Tempo de abraçar os pais

Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

terça-feira, 13 de agosto de 2024

No último domingo, 11, comemoramos o Dia dos Pais, data sensível para pais e filhos posto que a experiência afetiva é única. O mês de agosto é um tempo propício para cuidar dessa relação, tendo em vista a avaliação sobre a troca de afetos, reflexões a respeito das decisões que foram tomadas ou não e apaziguamentos. É um tempo de buscar encontros e superações, de resgatar momentos desejados, mas nunca vividos.

Gosto de ver pais e filhos de mãos dadas andando na rua, compartilhando o afeto; o cuidado. De certo, nessa relação acontecem momentos inesquecíveis, que podem influenciá-los ao longo da vida.

A presença é essencial para ambos na medida em que as atitudes, as palavras e os modos de olhar de um para o outro sinalizam para novas maneiras de sentir, pensar e agir. Entre eles há um intenso processo de retroalimentação; a cada momento ambos vão descobrindo outros sentidos de ser pai e de ser filho. Não é uma relação estática, mas em constante processo de transformação.

O pai não é necessariamente o genitor, mas aquele que ocupa as funções paternas. Professores, avós, tios ou amigos também podem vestir os gestos e usar as palavras daquele homem que acolhe um outro ser mais jovem, que está chegando ao mundo e precisa de modelos e acolhimentos.

Ser pai é aprender a sentir e a expressar o amor paterno que é diferente de qualquer outro tipo de sentimento, como a amizade entre pessoas da mesma geração. Pais e filhos são amigos, sem dúvida, porém ser pai significa cuidar do filho para introduzi-lo na vida. Educar com afeto e responsabilidade não é simples, mas uma tarefa desafiadora, talvez uma das mais laboriosas e difíceis que um homem possa vir a ter.

Pais e filhos constroem uma história através da convivência. O homem depois que é pai não é mais o mesmo; experimenta perdas e ganhos, além de ver-se diante de atribuições a serem enfrentadas. Além do mais, assumir o papel de pai é um modo de estar na vida, cujas funções vão sendo exercidas ao fazer-se presente nas múltiplas etapas do processo de adultez vivenciado pelo filho. A adultez ocorre ao longo dos anos em que o sujeito vai adquirindo responsabilidades, referenciais de existencialidade, isto é, decorrentes das experiências e processos de entendimento nas diferentes etapas do viver. 

Não há receitas nem manuais para ser pai. O pai cultiva o filho com amor através da vida em comum, dos projetos compartilhados, dos valores e dignidade para viver cada dia do seu destino. É louvável que o pai considere que sua figura, a paterna, brilha nos processos perceptivos do filho.

  Que os pais recebam as melhores energias do universo!

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Tereza Cristina Malcher Campitelli

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Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

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