Sua segurança financeira não depende do Pix

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 08 de outubro de 2021

Para nós, moradores de Nova Friburgo – uma cidade linda e pacata –, é difícil imaginar a realidade de cidadãos das regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, mas os riscos de se tornar alvo de assaltos nestes locais é muito mais expressivo e o desenvolvimento de novas tecnologias têm possibilitado a reinvenção das abordagens criminosas. Já parou para refletir como os sequestros relâmpagos e as “saidinhas de banco” têm sido substituídos por outros tipos de golpes? Já não é mais necessário ter acesso a agências bancárias ou serviços de autoatendimento para realizar esse tipo de crime, basta encontrar pessoas com acesso ao mobile banking (serviços bancários através do aplicativo instalado no celular) e internet para – de maneira altamente contemporânea – ser alvo destas quadrilhas.

Contudo, aqui vem o questionamento: este é um problema das novas tecnologias ou do sistema social? Claramente, o sistema social passa por grandes dificuldade há anos – muitos anos – e as mazelas sócio-humanitárias são as principais causas do aumento da criminalidade que, por sua vez, se adapta à realidade de cada época. Percebe como crimes desta natureza financeira sempre existiram e agora vêm migrando para outras ferramentas como o Pix, TED/DOC, boletos e outras possibilidades?

Pois bem, quando produtos com estas características tornam-se alvo de estelionatários, é papel do Estado garantir a segurança de seus usuários. E foi exatamente isso que o Banco Central fez, alterou regras de utilização dos meios de pagamento e transferências bancárias para reduzir os riscos e desincentivar as atividades criminosas. O projeto já vem sendo discutido desde agosto, mas foi a partir da última segunda-feira, dia 04 de outubro, que os novos parâmetros tornaram-se realidade. Agora, os serviços de Pix, TBI, TED, DOC e boletos são limitados a R$1mil entre 20h e 6h. Entretanto, existe a possibilidade de cadastrar contas específicas a fim de excluí-las das regras de limitação, mas o processo de cadastramento tem prazo de 24h a 48h para ser efetivado e, assim, evitar a alteração imediata em situação de risco.

São medidas paliativas, eu concordo, mas essenciais para manter a segurança cidadã enquanto mazelas sócio-humanitárias – o verdadeiro problema – são corrigidas ao longo do tempo; um grande desafio para as autoridades políticas.

Aqui, hoje, meu intuito foi mostrar que você não precisa sentir nenhum tipo de receio ao utilizar novos – e tecnológicos – serviços financeiros; eles são seguros e eficazes. O que compromete a segurança e liberdade cidadã são problemas muito mais complexos e, infelizmente, longe de serem solucionados (mas que existem e promovem violência há séculos, quiçá milênios).

Portanto (e por ora), vida-longa ao Pix!

 

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