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Abra seu coração para amadurecer

quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Defesas psicológicas nos protegem de dores emocionais como o medo, insegurança, angústia, tristeza, vergonha entre outras. Porém, usá-las de forma rígida nos leva ao fechamento como pessoa, e nos impede de dar e receber coisas boas nos relacionamentos humanos.

Defesas psicológicas nos protegem de dores emocionais como o medo, insegurança, angústia, tristeza, vergonha entre outras. Porém, usá-las de forma rígida nos leva ao fechamento como pessoa, e nos impede de dar e receber coisas boas nos relacionamentos humanos.

Pessoas muito defensivas emocionalmente, se protegem demais da dor, da tomada de consciência de pensamentos e sentimentos difíceis de encarar, assim se afastam da verdade sobre si mesmas. Permanecer na defesa é não admitir seus problemas de comportamento. É negar suas limitações, medos, tristezas, angústias, defeitos de caráter.

Vivendo em negação a pessoa dá desculpas para seus erros, e tem dificuldade em admitir que erra. A defesa psicológica, portanto, é uma atitude mental que usamos para lidar com uma verdade que não queremos ver ou não estamos prontos para ver neste momento da vida. Até certo ponto ela é necessária, como, por exemplo, quando uma pessoa querida morre e você tem excesso de sono, qual é a defesa que sua mente escolheu para fazê-lo dormir muito e não pensar na dor. O normal, então, é mais adiante você começar a pensar na dor pela morte da pessoa amada, enfrentar este desconforto emocional, e superá-lo. Daí o sono exagerado desaparece por você não precisar mais desta defesa, por ter se fortalecido para lidar com o que a defesa encobria.

É desafiador conviver com alguém que vive muito na defesa emocional. O casamento, por exemplo, é um tipo de relação humana em que as defesas não mais necessárias de cada cônjuge, precisam ir caindo para a verdade surgir e ocorrer o crescimento afetivo. Se um esposo ou uma esposa muito defensiva, sempre se fecha quando o marido quer falar de assuntos profundos da vida deles, não admite ter problemas no seu jeito de ser, e pensa que por ter muita “emoção”, isto é o suficiente para a felicidade marital, ela está enganada quanto ao que produz harmonia conjugal.

Algumas destas esposas querem ser amadas, elogiadas, e que o marido tenha muito romance com elas, mas não querem sair da defesa, não querem abaixar o orgulho e admitir que elas também tem defeitos de caráter e problemas no seu jeito de funcionar como pessoa. A emoção não é o amor.

Se você é bem defensivo, ou seja, quando é preciso admitir para si mesmo e para outros os seus problemas, para que surjam justiça, sinceridade, humildade, esperança de crescimento no relacionamento, você se fecha, não olha para seus defeitos reais que podem estar sendo sinalizados por outra pessoa (mesmo sem tom de crítica, e feito com carinho e respeito), e, pelo contrário, dá uma de vítima, talvez dizendo: “Ah! Você só olha meus defeitos!”, ou “Procure alguém ideal e me deixe!”, esta defesa bloqueia sua percepção dos seus problemas que interferem no relacionamento. Você foge da verdade.

Fugir da verdade pode ser feito por motivo corrupto consciente, para obter vantagens econômicas, poder sobre os outros, ficar na zona de conforto. Mas nas relações humanas, especialmente no casamento, é algo inconsciente. A pessoa pode não reconhecer seu defeito de caráter o qual escapole entre os dedos e só outros notam.

Quando um cônjuge sinaliza a existência de um problema comportamental no companheiro(a) que não enxergava isto até então, pode haver dois tipos de resposta: 1)“É verdade! Não havia percebido isto em mim! Obrigado por me mostrar! É difícil olhar para isto, mas não quero viver me enganando e prejudicando o relacionamento com as pessoas.”, ou 2)“Você só vive me criticando! Não quero falar sobre isto! Você exagera!”.

No primeiro caso se trata de uma pessoa não defensiva, ou que está deixando de ser defensiva, que quer amadurecer e entendeu que para isto precisa admitir que tem problemas também, o que não diminui seu valor como pessoa. No segundo caso, se trata de alguém bem defensivo, que foge da verdade, embora possa ser cheia de emoções, romance, ilusões. O que cura a pessoa e os relacionamentos é a verdade e o amor (não baseado em só em sentimentos). Saímos da mentira, da defesa neurótica, ao estarmos prontos e querendo a verdade sobre nós mesmos. E isso é decisão pessoal.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Vergonha Saudável e Tóxica

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Vergonha é um sentimento que pode surgir quando uma pessoa se sente vítima de algum tipo de abuso, quando foi feito contra ela algo humilhante.

Existe a vergonha saudável e a tóxica. A tóxica destrói a vida, é uma experiência dolorosa, uma ferida profunda, nos separa de nós mesmos e dos outros, nos faz rejeitar a nós mesmos, e esta rejeição requer um disfarce, uma dissimulação, você a encontra no doutor e no iletrado, no rico e no pobre, no poderoso e no impotente.

Vergonha é um sentimento que pode surgir quando uma pessoa se sente vítima de algum tipo de abuso, quando foi feito contra ela algo humilhante.

Existe a vergonha saudável e a tóxica. A tóxica destrói a vida, é uma experiência dolorosa, uma ferida profunda, nos separa de nós mesmos e dos outros, nos faz rejeitar a nós mesmos, e esta rejeição requer um disfarce, uma dissimulação, você a encontra no doutor e no iletrado, no rico e no pobre, no poderoso e no impotente.

Por outro lado, o sentimento saudável de vergonha nos ajuda a compreender que somos limitados como seres humanos. Nenhum ser humano tem ou poderá ter um poder ilimitado. A limitação é nossa natureza fundamental. Não aceitar isto, produz problemas psicológicos e sociais.

A vergonha saudável nos ajuda a perceber nossos limites. Nos mantêm firmes, auxiliando-nos a perceber nossa limitação. Nos mostra que não somos Deus, que cometemos erros, mesmo sendo sábios, e cometeremos outros erros, mesmo nos tornando mais sábios. Daí, precisamos de ajuda. Você aceita isso? Aceita sua limitação? Ou tem vergonha de ter vergonha? Vergonha aqui significa limitação, falhas, erros. Não é vergonhoso cometer falhas quando fizemos o nosso melhor. Mas repetir os mesmos atos errados e esperar resultados melhores, isso é insanidade.

Nossa vergonha saudável nos ajuda porque ao nos ajudar a conhecer melhor nossos limites – o que podemos e o que não podemos – evita que nos desgastemos indo em busca de metas que não podemos alcançar, fazer coisas que não podemos mudar ou querer controlar o incontrolável.

Pense: cada ser humano precisa de outro ser humano. Você não teria chegado aonde chegou se alguém não tivesse lhe ajudado.

Crianças muito pequenas e ainda indefesas para saberem fazer certas coisas, podem ter recebido de pais nervosos, bombardeios: “Vamos lá, seu vagabundo, levante da cama e vá comprar pão na padaria!”. Tornaram-se crianças assustadas, desenvolvendo nelas uma vergonha tóxica. Pai, ou mãe, que teve um pai, ou mãe, também desumano, que faz a mesma coisa ruim, leva à repetição da mesma história de dor, medo, susto para a geração seguinte. Não está errado uma criança ter medo de comprar pão, sozinha na padaria porque ela ainda é pequena. Então, a criança passa a ser obrigada a ter de dissimular a vergonha e a insegurança, se rejeitar, por sentir que a insegurança é um erro seu em vez de um limite normal para a idade, e passa a ter uma vergonha tóxica, com medo do deboche dos adultos, tendo prejuízo na construção de seu autorrespeito.

John Bradshaw no seu livro “Curando a Vergonha que Impede de Viver”, página 24, diz: “Não podemos vencer sozinhos. Nenhum ser humano pode. Mesmo depois de termos alcançado algum senso de domínio, mesmo quando somos independentes, ainda teremos necessidades. Precisaremos amar e crescer. Precisaremos nos preocupar com outras pessoas e precisaremos de que necessitem de nós. Nossa vergonha funciona como um sinal saudável de que precisamos de ajuda, e de que precisamos amar e manter um relacionamento carinhoso com outras pessoas”. E acrescenta: “Nossa vergonha saudável é a base psicológica da nossa humildade.” (p.26). Ser humilde não é ser pobre materialmente. É reconhecer nossas limitações e nos aceitar apesar disto.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Aceitar suas limitações produz alívio

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

“A auto-importância é nosso maior inimigo. Pense sobre isso – o que nos enfraquece é nos sentirmos ofendidos pelos atos e delitos de nossos semelhantes. Nossa auto-importância requer que gastemos a maior parte de nossa vida ofendidos por alguém.” (Carlos Castaneda, Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men”).

“A auto-importância é nosso maior inimigo. Pense sobre isso – o que nos enfraquece é nos sentirmos ofendidos pelos atos e delitos de nossos semelhantes. Nossa auto-importância requer que gastemos a maior parte de nossa vida ofendidos por alguém.” (Carlos Castaneda, Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men”).

Você se sente ofendido por alguém hoje? Está guardando algum ressentimento por comentários ou descuidos desagradáveis que fizeram com sua pessoa? Você se sente tenso ou desconfortável pela maneira como foi tratado por alguém? Pode ser que você se sinta justificado ao se sentir magoado e acredita que sua reação está correta. Pode surgir dentro de sua pessoa um sentimento de que “estou certo e a outra pessoa está errada”.

O autor Castaneda explica que mesmo que você se sinta justificado ao ter o sentimento de mágoa, não importa, manter o ressentimento pode encher você de orgulho e desperdiçar sua energia. Sendo até agora uma pessoa muito sensível, isso geralmente pode produzir uma postura de autojustificação a qual conduz para longe, por exemplo, de um despertar espiritual importante para sua serenidade. Com isso sua força diminui.

No texto da meditação “Touchstones: A Book of Daily Meditations for Men”, Carlos comenta sobre quão melhor é abandonar a retidão no sentido de exigência rígida, cruel e perfeccionista, abandonar a grandiosidade ou orgulho e aceitar as imperfeições dos outros. E, claro, aceitar suas imperfeições também. Lembrando que aceitar é diferente de concordar. Aceitar tem que ver com parar de negar uma realidade, admiti-la embora não concorde com ela.

Quando, então, abandonamos nossa autojustificação, quando aceitamos que erramos, que não somos perfeitos, que não somos deuses e, portanto, temos importantes limitações que o poder econômico ou outro poder humano não resolve, quando aceitamos também as limitações dos outros e paramos de esperar deles a perfeição, nos tornamos melhores pessoas, nossa força e energia podem, então, serem focadas em alcançar metas mais significativas e valorosas na vida.

Interessante que no livro de Eclesiastes no Antigo Testamento, na Bíblia, escrito pelo Rei de Israel, Salomão, tem um versículo que diz assim: “"Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?" Eclesiastes 7:16.

Pegue leve com as pessoas e consigo mesmo. Isso diminui a ansiedade. É possível fazer isso e ao mesmo tempo ser responsável, produtivo, assertivo. Abandone ressentimentos porque deixá-los de lado favorece sua saúde mental e até sua saúde física. Aceite suas limitações, pois isso diminui o estresse e produz alívio.

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Estamos destruindo nossa casa

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Fritjof Capra, foi professor de física quântica na Universidade da California em Berkeley. É um físico teórico e escritor que tem desenvolvido um trabalho sobre a promoção da educação ecológica. Décadas atrás num de seus livros ele falava sobre a importância de uma vida simples, consumo frugal, consciência ecológica para a sobrevivência de nosso planeta. Ele comenta: “O conhecimento vem sendo dominado por grandes corporações mais interessadas em retornos financeiros do que no bem-estar da humanidade.

Fritjof Capra, foi professor de física quântica na Universidade da California em Berkeley. É um físico teórico e escritor que tem desenvolvido um trabalho sobre a promoção da educação ecológica. Décadas atrás num de seus livros ele falava sobre a importância de uma vida simples, consumo frugal, consciência ecológica para a sobrevivência de nosso planeta. Ele comenta: “O conhecimento vem sendo dominado por grandes corporações mais interessadas em retornos financeiros do que no bem-estar da humanidade. Sendo assim, precisamos urgentemente de uma ciência e tecnologia que respeitem a unidade de toda a vida, reconheçam a fundamental interdependência de todo fenômeno natural e nos reconectem com a Terra” (https://ideiasustentavel.com.br/entrevistas-abaixo-o-humanismo-individualista/ Visita em 18/10/2024).

Capra defende a ideia de que todas as formas de vida natural, células, animais, plantas, seres humanos, funcionam melhor em redes e não de forma individualista. Para nossa sobrevivência como raça humana seria necessário uma integração com a Natureza em vez de destruição dela por interesses econômicos egocêntricos.

No mundo capitalista a ideia é que lucrar é mais importante do que a preservação da Natureza, incluindo a vida humana. A política pode usar a tecnologia para fins egocêntricos e de enriquecimento pessoal em vez de usá-la para o desenvolvimento da comunidade, especialmente dos menos favorecidos.

Não iremos seguir muitos anos de vida nesse planeta não tanto porque os gananciosos estão destruindo a vida na Terra, mas também porque a profecia bíblica aponta para o fato de estarmos no fim do fim, antes do retorno de Jesus para o Juízo Final e estabelecimento de uma nova Terra e nova vida com justiça e a morte não mais existirá (ver Daniel capítulo 2 e João capítulo 14 na Bíblia).

O professor Capra fala em “alfabetização ecológica” que é o ensino de como praticar a sustentabilidade para diminuir ou interromper a destruição da Natureza. A ganância material produz burrice ecológica porque com a mente embotada pelo egoísmo o indivíduo segue destruindo para criar seus empreendimentos com fim de lucro. Ele destrói a própria casa onde mora para ter mais dinheiro nos bancos.

Importante para a preservação da vida na Terra não é o que podemos extrair dela, mas como preservá-la. O que a Natureza nos ensina? O que os sintomas de destruição dela trás de lições para nós? Se não atentarmos para os sintomas e partir em busca das suas causas, a destruição prossegue e como consequência temos alimentos contaminados cheios de defensivos químicos, alguns cancerígenos, poluição do ar, aumento dos alimentos super processados feitos com produtos geneticamente modificados, prejudiciais à saúde, entre outros malefícios. Capra explica sobre a importância de obtermos conhecimentos sobre como produzir materiais e tecnologia com uso de produtos biodegradáveis e recicláveis.

A fissura por crescimento econômico faz dos seus participantes pessoas que ficam cegas para o bom senso e chegam ao ponto de violência caso alguém ou uma instituição queira proteger o meio ambiente. Conheço gente que foi ameaçada de morte por empreendedores imobiliários por defender a não destruição de lagoas e vegetação em seus relatórios sobre determinadas áreas.

Importante distinguir o bom crescimento do ruim. Capa explica: “O bom crescimento relaciona-se a processos de produção e serviços mais eficientes com energias renováveis, emissões zero, reciclagem contínua de recursos naturais e restauração dos ecossistemas terrestres. As companhias precisam reavaliar seus processos de produção e serviços para determinar quais deles são ecologicamente destrutivos e, por essa razão, devem ser substituídos. Ao mesmo tempo, as empresas precisam diversificar seus portifólios na direção de produtos e serviços verdes.”

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Só a verdade cura

quinta-feira, 07 de novembro de 2024

Não tem saída para problemas emocionais pessoais, familiares, sociais, políticos e até empresariais, sem o conhecimento e a prática da verdade. A verdade é corretora, preserva a saúde, pessoal, familiar, social, política, corporativa, espiritual. A meta da psicoterapia, que é um tratamento psicológico para resolução de conflitos e sintomas emocionais, é a busca da verdade de como se lida com pensamentos, sentimentos, decisões, motivações, necessidades de afeto, para ver o que funciona mal nisso e o que precisa conserto.

Não tem saída para problemas emocionais pessoais, familiares, sociais, políticos e até empresariais, sem o conhecimento e a prática da verdade. A verdade é corretora, preserva a saúde, pessoal, familiar, social, política, corporativa, espiritual. A meta da psicoterapia, que é um tratamento psicológico para resolução de conflitos e sintomas emocionais, é a busca da verdade de como se lida com pensamentos, sentimentos, decisões, motivações, necessidades de afeto, para ver o que funciona mal nisso e o que precisa conserto. Conhecer a verdade, então, pode libertar a pessoa do sofrimento que ela não mais precisa continuar a ter.

Mas você precisa querer a verdade se deseja cura. Não se pode impor a verdade para quem não a quer. A mentira destrói e seus resultados são desastrosos para a pessoa, para a família, para a sociedade. Nosso organismo funciona bem na base da verdade. Por exemplo, a mentira diz que o vinho faz bem ao coração. A verdade diz que é o resveratrol da uva que pode dilatar artérias e ajudar o coração e a circulação, e que o álcool do vinho continua sendo tóxico para o corpo e o cérebro.

A mídia, por conflitos de interesse, pesquisa superficial, ideologias, ignorância no assunto, muitas vezes divulga para milhões de pessoas informações mentirosas como se fossem verdades científicas. Ou anunciam meia verdade. Mas ninguém precisa continuar sendo enganado se realmente quiser a verdade e se tiver a disposição procurar por ela.

Não tome decisões importantes na sua vida baseado nos seus sentimentos, nas suas emoções, mas no conhecimento racional da verdade, a qual não é algo relativo. Ela tem solidez, conteúdo certo, parâmetros equilibrados, e é estável.

Na estrutura de nosso caráter, se você professa ou não uma religião, existe a mentira e a verdade misturadas. De repente surge de dentro de você um impulso destrutivo que você desconhecia. Daí você agride alguém com uma palavra, uma atitude ou uma omissão. E surge um bom pensamento de ajudar alguém sem nenhum interesse por detrás. O eu não pode curar o eu. Precisamos do poder da verdade que vem de fora e de cima para que ela vá acabando com nossas mentiras se quisermos que ela faça isso e se a escolhermos para governar nossa mente e nossa vida. O que tem escolhido para dirigir sua vida, a mentira ou a verdade?

Os erros existentes na sociedade só podem ser corrigidos pela verdade. Não devemos ter simpatia pelos ricos que oprimem os pobres e nem encorajar os pobres em ações contra os ricos por causa do ciúme e inveja dos ricos. Não apoie aquilo que leva os poderosos a atropelar os fracos e indefesos. Precisamos aprender a ser imparciais e mais que isso, aprender a abrir a mão aos necessitados e ter compaixão pelos aflitos e pelos que estão sofrendo necessidade.

A verdade coloca seu selo sobre as pessoas não em função da posição delas, não devido à riqueza material ou grandeza intelectual delas, mas em função da incorporação da verdade na vida pessoal. É a pureza do coração operada pela verdade que constitui o verdadeiro valor dos seres humanos. E perguntas importantes para você fazer a si mesmo são: Quero a verdade? Quero a verdade para melhorar meu caráter? Quero a verdade para praticá-la e amadurecer em vez de egoistamente só querer tirar benefícios dela? Quero a verdade para ela administrar minha vida? Quero para ela me curar, ou quero a cura na mentira? Não tem cura na mentira, nem pessoal, nem familiar, nem nos poderes sociais.

Você e eu recebemos vida por um tempo para ver se aceitaremos e praticaremos a verdade. Nela obtemos alívio, conseguimos progresso, ajudamos os oprimidos e construímos um estado de coisas na sociedade que favorece a justiça social. O sistema do mundo não funciona baseado na verdade. Mas você pode evitar seguir nessa onda, resistir à mentira, e escolher a verdade que produz cura. Vivendo a verdade você vai ser perseguido, mas ajudará muita gente e terá paz interior que nenhum poder desse mundo poderá tirá-la da sua mente.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Forçar a barra

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Li um pensamento que diz: “Quanto mais eu forço as coisas, mais dura fica minha vida.” Forçar é diferente de esforçar. Forçar é querer controlar, enquanto que esforçar é se empenhar em fazer uma tarefa.

Alguns de nós somos tendentes a querer controlar as coisas e até as pessoas. Isso aumenta a tensão, a preocupação e o estresse interno (pessoal) e externo, no relacionamento com os outros.

Li um pensamento que diz: “Quanto mais eu forço as coisas, mais dura fica minha vida.” Forçar é diferente de esforçar. Forçar é querer controlar, enquanto que esforçar é se empenhar em fazer uma tarefa.

Alguns de nós somos tendentes a querer controlar as coisas e até as pessoas. Isso aumenta a tensão, a preocupação e o estresse interno (pessoal) e externo, no relacionamento com os outros.

Procurar entender de onde vem sua tendência para controlar, é um bom primeiro passo para a recuperação que alivia o peso na vida. Talvez você cresceu se sentindo inseguro por dificuldades em se sentir amado, aceito e valorizado. E essa insegurança pode estar empurrando você para querer controlar tudo na ideia de que o controle resolve a insegurança e o que faltou emocionalmente. Não resolve. A insegurança emocional pode ser resolvida com aceitação das suas limitações, perdas, sem revolta. Tem que ver com perdoar pessoas que não conseguiram lhe dar a nutrição afetiva que produziria segurança. E tem que ver com valorizar sua pessoa pelo que você consegue ser e fazer, mesmo lutando com a sensação de insegurança.

Esta carência (real ou imaginária) pode estar há anos causando em sua pessoa uma sensação de abandono, de falta de identidade. Mas é possível romper esse padrão de comportamento para que a vida se torne leve, sem você ter que forçar as coisas para que se tornem como você quer. Importante entender que não temos poder de controlar outra pessoa. Nesse caso cabe pensar que ela vai ser o que ela consegue ser e não o que você queria que ela fosse.

Procure pensar e detectar que coisas em sua vida você está tentando forçar a barra, especialmente no sentido de atitudes de manipulação de pessoas e também de forçar a si mesmo sem se permitir relaxar e descansar. Decida interromper este comportamento seu. Abra mão de querer controlar. Evite ficar obsessivo quanto ao comportamento de outra pessoa e se volte para viver sua vida, um dia de cada vez.

Vai ficar mais leve sua existência. As pessoas com quem você convive se sentirão mais à vontade com sua presença. Isso pode facilitar o afeto delas chegar até você e, até certo ponto, melhorar algumas de suas carências. E você pode conseguir gostar mais de si de forma não egocêntrica.

Você não precisa controlar ninguém hoje. Controlar é uma ilusão e acabar com a ilusão é um grande passo para encarar a realidade e aprender a viver com ela de modo melhor. Não somos deuses. Não podemos tudo. Não conseguimos tudo dos outros, mesmo dos que nos amam de verdade.

Comece agora mesmo a desmontar seu jeito de ser controlador ou forçador de barra em qualquer sentido que isso existe em sua vida. Sente no banco do carona. Olhe para as montanhas. Faça seu melhor, se esforce para praticar hábitos saudáveis, e para de forçar a barra. É aliviante.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A verdade pode curar sua mente

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Nossa mente é enganosa. No mais profundo dela existe uma mistura de verdade e mentira. Saúde mental é um progressivo buscar ser verdadeiro consigo mesmo. Numa ficha (uma moeda) norte-americana dos AA – Alcoólicos Anônimos, dada aos membros do grupo por conquistas sobre evitar o primeiro gole, tem a frase: “Para que seu próprio eu seja verdadeiro”. Você é verdadeiro consigo mesmo?

Nossa mente é enganosa. No mais profundo dela existe uma mistura de verdade e mentira. Saúde mental é um progressivo buscar ser verdadeiro consigo mesmo. Numa ficha (uma moeda) norte-americana dos AA – Alcoólicos Anônimos, dada aos membros do grupo por conquistas sobre evitar o primeiro gole, tem a frase: “Para que seu próprio eu seja verdadeiro”. Você é verdadeiro consigo mesmo?

A verdade pode nos libertar do que nos prende em ansiedade, medo, culpa, tristeza, remorso, vergonha. Não é a verdade da tradição, mas da essência dela mesma. Se coloca muita tradição humana acima da pureza da verdade. Mas só existe cura na verdade, do corpo (biológica), da mente (psicológica), do espiritual (transcendental).

A psicoterapia é um procedimento praticado por psicólogo ou psiquiatra formado e treinado em atendimento psicológico, onde se usa diálogo técnico em busca da compreensão da verdade que produz o sofrimento mental que levou a pessoa ao atendimento.

Geralmente as verdades que causam dor mental (tristeza, medo, angústia, vergonha, insegurança, pânico, entre outros tipos) estão mais no campo da mente inconsciente do que da consciente. Por isso, pessoas cultas ou não, num atendimento psicológico dizem: “Não sei por que estou sofrendo isso!” Por que não sabe? Porque a verdade está ainda na mente inconsciente.

Por isso, especialmente na técnica de psicoterapia chamada “psicoterapia de base analítica” a meta principal, além de oferecer acolhimento, empatia, não julgamento, o profissional vai procurar ajudar o cliente a ver como trazer a verdade que está no inconsciente dele para a compreensão consciente na ideia de que conhecendo a verdade sobre seus sofrimentos, se dá grande passo para a liberdade dos mesmos.

Mas existe um requisito básico para que a saúde mental surja: querer conhecer sua verdade pessoal. Isso significa ir acabando com suas mentiras, seus autoenganos, sua ignorância sobre si. É incrível como que homens e mulheres de poder na sociedade procuram uma forma de acusar injustamente os que são do bem por não desejarem a verdade, permanecendo na mentira por causa dos benefícios mundanos da corrupção.

A cura de uma nação, Estado, Município, igreja, sociedade secreta, de certas empresas cheias de conflitos de interesses com poderes sociais, só se dá através da procura, admissão e decisão de praticar a verdade mesmo perdendo fama, dinheiro, poder.

Será que vale à pena ganhar tudo, menos a verdade? Nós, seres humanos, somos os animais que mais enganam a si mesmos e mais ferem as leis naturais, seja pela comida não nutritiva, consumo de bebidas tóxicas, abuso do corpo, obsessão pelo poder econômico, fissura por romance e sexo, acúmulo material egocêntrico, competição, mentira na execução do poder público, fora outras lesões. A Natureza não destrói a si mesma a não ser que seres humanos perturbem o funcionamento ecológico. Mesmo assim, o que ela faz é tentar preservar a vida. Quando você quiser, pesquise sobre a diferença entre morte por necrose e morte por apoptose. A primeira é doentia e visa só destruir. A segunda existe para tentar preservar o que for possível para a vida.

A verdade vencerá independente dos que exercem o poder para acabar com ela ou distorcê-la. Ela anda tropeçando em tribunais, em gabinetes políticos, em comissões de denominações religiosas que fogem da verdade e adotam a tradição como suprema, e na mente humana dominada pelo erro. Nada destrói a verdade. Por isso é importante que a tenhamos em nosso ser, relacionamentos, caráter. Se você quer a verdade e a busca diariamente para aplicá-la na vida, ela vai mostrando suas mentiras favorecendo que seu próprio eu vá passando a ser verdadeiro. Esse é o caminho da cura mental.

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Eu também tenho isso

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Assim como não conseguimos enxergar certas partes de nosso próprio corpo sem o auxílio de um espelho, da mesma forma não temos uma visão de algumas características de nosso eu, de nossa maneira de ser como pessoa, sem procurar obter melhor discernimento pessoal ou aprimorar o autoconhecimento.

Assim como não conseguimos enxergar certas partes de nosso próprio corpo sem o auxílio de um espelho, da mesma forma não temos uma visão de algumas características de nosso eu, de nossa maneira de ser como pessoa, sem procurar obter melhor discernimento pessoal ou aprimorar o autoconhecimento.

Isso é importante porque muito do que acontece em nossos relacionamentos na família, com amigos, no trabalho, depende de termos ou não uma visão consciente de como funcionamos nesses relacionamentos. Você pode com frequência provocar ou facilitar a presença de tensão, tristeza, aversão, isolamento, irritabilidade com certas pessoas justamente porque não percebendo características desagradáveis em seu próprio comportamento, age de forma a provocar estes problemas em seus relacionamentos.

Se você quer obter compreensão de si mesmo, o primeiro passo é admitir que precisa melhorar sua autopercepção para ter consciência de que forma você funciona que favorece o surgimento de brigas, discussões e afastamento das pessoas. Pode até estar acontecendo um paradoxo em sua vida hoje, que é você querer estar próxima de indivíduos importantes em sua vida, e se queixar de que eles se afastam de você, sendo que isso pode estar acontecendo por causa de condutas suas que são desagradáveis nesses relacionamentos. Falta, então, discernimento do que você faz ou diz que produzem afastamento das pessoas.

O ponto que quero enfatizar é que mais frequentemente do que gostaríamos, possuímos características ruins parecidas em algum nível com as que pessoas que criticamos em nosso coração, também possuem. Isso é comum acontecer em relacionamentos conjugais, entre pais e filhos, mães e filhos, filhos e seus pais.

Pode ser que o filho com quem você tem mais dificuldade de relacionamento é aquele que tem algumas características de comportamento parecidas com as suas. Você, então, vê no filho ou na filha, no esposo ou na esposa, no pai e na mãe, um comportamento que desagrada e não vê em si mesmo. Isso é um problema porque se você não enxerga que tem este ou aquele jeito de ser que seu parente tem e que você o critica por isso, fica injusto criticá-lo, cria estresse e perturba a harmonia familiar.

Por outro lado, quando começamos a perceber que também temos algumas características ansiosas, depressivas, nervosas, controladoras, mentirosas, agressivas, impacientes ou outra qualquer que a outra pessoa com quem nos relacionamos de perto tem, podemos cobrar menos, pegar leve, perdoar mais, e agir com mais compaixão com ela e com a gente mesmo. E, claro, lutar conscientemente e de forma intencional para vencermos aquele defeito de caráter que agora começa a ficar mais claro para nós mesmos e que só víamos no outro.

Como consequência desse processo de amadurecimento por decisão consciente individual de pensar e refletir sobre como funcionamos, vai ficando mais claro para nós que também temos o que criticávamos na outra pessoa como se só ela tivesse aquela característica comportamental ruim.

Certa vez Jesus Cristo deu uma explicação sobre isso quando falou que podemos ver e criticar a existência de um cisco no olho de outra pessoa e não enxergar o palito no nosso olho (ver Mateus 7:1-5).

A qualidade de vida em nossos relacionamentos pode melhorar bastante na medida em que conseguimos aumentar o discernimento de nós mesmos, de nosso comportamento e abandonamos os erros de nossa conduta que vão ficando conscientes para nós, substituindo-as por atitudes e jeito de falar que promovem a aproximação agradável das pessoas em nosso convívio com elas. Comece com você.

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Inconsciente e relacionamento humano

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Nossa mente tem o consciente, a consciência e o inconsciente. Consciente é o que você está usando agora para pensar, é a parte que nos conecta com o mundo real e externo. Consciência é a área mental onde estão informações, conceitos, valores, desejos, que você tem acesso quando deseja, sendo uma área nobre que só nós humanos temos, e os outros animais não possuem, ou seja, temos autoconsciência e eles não.

Nossa mente tem o consciente, a consciência e o inconsciente. Consciente é o que você está usando agora para pensar, é a parte que nos conecta com o mundo real e externo. Consciência é a área mental onde estão informações, conceitos, valores, desejos, que você tem acesso quando deseja, sendo uma área nobre que só nós humanos temos, e os outros animais não possuem, ou seja, temos autoconsciência e eles não. E inconsciente é uma área virtual mental onde estão palavras, pensamentos, sentimentos, afetos reprimidos, imagens, fatos de sua vida, que não dá para acessar quando você quer, mas quando pode.

Muitos sofrimentos emocionais na vida adulta têm origem em pensamentos e sentimentos guardados em nosso inconsciente vividos ao longo dos anos da infância. Geralmente fazemos um corte entre o evento traumático vivido quando se era criança e a dor emocional na vida adulta atual. Por exemplo, se você teve uma mãe autoritária que era abusiva verbalmente com você e seus irmãos, isso pode ter produzido em sua pessoa uma reação de defesa diante de qualquer outra pessoa também autoritária. Vinte ou mais anos após sua infância vivida com esta mãe abusiva verbalmente, você pode estar num relacionamento com um chefe, cônjuge, colega de trabalho também abusivo, e se sente muito mal emocionalmente, podendo ficar triste, irritado, ansioso, só que de uma maneira exagerada. Esta reação emocional exagerada no presente, no relacionamento com uma pessoa abusiva, é produzida pelo fator gatilho que dispara a resposta emocional desagradável porque toca na ferida que já existia no inconsciente. A ferida original produzida na relação com a mãe autoritária lá atrás na infância, vem a sangrar de novo ao você se relacionar no presente com alguém semelhantemente autoritário.

Especialmente levamos para dentro do casamento muita coisa inconsciente mal resolvida com nossos pais ou cuidadores. Não se pode zerar a influência emocional do passado infantil para que não interfira no casamento ou em outro relacionamento na vida adulta. Uma mulher, durante a infância, costumava deixar seu papel normal de criança para adotar um papel de adulto na tentativa de apaziguar seus pais que brigavam com frequência. Na vida adulta, após casar, e ao viver algum momento de infelicidade no casamento, ela se deitava no berço da filha pequena, e ficava choramingando como uma criança assustada. Ou seja, a criança que não podia aparecer lá atrás na infância, aparecia anos depois na vida adulta no casamento.

Muito do desejo romântico tem ligação com expectativas afetivas vividas com os pais na infância. Quem teve uma boa infância, pode se casar com a ideia inconsciente de querer ter tudo o que foi agradável na meninice, sem considerar que na vida conjugal surgem momentos difíceis também e não só o que é bom. Outra pessoa, com uma infância ruim em termos afetivos, pode se casar com a ideia inconsciente de que o casamento irá proporcionar tudo o que ela não teve de agradável no seu passado. Não conseguimos resgatar perfeitamente o que foi perdido. A dor da falta precisa ser trabalhada para não piorar a vida atual.

Não existe uma relação adulta humana que tenha poder de proporcionar tudo de bom o tempo todo, sem frustração, sem tristeza, sem angústia, em alguns momentos pelo menos. Muitos casais cultivam o pensamento de que se casaram por amor, então, só existirá momentos bons no relacionamento entre eles. Muitos também podem alimentar a ideia onipotente de que têm poder para fazer o outro feliz e que conseguirão impedir que surjam conflitos. Casamento feliz é aquele no qual não se perde a individualidade, se aceita as diferenças de pensar e sentir, há respeito e não gritaria e xingamentos, e cada um não coloca sobre o outro a expectativa do outro o fazer feliz. Isso requer aceitar um certo vazio existencial porque nenhum ser humano pode preencher tudo o que desejamos.

Perceber as motivações inconscientes que nos empurram para esse ou aquele comportamento no casamento ou em qualquer outro relacionamento, é passo importante para melhor saúde relacional e mental pessoal. 

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Médico sofre?

quinta-feira, 03 de outubro de 2024

Médico sofre também? Médico também tem doenças físicas, angústia, depressão, também se suicida? Infelizmente sim. Nos Estados Unidos entre 300 a 400 médicos se suicidam a cada ano. Um médico por dia se mata no país do primeiro mundo. Ainda que os médicos tenham uma menor estatística de morte por câncer e doença cardíaca, talvez pelo conhecimento do que fazer e acesso rápido ao diagnóstico, eles apresentam um risco maior de morte por suicídio.

Médico sofre também? Médico também tem doenças físicas, angústia, depressão, também se suicida? Infelizmente sim. Nos Estados Unidos entre 300 a 400 médicos se suicidam a cada ano. Um médico por dia se mata no país do primeiro mundo. Ainda que os médicos tenham uma menor estatística de morte por câncer e doença cardíaca, talvez pelo conhecimento do que fazer e acesso rápido ao diagnóstico, eles apresentam um risco maior de morte por suicídio.

Uma das razões para esta tragédia no meio médico é a depressão ou outras desordens mentais não tratadas devidamente, incluindo o alcoolismo, abuso de outras drogas, facilidade de acesso a métodos letais, e outros fatores. Em vários países de 15% a 30% dos estudantes de medicina e médicos residentes apresentam sintomas depressivos.

As formas mais comuns de suicídio em médicos são por doses exageradas de medicação letal e armas de fogo. (Fonte: http://emedicine.medscape.com/article/806779-overview). Médicos em geral relutam em procurar ajuda para seus sofrimentos, especialmente diante de desordens mentais. Um estudo com cirurgiões mostrou que ainda que um em 16 médicos tivessem tido ideias suicidas nos últimos 12 meses, somente 26% havia procurado ajuda psiquiátrica ou psicológica.

Os que sofrem profunda tristeza, sentem uma pressão grande para sempre se aparentarem saudáveis, sofrem a angústia de que precisam estar bem para mostrar habilidade em curar outros. É comum familiares de médicos que cometeram suicídio dizerem que não percebiam ou pensavam que eles tinham sofrimento. Daí, o suicídio de pessoas que não falavam nada de seus sofrimentos ser uma surpresa para todos.

Na mente depressiva existem fortes sentimentos de desvalor e desesperança que podem chegar ao ponto da pessoa achar que a saída é fugir da realidade pela morte para acabar com a dor. Médicos em sofrimento mental têm dificuldade em falar disto para outro colega por acharem arriscado, vergonhoso, e que se tornariam vulneráveis numa profissão que todos os têm como super heróis que curam tudo e todos. Não curamos tudo e todos. Adoecemos e morremos. Não somos deuses.

Muitos médicos diante de problemas familiares adiam a procura de ajuda evitando conflitos. Estes problemas conjugais, familiares, separação, divórcio, junto com outros conflitos, contribuem para a depressão e podem facilitar o pensamento suicida caso não sejam abordados, falados, analisados com aconselhamento.

Em Medicina há constantes mudanças devido a novos achados científicos, existe a pressão dos pacientes e familiares deles, pessoas com doenças complicadas e terminais, plantões cansativos, planos de saúde pagando mal ao médico, falta de equipamentos e material médico em unidades de saúde do governo necessários para um tratamento adequado dos pacientes, telefonemas e mensagens por e-mail e celular que pacientes e seus parentes fazem constantemente ao médico pedindo mais orientação, consultas de emergência em qualquer hora e dia, tudo isso gera muito estresse na vida do médico, podendo causar burnout (esgotamento), depressão, e sensação de não ter saída.

O médico precisa de ajuda também. E isto pode se dar por ele mesmo colocar limites para excesso de trabalho e para pacientes e/ou familiares abusivos, abrir seu coração com alguém preparado para ajudar, desenvolver a espiritualidade, mudar conceitos de felicidade que o mundo conecta com a riqueza material, e entender que ele não é um deus, por isso tem limites, dores, angústia e tristeza, como todo ser humano. (http://emedicine.medscape.com/article/806779-overview#a2)

Também ajuda a aliviar e gratificar o trabalho do médico quando um paciente manifesta gratidão pelo trabalho dele. E isto é tão fácil fazer, não é? Bastam algumas poucas palavras sinceras.

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