Os ingleses

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

terça-feira, 25 de junho de 2024

Ser grande é abraçar uma grande causa

William Shakespeare

   A arte faz parte da humanidade desde os seus primórdios. Segundo Aristóteles, o homem reage às percepções que tem da realidade através dos sentidos. Somos, pois, receptivos às impressões sensoriais, o que nos impulsiona a expressões comuns e inéditas. Nossos sentimentos e pensamentos não cabem dentro de nós, precisamos declarar e divulgar este nosso universo, abstrato, denso, muitas vezes caótico, que habita em nós. E, para não rasgarmos as nossas peles, encontramos na arte formas, espetacularmente criativas e justas, para nos manifestar. Para anunciar, de modo genuíno, como captamos o existir.

   Em cada época e lugar surgem expressões artísticas, divulgadas mundo afora. Como nada é estático e fechado em si mesmo, a literatura, a arte de empregar as palavras na produção textual, em vários estilos, toca o leitor. As palavras dos autores ganham vida nos textos, se lidos, encenados ou declamados, se traduzidos ou não, que se expressam objetivamente, de modo metafórico ou até mesmo subliminarmente, nas entrelinhas, o que exige do leitor uma leitura atenta e inteligente. Elas têm essência, através dos seus significantes, e potencial interpretativo, de acordo com os significados oferecidos pelo autor e construídos pelo leitor.

   Hoje, vamos nos dedicar à arte literária inglesa e sua influência no mundo. A literatura inglesa surgiu na Idade Média com Geoffrey Chauser, nascido provavelmente em 1343, em Londres. Foi escritor, filósofo, cortesão e diplomata, sendo considerado o pai da literatura inglesa, cuja obra é fundamental para a produção literária ocidental. “Os contos da Cantuária” revela sua sensibilidade através de uma coleção variada de textos em prosa e verso, em que a vida medieval da época foi narrada, como a cavalaria, a figura do cavaleiro, as máscaras usadas para esconder fracassos.

   Os primórdios da literatura inglesa expressam as transformações e as dinâmicas políticas e sociais e culturais. Emergiu de uma cultura que recebeu influências de tantos povos, como os celtas, romanos e os franceses. A obra de Geoffrey alavanca o renascimento da língua inglesa, tornando-a uma forma legítima de expressão artística. Como também foi fonte de inspiração para os autores posteriores.

   Os países do Reino Unido são férteis na criação literária, ao gerarem verdadeiras obras primas que sobrevivem ao tempo, influenciam a produção literária mundial. Não podemos esquecer a lenda de Robin Hood, surgida provavelmente nos séculos XII ou XIII, que inspirou obras em diversos estilos, como desenhos animados da Disney e, até comédias adaptadas pelos Trapalhões no Brasil. Muito menos deixar de evidenciar o heroísmo de Ivanhoé, narrado no romance do escocês Walter Scott, publicado em 1820.

   William Shakespeare é considerado o maior dramaturgo do mundo e respeitado pelos severos críticos, como Bárbara Heliodora, no Brasil. Até hoje, nos teatros brasileiros, há uma peça do bardo inglês em cartaz. Seus personagens como Hamlet, Otelo, Romeu e Julieta se mantêm vivos na memória popular.

   Não há uma criança, adolescente ou adulto que não conheça “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carol, que traz consideráveis ensinamentos de vida. A inventividade do autor deve servir de exemplo para os que pretendem criar histórias, tal como aconteceu comigo. Da mesma forma, é possível pensar em Jane Austen, autora de “Orgulho e preconceito” e de outras obras que ganharam o mundo, considerada uma autora que contribuiu para a literatura universal.

   E Agatha Christie!? Romancista, dramaturga e poeta, uma das autoras mais lidas no planeta, é conhecida como a “Rainha dos Crimes”. Engenhosa escritora de suspense, criou personagens conhecidos internacionalmente, como Hercule Poirot e Miss Marple, que protagonizaram casos instigantes de investigação criminal.

   O personagem da inglesa J. K. Rowling, Harry Porter, conquistou o coração dos brasileiros de todas as idades através da literatura fantástica, em que descortinou com maestria o mundo da magia e da bruxaria.

   A contribuição da literatura inglesa é imensa para a universal, inclusive a brasileira. Qual o escritor que não tenha bebido na fonte dos seus autores. Qual o cidadão que não preserva valores encontrados nas obras de Shakespeare e Jane Austen, por exemplo? Quem ainda não se deparou com a questão: ser ou não ser?

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Tereza Cristina Malcher Campitelli

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Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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