No início de julho Nova Friburgo recebeu o título de Suíça Brasileira!
Hoje vou escrever a coluna inspirada em nosso lugar, de riqueza natural e histórica, que traz admiração ao nosso olhar. As matas que cobrem as altas escarpas da Serra do Mar nos movem a recitar os versos de J. G. de Araújo Jorge, contidos na coletânea “Canto à Friburgo” [sic], lançada em 1961, que homenageiam a cidade com o louvor de um apaixonado.
No início de julho Nova Friburgo recebeu o título de Suíça Brasileira!
Hoje vou escrever a coluna inspirada em nosso lugar, de riqueza natural e histórica, que traz admiração ao nosso olhar. As matas que cobrem as altas escarpas da Serra do Mar nos movem a recitar os versos de J. G. de Araújo Jorge, contidos na coletânea “Canto à Friburgo” [sic], lançada em 1961, que homenageiam a cidade com o louvor de um apaixonado.
Sem ter nascido aqui, seu coração balançou com o mesmo vento que movimenta as folhas das árvores enraizadas nestas serras, e seus olhos brilharam com os raios de sol que alimentam a vida neste lugar. J.G. poetou em “Eis Friburgo”:
“Cidade cujo nome é um símbolo e um troféu
Parada de um caminho... a caminho do céu!”
Tenho esperança de que o título vivifique o amor que o friburguense tem pelo lugar onde vive. Mesmo aquele que não tenha nascido aqui, como eu, mas se deixou adotar pela sua gente cheia de fibra, deixou-se gostar por esse povo acolhedor, alegre e festeiro. Mas que precisa, todos os dias, melhor cuidar do espaço onde finca suas raízes e tudo faz para florescer seus sonhos.
“Gosto dessas montanhas azuis, musicadas
Pelas águas que rolam frias, esquecidas,
Sussurrando cantigas infantis, perdidas
Por entre os tinhorões e a sombra das ramadas”
(Montanhas de Friburgo - J.G. de Araújo Jorge)
Junto ao título “Suíça Brasileira”, recebido de bom grado e com orgulho, deve estar a responsabilidade diária pela natureza, que ainda preserva as matas, tão devastadas em outras regiões do país. Friburgo tem céu brasileiro, de azul estonteante, que impulsiona o acontecer da sua história. O friburguense acorda cedo e olha para a vida com esperança, cuida de si, da família e das suas coisas. Trabalha. Ama, pensa, sofre. Nasce e morre. Tudo isso sob a beleza que vem do alto.
“Olho o céu de Nova Friburgo sobre mim! Reparo
Nos detalhes dessa obra perfeita de Deus!
Na manhã de ouro e azul, o dia é belo e claro,
Nem um lenço de nuvem branca, acena adeus...”
(J.G. de Araújo Jorge – O céu de Nova Friburgo”)
Dos nativos aos imigrantes, povos vindos de diferentes lugares do mundo, que aqui puseram seus pés e fizeram a cidade se desenvolver. Com suor, esperanças e sonhos, na labuta incansável e diária, com dor e alegria, cada um dos que aqui nasceram ou chegaram ergueram o futuro. Construíram o hoje, um lugar misturado e miscigenado, em busca de ser melhor. Do negro ao louro, dos olhos puxados às bochechas rosadas, dos camponeses aos empresários, aqui é o lugar de todos.
“Aqui hei de plantar a semente da vida,
que esta é afinal a terra muito prometida!
e sulcarei o chão fecundo, áspero e bruto,
transformando-o em flor, modelando-o em fruto;
abrirei o caminho, além pela floresta;
usarei a energia das águas em festa,
revoltas e indomáveis pelas corredeiras,
ou saltando a gritar nos tombos das cachoeiras.”
(J. G. de Araújo Jorge – Terra prometida)
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