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Resiliência e o papel do apoio social

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Um artigo científico do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA publicado em fevereiro de 2016 de autoria de um grupo de cientistas trata da relação entre apoio social e resiliência. Qual o papel do apoio social no enfrentamento de traumas?

 

Resiliência tem que ver com a capacidade da pessoa conseguir enfrentar uma situação difícil, e mesmo que sofra e apresente sintomas, ela não sucumbe ao trauma e se recupera. A pessoa resiliente consegue se adaptar melhor aos efeitos dos traumas, das perdas, das tragédias, lida melhor com o estresse e ameaças.

 

Um artigo científico do Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA publicado em fevereiro de 2016 de autoria de um grupo de cientistas trata da relação entre apoio social e resiliência. Qual o papel do apoio social no enfrentamento de traumas?

 

Resiliência tem que ver com a capacidade da pessoa conseguir enfrentar uma situação difícil, e mesmo que sofra e apresente sintomas, ela não sucumbe ao trauma e se recupera. A pessoa resiliente consegue se adaptar melhor aos efeitos dos traumas, das perdas, das tragédias, lida melhor com o estresse e ameaças.

 

Fatores genéticos, comportamento dos pais na infância, sensibilidade não frágil da criança, favorecem a resiliência. Além disso, uma pessoa resiliente mais provavelmente tem convivido com bom apoio social, seja da família de origem, da família atual, e de amigos. E também ela pode não sofrer muito por viver num país com mais justiça social, menos corrupção, menos complicações econômicas, e ter maior apoio espiritual de sua comunidade religiosa, acrescido de boa cultura.

 

Quase todos sofremos um trauma ao longo da vida independente da classe social, econômica, raça, religião. Mas, existe uma variação grande sob o ponto de vista psicológico e físico na forma como as pessoas respondem aos eventos traumáticos. Uma parte acaba desenvolvendo sintomas psicológicos crônicos e debilitantes que interferem significativamente em sua capacidade de trabalho, estudo, interação social. No artigo do Instituto de Saúde do governo dos Estados Unidos, os cientistas autores levantam a pergunta: “O que explica essas diferenças?”

 

Eles mesmos respondem dizendo que a resposta é complexa e apenas parcialmente compreendida. Parte da resposta está no apoio social que o indivíduo tem ou não tem. Apoio social pode ser definido como a rede social com que você pode contar para ajuda em momentos importantes em sua vida. Você tem alguém para lhe acompanhar ao hospital ao você passar mal e precisar atendimento? Tem alguém de confiança para deixar suas crianças e sair com amigos para um lanche? Numa emergência financeira, você tem alguém que lhe empreste dinheiro? Precisando ser internado num hospital, você tem uma pessoa que possa cuidar das tarefas, contas, limpeza, compras para sua casa? Tem alguém que possa lhe substituir no trabalho para umas férias ou no caso de você precisar de uma licença médica?

 

Pesquisas têm comprovado que a resiliência psicológica é geralmente facilitada por situações no ambiente familiar na infância onde os membros da família são amorosos e cuidadosos uns com os outros, consistentes e confiáveis. Um ambiente familiar assim produz nas crianças boa capacidade de regular emoções, acalmar-se, resolver problemas diante do estresse, criar vínculos seguros, manter relacionamentos e desenvolver confiança em si.

Num ambiente familiar traumático, as crianças que saem dele, podem trazer para a vida adulta sintomas psicossomáticos, mais ansiedade e medo, insegurança pessoal e melancolia. Cientistas verificaram que um ambiente traumático na infância favorece a modificação epigenética dos genes ligados ao sistema de resposta ao estresse. Foi observado que algumas crianças vivendo num ambiente de rejeição e solidão têm ativação dos mesmos sistemas neurobiológicos ligados à ameaça física e medo. Ao contrário, o apoio social demonstrou inibir a ativação dos sistemas cerebrais ligados ao medo, e libera ocitocina, um hormônio que produz efeitos ansiolíticos.

Os cientistas do NIH afirmaram no artigo que: “as comunidades também podem melhorar a resiliência no indivíduo por meio de políticas e programas que promovem bairros seguros, moradia acessível, estabilidade alimentar e de emprego, acesso a cuidados de saúde, escolas eficazes, preparação para emergências e desastres e amplos espaços públicos para relaxamento e exercício.”

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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O que você mais coloca diante de seus olhos e ouvidos?

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Os profissionais de marketing sabem muito bem que o visual influi de forma poderosa a nossa mente. O que você vê e ouve, pode despertar desejo. Então, a estratégia de quem lida com propaganda e marketing é apresentar algum visual e áudio que produza desejo de consumo.

Os profissionais de marketing sabem muito bem que o visual influi de forma poderosa a nossa mente. O que você vê e ouve, pode despertar desejo. Então, a estratégia de quem lida com propaganda e marketing é apresentar algum visual e áudio que produza desejo de consumo.

Existe uma lei em psicologia que diz que você se torna mais parecido com aquilo que mais contempla. No que você gasta mais tempo observando num dia ou numa semana? Algum programa de televisão? Gasta muitas horas no celular ou tablet olhando vídeos? Vive contemplando fotos, imagens? Você está se tornando parecido, mais parecida com o que tem mais contemplado.

E mais que isto. Não é só se tornar parecido com o que mais contempla, como também com o que mais pensa. No que você mais pensa? Em coisas boas? Em como ganhar algo pela mentira? Numa forma de prejudicar alguma pessoa? Ou em como ajudar alguém cada dia e fazer algo útil? No que você mais pensa, nisso você se torna.

Se seus pensamentos, se as imagens que assiste cada dia são do bem, você está sendo formado uma pessoa do bem. O contrário é verdadeiro, se você vive pensando e olhando coisas más, em tragédias, em atitudes violentas e corruptas, isso prejudica seu cérebro e a formação de bons impulsos em suas atitudes.

Se observarmos numa visão geral o que as redes de comunicação de maior audiência apresentam diariamente em sua grade de programas no rádio e na TV, parece que o conteúdo envolve violência, corrupção política, endeusamento de atletas, tragédias naturais, conflitos de interesses comerciais, matérias pagas para defender este ou aquele líder político, empresário milionário ou ideologia, e por aí vai. Como isso afeta a mente do consumidor de notícias e programas em geral? Afeta para a saúde ou para a doença? Para a esperança ou desesperança? Para a alegria ou para a tristeza? Para a confiança ou desconfiança nos poderes sociais?

Selecione o que você lê, ouve, pensa, fala e vê. Todo este conteúdo afeta diretamente seu cérebro, para preservação ou não da saúde mental. E o que pode dar esperança é que você pode fazer a escolha do que vai colocar diante de seus olhos e ouvidos, embora estejamos caminhando a passos largos para a castração da liberdade social. Mas mesmo quando chegar o tempo, e infelizmente não vai demorar, em que poderes sociais tirarão a liberdade do povo em vários sentidos, obrigando a população a fazer o que esta liderança irá oferecer como alternativas em nome do “bem comum”, ainda será possível, felizmente, escolher o que você irá pensar, ler, ouvir e falar.

Escolha cada dia, mesmo gradativamente, aos poucos, evitar se expor às notícias desanimadoras, leituras “água com açúcar” que não nutrem a mente, vídeos que produzem pensamentos ruins e maldosos. Escolha aquilo que pode construir em sua pessoa atitudes maduras, compassivas, de autoproteção, de ajuda aos outros sem conflitos de interesses com o erro.

 

Claro, você pode querer saber como andam os eventos na sua cidade, estado, país e mundo em geral. Mas faça isso só para obter informações que possam lhe ajudar e dar uma noção da realidade social local e mundial, mas sem exageros de tempo gasto nisso.

O que você coloca diante dos seus olhos e ouvidos? O conteúdo que você decide ver e ouvir está produzindo saúde ou doença? Paz e esperança ou ansiedade e desesperança?

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Você é uma pessoa confiável?

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Podemos confiar em pessoas confiáveis. Quais as características de uma pessoa confiável? O tipo de temperamento influi nisso porque, por exemplo, alguém com temperamento sanguíneo exagera na sua fala, por exemplo, dizendo que foi numa festa de aniversário onde tinha muitos docinhos e salgadinhos, quando na realidade tinha pouco. O sanguíneo não está necessariamente mentindo, mas para ele é mais importante o relacionamento do que os detalhes do que ele diz.

Podemos confiar em pessoas confiáveis. Quais as características de uma pessoa confiável? O tipo de temperamento influi nisso porque, por exemplo, alguém com temperamento sanguíneo exagera na sua fala, por exemplo, dizendo que foi numa festa de aniversário onde tinha muitos docinhos e salgadinhos, quando na realidade tinha pouco. O sanguíneo não está necessariamente mentindo, mas para ele é mais importante o relacionamento do que os detalhes do que ele diz.

Há muitos anos li um artigo no antigo Jornal do Brasil sobre o por que políticos mentem tanto. Uma das explicações é que muitos deles passam a crer que a mentira é a verdade. Claro, também por conflitos de interesses. E existe o perigo de você ser enganado crendo que algo é verdade, quando não é.

O que faz uma pessoa confiável? Ela faz o que disse que faria, e não faz o que disse que não faria. E se precisar mudar sua atitude, ela explica a razão disso baseada na verdade e não na manipulação por causa de interesses egocêntricos e corruptos. Não viola suas promessas decepcionando as pessoas. Tem integridade e fortes valores morais saudáveis que ela pratica. Faz bons amigos, é um bom cooperador numa empresa, bom cônjuge, familiar agradável, bom vizinho.

Uma pessoa confiável nunca faz fofoca, não compartilha informações particulares de outras pessoas. Ela não furta, não pega para si objetos de outras pessoas sem autorização do dono. Mantém sua palavra. Um político confiável, ao ser eleito, procura cumprir as promessas de sua campanha e durante a campanha não fica prometendo o que não pode cumprir.

Décadas atrás, muitos negócios eram feitos sem contrato escrito, mas garantida pela palavra do indivíduo confiável. Interessante que isso ocorria mais entre pessoas do interior.

O indivíduo confiável ao assumir um compromisso, ele o cumpre. Pode demorar porque existem fatores alheios à sua vontade que podem prejudicar a execução do que ele disse que faria, mas ele faz.

O confiável nunca mente e não faz qualquer coisa que não seja baseado na verdade. Quando ele ou ela lhe diz alguma coisa, pode crer que é verdade. O indivíduo confiável é consistente com o que diz, ou seja, ele não diz numa hora que, por exemplo, um político oponente é a pior coisa para o país e depois, em outra hora, se une a este político para atividades de poder. Neste caso ambos podem não ser confiáveis, porque como você vai confiar em alguém que disse que você é a pior coisa para o país? Como um vai confiar no outro? Uma pessoa confiável tem preocupação com sua reputação em vez de praticar atitudes desonestas sem se preocupar com ser ou não uma pessoa de confiança.

Ser uma pessoa de confiança faz de você alguém que respeita a si e aos outros, sem humilhar e intimidar os demais. É transparente em vez de ficar cochichando no ouvido das pessoas com intenção maldosa. Não tem duas caras, uma no trabalho e outra em casa e outra ainda na comunidade religiosa que frequenta.

Um indivíduo confiável demonstra interesse genuíno pelo bem estar de outros. Não tem uma fachada ou discurso de bondade, de “bem comum”, participando, entretanto, por detrás dos bastidores na organização de eventos ditatoriais e enganadores para a população.

Uma pessoa de confiança mede bem suas palavras em vez de viver dizendo de forma decorada que “tem o maior respeito por” fulano, quando não tem. Não bajula para ganhar afeto, poder, dinheiro, fama. É uma pessoa discreta em vez de “cheguei” que é a que quer chamar a atenção sobre si em qualquer ambiente. É bom ser de confiança, faz bem para todos.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Parou com a compulsão, mas não parou com a confusão

quarta-feira, 03 de janeiro de 2024

Conviver com uma pessoa difícil é um desafio nas relações humanas e causa estresse. Uma pessoa difícil pode ser, por exemplo, a dependente do álcool ou de outras drogas, pode ser um mentiroso e manipulador. Ou quem sabe é viciado em sexo, ou possui outro tipo de vício que perturba a paz do ambiente.

Conviver com uma pessoa difícil é um desafio nas relações humanas e causa estresse. Uma pessoa difícil pode ser, por exemplo, a dependente do álcool ou de outras drogas, pode ser um mentiroso e manipulador. Ou quem sabe é viciado em sexo, ou possui outro tipo de vício que perturba a paz do ambiente.

Nos grupos de Alcoólicos Anônimos existe uma expressão chamada “porre seco”, atribuída ao indivíduo que era dependente do álcool e que tem se mantido sóbrio, mas sem interesse em, além de parar de beber, lutar contra seus defeitos de caráter. Ele não mais cria problemas por causa da embriaguez, enquanto se mantém sóbrio, mas é uma pessoa de difícil relacionamento.

Felizmente existem os que param de ingerir bebidas alcoólicas e se mantêm sóbrios e abstêmios, e também se interessam por cultivar pensamentos que produzem sentimentos e conduta agradáveis. Estes vivem o chamado “despertar espiritual”, que não tem que ver com uma religião específica, mas com o discernimento de sua conduta, aceitação de ter dificuldades de personalidade e, por isso, procura ajuda divina, no Deus de sua concepção.

Quando o viciado para de ingerir bebidas alcoólicas ou para de usar outras drogas que alteram seu comportamento, criando muito estresse geralmente na família, ele não necessariamente melhora seu jeito de ser e de se relacionar com as pessoas. Sim, há inúmeras vantagens em não mais viver drogado, para a própria pessoa e para com quem ela se relaciona. As vantagens maiores, porém, surgem para todos quando o viciado começa a trabalhar consigo mesmo para vencer maneiras de funcionar como ser agressivo verbal, mentir, ser corrupto, ter explosões emocionais, entre outras complicações.

Assim, quem convive com um dependente químico ou viciado em outra coisa que vinha causando muito estrago emocional em todos, pode se frustrar quando este indivíduo difícil começa a conseguir interromper sua compulsão, mas segue machucando as pessoas com o comportamento disfuncional.

Por exemplo, pense num viciado em álcool há vários anos e que por conta do vício criou muito sofrimento na família, com amigos e no trabalho. Ele entra em recuperação do alcoolismo, para de ingerir bebidas alcoólicas, não mais tem embriaguez. O álcool de certa forma o acalmava. Agora sem esta bebida intoxicante, ele se torna nervoso, acusador, abusivo com palavras e tom de voz, brigando por besteira. Parar de beber não termina com todos os problemas.

Você que convive com alguém assim, precisa aceitar esta frustração e pensar que você não causou isso (o descontrole emocional da pessoa), não pode controlar isso e não pode curar isso. Você é impotente diante do comportamento de uma outra pessoa adulta.

Entretanto, não é obrigatório aceitar o inaceitável. Você não precisa provar nada para este indivíduo difícil, não tem que retrucar as ofensas dele, não necessita provar que você está certo, não tem que dar explicações de perguntas feitas só para perturbar sua paz. Você tem opções de resposta. Não precisa gritar no mesmo tom dele ou dela. Talvez um silêncio seja a melhor resposta no momento. Ou pedir licença e se retirar do ambiente, dizendo que se recusa a ficar discutindo enquanto a pessoa destrata você com palavras duras, ofensivas.

Em muitas ocasiões ajuda não trazer as palavras da pessoa descontrolada como algo pessoal. Um indivíduo que geralmente se descontrola emocionalmente não tem razão se ele diz que você não é alguém legal. Ele é que não é legal nem com ele mesmo, por isso perde o autocontrole.

Se você ficar em dúvida sobre que atitude tomar, se você tem uma pergunta diante de uma situação tensa e não sabe a resposta, a melhor resposta é perguntar, e orar. Mas perguntar a alguém que respeita você, tem experiência e ética, e tem uma mentalidade de querer ajudar.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Lidando com a angústia no Ano-Novo

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

O filósofo S. Kierkegaard escreveu dizendo que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante: Lidar com a angústia. Sabe o que é isso?

Poucas semanas após a eleição recente para presidente do Brasil, um conhecido meu de Brasília fez contato comigo me pedindo para atender um deputado federal famoso, seu amigo, que estava entrando em depressão pela derrota do seu candidato à presidência. Ele estava muito angustiado e parecia que começava a entrar num estado depressivo.

O filósofo S. Kierkegaard escreveu dizendo que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante: Lidar com a angústia. Sabe o que é isso?

Poucas semanas após a eleição recente para presidente do Brasil, um conhecido meu de Brasília fez contato comigo me pedindo para atender um deputado federal famoso, seu amigo, que estava entrando em depressão pela derrota do seu candidato à presidência. Ele estava muito angustiado e parecia que começava a entrar num estado depressivo.

A sensação de impotência produz angústia. E às vezes a angústia é um sentimento que vem misturado com tristeza. Angústia gera aflição e tristeza gera desânimo. É ruim e desagradável se sentir impotente diante da injustiça, da impunidade, do abuso de poder de magistrados, políticos, empresários que manipulam a opinião pública e também destroem pequenos empreendedores talvez, também, por ajuda de sociedades secretas. Quando uma pessoa bem informada vê que há tanta coisa ruim que já acontece e que se vislumbra que acontecerá, isso pode gerar um estado emocional doloroso, e caso a pessoa não encontre uma saída para sua angústia e tristeza, ela pode entrar em depressão pela perda da esperança.

Dói pensar que a sociedade será muito afetada pela ideologia que fala do “bem comum”, envolvendo este “bem comum” o controle, a castração da liberdade, cheio de conflitos de interesses não só econômicos, mas, e principalmente, ideológicos. Machuca pensar em injustiças sociais não só praticadas pela liderança política de um país, qualquer país, como pela ignorância de boa parte da população que tendo a faca e o queijo nas mãos em termos de escolha de seus governantes pela eleição, decide erradamente, influenciada pela manipulação da opinião pública produzida por poderosas redes de comunicação que são, na verdade, dúbias, jogando para este ou para aquele lado conforme o interesse do momento, interesse econômico e de liberdade transgressora de princípios saudáveis de conduta.

Outro dia li uma frase interessante que dizia: “Impotência não é desamparo.” Somos impotentes diante de males que nos afligem ou atingem nosso país e que ocorrerão nos próximos anos no mundo, quanto mais nos aproximamos da “agenda 2030” quando será imposta uma nova ordem social mundial conforme o interesse e desejo dos poderosos desse mundo, liderados pelo poder, que, conforme descreve o apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Tessalonicenses, capítulo 2 e versículo 4: “... aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto e tomar lugar no Templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus.” (Bíblia Ave Maria).

Impotência não é desamparo. Somos amparados por aqueles que nos ajudam. E há os que nos ajudam. Aceitar a impotência diante da injustiça social não é o mesmo que ficar desamparado e omisso diante da dor social. Fazer o bem é o melhor remédio contra este e outros tipos de injustiça. A resposta está no bem e não no revide do mal com o mal que se apossa de poder em nome de um amor equivocado. O mal tem seu limite. Ele não avançará nem mais um segundo e nem mais um milímetro além do que também está estipulado. A vida cobra o bem. O tempo mostrará o bem e o mal, de forma que ficará claro para todo o Universo esse assunto de justiça e injustiça. O desafio é ter força para esperar e suportar a dor, e evitar ser conivente na prática da injustiça.

Aceitar a impotência diante da injustiça de um povo, de um governante, de um conhecido ou parente, é o primeiro passo para o alívio da angústia e da tristeza. No Ano Novo que começa, levantemos a cabeça com humildade, mas com esperança. Não com arrogância que pode se manifestar por frases tipo “que venha o novo ano”. Não há justiça nesse mundo mal, portanto a saída não é a direita, a esquerda, o centro. A saída é de cima. Bom Ano Novo com a força de cima para lidar com a angústia e a tristeza, até que a justiça surja e acabe de vez com a mentira, a fraude, a corrupção e a maldade de baixo! Não vai demorar.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Feliz Natal e ... o que vem pela frente?

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

É bom descontrair após um ano de trabalho, estar com a família e amigos, confraternizar com colegas de trabalho, comer algumas guloseimas de fim de ano. Tudo isso é bom. A época do Natal parece que alivia um tanto nossas angústias, tristezas e medos. Embora, muitos nesse período se entristecem por causa de perdas difíceis que o Natal suscita talvez pelo fato da pessoa querida não mais estar ali para comemorar.

É bom descontrair após um ano de trabalho, estar com a família e amigos, confraternizar com colegas de trabalho, comer algumas guloseimas de fim de ano. Tudo isso é bom. A época do Natal parece que alivia um tanto nossas angústias, tristezas e medos. Embora, muitos nesse período se entristecem por causa de perdas difíceis que o Natal suscita talvez pelo fato da pessoa querida não mais estar ali para comemorar.

Parece que sempre tem acontecimentos festivos que mascaram a dor social. Um político, de qualquer nível de poder, rouba a população por ação e por omissão, e cria uma festa popular. O povo gosta e esquece o sofrimento que poderia ser aliviado caso a liderança política fizesse realmente o que é justiça social.

Especialmente em nosso país, o futebol mascara muita dor social. Distraídos com as competições nos campeonatos, os torcedores se embriagam com seus ídolos e partidas, e se saciam com as frases dos comentaristas esportivos: “O Flamengo massacrou o Vasco!”, “O Vasco humilhou o Flamengo!”, “O Flamengo deu um chocolate no Vasco!”. Chocolate?! Por que gostamos de competições que deixam o perdedor humilhado? É bom se sentir derrotado e humilhado? Definitivamente a competição não é benigna. No funcionamento das coisas naturais do Universo, numa célula ou numa galáxia, não existe competição, mas cooperação.

As células normais de nosso corpo são gentis, não competitivas. Não brigam entre si, mas diante de alguma dor ou alteração fisiológica, uma sai em socorro da outra. O contrário acontece com as células cancerosas, que são egocêntricas e competitivas. Você pode perguntar: mas as células imunológicas normais não são competitivas? Elas só são competitivas quando combatem o mal que invade nosso corpo e pode nos matar. Mas as células do câncer brigam entre si do nada. São como as pessoas briguentas que adoram discussão. São corruptas e por isso são egoístas, não pensam na comunidade, só querem para si.

Por isso, o tumor é feio, é uma massa disforme. Quer só para si e se destrói. A malícia mata o indivíduo mau. A corrupção destrói o corrupto porque ele joga a consciência culpada para debaixo do tapete, e segue na vida aparentemente feliz, enquanto que seu sistema imunológico sabe da mentira e pode “deprimir”, facilitando, o surgimento de doenças infecciosas, inflamatórias e outras. Nossa fisiologia não é burra. Os estudos de psicossomática – relação mente-corpo – têm revelado que e como a mente afeta o corpo e o corpo afeta a mente. Não é possível ter saúde na competição e na corrupção. É um engano.

Natal não é competição e nem corrupção. Natal é pureza, é compartilhamento. Os sábios verdadeiros passam a entender que precisam terminar com todo e qualquer tipo de competição, e caminham rumo ao compartilhar. Você só consegue dar para aliviar o sofrimento de outros, e assim ter saúde, se receber o poder de vencer o egoísmo inato, e não por ser membro desse ou daquele partido político, filosofia ou igreja. O mundo afunda na corrupção, na mentira (fake news) por puro conflito de interesse material e ideológico, e avança na imposição de ideologias ditatoriais em nome de defesa do ambiente e bem comum.

Confesso que é difícil para mim dizer “Feliz Natal” e não pensar no que teremos que enfrentar em breve de angústia social por causa de líderes poderosos de nosso país e do mundo se afastarem dos princípios de conduta ensinados nos Evangelhos por Aquele que é a figura central do Natal – Jesus Cristo.

Então, desejo a você, leitor, um bom Natal com seus queridos e amigos, e força de Jesus Cristo para o preparo dos eventos difíceis que chegarão em breve. Bom Natal com o pé no chão e luz!

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Desaprender

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

As crianças crescem na família de origem e vão aprendendo os comportamentos com os pais, irmãos e outras pessoas que convivem de perto com elas. Elas vão adotando maneiras de funcionar boas e ruins porque copiam não só características positivas destas pessoas, mas as negativas também.

Isto é trazido para a vida adulta e a maneira como nos relacionamos hoje no ambiente familiar e social tem essa forte influência absorvida do que vimos em nossos pais e pessoas influentes para nós ao longo dos primeiros anos da infância.

As crianças crescem na família de origem e vão aprendendo os comportamentos com os pais, irmãos e outras pessoas que convivem de perto com elas. Elas vão adotando maneiras de funcionar boas e ruins porque copiam não só características positivas destas pessoas, mas as negativas também.

Isto é trazido para a vida adulta e a maneira como nos relacionamos hoje no ambiente familiar e social tem essa forte influência absorvida do que vimos em nossos pais e pessoas influentes para nós ao longo dos primeiros anos da infância.

Por exemplo, você pode ter sido criada por uma mãe autoritária e abusiva verbalmente, ou por um pai que falava alto e sem respeito pelos filhos e pela esposa, e ter prometido a si mesma que nunca iria agir assim com seus filhos. Os anos passaram, você se casou, surgiram os filhos, e quando abriu os olhos ... está repetindo o mesmo papel negativo que via na mãe, no pai ou em ambos!

Ver isso pode ser desagradável caso você queira a verdade sobre seu comportamento, em vez de ficar na negação e sempre justificando suas explosões emocionais com seu cônjuge, com seus filhos e talvez com outras pessoas. A gente precisa querer a verdade para obter a cura emocional. Sem verdade não tem cura pessoal, familiar, social, espiritual, política. E o desejo da verdade precisa ser cultivado porque ele é aprendido mais do que inato ou herdado. Pelo fato de que todos nascemos com egoísmo em nossa estrutura de caráter, então precisamos lutar de forma ativa e conscientemente contra isso e desejar, buscar, entender e praticar a verdade sobre o melhor comportamento pessoal que podemos ter. Não existe nenhum remédio de farmácia, natural ou sintético, que faça isso por você.

Se você, então, observa que repete com seus filhos os erros que detestava no comportamento de seu pai e/ou de sua mãe que eles tinham com você e seus irmãos, a solução é desaprender o que foi aprendido de errado, de disfuncional.

Muito da obtenção de um comportamento saudável tem que ver com desaprender antigas formas de funcionar como pessoa, consigo mesmo, com os outros, com a vida e com o Deus da sua concepção. Desaprender dói a princípio porque significa que você está percebendo comportamentos errados em si e porque agir de forma diferente requer esforço, consciência, propósito e ação contrárias ao seu habitual. Não é natural e fácil desaprender. O mais fácil é negar seus erros de conduta e tocar a vida para frente sem se importar como que isso prejudica a si e aos outros.

Para desaprender e poder aprender uma nova e melhor maneira de funcionar como pessoa, é preciso pensar. O mundo conspira contra você pensar. A mídia quer que você pense o que ela pensa. A filosofia pós-moderna prega que o mais importante é como você se sente em relação a qualquer coisa. Se você se sente bem, então está certo. A verdade, entretanto, não é que a palavra final de nosso comportamento tem que ser o sentimento. Sentimento flutua e pode nos enganar. O sentimento depende do pensamento, consciente ou não, e se seu pensamento for disfuncional ou distorcido, o sentimento deverá ser também disfuncional, ainda que possa ser prazeroso.

Saúde mental tem muito que ver não só com desaprender a forma de pensar distorcida para adotar a saudável, mas também evitar aprender errado. Saúde mental tem que ver com questionar seus sentimentos que perturbam a si e seus relacionamentos e ver se eles não estão empurrando seu comportamento a repetir o que você sofria em sua infância com seus pais por causa das atitudes de falta de equilíbrio emocional deles. Evite os modelos disfuncionais de comportamento que a mídia poderosamente despeja diariamente seja por vídeos, novelas, revistas, filmes e outras formas de comunicação.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Reserva Cognitiva: como proteger seu cérebro

quarta-feira, 06 de dezembro de 2023

Recebo toda semana por e-mail o “Harvard Health Bit”, um boletim da Faculdade de Medicina de Harvard. Semana passada veio o assunto sobre Reserva Cognitiva, que tem que ver com a saúde do cérebro.

Reserva cognitiva se relaciona com a habilidade de seu cérebro improvisar e encontrar alternativas para realizar uma tarefa. Explica o boletim: “Reflete o quão ágil é o seu cérebro em adquirir habilidades e capacidades para resolver problemas e lidar com desafios. A reserva cognitiva é desenvolvida por uma vida inteira de educação e curiosidade [buscar novos conhecimentos].”

Recebo toda semana por e-mail o “Harvard Health Bit”, um boletim da Faculdade de Medicina de Harvard. Semana passada veio o assunto sobre Reserva Cognitiva, que tem que ver com a saúde do cérebro.

Reserva cognitiva se relaciona com a habilidade de seu cérebro improvisar e encontrar alternativas para realizar uma tarefa. Explica o boletim: “Reflete o quão ágil é o seu cérebro em adquirir habilidades e capacidades para resolver problemas e lidar com desafios. A reserva cognitiva é desenvolvida por uma vida inteira de educação e curiosidade [buscar novos conhecimentos].”

No final da década de 1980 pesquisadores estudaram e descreveram pessoas sem sintomas aparentes de demência, mas que, apesar disso, foi verificado na autópsia delas alterações cerebrais típicas das encontradas em indivíduos com Doença de Alzheimer avançada. Elas não tinham sintomas da doença quando estavam vivas porque possuíam uma reserva cognitiva grande que era suficiente para compensar os danos cerebrais produzidos por esta doença e continuavam a funcionar normalmente.

A partir daí fizeram mais estudos sobre isso e, segundo o boletim da Harvard, “foi verificado que as pessoas com maior reserva cognitiva eram mais capazes de evitar sintomas de alterações cerebrais degenerativas associadas à demência ou outras doenças cerebrais, como doença de Parkinson, esclerose múltipla ou acidente vascular cerebral.”

Uma reserva cognitiva mais robusta também pode ajudar você a funcionar melhor por mais tempo se estiver exposto a eventos inesperados da vida, como alguns eventos complicados ligados ao estresse, cirurgia por uma doença inesperada ou acidente ou toxinas no ambiente. Estas situações e outras que produzem importante estresse emocional, exigem um esforço extra do seu cérebro.

Os autores do boletim da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard comentam que o principal para a saúde do nosso cérebro depende principalmente de mudanças em nosso estilo de vida. E alguns pesquisadores desta universidade identificaram seis pontos básicos para ajudar a construir boa reserva cognitiva: 1 - Adotar uma dieta vegetariana; 2 - Praticar exercícios físicos regularmente; 3 - Dormir o suficiente; 4 - Administrar seu estresse; 5 - Nutrir contatos sociais e 6 - Continuar a desafiar seu cérebro (estudos, boa leitura, etc).

É explicado que estes fatores de estilo de vida não funcionam bem se praticados de forma isolada, por exemplo, praticar atividades físicas, mas viver isolado socialmente e comer besteira, ou se tornar vegetariano, mas permanecer uma pessoa explosiva sem controle emocional.

Funciona melhor para seu corpo e cérebro praticar todos estes fatores ao mesmo tempo em seu estilo de vida. Explica a equipe de Harvard: “Simplesmente comer mais fibras ou adicionar uma caminhada matinal à sua rotina não é suficiente para prevenir o declínio mental. Em vez disso, exercícios, dieta, sono, controle do estresse, interação social e estimulação mental trabalham em conjunto para produzir resultados.”

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Quem é sua fonte de amor?

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Precisamos de amor. Amor é uma das necessidades básicas do ser humano. Não vou conceituar amor nesse artigo, mas só para lembrar, amor não é controle, não é sentimento, não é sexo, não é uma emoção. O amor é paciente, é bondoso, altruísta, não é egoísta, está sempre com uma postura mental do tipo: como posso ajudar você? O amor não é ciumento, não domina a outra pessoa, mas a deixa livre, não fica trazendo as coisas de forma pessoal.

Precisamos de amor. Amor é uma das necessidades básicas do ser humano. Não vou conceituar amor nesse artigo, mas só para lembrar, amor não é controle, não é sentimento, não é sexo, não é uma emoção. O amor é paciente, é bondoso, altruísta, não é egoísta, está sempre com uma postura mental do tipo: como posso ajudar você? O amor não é ciumento, não domina a outra pessoa, mas a deixa livre, não fica trazendo as coisas de forma pessoal.

O mais comum é termos uma pessoa, ou mais de uma, como a fonte de nosso amor. Mas se partimos do princípio de que todos temos egoísmo inato, ou seja, recebemos a estrutura mental egocêntrica por herança das gerações passadas, não existe nenhum ser humano perfeito que possa nos amar perfeitamente.

Nos relacionamentos esperamos que as pessoas nos deem o que necessitamos. E alguns podem ficar tão obcecados com isso, que constroem relacionamentos difíceis porque se tornam exigentes quanto ao que as pessoas ao redor devem dar. A procura por um ser humano que se torne o “amor da minha vida” é inútil e ilusão se esperamos receber desta pessoa amor ideal.

Minha sugestão é que pouco a pouco você desconstrua a tendência de pensar, e com isso esperar, que existe alguém lá fora que vai lhe preencher tudo o que tem que ver com o amor que você deseja.

Desejar amor e ser amado não é o problema. Isso é normal. Mas nossos desejos podem estar misturados com egoísmo. Pense: ao ter uma atitude de amor para com alguém, você faz isso para dar ou receber? Ao amarmos de forma madura damos ao outro algo bom porque recebemos. Um texto bíblico diz que tudo o que é bom, se é realmente bom, vem do Pai das luzes, que é Deus o Criador do Universo. Você só pode ter amor verdadeiro se recebê-lo desta Fonte divina. O resto é misturado com egoísmo, dependência afetiva, controle, codependência, manipulação.

Se seu pai, sua mãe ou quem criou você era pessoa abusiva e vivia depreciando você, chamando-o de burro, você só será afetado por isso se crer que o que a pessoa dizia era verdade e absorver isso. Se alguém toma veneno, este veneno não afeta você, a menos que também tome o veneno.

A criança sensível afetada emocionalmente por ter vivido na infância num lar abusivo, pode ter criado uma crença psicológica em sua mente de que é realmente burra (ou outra coisa negativa) e sofre com isso. Para resolver este sofrimento ela precisa, assim que for possível, confrontar os pensamentos (crenças) em sua mente que dizem ser ela burra. Numa autoanálise ela vai precisar dizer para si algo tipo: “Na minha infância diziam que eu era burro. Cresci com esta crença. Agora vejo que isso não era verdade. Agora posso me respeitar e perceber meu valor como pessoa. Os pensamentos que querem me perturbar dizendo que sou burro, não precisam ter mais valor para mim porque não são verdades sobre minha pessoa.”

Então, hoje quando alguém lhe atacar com palavras nervosas e duras, pare de olhar o que e como a pessoa está falando e fazendo e pense em como aquilo está atingindo você, e no que provoca em suas emoções. E entenda e aceite que ao deixar de ter aquela pessoa como fonte de seu amor e valor próprio, você fica livre. Ela não mais terá poder sobre você. Sua fonte de amor não pode ser um ser humano, mas somente o Criador do Universo. Na primeira carta de João, no capítulo 4 e versículo 8 está escrito que Deus é amor. Ele é a única fonte perfeita de amor. Amor maduro vem Dele, chega em você e vai para o outro. Nunca vem de você mesmo e nem de outra pessoa originalmente. Por isso, ter o Criador como a única fonte de amor se torna libertador.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Por que é difícil compreender a nós mesmos?

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Por que é difícil ter uma visão mais clara de nosso comportamento e, em especial, de nossas motivações? Em parte, é porque o inconsciente não é somente uma área virtual de nossa mente cujo conteúdo não nos está acessível na hora em que queremos. O inconsciente é uma forma da gente ser. Ou seja, nós não apenas temos um inconsciente, nós somos, mais ou menos, inconscientes de nós mesmos.

Por que é difícil ter uma visão mais clara de nosso comportamento e, em especial, de nossas motivações? Em parte, é porque o inconsciente não é somente uma área virtual de nossa mente cujo conteúdo não nos está acessível na hora em que queremos. O inconsciente é uma forma da gente ser. Ou seja, nós não apenas temos um inconsciente, nós somos, mais ou menos, inconscientes de nós mesmos.

A Bíblia fala do inconsciente como espaço virtual mental. No Salmo 19 versículo 12 está escrito: “Quem pode entender os próprios erros? Absolve-me, Tu [Deus] dos que me são ocultos.” Veja agora o Salmo 90 no versículo 8 que diz: “Diante de Ti puseste as nossas iniquidades; os nossos pecados ocultos à luz do Teu rosto.” Erros ocultos onde? No espaço virtual em nossa mente chamado inconsciente.

Mas como comentei, não é difícil compreender a nós mesmos só porque temos um inconsciente que influencia nosso comportamento, mas porque também somos em grande parte inconsciente destas motivações que vem do profundo de nós mesmos e afetam o que fazemos e somos. Não é só ter, mas também ser inconsciente.

A melhora da autoconsciência ajuda muita coisa em nossa vida. A escritora inspirada Ellen White escreveu: “Grande conhecimento é conhecer-se a si mesmo. O verdadeiro conhecimento de si próprio induz a uma humildade que abrirá o caminho para que o Senhor desenvolva o espírito, molde e discipline o caráter.” Conselho aos Pais, Professores e Estudantes, p.419.

Nesse texto é dito que conhecer-se melhor, que é um processo contínuo, conduz a uma humildade. Por que? Porque ao sermos iluminados espiritualmente, nos tornamos mais conscientes de nossas motivações, do por que pensamos do jeito que pensamos, do por que sentimos este sentimento agora, e do por que tomamos esta atitude e não outra. Com a melhora da autoconsciência podemos escolher agir de melhor maneira com a gente mesmo, com as pessoas, com a vida e com Deus.

E importante lembrar ser humilde não é ser bobo, nem é ser pobre economicamente. É não deixar o eu complicado subir no palco para comandar a vida, é abandonar a arrogância pessoal, e isso nos faz pessoas mais eficazes porque vamos gastar menos tempo e energia para promoção do eu e nos tornaremos mais leves em nossos relacionamentos, inclusive com a gente mesmo.

Melhorar nossa autoconsciência para ficar mais claro para nós mesmos a razão pela qual pensamos, sentimos e decidimos isso ou aquilo, faz parte do que chamamos de inteligência emocional. Pessoas em desenvolvimento deste tipo de inteligência melhoram gradativamente a tomada de consciência do que fazem.

Em frente da casa de um amigo meu num condomínio, tem um rapaz que ao sair cedo para trabalhar liga sua motocicleta barulhenta, não fica acelerando e sai imediatamente após ligar a moto. Parece que ele tem consciência de que o barulho da moto pode acordar pessoas cedo de manhã, e por isso sai sem ficar perturbando o silêncio com o ronco de sua motocicleta.

Duas casas ao lado, outro rapaz também tem uma moto. Ele sai um pouco mais tarde, antes das 8h, mas age diferente. Liga a moto, a deixa funcionando com um barulho forte, sai acelerando, parecendo não ter consciência de que naquele horário o barulho da moto acorda pessoas que não precisam acordar cedo.

O que faz a diferença? Pensar na sua atitude. Autopercepção da própria atitude. Um pensa no incômodo do barulho da moto e o outro não pensa. Um se liga no conforto para a comunidade e o outro não se preocupa com isso. Você se conhece?

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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