O fantasma da inflação

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 01 de outubro de 2021

Pois é, falar de inflação no Brasil é algo bastante delicado e num tempo ainda pouco distante os números chegavam a 82,39% em apenas um mês (IPCA – mar/1990). Para as gerações abaixo dos 40 anos, a hiperinflação é uma realidade pouco relevante; para os já nascidos após o Plano Real, inimaginável.

Aliás, você sabe o que é inflação?

Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços, implicando diminuição do poder de compra da moeda. Há também quem a defina como o aumento da oferta de moeda e, consequentemente, sua desvalorização causando, como efeito colateral, o aumento dos preços. Portanto, dada a importância da métrica, o estudo da inflação faz parte da estratégia de política monetária e demanda uma medida concreta para parametrizar as correções de preços. Já mencionado no início do texto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é medido pelo IBGE e representa o índice oficial adotado no Brasil. Sempre que falarmos em inflação, o IPCA estará ali para entendermos o quão relevante deve ser a nossa preocupação com a proteção patrimonial.

A propósito, por falar em proteção de patrimônio, será essa a nossa principal abordagem de hoje. Afinal, além de tudo ficar cada vez mais caro, o seu poder de compra do seu patrimônio pode estar reduzindo, em todo momento. Já comentamos aqui sobre o período de hiperinflação e naquela época você precisava quase dobrar o seu capital a cada mês para apenas manter seu dinheiro protegido. O que já não existe há tempos, portanto (e vale muito ressaltar de maneira significativa), também não há a mesma necessidade absurda de rentabilidades exuberantes; qualquer sinal de fraude fique atento, pois pode realmente ser.

Contudo, a necessidade de proteção existe e as possibilidades de execução são muitas. Provavelmente você aluga ou já precisou alugar um imóvel. Repare como no contrato aparecem os termos referentes aos reajustes de preços com base em algum índice de inflação (IPCA ou, mais comumente no setor imobiliário, o IGPM) e isso protege o patrimônio do proprietário. No mercado financeiro não é diferente, também existem ativos atrelados à inflação para promover a manutenção do poder aquisitivo do seu capital. Portanto, vamos a alguns deles:

Fundos Imobiliários: ativos de gestão imobiliária e investimentos em construção civil negociados em mercado de bola de valores. Como forma de proteger capital de inflação, todos os contratos de alugueis são atrelados e corrigidos pela inflação; além de entregar rentabilidade através do ganho de capital com os referidos investimentos.

Títulos de Renda Fixa: ativos de renda fixa que permitem a possibilidade de remuneração híbrida, com a correção pela inflação e ganho de capital com rentabilidade pré-fixada. Em termos usuais, um CDB pode lhe proporcionar rentabilidade de IPCA + 4,17% por um prazo de três anos, por exemplo. Ou seja, com IPCA em 9,68% nos últimos 12 meses, a rentabilidade bruta deste título ficaria em 13,85% no último ano. Aqui, especificamente, pode se considerar títulos públicos, bancários e de dívidas corporativas.

Após toda essa conversa, caso você ainda não esteja preocupado em executar a manutenção do seu poder de compra, é importante começar a pensar nesta tarefa e me ponho à disposição para te auxiliar sempre que possível. Afinal, seu dinheiro pode estar indo por água abaixo e seu poder de compra – literalmente – sendo corroído.

 

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