Sou educadora, de formação. O meu olhar tem este viés porque tudo o que vivemos é carregado de aprendizado. Até mesmo o conectivo “e”, que significa união; ninguém o utiliza sem ter a intenção de adicionar, posto que a adição é transformadora e reúne significados que podem ser observados e refletidos. Aliás, a observação é o ponto de partida dos processos educativos.
Sou educadora, de formação. O meu olhar tem este viés porque tudo o que vivemos é carregado de aprendizado. Até mesmo o conectivo “e”, que significa união; ninguém o utiliza sem ter a intenção de adicionar, posto que a adição é transformadora e reúne significados que podem ser observados e refletidos. Aliás, a observação é o ponto de partida dos processos educativos.
Nestes dias, por acaso, mensagens, podcasts e conversas me trouxeram a educação como tema de reflexão. Ao me debruçar sobre as teorias educacionais, a construção de uma pessoa, de um lugar e, especialmente, de um país acontece sobre as bases educacionais. O crescimento individual é ilimitado através das capacidades e possibilidades que podem ser atingidas sem limites preestabelecidos. Da mesma forma, as realizações de uma nação dependem da evolução dos seus cidadãos.
As gerações mais novas recebem dos seus antepassados um saber adquirido através da experiência milenar que é repassada de diversas formas. Hoje, os meios de comunicação são facilitadores, porém o contato interpessoal possui força de influência e absorção eficientes, decorrentes das relações afetivas e dos processos de identificação.
Também não podemos esquecer que a literatura guarda a maior fonte de saber existente no planeta.
Os processos de aprendizagens começam no momento do nascimento quando a criança vai aprendendo, dia a dia, a interagir com o ambiente e com as pessoas com quem tem contato. Inclusive, com ela mesma ao perceber seu corpo e suas emoções. O corpo e a mente humana são versáteis, possuindo qualidades e habilidades múltiplas que podem ser estimuladas, desenvolvidas e, consequentemente, transformadas, possibilitando às pessoas realizar tarefas cada vez mais especificadas e complexas. Os processos educativos nos tornam mutantes, principalmente quando há a consciência de que podemos nos aperfeiçoar para melhorar nossos modos de viver.
A leitura é um recurso educativo valoroso, mesmo os livros de literatura ficcional para crianças e jovens. Certamente a literatura é arte e sua intenção não é pedagógica. Entretanto, ao abordar a experiência existencial nas histórias infantis, guarda pressupostos educativos relevantes. “Pinóquio”, por exemplo, escrito por Carlo Collodi, é uma obra que deveria ser lida por todos. Como também “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carol. E outras, como o “O Sítio do Pica-pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry ou “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder. Mas não é somente a prosa literária que o jovem pode ser incentivado a ler. A obra de Shakespeare tem belíssimas adaptações para o público juvenil.
A formação do leitor é um processo educativo e encontra no prazer de ler seu objetivo principal. É iniciado na mais tenra infância com livros de ilustrações e sem texto. O gosto pela leitura é construído ao longo de anos e segue a vida infantil e juvenil. O adulto, quando leitor, tem uma visão ampla e aprofundada dos fatos, que são esclarecidos por várias ciências, como a filosofia, psicologia, sociologia, biologia, geografia, história, dentre outras. Como também pela vivência daqueles que transpõem para o papel suas reflexões através da prosa e da poesia.
Um pensar parcial é frágil. O saber comum é inteligente e rico, sem sombra de dúvidas, mas se enriquecido pela leitura oferece maiores possibilidades ao sujeito de interagir no ambiente, de expressar-se para abordar com clareza e objetividade seus pontos de vista. De tirar conclusões e tomar decisões.
Infelizmente as oportunidades educacionais e os programas de estímulo à leitura são ainda precários no Brasil. Nem todos têm acesso ao livro e à educação. Acredito que a maioria das crianças e jovens gostaria de tê-lo! Foi triste escutar de um grupo de jovens que gostariam de ler mais, mas não podiam pela impossibilidade de adquirir os livros, mesmo nas bibliotecas.
Assim, cabe-me, mais uma vez, reforçar o valor da educação e da leitura nesta coluna semanal. Não deixa de ser como um canto de alguém diante do mar, sempre atraente, indomável e pouco desconhecido.
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