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Caminhoneiros: nova greve prestes a acontecer

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Representantes dos caminhoneiros descontentes com a política do Governo Federal prometem entrar de greve na próxima segunda-feira, 1º de novembro. Dentre a lista de reivindicações da categoria estão inclusas a redução do preço do diesel, a revisão da política de fretes mínimos, a aprovação do novo marco regulatório do transporte rodoviário de cargas, regime especial de aposentadoria e melhorias nos pontos de descanso.

Representantes dos caminhoneiros descontentes com a política do Governo Federal prometem entrar de greve na próxima segunda-feira, 1º de novembro. Dentre a lista de reivindicações da categoria estão inclusas a redução do preço do diesel, a revisão da política de fretes mínimos, a aprovação do novo marco regulatório do transporte rodoviário de cargas, regime especial de aposentadoria e melhorias nos pontos de descanso.

A situação ficou ainda mais delicada, durante a última semana, quando a gigante petroleira brasileira anunciou nova alta nos preços de combustíveis. Na capital fluminense, alguns postos chegam a cobrar R$ 7,50 o litro da gasolina comum.

O novo aumento no diesel desagradou caminhoneiros e especialistas temem crescimento da adesão à greve. De acordo com os representantes da categoria, o preço cobrado anteriormente pelo diesel estava sendo insustentável e após o novo aumento ficou impraticável pelo custo e benefício das viagens e a não aprovação da revisão da política de fretes mínimos.

Queda de braço entre líderes, governo e Petrobras

O Governo Federal desmarcou uma importante reunião que seria realizada, hoje, 28, com a Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celestistas. Representantes alegam falta de diálogo por parte da presidência da República.

Jair Bolsonaro, por sua vez, em entrevista afirmou que não irá interferir em nada na política de preços da Petrobras, que hoje possui cotação de combustíveis atrelada ao dólar. A mudança de preços da petroleira nacional ocorreu em 2016 e tornou a gasolina e o diesel, mesmo com sua produção inteira feita com base na moeda nacional, serem repassados à população com relação à moeda americana.

Fato é que a decisão da revisão de política de preços à época veio para tornar a Petrobras mais competitiva em um cenário internacional, contudo a alta inflação dos combustíveis cria efeito cascata e massacra o poder de compra da grande maioria dos brasileiros.

O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em pronunciamento, minimiza a possível greve de caminhoneiros com as alegações de que são “meia dúzia de lideranças que toda hora chamam greve”. Por outro lado, a plataforma de pesquisa Fretebras, ouviu cerca de dois mil caminhoneiros e apurou que quase 60% da categoria apoia a greve.

Se o cenário já não parece caótico o suficiente, a Federação Única dos Petroleiros aprovou em conselho deliberativo a paralisação imediata caso o Governo Federal apresente um projeto de lei de privatização da Petrobras. A movimentação dos líderes petroleiros se deu após pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao afirmarem que cogitam a privatização da estatal que serve aos seus acionistas e que gera bastante “dor de cabeça”.

Auxílio Diesel

A presidência da República anunciou que irá fornecer um auxílio de R$ 400 aos caminhoneiros batizado como “Auxílio Diesel”, em uma tentativa de minimizar os fortes impactos causados pelos suscetíveis aumentos dos combustíveis e frear o engajamento à greve.

Lideranças de caminhoneiros classificam a proposta como “ridícula” alegando que o auxílio não conseguiria pagar sequer 100 litros de combustível. De acordo com levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) o menor preço médio do litro do diesel é R$ 4,82 (Rio Grande do Sul) e o maior, R$ 6,20 (Acre). Com isso, para encher um tanque de 400 litros, um caminhoneiro, por exemplo, no Rio Grande do Sul pagará em média R$ 1.929,20 enquanto no Acre, R$ 2.483,20.

E nós? Como ficamos?

Com a falta dos derivados de petróleo nas bombas de abastecimento dos postos de gasolina e de alimentos nos mercados ocasionados pela possível greve dos caminhoneiros haverá muita demanda e pouca disponibilidade de produtos elevando assim ainda mais todos os custos que já estão altíssimos.

Não sabemos ainda os rumos dessa briga, de direitos e de egos, sem fim. Muitas informações irão surgir no decorrer dos próximos dias e é importante ficar antenado sobre um assunto que tem tanta inferência em nossa vida.

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O Brasil poderá sofrer com o desabastecimento de combustíveis em novembro

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Nesta semana, a Petrobras confirmou que não conseguirá atender todos os pedidos para o fornecimento de combustíveis em todo país. Segundo as empresas distribuidoras, o possível desabastecimento poderá ocorrer já no mês que vem e afetar diretamente o preço do produto nos postos.

De acordo com as varejistas distribuidoras, a gigante nacional do petróleo brasileiro cortou parte da oferta de gasolina e diesel produzido no próximo mês, decisão que foi tomada de forma unilateral.  

Nesta semana, a Petrobras confirmou que não conseguirá atender todos os pedidos para o fornecimento de combustíveis em todo país. Segundo as empresas distribuidoras, o possível desabastecimento poderá ocorrer já no mês que vem e afetar diretamente o preço do produto nos postos.

De acordo com as varejistas distribuidoras, a gigante nacional do petróleo brasileiro cortou parte da oferta de gasolina e diesel produzido no próximo mês, decisão que foi tomada de forma unilateral.  

Em comunicado, a petroleira, por sua vez, alega que recebeu uma demanda atípica de pedidos em todo país, acima da sua capacidade de produção e dessa forma não terá condições de refino para abastecer todo território nacional com combustíveis.

Como já explicitado por mim, anteriormente, nesta coluna, no texto “Preço da gasolina aumenta mais uma vez” publicado em 12/08/2021, o Brasil não é autossuficiente em petróleo desde 2011. “Apesar de produzir mais quantidade de barris de petróleo do que consome, a capacidade de processamento e refino da matéria prima ainda não suporta a demanda nacional. Segundo um estudo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da Coope/UFRJ, a capacidade de produção das refinarias nacionais é somente de 75%, em média.”

De acordo com as associações das distribuidoras de gasolina no país, os cortes nos pedidos feitos à Petrobras chegam a mais de 50% do volume solicitado, em alguns casos. Por sua vez, afirmam ainda que com a significativa redução há o risco de desabastecimento nacional.

Uma possível crise dentro da crise

As previsões caso um cenário de desabastecimento de combustíveis venha a acontecer no Brasil não são nada otimistas. Em primeiro lugar, caso haja falta de gasolina, assim como ocorreu durante a greve dos caminhoneiros, em 2018, o preço do combustível tende a subir. Com a falta dos derivados de petróleo nas bombas de abastecimento dos postos de gasolina, haverá muita demanda e menor disponibilidade, trazendo aplicação direta da lei da oferta e da procura, elevando assim, o seu preço repassado ao consumidor final.

Por outro lado, em hipótese ainda mais grave, a falta de diesel no país colocaria em cheque o principal meio de fornecimento de produtos básicos, os caminhões. Arroz, feijão, carne, açúcar e café estariam dentro da lista dos produtos que tenderiam a ter um novo aumento devido à sua escassez nas prateleiras do mercado.

Nova ameaça de greve dos caminhoneiros

Após uma reunião realizada no último sábado, 16, entidades que representam os caminhoneiros do país prometeram fazer uma greve no início de novembro caso o Governo Federal não atenda a lista de reivindicações por eles assinada. O encontro contou com a participação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Logística (CNTTL), do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava).

Dentre a lista de reivindicações estão inclusas a redução do preço do diesel, a revisão da política de fretes mínimos, a aprovação do novo marco regulatório do transporte rodoviário de cargas, regime especial de aposentadoria e melhorias nos pontos de descanso.

Caso a promessa de greve geral das entidades caminhoneiras seja concretizada, reflexos negativos poderão ser estendidos ao comércio durante a Black Friday, que ocorrerá no dia 26 de novembro. Prejuízos podem ocorrer numa data importante para lojas que vendem significativa parcela de seus estoques em um único dia. Nesse sentido, a greve de caminhoneiros pode gerar desabastecimento de eletroeletrônicos, principal mercadoria vendida.

Infelizmente, nesse cabo de guerra, nós, meros mortais, ficamos no meio da corda, sendo puxados para todo lado e sem poder fazer muita coisa. O que nos resta é somente aguardar dias melhores e soluções efetivas.

Lucas Barros é bacharel em Direito. Escreve às quintas-feiras.

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A maior inflação dos últimos 27 anos e o Brasil no Mapa da Fome

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Impulsionada pela forte alta do dólar, pelos altos custos da eletricidade e dos combustíveis, a palavra que vem tomando conta do dia-a-dia dos brasileiros é a tal da “inflação”. Contudo, essa bendita palavra não se tornou apenas parte das conversas de rua ou dos noticiários, mas também virou um grande problema no bolso de todos, gerando incertezas e inseguranças.

Impulsionada pela forte alta do dólar, pelos altos custos da eletricidade e dos combustíveis, a palavra que vem tomando conta do dia-a-dia dos brasileiros é a tal da “inflação”. Contudo, essa bendita palavra não se tornou apenas parte das conversas de rua ou dos noticiários, mas também virou um grande problema no bolso de todos, gerando incertezas e inseguranças.

No mês passado vivenciamos a maior inflação desde a criação do Plano Real. O índice medido pelo IPCA disparou e aumentou em 1,16% em um único mês, contanto com um acumulado de 10,25% nos últimos 12 meses.  Mas em português brasileiro, o que isso quer dizer? Basicamente, a taxa demonstra o aumento dos preços dos bens e serviços no país, indicando que tudo ficou mais caro.

Em contrapartida, na contramão de tudo, o salário mínimo previsto para o próximo ano teve um pequeno reajuste de R$ 69, um aumento de aproximadamente 6,2% em comparação ao ano passado. É importante observarmos que o valor da remuneração básica do Brasil, que já era difícil para manter uma família, teve agora a sua correção em um valor abaixo ao do aumento dos custos de alimentos, combustíveis e aluguéis. Nesse sentido, com preço dos itens básicos aumentando a cada dia e o brasileiro ganhando menos, é fato que a cada dia nossa população fica mais pobre e com menos poder de compra.

Perrengue nacional da fome

O Brasil volta ao Mapa Mundial da Fome, segundo a ONU, a Organização das Nações Unidas, com 19 milhões de brasileiros passando por carência alimentar. O levantamento feito pela organização coloca nosso país em uma situação que não se encontrava desde 2014, com mais de 5% da população subalimentada.

A situação está tão grave que uma imagem tomou conta das redes sociais nas últimas semanas: um açougue em Santa Catarina colocou uma placa na porta com a mensagem “Osso é vendido e não dado”. A doação de ossos pelos açougues aos mais necessitados, sempre foi uma praxe histórica e nacional.

Com o aumento do valor da carne bovina, frango e ovos, a peça com grande quantidade de ossos ou só os ossos tem sido usada por muitas famílias como substitutos no prato. A busca por ossos tem sido tanta ao ponto do valor passar a ser cobrado ou aumentar em muitos estabelecimentos comerciais, fragilizando mais ainda os grandes atingidos pela pandemia do coronavírus e que dependem diretamente ao que muitos consideram como “resto”.

Dados divulgados, na semana passada, pela Companhia Nacional de Abastecimento revelam que o consumo de carne vermelha é o menor nos últimos 26 anos, devido ao aumento de preço. O acúmulo de preço do produto foi de 25% em 12 meses.

Do Brasil para Nova Friburgo

A previsão é de que de que a inflação diminua, no próximo ano, chegando à taxa 8% ao ano. Contudo, é sempre bom lembrar que é 8% acima dos preços de agora, dando ainda mais volume à inflação acumulada e trazendo prejuízo direto aos menos favorecidos financeiramente.

 “Com o menor poder de compra, a qualidade de vida fica comprometida e isso favorece ainda mais o cenário de desigualdade social. Agora, se a renda não é reajustada corretamente o problema torna-se ainda mais grave", explica Gabriel Alves, empresário, especialista em investimentos e que assina a coluna “Educação Financeira” todas as sextas-feiras aqui em A VOZ DA SERRA.

“Quanto à organização de orçamento familiar, é importante atentar-se ao poder de compra. Para quem não tem o hábito de poupar, o consumo hoje torna-se proteção para o que pode estar mais caro amanhã. Por outro lado, o indivíduo que poupa tem grande potencial de rentabilidade ao atentar-se para alocações de investimentos atrelados aos índices de inflação”, observa Gabriel.

Nós, friburguenses, apesar de vivermos cercados pelas nossas belas montanhas, não estamos numa redoma e somos também atingidos pelas consequências à nossa volta. Preparar-se e se organizar é a melhor alternativa para sair menos prejudicado num momento de tanta instabilidade nacional.

Lucas Barros é bacharel em Direito. Escreve às quintas-feiras.

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A queda das redes sociais num mundo globalizado

quinta-feira, 07 de outubro de 2021

Blackout nas comunicações

Devido a uma grande instabilidade, os sites e aplicativos do Instagram, Facebook e Whatsapp ficaram fora do ar por um período de sete horas na tarde desta segunda-feira. Usuários começaram a reclamar de falta de acesso, falha na atualização do feed e do carregamento de mensagens por volta das 12h30 (horário de Brasília), que somente retomou seu pleno funcionamento pelas 19h00.

Blackout nas comunicações

Devido a uma grande instabilidade, os sites e aplicativos do Instagram, Facebook e Whatsapp ficaram fora do ar por um período de sete horas na tarde desta segunda-feira. Usuários começaram a reclamar de falta de acesso, falha na atualização do feed e do carregamento de mensagens por volta das 12h30 (horário de Brasília), que somente retomou seu pleno funcionamento pelas 19h00.

A empresa Facebook por sua vez alega que não foi detectada nenhuma falha de segurança ou ataque hacker, mas que tudo foi proveniente de um erro interno de sistema que ocorreu durante uma configuração e atingiu os roteadores do backbone, pilar basilar que coordena o tráfego de informações na empresa.

De acordo com a Bolsa de Valores americana com negócios do ramo de tecnologia, a Nasdaq, a empresa de Mark Zuckerberg perdeu 5% de valor de mercado em apenas um dia, algo próximo aos 50 bilhões de reais.

Impactos externos

Hoje as empresas de tecnologia estão todas interligadas e de certa forma, coordenam o nosso modo de viver. O dia de segunda-feira pode nos mostrar com clareza o quão dependente somos dos serviços de comunicação, não somente para lazer, mas especialmente para trabalho, comunicação e organização pessoal.

Muitas empresas usam suas redes sociais como vitrine e como principal meio de contato como o cliente num mundo tão globalizado, sem necessariamente, possuir uma sede física em algum lugar. Contudo, com a instabilidade do grupo Facebook dessa semana, muitos empreendedores tiveram impacto direto em suas vendas e relataram prejuízos.

Por sua vez, aplicativos de comunicação como Whatsapp, têm um papel imprescindível na comunicação nos dias atuais, reduzindo as distâncias, aproximando pessoas e trazendo agilidade e fluidez em nossa rotina, conforme apontado por Patrícia Fiasca, jornalista e pós-graduada em Comunicação Integrada pela ESPM:

“Não existem fronteiras e isso ficou ainda mais evidente nos tempos de pandemia, em que tivemos que nos adaptar rapidamente a novos processos e rotinas. Nunca foi tão clara a percepção de que podemos nos comunicar com pessoas em qualquer lugar do mundo e resolver boa parte da nossa vida pelo computador ou celular, já que fazer as coisas presencialmente muitas vezes não é a opção mais viável.”

Por fim, o blackout de segunda-feira serviu para alertar o quão “viciadas” as pessoas estão em acessar as redes sociais a todo tempo. Quem não ficou abrindo os aplicativos de mensagens e de fotos, de minuto em minuto, aguardando ansiosamente o retorno à normalidade, que atire a primeira pedra. Algumas pesquisas apontam que o uso das redes sociais é a primeira coisa feita pela maior parte das pessoas logo ao acordar e a última antes de dormir.

A web-interação é uma realidade na vida das pessoas e que veio para ficar, com seus benefícios e malefícios. Contudo, torna-se necessário entendermos qual o limite entre a dependência do uso e as necessidades habituais ao dia a dia.

Quem nunca lidou com a chata situação de estar junto a um grupo e se deparar com todos, a todo tempo, usando seus smartphones? A habitualidade de postar fotos, vídeos e checar a vida alheia se tornou mais do que um hobbie, mas uma necessidade, conforme indicado pelos pesquisadores do King's College de Londres, que um quarto dos jovens ficam em “pânico” ou “chateados” se o acesso ao aparelho celular lhes for negado.

A queda dos aplicativos do grupo Facebook, nesta semana, trouxe um leve desconforto às pessoas, contudo, segunda-feira foi um dia importante para ressignificarmos algumas coisas. A primeira é que não devemos depender unicamente de uma empresa para comunicação, especialmente se tivermos um negócio. A segunda é que estamos cada vez mais dependentes (e viciados) nas redes sociais. A terceira é que o aplicativo de SMS e de discagem, em nosso celular, ainda tem utilidade e não somente servem para ocupar a memória do aparelho.

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O poder da representatividade

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

O que é representatividade?

Bom, mas antes de começarmos, devemos nos questionar sobre o que é “representatividade”. Entende-se esse conceito como uma pessoa que reflete um coletivo na luta por direitos, de acordo com os interesses e a identidade dos representados. Contudo, pode também significar “empoderamento”, de modo que um grupo, por meio de representantes, tenha visibilidade nos papéis de alto valor da sociedade.

O que é representatividade?

Bom, mas antes de começarmos, devemos nos questionar sobre o que é “representatividade”. Entende-se esse conceito como uma pessoa que reflete um coletivo na luta por direitos, de acordo com os interesses e a identidade dos representados. Contudo, pode também significar “empoderamento”, de modo que um grupo, por meio de representantes, tenha visibilidade nos papéis de alto valor da sociedade.

Muitas pessoas acabam desconhecendo o impacto positivo e o efeito benéfico na construção da identidade de minorias dentro de uma sociedade quando falamos em poder. Se partirmos do princípio de que somos pessoas diferentes, em etnia, tipos de cabelo, cultura, religião, sexo e sexualidade, por que só uma parte da sociedade é acolhida e evidenciada, socialmente?

A realidade como ela é

Importante frisar que minorias não têm relação direta com quantidade, mas sim, com lugares de representação nos espaços do poder. Não sei se você já parou para se questionar, mas quantos médicos negros já te atenderam na vida?

Bom, esse assunto teve grande repercussão em 2018, após postagem do médico Fred Nicácio, em redes sociais. O fato ocorreu na cidade de Conceição de Macabu–RJ, após Dona Eunice, uma paciente negra, de 74 anos de idade, pedir, emocionada, para tirar uma foto após ser atendida por alguém de sua cor em uma profissão ocupada, majoritariamente, por pessoas brancas.

A representatividade é muito importante para a criação de um sentimento de empoderamento para muitos. Como exemplo prático, temos a vereadora Maiara Felício que, na última eleição, se tornou a primeira mulher negra a se eleger vereadora na cidade de Nova Friburgo.

Se muitas mulheres negras, antes dela, não acreditavam que poderiam ocupar cargos importantes na política municipal, visto que nunca ninguém com essas características havia sido eleita, Maiara Felício veio para quebrar paradigmas. A coluna, inclusive, tentou falar com a vereadora, pela importância histórica de sua vitória eleitoral no último pleito e sua representatividade na Câmara, mas infelizmente ela não respondeu.

Contudo, não somente pessoas negras necessitam serem representadas na sociedade. A falta de representatividade é vítima de muitos outros preconceitos, como por exemplo, o machismo. O Brasil possui um número maior de mulheres em relação ao número de homens, segundo o IBGE. Em contrapartida, de acordo com um estudo feito pela rede de televisão CNN, dentre as maiores empresas brasileiras apenas 3,5% são gerenciadas por mulheres. E elas ocupam somente 16% da política nacional.

Nesse mesmo sentido, uma pessoa LGBTQIA+ já possui dificuldades que são refletidas na vida privada e que por consequência, trazem interferência na vida pública, gerando prejuízo na sua representação na sociedade. Discursos de ódio segregam, afastam e ofendem a integridade, por meio de preconceitos que põem em cheque a sexualidade em face à competência.

Nesse sentido, o jornalista Wanderson Nogueira, homossexual, ex-deputado estadual, coordenador do Parlamento Juvenil na Alerj e também colunista de A Voz da Serra, defende:

“O maior desafio é combater os preconceitos. Enquanto os preconceitos minarem direitos, roubarem vidas ou felicidade há de se falar sobre eles e combatê-los. Ninguém quer privilégios, apenas igualdade em poder amar da forma que ama. Ser gay não faz ninguém ser melhor ou pior. Sexualidade, sexo, cor e religião não definem competência, tampouco caráter.”

Nesse sentido, representatividade não significa que minorias devam ocupar espaço por pena, mas sim que estejam proporcionalmente representadas na sociedade de acordo com sua demografia populacional. Questionar o motivo de negros, mulheres e homossexuais não ocuparem tantos espaços de influência é um grande passo para compreender os preconceitos e a estrutura da sociedade.

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Os negócios que cresceram em meio à pandemia

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A pandemia causada pelo coronavírus vem trazendo repercussões não apenas de ordem biológica e médica, mas também carrega consigo a instabilidade política, inflação alta, insegurança financeira e pessimismo ao país.

A pandemia causada pelo coronavírus vem trazendo repercussões não apenas de ordem biológica e médica, mas também carrega consigo a instabilidade política, inflação alta, insegurança financeira e pessimismo ao país.

O Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil, caiu 4,1% somente no ano passado em relação a 2019, segundo levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É de conhecimento público que já há alguns anos, uma forte crise econômica assola nosso país, contudo estamos falando de nada mais e nada menos do que o maior tombo na economia desde 1996.

E estes dados possuem impacto direto na sociedade e são refletidos, também, nos números de desempregados do país, que somam aproximadamente 15 milhões de pessoas, espalhadas de norte a sul e leste a oeste e que buscam a subsistência de suas famílias.

Em contrapartida, nota-se que o momento de dificuldade fez com que muitos brasileiros tivessem que se virar por conta própria e se desafogar em meio à crise, fazendo com que houvesse um “boom” de microempreendedores individuais brasileiros contabilizando 2,6 milhões de novos cadastros de CNPJ’s para autônomos, como: cabeleleiros, manicures, donos de pequenos negócios, pintores etc.

 E engana-se quem acredita que o cenário tão castigado por perdas econômicas e diante da necessidade de se reinventar, fosse possível o crescimento e a prosperidade de alguns setores da economia, por meio da reinvenção, novas estratégias e diagnósticos precisos. Dessa forma, listamos alguns desses setores:

  1. Delivery: Bares, restaurantes e lanchonetes permaneceram fechados durante os tempos de maior gravosidade do Covid-19 e foi necessário reiventar-se. Estima-se que houve um aumento de 975%, no ultimo ano, no fluxo nos aplicativos de entrega de alimentos, tanto no número de usuários, como no número do cadastro de novos negócios. Além disso, toda uma gama de empregos foi gerada por esse crescimento, através da contratação de designers para publicidade nas redes sociais, criação e gerenciamento sites, aumento da frota de motoboys, contratrações para funcionamento do serviço de entrega etc.
  2. Mercado Pet: O isolamento social estabeleceu uma relação mais íntima entre os humanos e os pets. A busca por companhia fez com que muitos brasileiros viessem a aumentar sua família com um animalzinho de estimação, fazendo com que o Brasil se tornasse o 3º maior mercado mundial de pets do mundo e representando um faturamento com vendas em torno de R$ 40 bilhões. Além de ser um setor que não teve que fechar por se tratar de um serviço essencial, ganhou também o impulsionamento por meio “gourmetização” do mercado, com a vinda de coleiras e guias coloridas, alimentação saudável, brinquedos diferenciados e itens personalizados.
  3. Educação Remota: A ociosidade das pessoas em casa trouxe a preocupação do aprimoramento pessoal e do aperfeiçoamento profissional nos tempos de isolamento por meio do ensino à distância. Com essa demanda, muitos sites e aplicativos surgiram dando uma alavancagem à um mercado que movimenta cifras milionárias na busca de cursos de gerenciamento de redes sociais, edição de vídeo, design gráfico, pós graduação e marketing digital.
  4. E-commerce: Segundo levantamento da Nielsen/Ebit cerca de 7,5 milhões de brasileiros fizeram compras online pela primeira vez durante os tempos pandêmicos. Os baixos preços, promoções e cashbacks têm sido atrativos, mas sem dúvida, a pandemia foi um fator importante para a consolidação desse mercado que veio para ficar.

Mesmo com o avanço das campanhas de vacinação é difícil saber quando a pandemia irá acabar. Fato é mercado mudou e os empreendedores devem se questionar e buscar aprender um pouco mais com esses setores mais favorecidos na pandemia.

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Próxima parada: aumento no preço dos alimentos

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Comida mais cara

Que a “vida” anda muito cara, todos nós já sabemos e estamos sentindo isso nos nossos bolsos já faz um bom tempo. Os aumentos constantes nos preços de combustíveis, gás de cozinha, energia elétrica, aluguéis de imóveis vêm galgando a passos largos e pesando cada dia mais no orçamento do brasileiro, que não está vendo seu salário aumentar conforme a inflação.

Comida mais cara

Que a “vida” anda muito cara, todos nós já sabemos e estamos sentindo isso nos nossos bolsos já faz um bom tempo. Os aumentos constantes nos preços de combustíveis, gás de cozinha, energia elétrica, aluguéis de imóveis vêm galgando a passos largos e pesando cada dia mais no orçamento do brasileiro, que não está vendo seu salário aumentar conforme a inflação.

No entanto, as notícias ruins não param por aí. A previsão é que o preço de alimentos como café, laranja, carne bovina, milho, feijão e arroz devam aumentar devido à falta de chuvas que atingem nosso país atualmente.

Falta de chuvas e altas temperaturas

Atualmente, o mundo passa por um processo de mudanças climáticas drásticas, alcançando temperaturas de 50 graus em partes da Europa, em lugares em que isso nunca ocorreu anteriormente. O Brasil, por exemplo, vem enfrentando um longo período de estiagem que tem trazido climas secos e prejuízos nas lavouras.

O déficit hídrico impacta diretamente não só na produção de hortaliças, grãos e leguminosas, mas também, no preço final da carne de bovinos e dos frangos, uma vez que o pasto e a soja são ingredientes essenciais para desenvolvimento e engorda dos mesmos. Logo, com menos oferta de animais gordos para o abate, o preço também deve subir.  

Além disso, deve-se levar em conta o aumento da bandeira tarifária de energia elétrica, que a tornou ainda mais cara, devido aos baixos níveis de água nos reservatórios das hidroelétricas. Fazendo com o que custo embutido na industrialização, nos comércios, fazendas e galpões, aumente e seja repassado ao consumidor final em efeito cascata.

O café por sua vez, poderá sofrer um aumento de quase 40%, segundo a Associação Brasileira de Café, devido ao segundo ano seguindo de baixíssima produção, devido à seca. Nesse mesmo sentido, a produção de arroz e feijão que demandam muita água para o cultivo também devem enfrentar impactos negativos e consequente aumento no preço pela regra da oferta e demanda.

Consequências imediatas

Dessa forma, com o brasileiro com menos renda e chegando a marca de quase de 15 milhões de pessoas desempregadas no país, as famílias já tem optado por alimentos mais baratos no seu dia-a-dia, acarretando numa queda na qualidade e variedade nos pratos de comida.

Daniella Morgado, friburguense, nutricionista com especialização materno-infantil e que conta no currículo com o atendimento de personalidades famosas relata que quem não tem condições financeiras para manter uma rotina alimentar vasta e de qualidade, é obrigado a se contentar com pouco e o básico para se alimentar.

“Infelizmente, com a alta dos preços dos alimentos, a população tende a comprar menos comida ou então se alimentam com comida de baixa qualidade e valor nutricional. Isso tem impacto direto na saúde, já que esses alimentos costumam ser ricos em sódio, gordura saturada, açúcar, tornando mais propício o surgimento de colesterol elevado, obesidade, desnutrição, hipertensão, problemas cardiovasculares, dentre outros.”

Desse modo, segundo Daniella Morgado, uma opção viável à saúde e ao bolso é que se dê a preferência para frutas, verduras e legumes da estação uma vez que o consumo se torna mais barato e nutritivo, especialmente se comprados nos dias de feira livre, em que se é possível comprar com descontos maiores.  E, por fim, optar pelo consumo de proteínas como frango e ovo, quando o valor da carne bovina não estiver viável.

A verdade é que a vida do brasileiro se compara a um grande ônibus, desgovernado e sem freio, em que a “próxima parada” é o aumento dos preços de alimentos e a pergunta que fica é: “Em que ponto nós iremos parar?”.

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Existe limite para a liberdade de expressão?

quinta-feira, 09 de setembro de 2021

O que é como surgiu esse direito?

Entende-se como liberdade de expressão o direito que permite as pessoas manifestarem suas opiniões, sempre com respeito e veracidade de informações, sem o medo de represálias ou censura.

O histórico e clamado direito à liberdade de expressão foi, sem dúvida alguma, um dos marcos mais importante da legislação moderna brasileira, sendo contemplado e retirado em diversos momentos históricos conturbados.

O que é como surgiu esse direito?

Entende-se como liberdade de expressão o direito que permite as pessoas manifestarem suas opiniões, sempre com respeito e veracidade de informações, sem o medo de represálias ou censura.

O histórico e clamado direito à liberdade de expressão foi, sem dúvida alguma, um dos marcos mais importante da legislação moderna brasileira, sendo contemplado e retirado em diversos momentos históricos conturbados.

Durante a vigência dos “anos de chumbo”, houve a criação do Ato Institucional nº 5, medida mais dura da ditadura militar, que implementou a censura no Brasil, época de muitas torturas, prisões, exílios, restrições na imprensa e mortes. Contudo, com o fim do regime militar, a evolução da sociedade e a vinda da Constituição de 1988, nossa lei maior a assegurou como um direito essencial e fundamental, sem o qual, eu, Lucas Barros, sequer poderia estar escrevendo neste jornal.

Há limites para a liberdade de expressão? Quais seriam esses limites?

Bom, importante ressaltar que a liberdade de expressão brasileira não é como a norte-americana. Nos Estados Unidos, o direito às manifestações e aos discursos levam em conta não somente o que é falado, mas o contexto. Não muito distante, em 2017, os Estados Unidos tiveram uma passeata do movimento neonazista americano de forma legítima e sem perturbações. Ainda no mesmo ano, a Ku Klux Klan, movimento de supremacia branca que perseguiu negros durante os séculos 19 e 20, realizou uma passeata na cidade de Charlottesville.

O caso brasileiro é diferente. Ocorre que a Alemanha e o Brasil se alinham aos pactos internacionais como modo de proteger não somente a liberdade de expressão, mas também, a igualdade e dignidade da pessoa humana, sendo sempre defendida a ideia de que não existe direito absoluto e ilimitado.

Nesse sentido, a expressão livre no Brasil existe, contudo há limites. Tenho o direito de me expressar, mas isso não me dá o direito de incitar a violência ou eleger um grupo da população como “inimigo comum”, por meio de homofobia, racismo, xenofobia ou violência religiosa, visto que são crimes previstos em lei. Por esses e outros motivos, o Ministério Público entendeu como crime as frases proferidas pela pregadora em uma igreja evangélica em  Nova Friburgo e que deu origem a um processo criminal por racismo e homofobia.

Da mesma forma, manifestar a volta de regimes ditatoriais, ameaçar a integridade e a vida de pessoas públicas e o funcionamento da democracia também são delitos previstos em lei e não estão abarcados pela conquista histórica de podermos nos expressar. O verdadeiro limite da liberdade de expressão é a lei.

O escritor, Hamilton Ferraz, doutor em Direito pela PUC-Rio e professor da Universidade Estácio de Sá de Nova Friburgo explica que o direito a liberdade de expressão é fundamental e essencial para cada democracia, porém não deve ser entendido como ilimitado e absoluto. Para ele, ofender, ferir, odiar, mentir e propagar ofensas, ódios e mentiras é algo incabível em nosso regime constitucional.

“Liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Nem toda fala, discurso ou manifestação podem ser tolerados. O grande limite à liberdade de expressão é o ponto em que seu exercício passa a ameaçar as liberdades e direitos de todos os demais - quando, então, já não mais se trata de ‘liberdade’, mas de crime.”

O fato é que a liberdade de expressão no Brasil não é absoluta e o limite dela é a lei. Discursos de ódio, crimes de calúnia, difamação, preconceito e ameaças não tangem o limite do aceitável na democracia em que vivemos. Nesse momento tão delicado que vivemos, é importante mantermos atentos e tomarmos os devidos cuidados para não confundirmos “tomada com focinho de porco”.

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Setembro Amarelo: a autoimagem atrelada às mídias sociais

quinta-feira, 02 de setembro de 2021

Inseguranças relacionadas ao corpo, altas cobranças acadêmicas, redes sociais que expõem realidades inalcançáveis, necessidade de estarem superpreparados em um mercado de trabalho ultraconcorrido, baixas expectativas salariais em seus empregos, custo elevadíssimo de vida e medo de frustrações são apenas alguns dos gatilhos que tanto afetam as pessoas atualmente.

Inseguranças relacionadas ao corpo, altas cobranças acadêmicas, redes sociais que expõem realidades inalcançáveis, necessidade de estarem superpreparados em um mercado de trabalho ultraconcorrido, baixas expectativas salariais em seus empregos, custo elevadíssimo de vida e medo de frustrações são apenas alguns dos gatilhos que tanto afetam as pessoas atualmente.

Setembro é o mês conhecido pela campanha mundial de luta contra suicídio e de conscientização sobre a depressão. O assunto que outro dia já foi um tabu ganhou espaço de voz na sociedade, contudo ainda enfrenta grandes dificuldades por conta de preconceito, na busca por ajuda e na identificação dos sinais.  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa a primeira posição no ranking internacional de pessoas com ansiedade, contando com quase 19 milhões de brasileiros afetados por esse problema, quase 10% da população brasileira.

O dilema gerado pelas redes sociais  

Quem, nos dias de hoje, não está conectado? Bom... quase todo mundo possui uma conta em uma rede social, que é um grande facilitador na vida de muita gente, pelo dinamismo nas comunicações e pela velocidade de informação. Contudo, as mesmas têm trazido problemas para muitas pessoas.

Em se tratando do universo virtual é fácil notar o bombardeio e a glamorização de realidades que muitas vezes não correspondem à normalidade padrão. Não é difícil abrir o seu instagram e achar uma foto de uma pessoa, que com o uso em abuso de filtros e aplicativos, mostram o corpo perfeito que recebe seus milhares de likes e os elogios de muitas pessoas desconhecidas.

Contudo, é preciso entender que nem tudo que está nas mídias sociais é de fato real. Estudos recentes no campo da psiquiatria e da psicologia têm demonstrado que os casos de depressão e ansiedade têm sido diretamente afetados pelas redes virtuais, sendo os mais vulneráveis, as crianças e os adolescentes.

A cobrança em sempre querer aparentar o melhor de si na rede social tem trazido efeitos negativos na vida real. Não é a toa que o Brasil ocupa o maior índice mundial de cirurgias plásticas, conseguindo uma marca de 97 mil cirurgias realizadas em pessoas antes mesmo de alcançarem a maioridade, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas (SBCP).

Docente do curso de Psicologia na Estácio de Sá, mestra pela PUC-RJ e psicanalista, Natália Amêndola Santos, relata que pesquisadores apontam para um impacto negativo do uso excessivo das redes sociais em relação ao aspecto emocional, uma vez que intensifica as formas de ansiedade, podendo desencadear um processo depressivo.

“Entretanto, não podemos deixar de considerar que existem diversas formas de utilizar as redes. O importante, neste caso, é refletir e avaliar a relação que se tem se estabelecido e qual é o uso que se faz das redes sociais. Esse critério é fundamental para compreender se esta interação tem afetado negativamente o usuário.”

O fato é que todos nós somos únicos e precisamos entender o motivo em nos compararmos tanto com os outros. Comparações negativas são um passo para infelicidade, visto que nos fazem sentir inferiores e injustos com nós mesmos. É fundamental buscarmos o equilíbrio entre o uso das redes e o bem-estar.

A depressão e a ansiedade vêm sendo desmitificadas também nas diferentes camadas da sociedade, sendo compreendida como algo relativamente comum. Se você conhece alguém que precisa de ajuda, busque suporte profissional através de um psicólogo. Ligue ainda para o 188 e fale com Centro de Valorização da Vida.

O Setembro Amarelo pode salvar vidas e você não está sozinho!

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Os jovens e o maior índice de desemprego histórico

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

“O mercado de trabalho é cruel”. Todo mundo já escutou essa frase, certo? Bom, essa é a realidade nua e crua, especialmente em se tratando da realidade brasileira em que vivemos, afetada pelos reflexos econômicos e sociais causados pela crise da Covid-19.

“O mercado de trabalho é cruel”. Todo mundo já escutou essa frase, certo? Bom, essa é a realidade nua e crua, especialmente em se tratando da realidade brasileira em que vivemos, afetada pelos reflexos econômicos e sociais causados pela crise da Covid-19.

Inicialmente, é necessário entender como “desempregado” a pessoa com idade para trabalhar que não está laborando, mas que está disponível e tentando encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta apenas não possuir um emprego. Por exemplo, um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos ou uma dona de casa que não exerce função fora, não podem ser considerados desempregados.

Ocorre que, neste ano, o Brasil, alcançou o patamar histórico de desemprego, chegando a marca de quase de 15 milhões de pessoas  desempregadas e desocupadas, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados são ainda mais preocupantes, especialmente, se nos recordarmos do custo de vida que aumentou exponencialmente nos últimos anos, trazendo valores históricos, e até absurdos, ao preço cobrado pelos itens da cesta básica e aos gastos essenciais, como: luz, internet, água etc.

Dificuldades dos recém-formados

A dificuldade do jovem no ingresso no mercado de trabalho é outro fator preocupante. Nos dias atuais, felizmente, possuímos um processo de educação superior mais acessível e inclusivo à parte da população, fazendo com que os jovens terminem os seus estudos por volta dos 24 a 30 anos.

Por outro lado, infelizmente, nota-se que 51% dos recém-formados não estão trabalhando, dos 43% que estão inseridos no mercado de trabalho, menos de 20% atuam na área específica para qual decidiram estudar, segundo dados apurados pelo Núcleo Brasileiro de Estágios. Mostrando assim, que somente o estudo não é mais um fator diferencial.

Nota-se ainda, por meio de pesquisa realizada pelo IBGE, em março deste ano, que 29% das pessoas desempregados possuem 18 a 24 anos. E ainda mais preocupante, essa marca chega aos 34% em se tratando da idade entre 25-39 anos.

E engana-se somente quem acha que a falta de oportunidades aos jovens têm sido por falta de vagas. As empresas têm sido cada vez mais seletivas e são poucos os negócios que estimulam a contratação de pessoas sem experiência profissional anterior. Assim, torna-se ainda mais difícil para que um recém-formado consiga seu primeiro emprego.

Por fim, a alta procura de pessoas por vagas no mercado de trabalho, tem mexido diretamente com a famosa “lei da oferta e da procura”. Com poucos empregos disponíveis no mercado de trabalho e com muitas pessoas desempregadas, os salários, em geral, são oferecidos em valores abaixo ao de mercado. Para muita gente, esse tem sido o momento de tentar agarrar qualquer trabalho para não ficar sem renda.

Soluções

Nova Friburgo, por exemplo, não é um polo gigantesco de empregos como era antigamente. Isso é um fato. Contudo, existem possibilidades, especialmente com o avanço do home office, que tornaram possível um trabalho em uma grande empresa com sede em São Paulo, por exemplo, poder ser exercido da sua casa.

Há a necessidade ainda, de salientar a gama de oportunidades para vagas de trainee’s que foram abertas nos últimos dias em empresas expressivas no mercado global. Para quem ainda não conhece o termo trainee, trata-se de um programa especial para que um recém-formado possa ser moldado ao perfil da empresa, para no futuro, ele assumir o posto como funcionário efetivo.

Quando o assunto é jovem e o mercado de trabalho, a busca por conhecimento e por oportunidades é essencial, afinal, todo mundo precisa (ou precisou) de uma primeira chance.

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