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Fazemos parte do Divino

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Adentrar os bosques da filosofia é um ato de amor à vida pela grandeza das ideias que nos permitem conhecer e compreender a nós, bem como os fatos presentes e passados. Será que conseguimos responder a todas as questões que vão surgindo no dia a dia? Quem busca entendê-los? Na maioria das vezes, deixamos de lado uma relação de perguntas para poupar o tempo ante tantos afazeres.

Adentrar os bosques da filosofia é um ato de amor à vida pela grandeza das ideias que nos permitem conhecer e compreender a nós, bem como os fatos presentes e passados. Será que conseguimos responder a todas as questões que vão surgindo no dia a dia? Quem busca entendê-los? Na maioria das vezes, deixamos de lado uma relação de perguntas para poupar o tempo ante tantos afazeres. Mesmo resistindo, em algum momento, sentimos a necessidade de pensar para nos situarmos melhor diante de um Todo maior do qual fazemos parte e diante do qual sentimos a impossibilidade de vê-lo com objetividade e clareza. A filosofia vai muito além de achismos. A partir de suposições relevantes vai em busca de conhecimentos capazes de oferecer explicações a respeito de questões sobre as quais repousam indagações e inquietações.

Este modo desassossegado que nos invade, sequestrou-me numa tarde desta semana. Pensei nos povos antigos, mais especificamente os egípcios e os gregos, civilizações milenares carregadas de ensinamentos, que se debruçaram em torno da existência e foram revelando com sabedoria temas essenciais sobre a humanidade. Hoje, milênios depois, são ainda importantes de conhecer. Foram interpretações que constituíram a base da filosofia construída posteriormente, oferecendo possibilidades aos pensadores de alcançar o saber mais aprofundado. Somo seres que precisamos de explicações, mas não de manuais que nos orientem para a experiência diária.  

Estou lendo “Para entender o Caibalion, da filósofa, professora e escritora, Lúcia Helena Galvão Maya, que se debruçou sobre “a antiga e enigmática escola de pensamento filosófico denominada hermetismo”, descrita pelo sábio Hermes Trismegisto, que possivelmente viveu no Antigo Egito. O Caibalion reúne ensinamentos básicos que foram transmitidos oralmente durante séculos. Vejam como a literatura guardada na oralidade se manteve coesa por milênios. Somente em 1908 O Caibalion foi impresso em formato de livro, tendo a autoria creditada a indivíduos que se autodenominavam “Três iniciados”.

O Cabalion relaciona princípios universais acompanhados de explicações, que exigem do leitor esforços intelectuais e estudos. São ensinamentos preciosos que podem explicar os fatos da nossa rotina diária. Do autoconhecimento à percepção da existência da divindade em tudo. Da compreensão de que a natureza, nós, os humanos e o universo estão intimamente interligados e que fazemos todos parte do Divino.  

Do nascimento da consciência à evolução humana, as relações estruturais entre a matéria, a mente e o espírito de cada ser afetam o Todo. A existência de elos interruptos, impregnados de vibrações, faz aflorar a espiritualidade, de modo que a matéria vai se impugnando pelo espírito. 

Enfim, estou começando meus estudos que me serão desafiadores. Deixo delicadas questões a serem observadas a partir da ideia de que a banalização da vida guarda um caráter debilitado: será que percebemos a divindade em tudo o que fazemos e que nos rodeia?

Já notaram como somos individualizados, entretanto não somos separados de nada? Como tudo nos afeta e como afetamos o Todo que nos acolhe nos braços? 

Somos capazes de reconhecer a soma de nossos atributos essenciais: Espírito, Matéria e Energia?

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Os legados literários de Nova Friburgo

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Quem sai de Cachoeiras de Macacu e começa a subir a serra sente o cheiro da mata. As florestas, que cercam a região de Nova Friburgo, iluminam o imaginário de quem se sensibiliza com tamanha beleza. A Mata Atlântica tem fertilidade e generosidade, abundância e variedade em sua flora e fauna. Suas reservas ecológicas, como a dos Três Picos, preservam a vida natural, como a da onça parda. Cada passarinho, ao voar e pousar nas plantas e campos, vai espalhando sementes, alimentando filhotes, refazendo a vida com suavidade. É um ambiente que toca a música literária com alegria.

Quem sai de Cachoeiras de Macacu e começa a subir a serra sente o cheiro da mata. As florestas, que cercam a região de Nova Friburgo, iluminam o imaginário de quem se sensibiliza com tamanha beleza. A Mata Atlântica tem fertilidade e generosidade, abundância e variedade em sua flora e fauna. Suas reservas ecológicas, como a dos Três Picos, preservam a vida natural, como a da onça parda. Cada passarinho, ao voar e pousar nas plantas e campos, vai espalhando sementes, alimentando filhotes, refazendo a vida com suavidade. É um ambiente que toca a música literária com alegria.

Nova Friburgo é um lugar que faz brotar a rama literária em cada um dos seus cidadãos ou visitantes. Tivemos trovadores e escritores, poetas e contistas que iluminaram a história da cidade, fazendo a palavra acompanhar a vida do friburguense. A trova rodopia pelas curvas das estradas e passeia pelas esquinas das cidades. Rodolpho Abbud, JG de Araújo Jorge e Dilva Moraes deixaram um legado que tornaram a trova viva nas terras Friburguenses.

Seria o mundo perfeito,

Se os sonhos fossem seus reis,

Com o Amor tendo o direito

De ditar todas as leis!

                                              Rodolpho Abbud

Desde os anos sessenta, Nova Friburgo realiza anualmente Jogos Florais quando premia trovadores de várias partes do mundo. Em 2004, foi sancionada a Lei Municipal 4.345 que concede à cidade o título de Cidade da Trova.

Não podemos deixar de ressaltar que nosso escritor maior, Machado de Assis, caminhou pelas ruas em torno da Praça Presidente Getúlio Vargas, cujas árvores o inspiraram à criação de histórias e personagens que enriqueceram a literatura brasileira.

Casimiro de Abreu, autor da poesia “Meus Oito Anos”, estudou em Nova Friburgo, no Instituto Freese. Como Carlos Drummond de Andrade estudou no Colégio Anchieta. A escritora Clarice Linspector admirava a natureza quando aqui se hospedava quando se sentiu inspirada para escrever algumas de suas crônicas, como “Rosas Silvestres” (2010): “Esqueci de dizer que as rosas silvestres são de planta trepadeira e nascem no mesmo galho. Rosas silvestres, eu vos amo. Diariamente morro por vosso perfume”.

Por aqui também passou Francisco Gregório Filho, escritor e contador de histórias, onde criou a Secretaria de Promoção da Leitura. Em uma das suas crônicas para o Jornal A Voz da Serra, escreveu em janeiro de 2013, “A região serrana há muito tem acolhido durante os fins de ano muitos profissionais da área do livro e da literatura para momentos de recanto e recolhimento.” 

Friburgo tem uma Academia de letras atuante desde 1947. Seu patrono é Julio Salusse, autor “Cisnes”, considerado um dos sonetos mais belos do século passado. Homenageou grandes escritores como Julia Lopes de Almeida, romancista, cronista, patronímica da cadeira número 27, que colaborou ativamente com a fundação da Academia Brasileira de Letras. Desce a sua criação, a AFL acolhe os escritores da cidade como forma de difundir a literatura, incentivar a produção literária e preservar a Língua Portuguesa, enquanto patrimônio maior do brasileiro. 

A literatura está viva em Nova Friburgo através de escritores produtivos e agentes culturais. Será que os friburguenses têm conhecimento do potencial literário da sua cidade? 

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"Por que amo Nova Friburgo?"

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A Academia Friburguense de Letras realizou, neste ano, o concurso literário “Por que amo Nova Friburgo?”, realizado com o apoio da Secretaria Municipal de Educação. O concurso abrangeu duas categorias diferentes de alunos do Ensino Fundamental: 6 e 7anos; 8 e 9 anos. 

A Academia Friburguense de Letras realizou, neste ano, o concurso literário “Por que amo Nova Friburgo?”, realizado com o apoio da Secretaria Municipal de Educação. O concurso abrangeu duas categorias diferentes de alunos do Ensino Fundamental: 6 e 7anos; 8 e 9 anos. 

Foi uma cerimônia alegre. Muito alegre. As cores da Academia pareciam brilhar e se misturavam com o sorriso dos pais e professores. Os premiados chegavam com uma postura tímida e com passos suaves. Os rostos dos pais não escondiam o orgulho de acompanhar os filhos, e os professores chegavam com passos firmes e confiantes do cuidadoso trabalho que fizeram com os alunos. E, nós, os acadêmicos, com alegria e paz, recebemos os convidados com afetividade.

O professor e acadêmico Robério José Canto cuidou do concurso com o toque de mestre, resultado da experiência de uma vida como professor de literatura e, também, como organizador de concursos literários da AFL; foram muitos, envolvendo temas diversos e participantes de vários estados do Brasil.

Neste concurso resolvemos dar atenção aos alunos da Rede Municipal de Ensino como uma forma de valorizar a Língua Portuguesa e a literatura na nossa cidade, lugar que amamos e no qual vivemos. Por isso o título, “Por que amamos Nova Friburgo?”. Também tivemos a intenção de fazer os alunos olharem com afeto para o lugar onde vivem.

Neste concurso, a nossa Casa, a Casa de Júlio Salusse, autor de “Cisnes”, um dos poemas mais belos já composto, cumpre suas finalidades. Durante a cerimônia, o auditório repleto me fez constatar que a Academia está cheia de vida e seus acadêmicos trabalhando para tê-la com as portas e janelas abertas para a cidade. 

Além dos alunos premiados, acompanhados por suas famílias, amigos e professores, contamos com a presença da Secretária de Educação, Caroline Moura Klein, do Secretário de Cultura, Daniel Figueira, Jorgeana da Vitória Abreu, Coordenadora de Língua Portuguesa da Secretaria de Educação, Márcia Machado, Coordenadora da Biblioteca da Secretaria Municipal de Cultura. Depois da cerimônia, a Academia ofereceu aos presentes um coquetel, durante o qual puderam compartilhar aquele vitorioso momento, conversar e reencontrar pessoas.

Enfim, a literatura engrandece, transforma e une as pessoas. Acredito que um jovem, depois de vencer um concurso literário, seja uma pessoa enriquecida pela experiência de ter realizado uma tarefa desafiadora com empenho, criatividade e inteligência. Reconheço que a sensação de ter conquistado uma vitória com lisura e autenticidade é importante para a construção do caráter de uma pessoa.

Salve os vencedores dos 6ª. e 7ª. anos do Ensino Fundamental: Rafaela Vieira Giz, Ana Júlia Marchon Freiman, Polyana Lima Batista Breder, Maria Eduarda Combat, Miguel Netto. 

Salve os vencedores dos 8ª. e 9ª. anos do Ensino Fundamental: José Fraga Storani, Fernanda Tardin Linhares, Davi Rocha, Kauê Jorge Linhares Veloso, Lara Figueira Pinto Bastos.

Salve os professores:  Rosiara Campos Knupp, Daniele de Souza Figueira, Olympia Maria de Lima David, Aparecida Eva de Lacerda de Freitas, Juliana Barros Muniz, Juliana de Souza Cabral.

Salve a professora Jorgeane da Vitória Abreu, coordenadora de Língua Portuguesa.

Salve Maria Janaína Botelho, nossa presidente.

 

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Dia de sensíveis recordações

segunda-feira, 06 de novembro de 2023

Estou começando a escrever esta coluna às 14h do Dia de Finados. Um dia que, a meu ver, deve ser vivenciado com naturalidade e de modo particular. Quantas pessoas não fazem aniversário hoje e tantas boas notícias não são recebidas em 02 de novembro? É um dia comum; o relógio vai girar da mesma forma, o sol despontou no alto da montanha e vai se pôr ao anoitecer. Hoje, como em todos os dias, invariavelmente, uma flor de hibisco vermelha nasceu, enquanto outra caiu sobre a grama, em frente à minha janela. 

Estou começando a escrever esta coluna às 14h do Dia de Finados. Um dia que, a meu ver, deve ser vivenciado com naturalidade e de modo particular. Quantas pessoas não fazem aniversário hoje e tantas boas notícias não são recebidas em 02 de novembro? É um dia comum; o relógio vai girar da mesma forma, o sol despontou no alto da montanha e vai se pôr ao anoitecer. Hoje, como em todos os dias, invariavelmente, uma flor de hibisco vermelha nasceu, enquanto outra caiu sobre a grama, em frente à minha janela. 

Hoje é um dia em que nos lembramos dos que já partiram, das pessoas que fizeram parte da nossa vida e nos influenciaram. Também dos animais de estimação que estiveram ao nosso lado por algum tempo. Ah, como eles vivem pouco... As pessoas e os animas são efêmeros, mas podem se tornar presentes em nossos dias, basta pensar neles que revivemos os momentos em que compartilhamos afetos. A vida é veloz, passa de um instante a outro, e, quase em um supetão, nos traz cestas de pães variados e leva malas cheias de nós. 

O personagem de Saint Exupéry do livro “O Pequeno Príncipe” nunca se esqueceu da frágil rosa que deixou em seu planeta. Da mesma forma, Lola, personagem do livro “Éramos Seis”, de Maria José Dupré, que relembra a história de sua família. Nossas recordações dão vida a quem desejamos que assim permaneça porque nos deram sustento emocional. O que levamos para a vida espiritual não são saldos bancários nem gavetas cheias de perfumes ou joias. Se as nossas bagagens possuíssem unicamente a materialidade das coisas, seríamos um inflado saco vazio, sem espiritualidade e afetividade. 

Concordo com o pensamento de Fernando Pessoa: somos a vida e, também, somos a morte. A vida é rápida; a morte tem eternidade. Enquanto vivos estamos de mãos dadas com o destino. Porém, aqueles que se foram nos deixaram marcas que estarão registradas em cada passo que daremos em nosso caminhar. Tal qual minha imaginação, agora, retoma Saint-Exupéry e Fernando Pessoa. Não somos geração espontânea.  Que bom!

Hoje é o dia que gosto de me recolher para rever pessoas que coloriram as células do meu corpo. Foi bom tê-las deixado me pintar. É saudável tocá-las nesta tarde nublada em que o sol também está se recolhendo atrás das nuvens.

Amanhã será outro dia, e eu estarei mais plena do que nunca.

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Entrevista de psicólogo é motivo de debates

sábado, 04 de novembro de 2023

Edição de 3 e 4 de novembro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Edição de 3 e 4 de novembro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

 

Manchetes 

Entrevista de psicólogo é motivo de debates - Uma entrevista do psicólogo Nilton Baptista, concedida à Rádio Sociedade de Friburgo, está causando profunda repercussão em todos os círculos sociais de nossa cidade, especialmente nas escolas, onde professores e alunos debatem em torno dos termos da entrevista-palestra. Versando sobre o tema “pais, filhos e escola” a entrevista do conhecido psicólogo abordou corajosamente “a inadequação dos métodos tradicionais de violência e repressão, observados em nossa época, onde a compreensão e o esclarecimento são e devem ser os métodos aceitáveis, face ao desenvolvimento dos meios de comunicação e educação.”

Um cometa monstro caminha em nossa direção - Um cometa desconhecido, maior e mais brilhante que qualquer outro e um eclipse anular do sol é o que todo mundo vai ver nas vésperas do próximo Natal. O cometa Kohoutchek - já batizado como A Nova Estrela de Belém - foi descoberto, por acaso pelo astrônomo polonês Lubos Kohoutchek e já se chegou a conclusão de que o círculo de sua órbita deve durar pelo ao menos cinco milênios, isto é, A Nova Estrela de Belém leva cino mil anos para dar uma volta completa pelo espaço sideral. O cometa será visto por quase toda a população da terra e sua imensa cauda - de 30 milhões de quilômetros - deverá cobrir dois terços do céu num formidável rastro prateado.

Padilha vem asfaltar a Estrada Friburgo-Teresópolis - Demonstrando um especial carinho por Nova Friburgo, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Raymundo Padilha, virá a nossa cidade para simbolicamente, no canteiro de obras da Friburgo-Teresópolis, acionar a primeira máquina de asfaltamento daquela sonhada via de acesso e integração serrana. Em audiência concedida ao ex-prefeito Feliciano Costa, o governador fluminense garantiu que, ainda no próximo verão, friburguenses e teresopolitanos terão concluída sua via de comunicação rodoviária, por sinal, uma das mais belas do Estado e que vai trazer para toda região desenvolvimento para o seu futuro. 

 

Nêgo, Paulo Sérgio e “Andorra” abrem a III Feira de Artes - Precedendo a uma movimentada programação que irá até dezembro deste 1973, o pintor Paulo Sérgio Carvalho e o conhecido escultor Geraldo Simplício - que atende e assina seus trabalhos com o nome artístico de Nêgo - vão inaugurar o setor de artes plásticas da III Feira de Artes de Nova Friburgo. A exposição conjunta dos trabalhos terá sua mostra no Salão de Exposições do Centro de Artes de Nova Friburgo. No mesmo dia, neste mesmo Centro de Artes, o Gama (Grupo de Arte e Movimento e Ação) vai inaugurar a série de espetáculos da III Fanf, levando à cena a peça “Andorra”, de Max Frisch, sob direção do teatrólogo Julio Cezar Seabra Cavalcanti, o Jaburu. 

 

Pílulas

Desde o início desse governo, bem antes mesmo da posse de Amâncio Azevedo era anunciada a criação de uma Secretaria de Educação que iria absorver a FEC, extinguindo-a. Como o assunto é bem da alçada do nosso professor Gama Sobrinho que certamente irá abordá-lo com muito mais conhecimento de causa, apenas queremos registrar que esta coluna há muito denunciou esta intenção de se acabar pura e simplesmente com a FEC. 

Cometemos uma injustiça imperdoável com o prefeito Amâncio em nossa última edição. A sua administração não esqueceu de forma alguma do Dia dos Funcionários (28 de outubro). Para sua comemoração foi programada uma única e marcante homenagem: o atraso de seus pagamentos. 

 

Sociais 

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Bernardo Nunes Pinto (5); Lucy Lamy de Souza, Joaquim Mário de Azevedo, Rita Silva Nicolau e Manoel Henrique Villarinho (6); Jair de Castro Nunes e Dermeval Moreira (7); Claudio Moreira da Costa, Sebastião da Silva Mattos, Lilia Beatriz e Jofre Martins da Costa (8); José Mauro (9); Gildásio Sterck Coutinho, Fátima Sardou e Hélio José Pereira (10); Paulo César Vassallo Azevedo, Leilah Braune, Liana Ventura, Adhemar de Araújo, Esmeralda Guedes Spinelli, Rosa Spinelli, Izolda Corrêa Braune, Jaira de Castro Nunes Ximenes e Gert Schultz (11).

Foto da galeria
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Os limites da esperança

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Hoje vou escrever a coluna baseada no filme romeno “O pai que move
montanhas”. O diretor e roteirista, Daniel Sandu, se inspirou no noticiário local que
mostrou a resiliência dos pais que reuniram todas suas forças e recursos para resgatar
o filho que desapareceu com a namorada num passeio nas montanhas da Romênia.
Naquela região do país, o sumiço de pessoas é comum devido às condições extremas
do lugar, como escarpas íngremes, nevascas e avalanches.
O filme mostra a história do personagem Mircea, um policial aposentado, que

Hoje vou escrever a coluna baseada no filme romeno “O pai que move
montanhas”. O diretor e roteirista, Daniel Sandu, se inspirou no noticiário local que
mostrou a resiliência dos pais que reuniram todas suas forças e recursos para resgatar
o filho que desapareceu com a namorada num passeio nas montanhas da Romênia.
Naquela região do país, o sumiço de pessoas é comum devido às condições extremas
do lugar, como escarpas íngremes, nevascas e avalanches.
O filme mostra a história do personagem Mircea, um policial aposentado, que
procura seu filho incansavelmente por dias consecutivos e monta sua própria equipe
de busca depois de as locais sofrerem acidentes e desistirem. A mãe e os pais da
namorada também abandonaram as montanhas ao terem a certeza de não haver mais
possibilidades de encontrá-los vivos sob o gelo.
O filme nos faz refletir sobre várias questões como o amor de um pai ou a culpa
por ele ter se afastado da família, dentre outras questões relevantes. Aqui, vou
abordar os limites da esperança porque, em vários momentos da minha vida, avancei
sobre as condições impossíveis de atingir um objetivo. Esta coluna me será uma
terapia educativa.
A vida é uma grande universidade. A experiência diária nos ensina, inclusive de
modo doloroso, até quando devemos continuar ou parar. A esperança é uma
expectativa de melhora ou solução de uma situação ruim e tem suas raízes fincadas na
emoção e na vontade das pessoas. A sensatez é a capacidade de discernir sobre as
decisões e ações para avaliar as mais adequadas a serem tomadas. Tanto a esperança
como a sensatez ou o bom senso emergem da impossibilidade de dominar uma
circunstância e do respeito à vida, de si e do outro; A esperança tem fator emocional
predominante; já a sensatez, o discernimento.
O valor desta abordagem está na reflexão sobre a impulsividade. Ou seja, penso,
na falta de reconhecimento das possibilidades e impossibilidades, bem como nas
consequências das decisões tomadas e na forma como as ações serão realizadas.

Então me vejo diante da afirmação que guardo no fundo das minhas células: a
esperança como a última a morrer. A dialética sentir, pensar e agir nos faz seguir os
caminhos do destino. A aceitação das possibilidades e impedimentos é resultado do
amadurecimento que só acontece através do tempo, que nos ensina a aprender a
conviver com as perdas e a perceber como podemos aproveitá-las e valorizá-las no
presente e no futuro. Como é importante reverenciar o que temos em todos os
momentos já que tudo é efêmero! Inclusive nós... A esperança tem limites e é saudável
reconhecê-los para não sucumbir.
No filme, Mircea, o pai, tinha questões não resolvidas com o filho e,
provavelmente, foram uma das causas da sua persistência. As pendências são amarras
que prendem e minimizam as forças da vontade de viver com alegria. Quando nosso
olhar se direciona para outras paisagens, a esperança ganha cores e tonalidades
diferentes.
Concluo que quando fazemos o melhor dentro de nossas possibilidades, temos a
sensação de apaziguamento, mesmo se as finalidades não tenham sido atingidas com
plenitude.

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O gosto pela leitura passa por um portal: o despertar

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Estimular a criança a ler é um grande desafio. A leitura exige o desenvolvimento de várias capacidades cognitivas e o de hábitos muitas vezes não prazerosos ao competir com inúmeras atividades lúdicas que atraem o interesse da criança. 

Estimular a criança a ler é um grande desafio. A leitura exige o desenvolvimento de várias capacidades cognitivas e o de hábitos muitas vezes não prazerosos ao competir com inúmeras atividades lúdicas que atraem o interesse da criança. 

O gosto pela leitura passa por um portal: o despertar. É um portal que envolve lentamente o pequeno e o jovem leitor através do prazer de mergulhar em uma história, um mundo ficcional que, de diferentes formas, sobrevoa o real. É um portal que não se descortina através da consciência da importância da leitura para a formação do cidadão de amanhã, e sim, começa pela sedução que os enredos, ambientes e personagens criam para o leitor iniciante. Nesse momento de vida, ele ainda está começando a se dar conta do poder da leitura para transformá-lo e engrandecê-lo. Na verdade, é um interessado em viajar no mundo do faz-de-conta. Ele quer brincar e se divertir. E, por que não? A experiência lúdica da leitura é agradável e incita a imaginar e a brincar.

O grande desafio não está com a criança e o jovem, mas com as pessoas que possuem a pretensão de torná-los leitores. Que sejam familiares e amigos, profissionais, especialmente os professores e bibliotecários, e, até mesmo, artistas para estarem junto da criança. O primeiro passo a ser dado é a presença acolhedora e estimulante, a partir do entendimento de que a criança e o jovem precisam de liberdade e descontração para adentrarem no próprio imaginário. Deverão ser pessoas capazes em desencadear processos lúdicos e criativos que apresentem heróis, vilões, fadas, bruxos e super-heróis para que possam ser fantasiados, imitados e interpretados em suas brincadeiras, encenações e devaneios. São portais através dos quais os leitores iniciantes vão desenvolvendo o gosto pela leitura, como também apreendendo e compreendendo a realidade em que vivem. Haja vista que a literatura emerge das emoções e percepções do autor sobre a vida.

A leitura que traz suspense, enredos interessantes ao mundo do leitor em formação, mostrando personagens marcantes e significativos à vida dele, motiva a criança e o jovem a encontrar mais prazer na leitura do que em jogos eletrônicos, por exemplo. A leitura e a vida estão lado a lado, de modo que o livro possa espelhar o que o leitor está vivendo, sensibilizando-o, abraçando-o, divertindo-o.

As crianças e os jovens precisam ter oportunidades de leitura, de livros à sua disposição. Olhá-los, tomá-los nas mãos, folheá-los e escolhê-los têm valor fundamental na formação de leitores, o que é um desafio também aos governantes. Pensar, planejar em políticas de oferta de livros de literatura e realizá-las tem de ser um objetivo da atuação pública. 

Infelizmente, ainda há carência de livros por todos os cantos do país!

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Queimar livros é destruir ideias que alimentam a vida

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Por que livros são queimados?! Não consigo pensar em uma resposta que me seja razoável para justificar esse ato predador, insano e autoritário. Quem o faz, destrói a cultura com violência, no intuito de aniquilar completamente modos de pensar e de viver diferentes do seu. É uma atitude que cultiva sensações de onipotência e comportamentos paranoicos de poder.

Por que livros são queimados?! Não consigo pensar em uma resposta que me seja razoável para justificar esse ato predador, insano e autoritário. Quem o faz, destrói a cultura com violência, no intuito de aniquilar completamente modos de pensar e de viver diferentes do seu. É uma atitude que cultiva sensações de onipotência e comportamentos paranoicos de poder.

Os livros são objetos, sem dúvida. Entretanto possuem vida na medida em que trazem, em cada página, um pouco da alma dos seus autores, contam histórias de uma época, expressando esperanças, dores e conquistas deste tempo. Existem para serem lidos, manuseados e pesquisados. Presenteá-los, inclusive, revela gestos de afeto a outro. Se repousados em estantes de bibliotecas, ficam à disposição dos leitores. Se em estantes pessoais, são tratados com cuidados em razão das motivações de cada um. Livros não podem ser esquecidos em caixas fechadas. Em suas páginas, geralmente, há anotações, frases sublinhadas e parágrafos marcados por conta do conteúdo do texto, que trazem significados relevantes. Quando amados, costumam envelhecer ao lado dos seus leitores e, apesar dos custos, podem ser restaurados. Os livros são como seres que carecem de atenção e cuidados para terem vidas longas e enriquecerem pessoas com seus saberes, cultura e modos de perceber a vida e estar no mundo.

Ao longo da história, infelizmente, livros foram destruídos com fogo. O ato de queimá-los é essencialmente político, sendo praticado em local público, com a finalidade de censurar ideologias. Os livros ficam em cinzas, irrecuperáveis. Algumas obras são perdidas para sempre porque não há outros exemplares. A história nos apresenta inúmeras cicatrizes contra o patrimônio cultural da humanidade, como aconteceu na Biblioteca de Alexandria, quando foram destruídos 9.000 manuscritos ou durante a colonização da América quando foram queimados manuscritos maias e astecas em1499. Como aconteceu com os livros protestantes na Áustria, em 1730.  Em Nova Friburgo, cidade que cultua a literatura, em outubro deste ano, o tradicional quiosque do Sr. Jorge dos Livros, banca que existe há mais de vinte anos no centro da cidade, foi queimado! Tantos livros, alguns raros, foram destruídos... Não se sabe ainda se foi um ato com intenções políticas ou vândalas. Foi um crime contra a cultura da região, o crescimento intelectual da população e os esforços para incentivar a leitura.

A Academia Friburguense de Letras mobilizou seus acadêmicos para oferecerem livros ao Sr. Jorge, de modo que ele possa reconstruir seu quiosque. Espero que esse triste acontecimento chame a atenção para a importância do livro e da leitura na vida diária de nossa Friburgo querida. 

Mas não é só isso! Que mostre a todos o trabalho persistente do Sr. Jorge ao longo dos anos. Não é fácil tirar o sustento pessoal com a venda de livros. Apenas o amor pelas histórias, poesia, filosofia e tantas outras áreas da produção literária pode tê-lo motivado a sustentar seu quiosque.

Quem puder colaborar, levando livros que já foram lidos, não deixe de fazê-lo. O livro não é para ficar esquecido num canto da casa; haverá sempre alguém que gostará de tê-los nas mãos.

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Medo: suas cores e tamanhos

segunda-feira, 09 de outubro de 2023

O que vai acontecer depois?!

Que barulho forte é este?!

Tem alguém aí?!

Há medos de todos os tamanhos, dos mais bobos aos mais profundos. Há os que emergem de fatos e outros criados pela imaginação. Ainda há aqueles que guardamos debaixo do travesseiro como bons inimigos e os que jogamos fora na primeira lixeira. Que seja de multidão, aranha ou de ficar sozinho, o medo é uma reação emocional diante de uma situação ameaçadora. 

Ora pois sim, quem não os tem?

O que vai acontecer depois?!

Que barulho forte é este?!

Tem alguém aí?!

Há medos de todos os tamanhos, dos mais bobos aos mais profundos. Há os que emergem de fatos e outros criados pela imaginação. Ainda há aqueles que guardamos debaixo do travesseiro como bons inimigos e os que jogamos fora na primeira lixeira. Que seja de multidão, aranha ou de ficar sozinho, o medo é uma reação emocional diante de uma situação ameaçadora. 

Ora pois sim, quem não os tem?

Fui presenteada por Maria Clara Cavalcanti, escritora e contadora de histórias, especialista em Leitura e em Literatura Infantil e Juvenil, com o livro “Passos no Porão”, editado pela Escrita Fina. Foi um presente que me fez adentrar os bosques do medo, repleto de raízes espinhosas e intermináveis, arejado por inseguranças e ameaças que invadem as emoções das crianças, adultos e velhos. É um bosque em que penetramos devagar, pé ante pé, com olhos arregalados e respiração forte. 

“Passos no Porão” conta a história de um menino que escuta barulhos nas noites de mau tempo e corre para a cama do pai. Com o passar dos dias o medo vai sendo dissipado até porque o estranho som era de uma janela que batia com o vento no porão da casa.  A beleza do conto está na relação do pai com o filho que busca abrigo e proteção nos braços paternos. 

O medo nos acompanha quando crescemos, amadurecemos e envelhecemos. Faz parte da vida! É um sentimento que arranha e fere nossos momentos, enquanto emoção que ninguém gosta de ter, mas, em algumas circunstâncias, chega a ser necessário e benéfico. Podemos dizer que surge como um estado de alerta a ameaças físicas, morais ou psicológicas. A pessoa, especialmente a criança, ao sentir-se indefesa, o medo pode ganhar maiores proporções, como na história de Maria Clara Cavalcanti, que fez com que um menino saísse da sua cama e corresse para os braços do pai, braços que os protegeram do barulho e sustentaram seu amadurecimento.

O texto também nos chama a atenção para o desconhecimento da circunstância estranha e ameaçadora, uma vez que o não saber como reagir é o que mais assusta. Muitas vezes a intensidade do medo pode não ser compatível com o tamanho da causa.

Meus filhos, quando pequenos, tinham medo do escuro. Certa vez, fiquei com eles no quarto antes de dormirem à noite apagando e acendendo a luz. Quando a acendia pedia para que eles observassem o quarto. Depois, ao apagar, fazia o mesmo e perguntava se havia algo diferente. Fiz isso algumas noites. Eles não tiveram mais medo de dormir no escuro, contudo não deixaram de ter outros.

Penso que o medo nos modifica, fazendo-nos desenvolver capacidades para enfrentá-lo, alerta-nos para o perigo e torna nossos olhos atentos ao que nos rodeia.

Vou confessar e não contem para ninguém, por favor. Tenho medo de barata! Arc... Até hoje, aos setenta anos, não consegui retirá-lo da minha bagagem. Será que vou carregá-lo ainda por muito tempo? 

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Ouça-me

segunda-feira, 02 de outubro de 2023

A canção “Hear me now”, composta pelos artistas brasileiros Zeeba, Bruno Martini e Alok, lançada em 2016, é um sucesso musical da atualidade em todo o mundo. Sua letra, composta em inglês, tem uma mensagem profunda, que nos motiva a refletir sobre como temos buscado realizar nossos sonhos. Emerge daquele momento em que alguém nos toca e aponta caminhos para construirmos o futuro. O futuro sempre nos espera, como se estivesse à espreita para nos oferecer o que fazemos por merecer. O amanhã é resultado dessa relação de causa e consequência para com a qual, muitas vezes, não ficamos atentos.

A canção “Hear me now”, composta pelos artistas brasileiros Zeeba, Bruno Martini e Alok, lançada em 2016, é um sucesso musical da atualidade em todo o mundo. Sua letra, composta em inglês, tem uma mensagem profunda, que nos motiva a refletir sobre como temos buscado realizar nossos sonhos. Emerge daquele momento em que alguém nos toca e aponta caminhos para construirmos o futuro. O futuro sempre nos espera, como se estivesse à espreita para nos oferecer o que fazemos por merecer. O amanhã é resultado dessa relação de causa e consequência para com a qual, muitas vezes, não ficamos atentos. Nem ligamos, para dizer a verdade. Ora pois, podemos contar com a sorte do destino?

A letra é um diálogo entre pai e filho. Sua composição foi uma forma de Zeeba exaltar e agradecer a relação com seu pai, que se preocupou com o futuro dele, não o deixando desistir da carreira musical. De fato, a letra é mais mensageira do que poética, cuja riqueza está no esforço de um pai em se fazer ouvir. “Ouça-me” é um grito do amor paternal e sensibiliza a quem a escuta, principalmente quem vivenciou situação parecida. Lembrei das tantas vezes que minha mãe, irmã, uma amiga e até mesmo filhos me disseram algo com firmeza. E das incontáveis outras que não dei atenção e percebi o meu equívoco tempos depois. Alguns erros margearam minha vida e me fizeram trilhar caminhos que poderiam ter sido evitados. O olhar do outro vai sempre além do nosso; tem pontos de vista mais aguçados. Quando alguém se coloca diante de nós na posição de “ouça-me” é bom escutar e refletir. É uma voz que possui inteligência e percepção diferentes da nossa. Escutar é um modo de nos deixarmos abraçar e sermos amados.

Deixo, agora, a letra com vocês como um gesto de amor a quem me lê. Sugiro, ao meu amigo leitor, que leia a coluna escutando “Hear me now”.

OUÇA-ME AGORA

Se você me ouvir agora

Se você me ouvir agora

Sei que vai ficar mais forte

Quando você ficar mais velho, oh

Só não encolha os ombros

Quando você ficar mais velho, oh

As coisas não são fáceis

Então apenas acredite em mim agora

Todos os seus medos irão desaparecer

Se você me ouvir agora

Se você me ouvir agora

Deixe as desculpas de lado

Fale alto a sua opinião agora

Não deixe escapar

Você nem sempre tem razão agora

As coisas não são fáceis

Então apenas acredite em mim agora

Não aprenda do jeito fácil

Apenas me deixe mostrar como

Todas as luzes irão guiar o caminho

Se você me ouvir agora

Todos os seus medos irão desaparecer

Se você me ouvir agora

Se você me ouvir agora 

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