Já investiu em títulos de crédito privado?

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

            Foram inúmeras as possibilidades de investimentos abordadas neste espaço, mas acredita que nunca conversamos sobre títulos de crédito privado? É claro, já citamos a classe (ou, minimamente, o nome dos títulos referentes a ela), mas ainda não dediquei uma coluna inteira ao tema. Chegou o momento!

            Crédito privado é a alternativa de investimento em renda fixa que mantém todas as características de remuneração e liquidez definidas no momento da contratação. Mas a grande diferença para outros ativos da renda fixa – como os CDBs, por exemplo – é a ausência das garantias do Fundo Garantidor de Crédito (FGC); o que pode promover maior potencial de rentabilidade devido ao maior risco. Contudo, é importante entender os outros mecanismos de segurança que protegem o investidor que esteja interessado em diversificar suas alocações.

            Como o próprio nome sugere, os títulos de crédito privado são ativos representativos de dívidas; ou seja, o investidor torna-se credor ao comprar os títulos emitidos por uma instituição privada que torna-se a parte tomadora do crédito. Basicamente, o investidor (você) empresta dinheiro para uma empresa e os recursos podem ser utilizados de diferentes formas, como expansão de lojas ou reposição de fluxo de caixa, por exemplo. A finalidade do crédito costuma ser especificada na emissão do título e este é um mecanismo que possibilita acesso a recursos mais baratos do que através de instituições financeiras.

            “Mas, afinal, quais são as minhas garantias ao optar por estes ativos?” Títulos de crédito privado não são opções tão conservadoras como os títulos bancários e é importante entender o que está em jogo no momento da negociação. Instituições privadas responsáveis pela emissão destes títulos são classificadas de acordo com o rating de risco e podem variar das seguintes maneiras:

 

            Rating de Longo Prazo na escala nacional: AAA (mais alto); D (mais baixo)

            Rating de Curto Prazo na escala nacional: A-1 (mais alto); D (mais baixo)

 

            É claro que entre o rating mais alto e mais baixo existem diversas classificações e eu fiz questão de trazer apenas o conhecimento sobre como é classificado o risco de crédito das empresas em questão. Como você pode já ter percebido, os títulos de crédito privado são alternativas mais complexas dentro da renda fixa e isso exige mais conhecimento para o seu investimento. Portanto, não deixe de procurar informações mais específicas para cada um dos seus investimentos nesta classe de ativos.

            E por que investir em algo mais complexo? Por conta do potencial de remuneração promovido pelo ativo. Lembro-me bem de um título distribuído pelo meu escritório há cerca de seis meses, quando o Aeroporto Internacional de Guarulhos emitiu sua dívida e retribuía ao investidor uma taxa híbrida de IPCA + 10% ao ano. Altamente atrativo para um investimento em renda fixa, não acha? É por isso que você deve se manter sempre atento (e um profissional de assessoria de investimentos pode te ajudar) às diferentes oportunidades que o mercado proporciona. Então esteja sempre aberto (se fizer parte do seu perfil de investidor, é claro) às possibilidades em CRIs, CRAs e debêntures; podem ser ótimas alternativas de investimentos.

 

Gabriel Alves é consultor financeiro. Escreve às sextas-feiras.

Publicidade
TAGS:

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.