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Existe mulher violenta?

quinta-feira, 27 de março de 2025

Cerca de 48% das mulheres agredidas dizem que a violência ocorreu em sua residência (Pnad IBGE, 2009). Três em cada cinco mulheres jovens sofreram violência em relacionamentos (Instituto Avon, parceria com Data Popular - nov/2014).

Cerca de 48% das mulheres agredidas dizem que a violência ocorreu em sua residência (Pnad IBGE, 2009). Três em cada cinco mulheres jovens sofreram violência em relacionamentos (Instituto Avon, parceria com Data Popular - nov/2014). 77% das mulheres que vivem sob violência, sofrem agressões a cada semana ou dia, em mais de 80% dos casos, cometidas por homens ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes das vítimas. (Balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher.) www.compromissoeatitude.org.br/dados-e-estatisticas-sobre-violencia-contra-as-mulheres/(22Junho2016). Existe mulher violenta? Violência feminina é ideia irreal machista?

No estudo “A violência das mulheres: supressões e narrativas” Coline Cardi e Geneviève Pruvost, vol.VIII, 2011, par.13, citam que o primeiro trabalho científico que ousou combinar o estudo da violência contra as mulheres e violência produzida por elas foi feito por A. Farge e C. Dauphin. Citam a antropóloga Marie-Élisabeth Handman que disse: “… é necessário dizer que as mulheres não são menos violentas que os homens; simplesmente as causas da violência delas e as formas que elas assumem são usualmente diferentes daquelas dos homens e que o exercício de sua [das mulheres] violência cai dentro das margens deixadas para elas pelos homens (Handman, 2003, 73).”

Coline e Geneviève, dizem: “… quando pensarmos sobre violência feminina, devemos não somente estar interessados em exclusivas participações das mulheres em formas listadas de violência, mas também focar em mais formas sutis, mais microscópicas formas de violência (Handman, 1955) - … a violência pode pegar outros caminhos.” (par.21)

Liliane Daligand, psiquiatra professora de Medicina Legal na França, publicou o livro “La violence feminine”, Editora Albin Michel, 2016, e respondendo ao jornalista do Le Figaro sobre se é verdade que mulheres violentas foram vítimas de violência na infância, disse: “A grande maioria dessas mulheres foi vítima de violência e de rejeição. Elas experimentaram um caminho que é muito parecido com o das suas vítimas.” http://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/223091/Mulheres-violentas-Elas-estão-em-busca-de-poder-fálico.htm , visitado em 22Junho2016.

No trabalho “Mulheres e Práticas Violentas: Silêncio e Desvelamentos”, apresentado no Seminário Internacional Fazendo Gênero, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013, Claudia Priori, professora da Universidade Estadual do Paraná, cita Elizabeth Badinter que escreveu: “[...] do lado feminista, o assunto é tabu. Permanece impensável e impensado tudo aquilo que diminui o alcance do conceito de dominação masculina e da imagem das mulheres vítimas. Quando se fala disso, é sempre da mesma maneira: primeiro, a violência feminina é insignificante; segundo, é sempre uma resposta à violência masculina; por último, essa violência é legítima. (“Rumo Equivocado. O feminismo e alguns destinos.” Civiliz. Brasileira, 2005.)

Claudia afirma: “A ideologia dominante nos discursos e representações é a de uma feminilidade passiva e amistosa em oposição a uma masculinidade ativa e violenta. Um dualismo que coloca a mulher sempre como vítima e o homem sempre como o agressor, o algoz. A violência parece ser inerente à masculinidade, ao desejo de dominação masculina. Entretanto, não podemos negar a violência feminina, ela sempre existiu, existe e se manifesta de várias formas tanto na esfera privada quanto na pública.” http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1384359615_ARQUIVO_ClaudiaPriori.pdf

A jornalista russa Cathy Young, no artigo “A Surpreendente Verdade Sobre Mulheres e Violência” (Time, 25 junho 2014), relatou casos como o da goleira da seleção norte-americana de futebol, Hope Solo, 32 anos, que numa explosão emocional agrediu a irmã e o sobrinho de 17 anos, e também citou o caso do jovem, David Vazquez, 25 anos, morto pela namorada que não aceitou o fim do namoro. Ao matar o rapaz, esfaqueando-o no peito, ela gritava: “Se não posso ter você, ninguém pode!”. Cathy termina o artigo na revista Time assim: “Se queremos que nossa cultura reconheça a capacidade das mulheres para liderança e competição, é hipocrisia negar e minimizar a capacidade das mulheres para a agressão e mesmo maldade. ... É tempo de ver as mulheres como completamente humanas – o que inclui o lado sombrio da humanidade.” http://time.com/2921491/hope-solo-women-violence/

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Precisamos de todos

quinta-feira, 20 de março de 2025

Alguns indivíduos nascem com melhor constituição física e mental do que outros e com habilidade de serem mais assertivos. Desde pequenos enfrentam a vida com mais força. Os problemas não os abalam como abalam outros até da mesma família. Realmente alguns têm lutas interiores que outros não têm metade disto. Por que algumas crianças nascem mais vulneráveis, mais sensíveis emocionalmente? Ou, mudando o lado da moeda, por que algumas crianças nascem mais guerreiras, mais autoprotetoras, com mais vantagens mentais para enfrentar a vida?

Alguns indivíduos nascem com melhor constituição física e mental do que outros e com habilidade de serem mais assertivos. Desde pequenos enfrentam a vida com mais força. Os problemas não os abalam como abalam outros até da mesma família. Realmente alguns têm lutas interiores que outros não têm metade disto. Por que algumas crianças nascem mais vulneráveis, mais sensíveis emocionalmente? Ou, mudando o lado da moeda, por que algumas crianças nascem mais guerreiras, mais autoprotetoras, com mais vantagens mentais para enfrentar a vida?

Não sabemos ainda bem a razão disto. Não temos todas as respostas. A genética não explica tudo. Talvez a epigenética explique mais, mas ainda faltam respostas. Ajudará muito se os pais destas crianças conseguirem pensar que seu filho, sua filha, pode ser uma destas crianças mais sensíveis, que naturalmente tem menos força para viver não conseguindo ser proativa, assertiva, como os pais gostariam que fosse. Não leve seu filho a um médico querendo uma medicação, ou a um psicólogo para ele ficar “esperto”, porque o perfil dele pode ser normal mesmo não sendo proativo! É uma crueldade a sociedade e a mídia exaltarem pessoas produtivas, batalhadoras na vida, como se este padrão de ser ou de estar na realidade fosse a única normalidade. Não é.

Se você é assertivo, toma decisões e age na vida, não deprecie alguém que não funciona assim. Seu cérebro trabalha de modo diferente da outra pessoa. O mundo precisa do indivíduo assertivo e do pensador. Um é bom para agir, e outro é bom para pensar e criar estratégias. Um ajuda a manter o ambiente sereno, outro agita todo mundo.

Têm empresários cruéis com seus funcionários porque a preocupação com a produção faz com que exijam deles agirem como máquinas. Querem faturar muito e rápido, e pode ser que demorem décadas para descobrir que o dinheiro é caro. Lá na frente podem ter conseguido muito dinheiro, mas perderam muita coisa preciosa pelo caminho. Então, fica caro. Evite cair na teia capitalista insana de ter que ser máquina de fazer dinheiro. Bem estar mental tem mais que ver com o desapego do que com acúmulo de bens.

Viva com serenidade. Você é uma destas pessoas não assertivas? Faça seu melhor. Faça o que pode hoje. Não deixe de fazer o que você pode mesmo não sendo uma destas pessoas mais bem “equipadas” para uma vida “agressiva no mercado de trabalho”. Não se acomode. Estude. Leia bons livros. Ajude alguém. Seja um instrumento para aliviar o sofrimento de alguma pessoa. Coloque isto como um dos alvos na sua vida. Assim você, proativo ou não, terá uma vida com significado valioso.

Por outro lado, você que se sente “poderoso”, “poderosa”, que já montou empresas, já adquiriu imóveis, tem uma fortuna nos bancos que daria para viver cinco vidas com pleno conforto, já viajou muito em cruzeiros ou voos de primeira classe, pare e pense: respeite as pessoas que são diferentes do seu jeito de ser. Elas são legais também. Elas têm coisas bonitas também. Elas são valiosas também. Dê uma olhada atenta, e veja que você está circundado de algumas delas que lhe ajudaram a conseguir sua riqueza. Já pensou nisso? Já demonstrou gratidão a elas por isto? Você não é um deus autossuficiente. “Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as roupas?” (Mateus 6.25).

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Você está viciado em tranquilizantes?

quinta-feira, 13 de março de 2025

É comum ficarmos preocupados com a dependência de drogas como o álcool, a maconha, anfetaminas, cocaína, e não pensarmos no vício em tranquilizantes prescritos por médicos e comprados em farmácias, chamados de “tarja preta”.

A verdade é que os tranquilizantes ou calmantes, cientificamente chamados de “benzodiazepínicos”, podem se tornar danosos para a saúde, se usados de forma abusiva, junto com outras drogas ou na retirada deles.

É comum ficarmos preocupados com a dependência de drogas como o álcool, a maconha, anfetaminas, cocaína, e não pensarmos no vício em tranquilizantes prescritos por médicos e comprados em farmácias, chamados de “tarja preta”.

A verdade é que os tranquilizantes ou calmantes, cientificamente chamados de “benzodiazepínicos”, podem se tornar danosos para a saúde, se usados de forma abusiva, junto com outras drogas ou na retirada deles.

No Brasil os tranquilizantes mais conhecidos e prescritos são: Alprazolam (Apraz, Frontal), Clonazepam (Rivotril), Diazepam (várias marcas), Lorazepam (Lorax) e, Bromazepam (Lexotan). Eles são usados para o tratamento de ansiedade, insônia, abstinência alcoólica, convulsões, sedação. Apesar de serem medicamentos com certa segurança no uso em doses normais, os abusadores deles correm risco não só de dependência física, mas também de terem que ser atendidos em emergência por causa de overdose, sendo que alguns podem morrer por isso.

Estudo feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) com 1.460 pessoas em 23 estados mostrou que os casos de depressão aumentaram 90%, estresse agudo 40% e crises de ansiedade 71% durante a pandemia da covid-19. As vendas do Rivotril (Clonazepam) aumentaram 22% em março e abril de 2020 comparado ao mesmo bimestre de 2019, pulando de 4,6 milhões para 5,6 milhões de caixas. Os benzodiazepínicos estão sendo prescritos em níveis alarmantes.

Estes medicamentos não são perigosos se usados em dose normal, por tempo limitado e com orientação médica. O vício pode surgir por eles aumentarem os níveis de dopamina, uma substância química cerebral responsável por sentimentos de prazer. Um cérebro normal não medicado controla a liberação de dopamina, mas sob uso de benzodiazepínicos, esses medicamentos alteram o mecanismo cerebral para a regulação da dopamina e permitem que ela inunde o cérebro.

Os efeitos colaterais mais frequentes devido ao uso destes tranquilizantes incluem: tontura, sonolência, confusão, fraqueza muscular, sedação, fala meio arrastada, boca seca, perturbação na memória de curto prazo, visão embaçada, sensação de muita ansiedade quando tenta deixar a medicação e reflexos motores diminuídos.

Quando a pessoa em uso de um benzodiazepínico ingere bebidas alcoólicas ou outras drogas com função depressora do sistema nervoso central, ela pode apresentar respiração lenta ou interrompida, perda da função cognitiva (dificuldade de pensar), reflexos lentificados, aumento da probabilidade de ficar dependente do remédio e pode ter outras reações graves como entrar em coma.

Se você está viciado em tranquilizantes, peça ajuda a seu médico para ele fazer um plano de “desmame” sem que você passe pela síndrome de abstinência, que é um conjunto de sinais e sintomas que surgem pela falta da medicação ou da dosagem que sedava a pessoa. Podem surgir dores no corpo, contrações musculares, sudorese, perda de peso, respiração ofegante, crises de ansiedade, náusea, vômito, depressão, insônia, alucinações, dificuldade de concentração, tremores.

Os benzodiazepínicos têm indicações médicas precisas. Nem todos que começam a usar estes medicamentos por recomendação médica terão problemas com eles desde que sigam a prescrição corretamente. O problema surge quando se usa por conta própria ou se aumenta a dose sem indicação médica. E também quando a pessoa tem a ideia de que seu sofrimento mental será resolvido só com medicação, sem precisar ajuda para compreender as causas dele e trabalhar nelas, que é feito no tratamento psicoterápico.

A medicação ajuda a aliviar os sintomas, e a psicoterapia ajuda a entender as causas deles e aprender técnicas de autocontrole e autoconhecimento que produzirão alívio dos sintomas e evitará o surgimento de dependência do medicamento.

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Quer melhorar sua coragem?

quinta-feira, 06 de março de 2025

A cada semana, recebo da Fundação Hazelden, dos Estados Unidos, especializada em atendimento e treinamento em saúde mental, incluindo dependência química, sua newsletter com um texto de reflexão sobre recuperação de alcoolismo e de outras drogas. Compartilho com você um texto recente que inicia com uma frase de Mark Twain, pseudônimo do escritor norte-americano, Samuel L. Clemens, que diz: “Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, não ausência de medo.”

A cada semana, recebo da Fundação Hazelden, dos Estados Unidos, especializada em atendimento e treinamento em saúde mental, incluindo dependência química, sua newsletter com um texto de reflexão sobre recuperação de alcoolismo e de outras drogas. Compartilho com você um texto recente que inicia com uma frase de Mark Twain, pseudônimo do escritor norte-americano, Samuel L. Clemens, que diz: “Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, não ausência de medo.”

Há anos, um colega que gosta de pilotar aviões me convidou e fizemos um voo sobre Campinas, SP. Era um avião pequeno, tipo Cessna, e senti muito medo estando lá em cima! Ele pilotava o avião com satisfação e perguntei: “Você não tem medo de voar num avião pequeno?”. Ele disse que antes de decolar, sente certa ansiedade, mas enfrentando-a, ele a supera. A satisfação se torna maior do que o medo.

É comum as pessoas sentirem medo. Mas não é muito comum admitirem que têm medo. Você deve conhecer pessoas a quem admira, crendo que elas nunca sentem ansiedade, tristeza, medo. Isso pode te levar a pensar que não é tão bom quanto elas porque sente medo vez ou outra, ou porque às vezes fica ansioso ou triste e parece que elas não. Será que a pessoa que você sempre a vê alegre, nunca sente tristeza? Será que alguém calmo nunca tem ansiedade? Será que ter coragem significa nunca ter medo? Coragem é ausência de medo?

Existem os que sentem medo patológico, doentio, que se chama fobia. Mas isso é diferente do medo normal que todos experimentamos em certas situações na vida.

Coragem não é ausência de medo. Ser corajoso não significa nunca sentir medo. Coragem é não deixar o medo impedir você de fazer o que precisa fazer. É fazer mesmo sentindo algum medo, ansiedade ou tristeza. Por exemplo, não é raro quem fala em público se sentir ansioso antes de se levantar para falar. Mas vai em frente.

Quando você estiver sentindo medo, pode se entregar ao seu medo e desistir da tarefa, ou admitir seu medo, falando dele ou não para outras pessoas, e fazer o melhor que puder sem desistir. Seguir em frente mesmo sentindo medo é coragem.

Para melhorar sua coragem é importante procurar entender de onde vêm seus medos e por que eles surgem. Daí é possível usar estratégias para enfrentá-lo. Por exemplo, em vez de você ficar prestando a atenção em suas reações corporais de medo, como sudorese, tremor nas mãos, taquicardia, se esforce para focalizar sua mente no assunto que está sendo abordado naquele momento onde você está, seja numa reunião social, palestra, exposição em sala de aula. Tire o foco de você.

Outro passo é admitir seu medo e mesmo assim aceitar o desafio pensando que o medo vai passar na medida em que você o enfrentar. Não espere ter coragem para ir adiante. Vá mesmo com algum medo. Também não se preocupe em se mostrar forte o tempo todo porque isso não é a realidade de todos nós.

Se prepare bem para alguma tarefa para que o medo fique sob controle. Por exemplo, estude bem o assunto que você vai apresentar numa palestra, reunião ou aula. Use alguma ilustração como um cartaz, apresentação em Power Point, Keynote ou outro, anote os tópicos num papel que ficará em suas mãos.

Evite assumir o que não é sua área de conhecimento e prática só para agradar alguém, porque isso aumentará seu medo. Aceite suas limitações e se envolva no que você sabe fazer. Por outro lado, ajuda a exercitar a coragem quando você decide sair da sua zona de conforto e enfrenta coisas que podem ser praticadas e que você não tem esse costume, como ir sozinho comer num restaurante, assumir a liderança de algum projeto em seu trabalho, comunidade religiosa ou outro local.

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Vício em amor e dependência emocional

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

O artigo “Estudo associa o ‘vício em amor’ com a dependência emocional” do escritor sobre assuntos de ciência, Giulio Nigro, foi publicado em 24 de fevereiro de 2025 no site de informações médicas, o Medscape. Vamos pensar sobre isso.

O artigo “Estudo associa o ‘vício em amor’ com a dependência emocional” do escritor sobre assuntos de ciência, Giulio Nigro, foi publicado em 24 de fevereiro de 2025 no site de informações médicas, o Medscape. Vamos pensar sobre isso.

Normalmente se elogia um viciado em trabalho com adjetivos positivos para ele, como “produtivo”, “empreendedor”, “trabalhador”, enquanto que ele ou ela pode estar canalizando para o trabalho tensões emocionais que aliviam ou são “esquecidas” enquanto se envolve nas tarefas profissionais. De forma paralela, pessoas afetivas em excesso, sempre ligadas em assuntos de “amor”, “romance”, “paixão”, podem ser tidas como “amáveis”, podendo ser viciadas em “amor”.

Claro que um bom relacionamento conjugal precisa de certa dose de romance, paixão, amor, aliás, diferentes categorias de afeto. E essa dose pode se tornar exagerada, quando se configura uma alteração por se tornar um comportamento vicioso, chamado de “dependência emocional do parceiro” ou “vício em amor”.

Como qualquer vício, a dependência emocional é um comportamento alterado que prejudica não só o relacionamento do casal, mas a própria saúde física, mental, social e até espiritual do dependente. Para saber se uma pessoa está dependente de uma substância, de um relacionamento ou outros fatores, ela deve apresentar três principais características: (1)fissura pelo assunto, vive pensando na coisa de forma obsessiva, gasta tempo e energia avaliando como obter o objeto de seu vício; (2)desenvolve tolerância, que é a necessidade de usar mais tempo ou mais quantidade do objeto viciante para ter os mesmos resultados de satisfação, e (3)surgem crises de abstinência ao não poder lançar mão do que ela é dependente, com muita ansiedade, tremores, irritação, insônia, entre outros sintomas.

Já que a dependência emocional afeta pessoas do mundo todo, pesquisadores da Libera Universitá Maria Santíssima Assunta, de Roma, e da Universitá di Firenze, também na Itália, fizeram um estudo para identificar possíveis ligações entre alguns fatores psicológicos de risco de dependência emocional entre estudantes universitários, e se concentraram em avaliar o apego adulto, a ansiedade de separação e mecanismos de defesa. Participaram do estudo 332 estudantes universitários com idade média de 23 anos que preencheram questionários sobre dependência emocional, vício, questionário de defesa de quarentena, de casais.

Os resultados mostraram que a dependência afetiva ou “vício em amor” estão ligados ao apego temeroso, que é ter ideia negativa tanto de si como dos outros, junto com ansiedade excessiva e alta evitação, que significa fugir de situações ou pensamentos que podem causar desconforto emocional. 

Os cientistas da pesquisa pensaram que esses achados indicam que a dependência emocional seria uma estratégia para tentar regular externamente estados emocionais internos, e que pessoas com um estilo de apego temeroso costumam ter baixa autoestima e medo do abandono, o que reforça a dependência de fontes externas de regulação emocional. O dependente emocional pode usar formas imaturas de lidar com sentimentos dolorosos, porque não aprendeu a lidar com esses sentimentos de forma positiva. Mas pode aprender.

Como 80% dos participantes da pesquisa eram mulheres, isso limitou os dados para analisar a dependência emocional no sexo masculino. O que se observou traz dados científicos sobre “vício em amor”, necessitando mais estudos sobre esse tema.

Quem sofre desse tipo de dependência pode ser ajudado por profissionais em saúde mental para aprender a corrigir o apego excessivo, diminuir a ansiedade de separação e saber usar melhores defesas psicológicas sem ser a fuga do problema.

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Amor Autoritário ou Sentimental: para onde estamos indo?

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O arqueólogo Rodrigo Silva, em seu livro “Descobertas da Fé” (p.20, 2025) cita John Gillis, historiador norte-americano, professor da Universidade Rutgers, que estudou culturas alemã e britânica e ao pesquisar sobre relações de idade, casamento, culturas da vida familiar europeia e americana, verificou que a partir do século 19 o amor passou a ter duas tendências: autoritária e sentimental.

O arqueólogo Rodrigo Silva, em seu livro “Descobertas da Fé” (p.20, 2025) cita John Gillis, historiador norte-americano, professor da Universidade Rutgers, que estudou culturas alemã e britânica e ao pesquisar sobre relações de idade, casamento, culturas da vida familiar europeia e americana, verificou que a partir do século 19 o amor passou a ter duas tendências: autoritária e sentimental.

A autoritária se manifesta por imposições de terem que amar você como você deseja. Pode ser expressa assim: “Você tem que me amar como eu quero!”, ou “Se eu faço tudo o que você quer, porque não me ama como eu quero?”. Horrível, não é? E quantos com essa postura autoritária crê que ama mesmo!

A outra tendência de amar que Gillis verificou existir na sociedade foi a sentimentalista. Dela surgem filmes, livros, novelas cheias de romance idealizado, paixões doentias, tudo em nome do amor, como se o amor maduro funcionasse sob o domínio da emoção, a qual é ideia atraente, mas ilusória e disfuncional. Viver contemplando comportamento romântico idealizado, perturba a relação humana que inevitavelmente precisa viver na realidade das dificuldades que cada um tem em seu caráter. Mas como isso tem audiência, não é mesmo?

A forma autoritária de amar facilita a violência. Também por isso ela não é amor maduro, o qual não produz agressão verbal nem física, mas respeita. Muitos ficam dependentes afetivamente de indivíduos que parecem ter grande amor por elas. Isso acontece, em parte, porque este indivíduo faz “loucuras” pela pessoa amada, a qual se apaixona e fica cega para sinais de domínio e violência geralmente do companheiro, ou companheira, já que também têm mulheres violentas.

Um homem ou mulher pode dizer que ama você, querendo estar sempre em sua companhia, mas isso pode confundir e dar a sensação de que você é realmente amado ou amada por ele/ela. Isso porque ele ou ela pode querer controlar você proibindo de sair com amigos ou estar com familiares, amigos seus já falaram que ele ou ela explode fácil, sinais que revelam tendência violenta. A prudência recomenda cortar esse relacionamento. Como é mais frequente a violência contra as mulheres, é comum elas ficarem anestesiadas pela paixão, na ilusão de que amor é sentimento, e permanecerem nesse tipo de relacionamento até serem violentadas por aquele que diz amá-las. Elas passam por cima da percepção dos sinais indicadores de abusos contra elas talvez por causa da paixão pelo indivíduo. Paixão é diferente de amor saudável. Paixão é um sentimento conectado à imaginação. A paixão é ligada à imagem idealizada que se faz do outro, e a pessoa por quem você se diz apaixonada pode ser bem diferente do que ela é na realidade.

O amor verdadeiro não é o sentimento porque o sentimento flutua. Quando amamos alguém não sentimos o mesmo tipo de sentimento o tempo todo. Então, a interpretação sentimentalista de amor é danosa para as relações humanas saudáveis, infelizmente muito divulgadas em novelas, filmes, séries e livros.

Rodrigo, arqueólogo, graduado em Teologia e em Filosofia, doutor em Teologia Bíblica e em Arqueologia Clássica, e com pós-doutorado em Arqueologia Bíblica, diz: “A rápida ascensão de ideologias autoritárias, atraindo ativistas radicais em nome de novas formas de amar, e a anulação do pensamento em favor do sentimento são sintomas dessa nova era do amor. Dificilmente vemos um momento em que as pessoas são incentivadas a pensar; o estímulo é para que apenas sintam, sem amarras e moralismos. Porém, a emoção se impõe sobre os princípios, fazendo com que valores eternos sejam sacrificados em nome do aqui e agora.” (p.20).

Para onde estamos indo? Descendo rápido a ladeira do bom senso, da justiça social, da ética e dos valores positivos rumo ao caos disfarçado de bem, de inclusão social, bem comum. Os sintomas doentios psicossociais são evidentes: materialismo, hipocrisia e corrupção política, casamentos desfeitos, filhos superprotegidos e prejudicados para uma vida útil, ou negligenciados e propensos a compensar a carência emocional com sexo, álcool, drogas, inclusive psiquiátricas e delinquências. Será que isso pode ser resolvido com cerveja, carnaval, futebol, churrascos, shows artísticos, liberação das drogas e a ideologia de que o que vale é o que você sente? A resposta é não. Essas coisas iludem o povo que se deixa iludir.

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Efeito cerebral de longo prazo em usuários de Cannabis

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O site de notícias médicas, Medscape, publicou um artigo sobre efeito da maconha (Cannabis) a longo prazo, editado por Felipe Floresti, em 3 de fevereiro de 2025. Vamos dar uma olhada nas informações dele.

O uso de maconha aumentou globalmente, mas seus efeitos na função cerebral não são totalmente conhecidos. A legalização da produção e da venda de Cannabis para uso recreativo e médico tem sido associada a um aumento na potência dos produtos canabinoides, nas taxas de uso e na prevalência do transtorno do seu uso.

O site de notícias médicas, Medscape, publicou um artigo sobre efeito da maconha (Cannabis) a longo prazo, editado por Felipe Floresti, em 3 de fevereiro de 2025. Vamos dar uma olhada nas informações dele.

O uso de maconha aumentou globalmente, mas seus efeitos na função cerebral não são totalmente conhecidos. A legalização da produção e da venda de Cannabis para uso recreativo e médico tem sido associada a um aumento na potência dos produtos canabinoides, nas taxas de uso e na prevalência do transtorno do seu uso.

A maior facilidade de adquirir essa droga e, portanto, o aumento do seu consumo, parece ter relação com índices mais altos de acidentes de trânsito, além do fato de que seu uso frequente está associado a maior risco de síndrome de hiperemese (náuseas, vômitos, dor abdominal e ânsia de vômito) e mais doença cardiovascular.

Estudos científicos revelam que dentre os efeitos maléficos da maconha a curto prazo incluem a redução do desempenho cognitivo, embora essas reduções possam não persistir após 72 horas de abstinência.

Pesquisadores analisaram dados de 1.003 adultos jovens (idade média 28,7 anos; 46,9% homens) com imagens de ressonância magnética, toxicologia urinária e dados sobre uso de Cannabis do Projeto Conectoma Humano, coletados entre agosto de 2012 e 2015. Os participantes foram classificados como usuários intensos (88), moderados (179) ou não usuários (736) de Cannabis.

A ativação cerebral foi avaliada durante sete tarefas distintas administradas durante a sessão de ressonância magnética funcional, incluindo memória de trabalho, recompensa, emoção, linguagem, função motora, avaliação relacional e teoria da mente. Um modelo de regressão de efeitos mistos lineares foi utilizado para examinar a associação entre o histórico de uso de Cannabis ao longo da vida e o uso recente, com o valor médio de ativação cerebral em cada tarefa.

Conclusões da pesquisa: o uso intenso de Cannabis ao longo da vida foi significativamente associado a menor ativação na tarefa de memória de trabalho com efeitos mais pronunciados em certas regiões cerebrais. A associação entre uso intenso de Cannabis e menor ativação cerebral nessa tarefa permaneceu significativa mesmo após a exclusão de indivíduos com uso recente da droga.

O uso recente de Cannabis foi associado a um desempenho mais baixo e menor ativação cerebral nas tarefas de memória de trabalho e motora, embora essas associações não permaneceram significativas após a correção para taxa de descoberta falsa.

Os achados na pesquisa sugerem que o uso de Cannabis está associado a resultados negativos pelo seu uso intenso ao longo da vida e à memória de trabalho em jovens adultos saudáveis, consequências que podem ser duradouras.

O estudo foi liderado por Joshua Gowin, PhD, do Departamento de Radiologia da do Anschutz Medical Campus da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Foi publicado online em 28 de janeiro na JAMA Network Open. Este foi um estudo transversal não controlado, portanto as associações observadas entre Cannabis e desfechos da função cerebral não devem ser consideradas causais. Os participantes eram adultos jovens, então esses achados podem não ser generalizáveis para outras faixas etárias. Faltaram dados para se determinar quando ocorreu o uso mais recente ou para quantificar a concentração de metabólitos de THC.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Defesas no corpo e na mente

quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025

A doença é um esforço do organismo para tentar se recuperar das consequências da violação das leis da saúde. Lendo de trás para a frente, ficaria assim: A violação das leis da saúde produz consequências que se apresentam na forma de uma doença. Repare que a definição diz que “A doença é um esforço do organismo para tentar se recuperar.” Doença não é algo negativo? Como ela pode ser positiva no sentido de ser um esforço para o corpo se recuperar?

A doença é um esforço do organismo para tentar se recuperar das consequências da violação das leis da saúde. Lendo de trás para a frente, ficaria assim: A violação das leis da saúde produz consequências que se apresentam na forma de uma doença. Repare que a definição diz que “A doença é um esforço do organismo para tentar se recuperar.” Doença não é algo negativo? Como ela pode ser positiva no sentido de ser um esforço para o corpo se recuperar?

Vou explicar com um exemplo primeiro na parte física do corpo e depois na área mental. Você ingere comida contaminada e surge diarreia. Vamos chamar diarreia de doença nessa explicação, porque ela é um sintoma. Ter diarreia por intoxicação alimentar é bom ou ruim? É ruim porque pode desidratar, é desconfortável, pode prejudicar seu trabalho, incomoda. Mas é bom porque é o organismo expelindo aquilo que o contamina. Nesse exemplo, a diarreia é um esforço do organismo para tentar se recuperar das consequências da violação das leis da saúde. A violação foi ingerir alimento contaminado. A defesa do corpo foi a diarreia.

Agora vamos ver um exemplo na área mental. Você ficou órfão de pai e mãe aos 7 anos de idade, na adolescência sofreu um acidente grave de carro, no início da vida adulta rompeu traumaticamente o noivado, na meia idade foi demitido do emprego injustamente e num momento economicamente difícil para você. Isto tudo aumentou sua ansiedade ao longo dos anos, gerando uma angústia difícil de suportar e de manter essa angústia na consciência. Para aliviar, a sua mente jogou as emoções ligadas a estes conflitos para debaixo do “tapete” da consciência, de modo que você “esqueceu” da angústia. Entretanto, surgiu uma fobia que o impede de viajar sozinho, de subir em elevador com ou sem acompanhante, além de outros sintomas.

Fobia é um medo exagerado. Pode ser fobia de altura, de certos animais, de estar em ambiente público como na rua, num shopping, e por isso a pessoa se retrai, passa a evitar sair de casa, ou só vai em locais que geram muita ansiedade com alguma companhia. A fobia é um deslocamento da angústia para um ponto em que a pessoa ainda tem algum controle. Por exemplo, se você desenvolveu fobia de altura, dá para ter algum controle sobre este sofrimento evitando locais altos, evitando viajar de avião e preferindo ônibus ou automóvel.

Assim, a fobia é um esforço do organismo para tentar se recuperar das consequências da violação das leis da saúde. Que leis da saúde mental foram transgredidas, surgindo a fobia? As que tem que ver com os traumas vividos ao longo dos anos, resultando em comportamentos negativos, como os ligados ao respeito próprio, expressão e experimentação de afeto, colocação de limites, perdão, entre outros.

Se a pessoa se deprecia, se desvaloriza, se ainda não perdoou as pessoas que a traumatizaram no passado, se não se protege, se não coloca limites evitando assumir coisas demais, se tem dificuldade de expressar sentimentos, entre outros fatores, surge angústia e essa angústia pode ser disfarçada numa fobia ou em outro transtorno. A fobia é a defesa da angústia. E vai ser resolvida quando passo a passo a pessoa fóbica for entendendo seus traumas psicológicos e resolvendo o que é possível e aceitando o que não tem solução.

Então, comece a olhar os sintomas que aparecem em seu corpo e em sua mente como possivelmente sendo defesas que o corpo e a mente estão usando para tentar se libertar de algum problema, de alguma transgressão de uma lei da saúde. Tratar os sintomas tem seu lugar, pode aliviar, mas pode não resolver o problema básico.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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O que a droga não te deu?

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

É engraçado (modo de dizer), como que gestores públicos, em vez de se concentrarem em como podem produzir coisas, leis, serviços, para ajudar a população, gastam tempo, energia, dinheiro público para discutirem ideologias e forçar notícias que favorecem suas ideologias, aliás, muitas de conteúdo destrutivo. O cinismo e conflitos de interesses cauterizam suas mentes e os fazem imunes à percepção da verdade.

É engraçado (modo de dizer), como que gestores públicos, em vez de se concentrarem em como podem produzir coisas, leis, serviços, para ajudar a população, gastam tempo, energia, dinheiro público para discutirem ideologias e forçar notícias que favorecem suas ideologias, aliás, muitas de conteúdo destrutivo. O cinismo e conflitos de interesses cauterizam suas mentes e os fazem imunes à percepção da verdade.

Alguns líderes do poder público, durante seu mandato, se empenham em tentar destruir seus opositores em vez de se empenharem em construir para a nação. Passam quatro anos no uso do poder somente para atacar seus oponentes e usufruir do conforto. Ao final do mandato construíram um patrimônio incompatível com o salário recebido e não fizeram nada significativo para a população. E nas próximas eleições voltam ao poder novamente para continuarem sua gestão pública inútil. Está claro que existe um poder que está por detrás disso que mantém a malignidade na ativa e reincidente no governo do povo em vários países. Como é difícil o bem vencer e se manter no poder. Forças mundanas o atacam, nessa mistura de mal com a aparência do bem, “bem comum”, “você não vai ter nada, mas vai ser feliz”, frases que você ouve constantemente pelos líderes mundiais ligados na implantação da new world order.

Uma pessoa com boa saúde mental vive sua vida com compenetração, honestidade, trabalho sério, procurando ser produtiva em seu negócio particular e também em seus relacionamentos. Ela tem interesse em compartilhar em vez de só acumular para si. Se esse tipo de pessoa comprometida com a verdade entra para a vida pública e quer ajudar a população, é atacada, perseguida, vira alvo de fake News, o tempo todo.

Uma pessoa com certas alterações em sua saúde mental vive sua vida fissurada em ter que enfiar pela garganta dos outros suas ideias que podem em grande parte ser delírios. Ela culpa alguém que pensa diferente, melhor e saudavelmente, acusando-a de ser preconceituosa. Alguns portadores de um transtorno mental que atuam na vida pública roubando e mentindo, podem se arrepender e mudar. Felizmente. Mas outros são portadores de defeitos crônicos de caráter sem interesse em melhorar, em cuja mente e ação predominam a ideação e a conduta de furto, acúmulo de bens com o dinheiro público desviado, conflitos de interesses nas escolhas das empresas que prestarão serviço para o governo, entre outras condutas ilegais e corruptas.

Se eu fosse um político, minha cabeça diz que eu iria pensar e defender a implementação na minha área de esfera (municipal, estadual, federal) aquilo que poderia diminuir o sofrimento das pessoas. Ponto. Não iria gastar minhas energias, tempo e dinheiro do povo, com obsessão por essa ou aquela ideologia, mas trabalharia para consertar os erros que prejudicam o bom funcionamento da sociedade. Sei que teria que ser forte e corajoso para enfrentar os empresários dominadores das licitações públicas via propina, os magistrados que vendem sentenças injustas e condenam inocentes criando narrativas fantasiosas com jeito de verdade, e políticos destruidores da pátria. Ilusão utópica? Creio que não, porque há gente do bem agindo assim nos poderes públicos, felizmente.

Sim, não é fácil ir contra a corrente do mal. Jesus certa vez disse que largo e fácil é o caminho destrutivo do mundo e estreito é o caminho das boas obras para a humanidade. Por fazer o bem, alguns de nós somos ameaçados não somente de ser processados juridicamente com argumentos falsos e distorcidos. Pior que isso, alguns são ameaçados de morte pelos poderosos que roubam a população, não querem sair do poder e não querem que o bem entre. Mas isso vai terminar.

Um jornalista entrevistou um traficante de drogas que ficou riquíssimo com a droga. Na entrevista o traficante estava encapuçado para não ser identificado. O jornalista lhe perguntou o que a droga tinha dado a ele. O traficante disse: “Iates, carrões, imóveis, mulheres, tudo o que o dinheiro pode comprar.” Em seguida, o repórter perguntou: “O que a droga não te deu?”. O traficante abaixou a cabeça, ficou quieto uns segundos, e disse: “A droga não me deu a paz.”

Só existe paz no bem e na verdade.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Olhe a si mesmo de outro ângulo

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

A pesquisadora e psicóloga Elaine Aron, cientista norte-americana que descreveu um traço de personalidade chamado “Pessoa altamente sensível”, comenta em seu site (http://hsperson.com) que é importante fazer um inventário de si mesmo para melhor se conhecer.

A pesquisadora e psicóloga Elaine Aron, cientista norte-americana que descreveu um traço de personalidade chamado “Pessoa altamente sensível”, comenta em seu site (http://hsperson.com) que é importante fazer um inventário de si mesmo para melhor se conhecer.

Conhecer melhor a nós mesmos facilita nossos relacionamentos e evita muitos problemas no contato com as pessoas. Quando você é sincero consigo mesmo certamente vai encontrar falhas em seu comportamento, mas não se apavore. Não existe nenhum ser humano perfeito. Pior do que verificar que você tem mesmo algum defeito de comportamento, é não admitir que tem.

Olhando a si mesmo nessa busca de autoconhecimento, você vai ver falhas, coisas que você gostaria de ser e não é, e pode ver as coisas ou características em si que você gosta. O que fazer ao observar as falhas ou limitações pessoais?

A dra. Elaine Aron sugere três passos: o primeiro é procurar reformular o comportamento. Por exemplo, em vez de se depreciar por descobrir que você é uma pessoa teimosa, olhe para isso, claro, como algo a ser melhorado no que tem de negativo nesse comportamento, mas descubra que, por exemplo, um lado positivo de ser teimoso pode ser a persistência. Se você percebe ser vulnerável, o outro lado disso pode ser a sensibilidade, que é boa para muitas coisas. Ou se você descobriu que é impulsivo, um aspecto bom disso é ser espontâneo.

Uma segunda opção para lidar com pontos problemáticos em seu comportamento, é eliminá-los se eles realmente forem hábitos que perturbam os relacionamentos, ou curar a fonte deles. O que produz esse comportamento? Tem uma causa que quando repete, você age de forma ruim para si e para os outros? Ou seja, existe um fator gatilho que dispara esse comportamento disfuncional? De repente, sofrimentos que você teve no seu passado infantil e na juventude, estão ainda mal resolvidos e você com frequência cria problemas com alguém na sua vida adulta porque a ferida do passado ainda sangra por super-reação sua no presente. Importante lembrar que as pessoas do seu presente não têm culpa do que você sofreu lá atrás. Mexendo e trabalhando conscientemente na fonte do problema, é possível consertar o efeito ou a consequência para não ferir injustamente pessoas agora.

E uma terceira solução, além de procurar praticar os passos um e dois, é aceitar essas falhas que ainda estão aí em sua pessoa. Como comentei, ninguém é perfeito. Outra pessoa pode valorizar essas suas peculiaridades. Pode até haver alguma maneira de colocá-los em bom uso — tornar-se um especialista nesse problema.

É comum encontrarmos profissionais de saúde que se especializam numa área de sofrimento humano porque eles mesmos sofrem disso. E mais comum ainda é alguém seguir uma especialidade médica porque um familiar sofreu ou morreu da doença a qual o profissional se especializa. Ou um empresário se tornar fissurado em ganhar dinheiro porque sofreu muita pobreza e privação na infância.

Então, olhe a si mesmo de um outro ângulo. Respeite as coisas boas que há em você. Não negue as más. Pense e trabalhe nelas para ver o que é possível, um dia de cada vez, melhorar esse defeito de comportamento. A luta é para sempre para aquilo que não dá para curar plenamente.

Se você negar que tem problemas no relacionamento com os outros, tendo mesmo, isso é autoengano, pode se tornar arrogância, hipocrisia e perturba a vida com as outras pessoas. Mas, admitindo que tem esse ou aquele defeito de comportamento, sem ficar culpando ninguém por isso, é honesto, um grande passo para a serenidade e favorece um melhor relacionamento com as pessoas.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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