Realidade brasileira
Começo a coluna desta semana com o seguinte questionamento: Você sabe quantas pessoas gays (lésbicas, trans, bi’s etc) morrem no Brasil por dia devido ao preconceito?
Uma pessoa a cada 20 horas foi morta no Brasil, de forma violenta, segundo dados coletados de uma pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia, importante fonte de fiscalização e apoio às causas LBGTQI+, em 2018.
Realidade brasileira
Começo a coluna desta semana com o seguinte questionamento: Você sabe quantas pessoas gays (lésbicas, trans, bi’s etc) morrem no Brasil por dia devido ao preconceito?
Uma pessoa a cada 20 horas foi morta no Brasil, de forma violenta, segundo dados coletados de uma pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia, importante fonte de fiscalização e apoio às causas LBGTQI+, em 2018.
No total, 420 pessoas morreram de modo hostil em um único ano, seja por arma de fogo, espancamento, pauladas ou suicídio. Segundo a pesquisa do mesmo orgão, os dados da violência contra LGBTQIA+, em 2010 ocorreram 130 homicídios, enquanto poucos anos depois, em 2017, esse dado já computava 445 mortes durante a vigência deste mesmo ciclo anteriormente apurado, ou seja, um aumento de 242%.
Essa realidade no Brasil é a que ceifa a vida de muitas pessoas, deixando famílias desamparadas, cicatrizes nos rostos das vítimas e sequelas permanentes na alma de quem é acometido por esse tipo de violência que não deveria sequer existir.
Em 2019, no Brasil, a LGBTfobia foi considerada crime através de uma polêmica decisão envolvendo grupos religiosos, as duas casas do Legislativo e o Superior Tribunal Federal. Dessa forma, através do julgamento da Ação Direta de Insconsticuionalidade por Omissão (ADO nº 26) e do mandado de injunção 4.733, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entenderam que a homofobia é um crime análogo ao de racismo, sendo assim, passível de processo criminal e até prisão.
Novas perspectivas e reflexões
Nesse sentido, sabe-se que homossexualidade não se trata de perversão humana, mas sim, de uma preferência individual de cada pessoa, exprimida por meio da sua expressão de sexo, gênero, sexualidade e amor. Muitos podem questionar e dizer que se trata de uma escolha e eu lhes perguntarei: “Em que dia da sua vida você escolheu ser heterossexual?”.
Eu posso escolher muitas coisas na minha vida, seja o meu almoço num domingo de sol, a roupa que irei vestir no dia de amanhã, a cor do meu próximo carro. Agora, o que realmente se gosta, não dá para escolher. Você gosta e pronto! Amor não se explica, amor se sente!
Ao passo que a sociedade transcorre com o passar dos anos, vivemos uma evolução social que nos permite questionar situações que anteriormente eram cotidianas e habituais.
Um grande exemplo disso se dá pela gama de direitos cedido às mulheres nos tempos atuais, dadas as discrepâncias sociais, que foram incorporadas recentemente. Seria impensável em tempos antigos que mulheres possuíssem deveres e direitos em parâmetros de equidade aos homens, como: poder estudar, poder votar, poder dizer “não” para uma relação sexual com o marido, poder ser independente civilmente e financeiramente etc.
O mesmo, seria impensável aos afro-descendentes, que nos anos de 1500 até 13 de maio de 1888, eram escravizados como mercadorias, das formas mais cruéis e horrendas que esse mundo já pode imaginar, dentro de navios negreiros em que muitos preferiam perder a vida do que viver o resto dela como escravo.
Caso uma pessoa dos anos 1500 pudesse viajar no tempo aos dias atuais, certamente, seria de grande espanto que pessoas negras, pardas e ameríndias, possam andar livremente na rua, que usufruam de liberdade religiosa e intelectual, que possam ter um trabalho e adquirirem bens.
Esperamos que daqui a alguns anos, toda sociedade consiga olhar para trás e perceber que 420 pessoas mortas em um ano, de forma violenta, por possuírem liberdade sexual e de gênero soe como um absurdo, Assim como a escravidão e a violência contra a mulher soam nos dias atuais (ou deveriam soar).
Respeito é essencial! Vamos viver menos ódio e mais amor! Homofobia é coisa do passado e é crime!
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