; é instrumento de políticas sociais. Precisamos nos familiarizar com a ideia de lidar com finanças de forma mais aberta e comunicativa. Em meio a negociações globalizadas e capitalistas, não há como lutar contra o sistema; é preciso entender a dinâmica e debater as regras em prol do que acreditamos.

Afinal, no que você acredita?

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Já investiu em títulos de crédito privado?

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

            Foram inúmeras as possibilidades de investimentos abordadas neste espaço, mas acredita que nunca conversamos sobre títulos de crédito privado? É claro, já citamos a classe (ou, minimamente, o nome dos títulos referentes a ela), mas ainda não dediquei uma coluna inteira ao tema. Chegou o momento!

            Foram inúmeras as possibilidades de investimentos abordadas neste espaço, mas acredita que nunca conversamos sobre títulos de crédito privado? É claro, já citamos a classe (ou, minimamente, o nome dos títulos referentes a ela), mas ainda não dediquei uma coluna inteira ao tema. Chegou o momento!

            Crédito privado é a alternativa de investimento em renda fixa que mantém todas as características de remuneração e liquidez definidas no momento da contratação. Mas a grande diferença para outros ativos da renda fixa – como os CDBs, por exemplo – é a ausência das garantias do Fundo Garantidor de Crédito (FGC); o que pode promover maior potencial de rentabilidade devido ao maior risco. Contudo, é importante entender os outros mecanismos de segurança que protegem o investidor que esteja interessado em diversificar suas alocações.

            Como o próprio nome sugere, os títulos de crédito privado são ativos representativos de dívidas; ou seja, o investidor torna-se credor ao comprar os títulos emitidos por uma instituição privada que torna-se a parte tomadora do crédito. Basicamente, o investidor (você) empresta dinheiro para uma empresa e os recursos podem ser utilizados de diferentes formas, como expansão de lojas ou reposição de fluxo de caixa, por exemplo. A finalidade do crédito costuma ser especificada na emissão do título e este é um mecanismo que possibilita acesso a recursos mais baratos do que através de instituições financeiras.

            “Mas, afinal, quais são as minhas garantias ao optar por estes ativos?” Títulos de crédito privado não são opções tão conservadoras como os títulos bancários e é importante entender o que está em jogo no momento da negociação. Instituições privadas responsáveis pela emissão destes títulos são classificadas de acordo com o rating de risco e podem variar das seguintes maneiras:

 

            Rating de Longo Prazo na escala nacional: AAA (mais alto); D (mais baixo)

            Rating de Curto Prazo na escala nacional: A-1 (mais alto); D (mais baixo)

 

            É claro que entre o rating mais alto e mais baixo existem diversas classificações e eu fiz questão de trazer apenas o conhecimento sobre como é classificado o risco de crédito das empresas em questão. Como você pode já ter percebido, os títulos de crédito privado são alternativas mais complexas dentro da renda fixa e isso exige mais conhecimento para o seu investimento. Portanto, não deixe de procurar informações mais específicas para cada um dos seus investimentos nesta classe de ativos.

            E por que investir em algo mais complexo? Por conta do potencial de remuneração promovido pelo ativo. Lembro-me bem de um título distribuído pelo meu escritório há cerca de seis meses, quando o Aeroporto Internacional de Guarulhos emitiu sua dívida e retribuía ao investidor uma taxa híbrida de IPCA + 10% ao ano. Altamente atrativo para um investimento em renda fixa, não acha? É por isso que você deve se manter sempre atento (e um profissional de assessoria de investimentos pode te ajudar) às diferentes oportunidades que o mercado proporciona. Então esteja sempre aberto (se fizer parte do seu perfil de investidor, é claro) às possibilidades em CRIs, CRAs e debêntures; podem ser ótimas alternativas de investimentos.

 

Gabriel Alves é consultor financeiro. Escreve às sextas-feiras.

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Como proteger meu poder de compra?

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

            Esta semana recebi o ilustre convite de Lucas Barros, também colunista de A VOZ DA SERRA, que assina “Além das Montanhas” às quintas-feiras, para contribuir com seu texto sobre inflação; um tema delicado e demasiado importante quando o assunto é saúde financeira. Ter o seu poder de compra corroído ao longo do tempo é um grande problema social que só interessa governos – e enquanto forem detentores da capacidade de inflacionar uma economia, o desrespeito à população existirá.

            Esta semana recebi o ilustre convite de Lucas Barros, também colunista de A VOZ DA SERRA, que assina “Além das Montanhas” às quintas-feiras, para contribuir com seu texto sobre inflação; um tema delicado e demasiado importante quando o assunto é saúde financeira. Ter o seu poder de compra corroído ao longo do tempo é um grande problema social que só interessa governos – e enquanto forem detentores da capacidade de inflacionar uma economia, o desrespeito à população existirá. Mas não vamos – pelo menos não hoje – entrar no mérito de como os bancos centrais executam estas atividades e precisamos focar em como proteger seu patrimônio no momento mais atípico desde o Plano Real.

            Aos mais velhos, o antigo overnight diz muita coisa sobre proteção de poder de compra durante as décadas de 80-90. À época, superar a inflação era dobrar seu capital em poucas semanas – realidade inimaginável nos dias de hoje (o que, de fato, não reduz o impacto social vivido nos dias atuais). Portanto, como alocar seu capital neste momento?

            Primeiro, vamos analisar as taxas de mercado e preços para entender a conjuntura. O mês de setembro deste ano fechou com IPCA de 1,16% e CDI de 0,44%, o que representa a necessidade de remuneração acima de 163% CDI (já limpos de imposto de renda) apenas para manter o seu poder de compra. Sabe qual foi a rentabilidade da caderneta de poupança para o mesmo mês? Apenas 0,3% (70% CDI).

            Mas como superar o IPCA? Existem algumas possibilidades e as mais seguras estão na renda fixa com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – que assegura o capital do investidor em até R$1 milhão por CPF. Os CDB, LCI e LCA, entre muitos outros, são exemplos de títulos de investimentos categorizados dentro desta classe de ativos e podem ser uma ótima alternativa para seus investimentos.

            Definidos os títulos, é hora de analisar a liquidez dos investimentos; o prazo de vencimento. Como o risco de crédito é anulado pelo FGC, podemos considerar a liquidez como o único risco dos investimentos em renda fixa e este é um ponto a ser analisado com cautela, pois o capital alocado só pode ser resgatado com a devida rentabilidade após a data de vencimento do título. Isso pode custar caro para investidores despreparados e sem planejamento, mas é uma ótima opção para quem sabe o que está fazendo.

            Por fim – e muito longe de ser menos importante –, é hora de garimpar boas rentabilidades. A classe em questão pode ofertar três tipos de rentabilidade: pré-fixado, pós-fixado e híbridos. Vamos a eles:

Pré-fixados: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa anual nominal (por exemplo: 8,55% a.a.).

Pós-fixados: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa indexada a juros (por exemplo: 148% do CDI).

Híbridos: a remuneração é definida no momento da contratação através de uma taxa indexada a inflação mais uma taxa anual nominal (por exemplo: IPCA + 4,20% a.a.).

            Contudo, caso o seu objetivo seja superar a inflação sem fazer muitas contas, os títulos híbridos atrelados ao IPCA são a melhor alternativa para a distribuição da sua carteira e para a saúde do seu dinheiro. Por ora, busque um profissional capacitado para te auxiliar com todo o procedimento e mantenha-se antenado a todo tipo de informação financeira que possa acrescentar sabedoria e conhecimento ao seu dinheiro. A propósito, recomendo fortemente a leitura do último texto de Lucas Barros disponível no site do jornal: “A maior inflação dos últimos 27 anos e o Brasil no Mapa da Fome”. Boa leitura!

Gabriel Alves é consultor financeiro. Escreve às sextas-feiras.

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Sua segurança financeira não depende do Pix

sexta-feira, 08 de outubro de 2021

Para nós, moradores de Nova Friburgo – uma cidade linda e pacata –, é difícil imaginar a realidade de cidadãos das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, mas os riscos de se tornar alvo de assaltos nestes locais é muito mais expressivo e o desenvolvimento de novas tecnologias têm possibilitado a reinvenção das abordagens criminosas. Já parou para refletir como os sequestros relâmpagos e as “saidinhas de banco” têm sido substituídos por outros tipos de golpes?

Para nós, moradores de Nova Friburgo – uma cidade linda e pacata –, é difícil imaginar a realidade de cidadãos das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, mas os riscos de se tornar alvo de assaltos nestes locais é muito mais expressivo e o desenvolvimento de novas tecnologias têm possibilitado a reinvenção das abordagens criminosas. Já parou para refletir como os sequestros relâmpagos e as “saidinhas de banco” têm sido substituídos por outros tipos de golpes? Já não é mais necessário ter acesso a agências bancárias ou serviços de autoatendimento para realizar esse tipo de crime, basta encontrar pessoas com acesso ao mobile banking (serviços bancários através do aplicativo instalado no celular) e internet para – de maneira altamente contemporânea – ser alvo destas quadrilhas.

Contudo, aqui vem o questionamento: este é um problema das novas tecnologias ou do sistema social? Claramente, o sistema social passa por grandes dificuldade há anos – muitos anos – e as mazelas sócio-humanitárias são as principais causas do aumento da criminalidade que, por sua vez, se adapta à realidade de cada época. Percebe como crimes desta natureza financeira sempre existiram e agora vêm migrando para outras ferramentas como o Pix, TED/DOC, boletos e outras possibilidades?

Pois bem, quando produtos com estas características tornam-se alvo de estelionatários, é papel do Estado garantir a segurança de seus usuários. E foi exatamente isso que o Banco Central fez, alterou regras de utilização dos meios de pagamento e transferências bancárias para reduzir os riscos e desincentivar as atividades criminosas. O projeto já vem sendo discutido desde agosto, mas foi a partir da última segunda-feira, dia 04 de outubro, que os novos parâmetros tornaram-se realidade. Agora, os serviços de Pix, TBI, TED, DOC e boletos são limitados a R$1mil entre 20h e 6h. Entretanto, existe a possibilidade de cadastrar contas específicas a fim de excluí-las das regras de limitação, mas o processo de cadastramento tem prazo de 24h a 48h para ser efetivado e, assim, evitar a alteração imediata em situação de risco.

São medidas paliativas, eu concordo, mas essenciais para manter a segurança cidadã enquanto mazelas sócio-humanitárias – o verdadeiro problema – são corrigidas ao longo do tempo; um grande desafio para as autoridades políticas.

Aqui, hoje, meu intuito foi mostrar que você não precisa sentir nenhum tipo de receio ao utilizar novos – e tecnológicos – serviços financeiros; eles são seguros e eficazes. O que compromete a segurança e liberdade cidadã são problemas muito mais complexos e, infelizmente, longe de serem solucionados (mas que existem e promovem violência há séculos, quiçá milênios).

Portanto (e por ora), vida-longa ao Pix!

 

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O fantasma da inflação

sexta-feira, 01 de outubro de 2021

Pois é, falar de inflação no Brasil é algo bastante delicado e num tempo ainda pouco distante os números chegavam a 82,39% em apenas um mês (IPCA – mar/1990). Para as gerações abaixo dos 40 anos, a hiperinflação é uma realidade pouco relevante; para os já nascidos após o Plano Real, inimaginável.

Aliás, você sabe o que é inflação?

Pois é, falar de inflação no Brasil é algo bastante delicado e num tempo ainda pouco distante os números chegavam a 82,39% em apenas um mês (IPCA – mar/1990). Para as gerações abaixo dos 40 anos, a hiperinflação é uma realidade pouco relevante; para os já nascidos após o Plano Real, inimaginável.

Aliás, você sabe o que é inflação?

Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, implicando diminuição do poder de compra da moeda. Há também quem a defina como o aumento da oferta de moeda e, consequentemente, sua desvalorização causando, como efeito colateral, o aumento dos preços. Portanto, dada a importância da métrica, o estudo da inflação faz parte da estratégia de política monetária e demanda uma medida concreta para parametrizar as correções de preços. Já mencionado no início do texto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é medido pelo IBGE e representa o índice oficial adotado no Brasil. Sempre que falarmos em inflação, o IPCA estará ali para entendermos o quão relevante deve ser a nossa preocupação com a proteção patrimonial.

A propósito, por falar em proteção de patrimônio, será essa a nossa principal abordagem de hoje. Afinal, além de tudo ficar cada vez mais caro, o seu poder de compra do seu patrimônio pode estar reduzindo, em todo momento. Já comentamos aqui sobre o período de hiperinflação e naquela época você precisava quase dobrar o seu capital a cada mês para apenas manter seu dinheiro protegido. O que já não existe há tempos, portanto (e vale muito ressaltar de maneira significativa), também não há a mesma necessidade absurda de rentabilidades exuberantes; qualquer sinal de fraude fique atento, pois pode realmente ser.

Contudo, a necessidade de proteção existe e as possibilidades de execução são muitas. Provavelmente você aluga ou já precisou alugar um imóvel. Repare como no contrato aparecem os termos referentes aos reajustes de preços com base em algum índice de inflação (IPCA ou, mais comumente no setor imobiliário, o IGPM) e isso protege o patrimônio do proprietário. No mercado financeiro não é diferente, também existem ativos atrelados à inflação para promover a manutenção do poder aquisitivo do seu capital. Portanto, vamos a alguns deles:

Fundos Imobiliários: ativos de gestão imobiliária e investimentos em construção civil negociados em mercado de bola de valores. Como forma de proteger capital de inflação, todos os contratos de alugueis são atrelados e corrigidos pela inflação; além de entregar rentabilidade através do ganho de capital com os referidos investimentos.

Títulos de Renda Fixa: ativos de renda fixa que permitem a possibilidade de remuneração híbrida, com a correção pela inflação e ganho de capital com rentabilidade pré-fixada. Em termos usuais, um CDB pode lhe proporcionar rentabilidade de IPCA + 4,17% por um prazo de três anos, por exemplo. Ou seja, com IPCA em 9,68% nos últimos 12 meses, a rentabilidade bruta deste título ficaria em 13,85% no último ano. Aqui, especificamente, pode se considerar títulos públicos, bancários e de dívidas corporativas.

Após toda essa conversa, caso você ainda não esteja preocupado em executar a manutenção do seu poder de compra, é importante começar a pensar nesta tarefa e me ponho à disposição para te auxiliar sempre que possível. Afinal, seu dinheiro pode estar indo por água abaixo e seu poder de compra – literalmente – sendo corroído.

 

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Suitability – o conhecimento primordial para seus investimentos

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Você já reconhece a necessidade da proteção patrimonial, entende a importância de rentabilizar seu dinheiro, quer começar a investir e não sabe qual o primeiro passo para atingir esses objetivos. Pois já pode começar a se tranquilizar, porque a ideia deste texto, hoje, é promover o conhecimento do pontapé inicial para seus investimentos financeiros. Aqui, vamos conversar sobre algo de enorme relevância que é desconsiderado por uma boa parcela dos investidores iniciantes: o suitability.

Você já reconhece a necessidade da proteção patrimonial, entende a importância de rentabilizar seu dinheiro, quer começar a investir e não sabe qual o primeiro passo para atingir esses objetivos. Pois já pode começar a se tranquilizar, porque a ideia deste texto, hoje, é promover o conhecimento do pontapé inicial para seus investimentos financeiros. Aqui, vamos conversar sobre algo de enorme relevância que é desconsiderado por uma boa parcela dos investidores iniciantes: o suitability.

Ao se deparar com a enorme abrangência de possibilidades em meio ao mercado financeiro, pode ser difícil entender e selecionar quais ativos têm relação com suas necessidades e seus objetivos. Portanto, ao abrir sua conta em banco ou corretora de investimentos, reserve um tempo (é rápido, prometo) para responder o formulário suitability de maneira fidedigna; é aqui que será definido o seu perfil de investimentos. Basicamente, é a partir da definição do seu perfil de investidor(a) que as instituições financeiras, seus assessores e – até mesmo – você podem entender quais os produtos mais se adequam à sua realidade.

Antes de classificarmos alguns investimentos disponíveis dentro de cada perfil definido pelo suitability, vamos pontuar quais são os pontos considerados nesta pesquisa:

  • Conhecimento e experiência com investimentos;
  • Prazo estipulado de tempo para manter os investimentos;
  • Objetivos ao investir;
  • Tolerância aos riscos;
  • Realidade financeira e necessidades futuras dos recursos;
  • Patrimônio e disponibilidade de capital.

Contudo, como são informações voláteis, elas podem variar ao longo do tempo e é proveniente deste motivo a necessidade de a pesquisa ser feita de forma periódica pelas instituições.

O seu perfil vai ser classificado em uma de três possibilidades abaixo:

  • Conservador: investidor averso ao risco e/ou pouco experiente com relação aos seus investimentos. Risco, no mercado financeiro, é a possibilidade de um resultado diferente do esperado no ato do investimento. Por isso as maiores alocações – para este perfil – tendem a ser em produtos de Renda Fixa e uma pequena parte em fundos de investimentos multimercados e ou ações.
  • Moderado: aqui, há um equilíbrio interessante entre produtos de Renda Fixa, fundos de investimentos multimercados e ativos negociados em bolsa de valores.
  • Arrojado: para este investidor, a estratégia torna-se mais ativa e, além de pesar as alocações para a Renda Variável, o investidor pode adquirir produtos diretamente e sem o intermédio de fundos de investimentos; o que diminui custos e potencializa rentabilidade.

Perceba como as possibilidades (que até agora eram quase infinitas) se delimitam apenas por conta da definição do perfil suitability e as estratégias de composição de carteira se tornam mais concretas. Pode parecer algo simples e sem muito valor, mas é de grande relevância para seus investimentos. Espero ter elucidado alguns pontos sobre o primordial dos primeiros passos para que você comece a tomar boas decisões para o seu dinheiro.

Nos encontramos na próxima semana para conversar mais sobre boas decisões financeiras.

Até lá!

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Pix: ainda tem mais inovação

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Você conhece o Pix? Usa o serviço? Sabe como funciona o sistema por trás deste meio de pagamento? Já conhece as novidades a serem implementadas ainda neste ano? Hoje eu quero elucidar todos os pontos necessários para você compreender a dinâmica da inovação financeira que está entre as mais relevantes da nossa história econômica recente.

Você conhece o Pix? Usa o serviço? Sabe como funciona o sistema por trás deste meio de pagamento? Já conhece as novidades a serem implementadas ainda neste ano? Hoje eu quero elucidar todos os pontos necessários para você compreender a dinâmica da inovação financeira que está entre as mais relevantes da nossa história econômica recente.

Contudo, antes de abordarmos suas características técnicas, é importante entender que – de acordo com o próprio Banco Central – o Pix é “o meio de pagamento criado pelo BC em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. É prático, rápido e seguro”. Seu objetivo é facilitar transações financeiras entre as partes com o desenvolvimento de novas tecnologias bancárias. A propósito, por falar em tecnologia, você se lembra quando o WhatsApp anunciou sua parceria com a Cielo para transações dentro do aplicativo de conversas e também sem custos? Era o projeto pioneiro do que hoje pode ser classificado como Iniciação de Pagamento e fora, inclusive, “congelado” durante certo tempo para que o Pix fosse lançado como a única plataforma inovadora de pagamentos até então.

E deu supercerto! Hoje, segundo dados do Sistema Instantâneo de Pagamentos (SIP), já são mais de 310 milhões de chaves cadastradas e mais da metade da população já usa o Pix. Em volume financeiro, de novembro do ano passado (quando o sistema foi implementado) a julho deste ano, as transações aumentaram mais 1.600%; saltando de R$ 29,6 milhões para R$ 526,8 milhões no respectivo período. Tudo isso por conta das características do serviço que promove rapidez, disponibilidade integral, baixo ou nenhum custo e, principalmente, segurança.

Todavia, apesar da praticidade, o processo técnico por trás do Pix é bastante complexo e só é possível por conta da eletronização dos meios de pagamentos; abrindo espaço para a criação do ecossistema de pagamentos instantâneos, formado por provedor de conta transacional e liquidante especial (ambos formados por instituição financeira ou de pagamento), iniciador de transação de pagamento (instituição de pagamento que prestará serviço de iniciação de transação de pagamento sem gerenciar conta de pagamento e sem deter em momento algum os fundos transferidos na prestação do serviço, como o WhatsApp Pay) e o Banco Central (que atua como regulador, definindo as regras de funcionamento do Pix, e gestor das plataformas operacionais, provendo as infraestruturas tecnológicas necessárias). Ufa! Complexo, não é mesmo?

Basicamente, esse novo sistema de pagamentos permite que instituições financeiras realizem a liquidação do dinheiro de forma menos burocrática do que os atuais boletos, TEDs e DOCs; promovendo maior praticidade operacional.

Entretanto, além da atual concepção do Pix, a agenda evolutiva do sistema ainda guarda grandes novidades e o Banco Central pretende implementar muitas novidades ainda em 2021:

- Conta Salário no Pix: Inclusão da conta salário na lista de contas movimentáveis por Pix;

- Pix Saque e Pix Troco: Para dar ao consumidor a opção de obtenção de dinheiro em espécie diretamente do lojista e para facilitar a gestão de numerário dos estabelecimentos;

- Mecanismo especial de devolução: Possibilidade de devolução ágil de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada suspeita de fraude ou falha operacional nos sistemas das instituições participantes;

- Pix por aproximação: Para dar mais facilidade e mais conveniência na iniciação de um Pix e para atender casos de uso específicos;

- PIX Offline: Para viabilizar a realização de Pix mesmo estando offline, ampliando o acesso da sociedade ao Pix.

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Sabe o que é sucessão patrimonial?

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Entender as diferentes possibilidades para transferência de riqueza aos seus herdeiros é ponto fundamental para promover maior tranquilidade aos entes envolvidos no contexto de falecimento. Afinal, se despedir de pessoas queridas por nós já é muito difícil; perder meses e reservas de dinheiro para resolver problemas judiciais pode prejudicar ainda mais o processo de luto dos familiares. Isso é sucessão patrimonial: a estratégia cuja transferência de bens e direitos aos herdeiros é feita dentro de um planejamento a fim de otimizar os processos.

Entender as diferentes possibilidades para transferência de riqueza aos seus herdeiros é ponto fundamental para promover maior tranquilidade aos entes envolvidos no contexto de falecimento. Afinal, se despedir de pessoas queridas por nós já é muito difícil; perder meses e reservas de dinheiro para resolver problemas judiciais pode prejudicar ainda mais o processo de luto dos familiares. Isso é sucessão patrimonial: a estratégia cuja transferência de bens e direitos aos herdeiros é feita dentro de um planejamento a fim de otimizar os processos. Possibilitando maior agilidade, segurança e, até mesmo, redução de custos sobre a transferência.

Portanto, para te auxiliar no processo complexo de planejamento com mais acesso aos conhecimentos financeiros, este texto busca elucidar algumas estratégias capazes de tornar o processo mais simples e seguro.

Doação em Vida

Estratégia para antecipação de herança, a doação em vida contempla – basicamente – duas diferentes possibilidades. A primeira (a doação de fato) permite a transferência de bens para o herdeiro dentro de algumas limitações: o doador precisará manter recursos em seu nome para garantir sua subsistência e deve respeitar a parte da herança que cabe aos herdeiros necessários. A segunda alternativa, por sua vez, é chamada de doação com reserva de uso fruto: permite a doação em vida para os herdeiros, mas somente será exercida após a morte do doador.

Fundos Imobiliários

Para famílias acumuladoras de imóveis, uma solução para a transferência de recursos pode ser a criação de um Fundo Imobiliário. Este não precisa, necessariamente, ter negociação aberta em bolsa de valores e as cotas são divididas entre os herdeiros a fim de que cada indivíduo tenha sua parcela proporcional a receita gerada pelos imóveis; seja através da venda ou locação destes. Outra forma de o herdeiro angariar recursos é através da venda de suas cotas.

Seguros de Vida

Os seguros de vida resgatáveis não promovem alta rentabilidade sobre o capital, mas apresentam algumas características imprescindíveis para o planejamento de sucessão. Por serem impenhoráveis, não ficam reféns de bloqueios judiciais; por serem isentos de tributação, não tem custos de IR (Imposto de Renda) e ITCMD (Imposto sobre Transferência Causa Mortis e Doação).

Previdência Privada

Aqui, a busca por produtos de qualidade deve ser minuciosa; tem muita coisa horrível por aí. Mas você consegue achar bons produtos e que lhe oferecerão algumas boas vantagens: isenção de ITCMD e dispensa de inventários.

Testamento

Este está entre as formas mais conhecidas de sucessão patrimonial, mas é a estratégia mais custosa. O testamento pode parecer simples pela praticidade em concretizar suas vontades de distribuição de bens, mas entra em processo de inventário, incide ITCMD, honorários advocatícios e custos de cartório.

Agora, portanto, cabe a você entender o que faz mais sentido para a sua realidade e seus princípios. Contudo, vale a dica, alocações que dispensam inventário (como a previdência privada, por exemplo) podem ser ótimas alternativas para a primeira etapa do processo de sucessão. Apesar da baixa rentabilidade, as previdências podem ser planejadas para arcar com os custos do inventário e permitir o acesso dos herdeiros aos seus respectivos bens e direitos.

Planeje-se, valerá a pena.

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Conta de luz vai pesar no bolso

sexta-feira, 03 de setembro de 2021

O que devemos fazer é simples e se o texto desta semana se limitasse a isso seriam apenas algumas poucas linhas com dicas práticas de como economizar energia elétrica em casa e no ambiente de trabalho para reduzir os impactos da nova bandeira tarifária emergencial. A propósito, temos vivido meses tão atípicos e assombrosos que já não vejo a hora de cessarem as novas e tantas emergências (é auxílio emergencial, contrato emergencial e agora, em meio a tantos, a nova tarifa emergencial).

O que devemos fazer é simples e se o texto desta semana se limitasse a isso seriam apenas algumas poucas linhas com dicas práticas de como economizar energia elétrica em casa e no ambiente de trabalho para reduzir os impactos da nova bandeira tarifária emergencial. A propósito, temos vivido meses tão atípicos e assombrosos que já não vejo a hora de cessarem as novas e tantas emergências (é auxílio emergencial, contrato emergencial e agora, em meio a tantos, a nova tarifa emergencial).

Contudo, antes de analisarmos como reduzir os impactos desse aumento na cobrança da energia elétrica, é importante entender o que está acontecendo dentro da conjuntura econômica, social e ambiental do Brasil. Antes de tudo, é importante relembrar, ainda estamos sofrendo as consequências de uma crise sanitária global e ninguém esperava – a ponto de ter um planejamento emergencial, olha só as emergências aqui de novo – passar por cenários pandêmicos. O mundo ainda está entendendo como conviver com uma nova doença e em nosso país não é diferente: os desafios socioeconômicos provocados pelo novo coronavírus e suas variantes são únicos.

Entretanto, em meio a esse caos, novos problemas antigos vieram à tona: a crise energética. Percebe como eu faço um jogo de palavras para evidenciar que a nossa realidade, neste quesito, não é nenhuma novidade? Os problemas de crise hídrica (e a capacidade hídrica, por sua vez, é nossa principal matriz energética) no Brasil não são de hoje. Há anos fala-se do mau uso de recursos hídricos e da necessidade da renovação da matriz energética do país, mas pouco tem sido feito para, de fato, solucionar o problema. Não cabe a mim, por não ser minha especialidade, me estender no assunto, mas especialistas mencionam que é o mau uso do solo uma das principais causas do cenário de escassez em diferentes regiões do Brasil. É no Centro-Oeste, o berço das águas, o local onde o agronegócio se instala e utiliza cerca de 70% de toda água consumida no país. O setor, por sua vez, está entre os mais desenvolvidos e importantes na nossa economia, mas precisa ser urgentemente repensado dentro dos atuais impactos socioambientais.

Partindo para uma análise transitória entre o macro e o micro, vemos um cenário onde a projeção de crescimentos do PIB já não é mais a mesma (cai pela terceira semana consecutiva) e a inflação não para de subir (já são 21 semanas consecutivas de aumento na projeção de inflação para 2021). A tendência, com o aumento da energia elétrica, é de aumentos mais expressivos na expectativa de inflação e impactos ainda maiores para uma população com mais de 14 milhões de desempregados. É momento de ficarmos atentos ao que está a nosso alcance e tomar as rédeas das nossas finanças pessoais a fim de deixá-las ainda mais enxutas e com reservas para caso o cenário se torne mais grave.

A partir deste mês de setembro até abril do próximo ano, a bandeira de escassez hídrica adiciona quase 7% de aumento às contas de luz que já tinham sido elevadas com a vigência da bandeira vermelha 2 – a mais alta até então. Portanto, para reduzir este impactos, é importante entender qual é o perfil de consumo elétrico na sua residência e racionar o uso. Condicionadores de ar e chuveiros elétricos, por exemplo, representam grande parte do consumo e precisam ser utilizados com consciência. Maquinas de lavar roupa e ferros de passar também podem ser utilizados de maneira mais inteligente quando são acionados menos vezes para a execução de mais volume de atividades. Ao invés de ligar o ferro e passar duas camisas, aproveite que já está aquecido para executar mais atividades e isso evita que, depois de frio, você precise acioná-lo mais uma vez e o consumo do aquecimento encareça um pouco mais sua conta de luz. São dicas simples, mas podem fazer diferença no seu bolso.

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Crimes financeiros (nenhuma novidade)

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Infelizmente o assunto de hoje não é nenhuma novidade. Viver o dia a dia do mercado financeiro – e minha profissão proporciona essa vivência – me permite identificar movimentos historicamente conhecidos: a ganância do indivíduo. Sim, a ganância!

Infelizmente o assunto de hoje não é nenhuma novidade. Viver o dia a dia do mercado financeiro – e minha profissão proporciona essa vivência – me permite identificar movimentos historicamente conhecidos: a ganância do indivíduo. Sim, a ganância!

Mais do que a falta de conhecimento financeiro (e reconheço que a pouca informação financeira tem grande influência na formação cidadã), a ânsia pelo enriquecimento rápido pode ser responsável pela desestruturação das finanças pessoais de muitos que abandonam a razão em troca do pensamento no saldo da conta-corrente. Além, é claro, da maldade dos criminosos em operacionalizar fraudes, é a partir da ganância dos lesados (me refiro a quem fora prejudicado, mas interprete como preferir) que surge a demanda por esquemas de pirâmides financeiras.

Estes, por sua vez, só existem porque dão certo num breve espaço de tempo. Caso contrário, novos entrantes não seriam captados para manter o funcionamento das operações até que, por fim, todas acabam do mesmo jeito: prisões e calotes. Contudo, avisos não faltaram. Abaixo, seguem alguns trechos de textos publicados por mim neste espaço:

14/02/2020 – Atenção!

“Sabe aquele ‘investimento’ – entre muitas aspas – de curto prazo, com altíssima rentabilidade e seguro que algum conhecido te indicou? Não existe! E afirmo com total convicção.”

“Vê como essas promessas absurdas são inviáveis? Pois infelizmente, algumas pessoas – por falta de educação financeira e um pouco de ganância – acabam caindo em golpes de investimentos fraudulentos.”

11/09/2020 – Os riscos de investimentos fraudulentos

“Já ouviu falar em esquemas de pirâmide financeira? Este é definido como crime contra a economia popular e é o caso mais comum entre os golpes de investimentos fraudulentos; dentre os 11% dos brasileiros lesados por esquemas fraudulentos, 55% já se envolveram em esquemas de pirâmides. A maioria dos casos acontece devido às promessas de alta rentabilidade, seguidos pela garantia da não necessidade de conhecimento acerca de investimentos e de baixo risco.”

“‘Você deposita o dinheiro na minha conta, eu boto para girar e te pago uma rentabilidade mensal de 2%’. Parece uma proposta comum? É crime!”

12/02/2021 – Vamos falar de bitcoin?

“Em sua maioria, enquadrados como pirâmides financeiras, são considerados – judicialmente – como crime contra a economia popular e os impactos negativos causados à sociedade deixam seu rastro de sofrimento em cada família que perde muito (quiçá tudo) ao cair em golpes disfarçados de investimentos em bitcoins.

Percebe como o maior risco não é o bitcoin em si, mas sim o meio para investir no ativo? As criptomoedas têm surgido como máscara para criminosos e você precisa estar atento aos detalhes de cada alocação de capital em seus investimentos. Esse é meu papel aqui: divulgar conhecimento financeiro para que você esteja suficientemente capacitado para tomar boas decisões financeiras.”

Escolher seus investimentos, no entanto, é uma tarefa complexa que pode ser simplificada com o estudo e/ou acompanhamento profissional de empresas e pessoas certificadas (portanto, autorizadas a exercer suas atividades pelas autoridades financeiras, como o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, por exemplo) para te assessorar nas melhores escolhas de acordo com a sua necessidade. Procure conhecer a profissão dos agentes autônomos de investimentos – a propósito, esta é a minha profissão – e entenda como seus investimentos podem ser feitos dentro de regulamentações específicas para proporcionar a sua segurança como investidor.

No mais, alguns pontos específicos precisam ser analisados para conferir a seriedade dos seus investimentos.

Liquidez: dentro dos seus investimentos, esse é o primeiro ponto a ser analisado, pois trata-se do período de tempo entre investimento e resgate do capital; podendo haver lucro ou não. Portanto, planeje bem os produtos que estarão em sua carteira para não “ficar na mão” enquanto aguarda o prazo de resgate do seu dinheiro.

Rentabilidade: essa é a parte que enche os olhos; qualquer desavisado pode considerar este único ponto e tomar uma decisão ruim. Se eu puder me considerar como um, leve essa dica de amigo para sempre: quanto maior a rentabilidade, maior o risco. Fique atento! Mas então, como ter uma boa rentabilidade? Vamos falar em segurança primeiro.

Segurança: tudo começa com conhecimento e bom senso, saiba distinguir o que é real do inatingível. Os riscos no mercado financeiro se resumem a administração de grandes instituições onde estão seus investimentos e a sua falta de planejamento. Se você busca alta segurança, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) está aqui para garantir, dentro de algumas regras específicas, até R$1milhão por CPF. Plena segurança, liquidez predefinida e rentabilidade baixa a mediana.

Agora se busca investimentos mais arrojados com alto potencial de rentabilidade, vai precisar se aventurar no mercado de renda variável da Bolsa de Valores. Aqui, o maior risco é a volatilidade. Já viu os gráficos de alguma ação da Bolsa? Caso sim, é provável que tenha reparado nas grandes variações de preço; isso é volatilidade. Por mais que tenha optado por uma boa empresa e esteja alinhado com os parâmetros de administração da instituição, a variação de preço vai existir. E se você não tiver feito a base do seu planejamento, corre o risco de resgatar o capital investido em algum momento de baixa. A renda variável concentra alguns riscos, mas o principal erro de um investidor comum é a falta de planejamento.

Lidar com dinheiro e investimentos é assunto delicado, merece ser encarado com a devida seriedade. Investimentos fraudulentos, além de crime, são um desrespeito às suas finanças: só você sabe o quão é suado o ato de fazer dinheiro com seu trabalho e da noite pro dia surge alguém te prometendo a riqueza imediata? É desrespeitoso! Desrespeito com o seu patrimônio, com o seu trabalho e com a saúde da boa relação familiar.

Não quero me vangloriar e dizer “eu te avisei”, mas quero te deixar ciente de que você tem uma grande (enorme) fonte de conteúdo financeiro de qualidade nas mãos. Se pensa em lidar com suas finanças e seus investimentos com a devida seriedade, leve em consideração toda informação capaz de absorver por aqui. Dinheiro é assunto sério, e o que não faz falta para você pode arruinar famílias inteiras. Pense nisso!

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