Pix: ainda tem mais inovação

Gabriel Alves

Educação Financeira

Especialista em finanças e sócio de um escritório de investimentos, Gabriel escreve sobre economia, finanças e mercados. Neste espaço, o objetivo é ampliar a divulgação de informações e conhecimentos fundamentais para a nossa formação cidadã.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Você conhece o Pix? Usa o serviço? Sabe como funciona o sistema por trás deste meio de pagamento? Já conhece as novidades a serem implementadas ainda neste ano? Hoje eu quero elucidar todos os pontos necessários para você compreender a dinâmica da inovação financeira que está entre as mais relevantes da nossa história econômica recente.

Contudo, antes de abordarmos suas características técnicas, é importante entender que – de acordo com o próprio Banco Central – o Pix é “o meio de pagamento criado pelo BC em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. É prático, rápido e seguro”. Seu objetivo é facilitar transações financeiras entre as partes com o desenvolvimento de novas tecnologias bancárias. A propósito, por falar em tecnologia, você se lembra quando o WhatsApp anunciou sua parceria com a Cielo para transações dentro do aplicativo de conversas e também sem custos? Era o projeto pioneiro do que hoje pode ser classificado como Iniciação de Pagamento e fora, inclusive, “congelado” durante certo tempo para que o Pix fosse lançado como a única plataforma inovadora de pagamentos até então.

E deu supercerto! Hoje, segundo dados do Sistema Instantâneo de Pagamentos (SIP), já são mais de 310 milhões de chaves cadastradas e mais da metade da população já usa o Pix. Em volume financeiro, de novembro do ano passado (quando o sistema foi implementado) a julho deste ano, as transações aumentaram mais 1.600%; saltando de R$ 29,6 milhões para R$ 526,8 milhões no respectivo período. Tudo isso por conta das características do serviço que promove rapidez, disponibilidade integral, baixo ou nenhum custo e, principalmente, segurança.

Todavia, apesar da praticidade, o processo técnico por trás do Pix é bastante complexo e só é possível por conta da eletronização dos meios de pagamentos; abrindo espaço para a criação do ecossistema de pagamentos instantâneos, formado por provedor de conta transacional e liquidante especial (ambos formados por instituição financeira ou de pagamento), iniciador de transação de pagamento (instituição de pagamento que prestará serviço de iniciação de transação de pagamento sem gerenciar conta de pagamento e sem deter em momento algum os fundos transferidos na prestação do serviço, como o WhatsApp Pay) e o Banco Central (que atua como regulador, definindo as regras de funcionamento do Pix, e gestor das plataformas operacionais, provendo as infraestruturas tecnológicas necessárias). Ufa! Complexo, não é mesmo?

Basicamente, esse novo sistema de pagamentos permite que instituições financeiras realizem a liquidação do dinheiro de forma menos burocrática do que os atuais boletos, TEDs e DOCs; promovendo maior praticidade operacional.

Entretanto, além da atual concepção do Pix, a agenda evolutiva do sistema ainda guarda grandes novidades e o Banco Central pretende implementar muitas novidades ainda em 2021:

- Conta Salário no Pix: Inclusão da conta salário na lista de contas movimentáveis por Pix;

- Pix Saque e Pix Troco: Para dar ao consumidor a opção de obtenção de dinheiro em espécie diretamente do lojista e para facilitar a gestão de numerário dos estabelecimentos;

- Mecanismo especial de devolução: Possibilidade de devolução ágil de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada suspeita de fraude ou falha operacional nos sistemas das instituições participantes;

- Pix por aproximação: Para dar mais facilidade e mais conveniência na iniciação de um Pix e para atender casos de uso específicos;

- PIX Offline: Para viabilizar a realização de Pix mesmo estando offline, ampliando o acesso da sociedade ao Pix.

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