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Algo que não encolhe com o frio é o turismo

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Chegamos àquele momento do ano em que tiramos os agasalhos guardados no armário e passamos o dia inteiro espirrando com muita alergia. Tempos de rinite, sinusite, bronquite e até estalactite. São os memoráveis dias do "tira casaco" e fica com frio, "bota casaco" e fica com calor. Amado por muitos e odiado também por muitos, chegou o frio e com muita antecedência!

Chegamos àquele momento do ano em que tiramos os agasalhos guardados no armário e passamos o dia inteiro espirrando com muita alergia. Tempos de rinite, sinusite, bronquite e até estalactite. São os memoráveis dias do "tira casaco" e fica com frio, "bota casaco" e fica com calor. Amado por muitos e odiado também por muitos, chegou o frio e com muita antecedência!

Nas épocas de calor, nós friburguenses fugimos aos montes para a Região dos Lagos e para a capital, contudo, se é para sentir frio, o movimento é contrário e muitas pessoas aproveitam para conhecer um pouco mais sobre nossa cidade. Apesar de todas as problemáticas que vêm de brinde com o clima frio, a chegada do inverno tem todo o seu saudosismo e suas peculiaridades únicas que fomentam e muito o número de visitantes na nossa região.

Frio aquece a economia

As baixas temperaturas são muito esperadas por muitos comerciantes que estão na expectativa de se reerguerem financeiramente num momento de crise pós-pandemia de Covid-19. Hotéis, agências de turismo, restaurantes, lojas de roupas são apenas alguns dos setores que saem muito beneficiados e geram empregos diretos e temporários com o crescimento do turismo na cidade.

E ao contrário do que muitos pensam todos nós saímos beneficiados com o turismo e nem mesmo nos damos conta disso. É o que explica Gabriel Alves, consultor de investimentos e colunista de A VOZ DA SERRA: “O dinheiro advindo do turismo aumenta a quantia de capital circulante na cidade, uma vez que ele vem de fora e é injetado na nossa economia, circulando de múltiplas formas. Mesmo que você não trabalhe com o turismo, esse dinheiro de uma forma ou de outra pode chegar até você”, observa ele.

Em Minas Gerais, por exemplo, de acordo com a Associação das Agências de Viagem, com a chegada da frente fria e a queda das temperaturas, houve o aumento da procura pelas cidades mais geladas do estado vizinho em 15%. Em Petrópolis, devastada pelas chuvas em fevereiro deste ano, o comércio já mostra grande recuperação nas vendas. Em Teresópolis, a ocupação da rede hoteleira já se encontra em um patamar superior ao período antes da pandemia.

Por outro lado, as informações do site de viagens Decolar apontam que as buscas por hospedagens para locais mais frios cresceram 25% apenas na primeira quinzena de maio, em relação ao mesmo período de abril. Entre os destinos mais procurados, Gramado (RS), Campos do Jordão (SP), Foz do Iguaçu (PR), Monte Verde (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Teresópolis (RJ) e Petrópolis (RJ). E Nova Friburgo? Por que quase não entra nessas listas?

A falta do diferencial

É evidente que a alta temporada da nossa cidade somente começa no dia 21 de junho, com a chegada oficial da data que marca o início do inverno em nosso calendário. Contudo, é de fácil percepção que Nova Friburgo não tem sido uma referência em turismo de inverno há muitos tempos. Não é difícil vermos pessoas que moram em cidades próximas e que conhecem Gramado (RS), Bento Gonçalves (RS) e até Campos do Jordão (SP), mas não conhecem a nossa cidade.

Como bem apurado pela coluna Observatório, de Wanderson Nogueira, publicada na edição de ontem, 25, do jornal, a ocupação hoteleira no último fim de semana de baixas temperaturas na Região Serrana ficou na casa dos 80% em Petrópolis, o principal destino, e seguida de Nova Friburgo, com ocupação entre 50% e 60%. É o retrato de que dentro da nossa região, o nosso turismo não tem sido uma preferência na escolha dos destinos.

“Entendo que os turistas por vezes priorizam as regiões vizinhas pela falta de entendimento do que vai encontrar ao chegar em Nova Friburgo e de como será recebido” – aponta, Marcos Marins, empresário friburguense do restaurante Casa Osório.

Evidentemente que a proximidade de Petrópolis com a capital do nosso estado, faz com que a região fomente muito mais o turismo do que a nossa cidade, mas é preciso olharmos atentos para o passado. A Cidade Imperial há muito tempo investe pesado em festivais culturais, de música, dança, cerveja e gastronomia, que são amplamente divulgados em todo o Estado. E é evidente que essas políticas refletem e muito no resultado final. E verdade seja dita, trata-se do mesmo perfil de turistas que vinham a nossa cidade na década de 80, e hoje dificilmente escolhem Nova Friburgo como destino.

Fato é que logo após um Carnaval fora de época, e com o frio chegando mais cedo, o momento é extremamente propício para fomentar a vinda de turistas na cidade. Se fossemos aplicar a situação atual a um ditado popular, poderíamos dizer a vida deu para prefeitura alguns limões frescos, caberá somente a sua gestão fazer uma limonada - até um mousse - ou chupar a fruta e ficar com a cara feia. Só o tempo dirá!

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A internet não é terra de ninguém

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Diariamente somos bombardeados por uma enxurrada de informações. Notícias que acontecem do outro lado do mundo chegam quase que imediatamente em nossas telas dos smartphones. A comunicação, que entre as pessoas distantes, era demorada, hoje, em questão de cliques ultrapassa qualquer barreira em milésimos.

Diariamente somos bombardeados por uma enxurrada de informações. Notícias que acontecem do outro lado do mundo chegam quase que imediatamente em nossas telas dos smartphones. A comunicação, que entre as pessoas distantes, era demorada, hoje, em questão de cliques ultrapassa qualquer barreira em milésimos.

As informações estão a cada dia mais rápidas. E da mesma forma que somos bombardeados em nossas redes sociais, cada vez temos menos tempo e estamos dispostos a consumirmos conteúdos de forma desordenada. Contudo, a dinamicidade da comunicação é constante e positiva por muitos os lados, mas também tem seus lados negativos e seus efeitos devastadores.

Tudo que “cai” na internet, se espalha rapidamente, de forma definitiva e em todas as direções. Não há mais o menor controle para quem ou como as pessoas estão consumindo esse conteúdo e esse fenômeno se chama “repercussão viral”.

Na maior parte das vezes, atinge e promove positivamente, muitas pessoas em seus trabalhos, empresas e na boa comunicação. Um grande exemplo, é o jovem, “Luva de Pedreiro” que com seu carisma, ganhou o coração dos espectadores nas redes sociais por ser humilde e hoje assina contratos milionários com grandes empresas.

Contudo, tudo que é bom, também acaba sendo mal utilizado e seus efeitos, podem ter consequências, não somente para a gente, mas para outras pessoas, muitas vezes, irreversíveis, ainda mais em épocas de radicalismo em que vivemos hoje. Mas é preciso saber, até que ponto somos responsáveis pelo que falamos, compartilhamos e divulgamos?

Somos inteiramente responsáveis

Quem nunca ouviu falar de alguém que teve sua intimidade divulgada em um vídeo intimo que circulou na internet? Você jamais se viu diante da propagação de fotos de vítimas fatais após acidentes de trânsito? De maneira nenhuma, você expôs a intimidade de alguém, por meio de conversas ou falas em rede? Nenhuma vez foi comunicado e avisou sobre a realização de uma blitz em um grupo de trânsito?

Ao afirmarmos que a internet é uma “terra sem lei” implica em duas falhas muito graves. A primeira, é que ninguém se importa e ninguém cuida. A segunda é, que todos nos podemos ser inteiramente responsáveis por tudo que fazermos lá, mesmo que, tentemos nos camuflar através de perfis falsos.

Eric Lima, advogado e pós-graduado, explica que os crimes mais comuns na internet são: a calúnia (imputar um crime à alguém), injúria (atribuir a alguém uma qualidade negativa), difamação (imputar um fato ofensivo à reputação alheia), divulgação de pornografia sem consentimento, vilipêndio de cadáver (foto de vítimas fatais em acidentes), violação de direito autoral (pirataria), comunicação de blitzes e falsidade ideológica (se passar por alguém).

“Os mesmos crimes que são cometidos no dia-a-dia, seja numa briga no trânsito ou uma ofensa também acontecem com naturalidade no ambiente virtual. Todos nós estamos sujeitos às mesmas penalidades que a legislação penal e civil que podem gerar dano moral, e ocasionar indenizações. Não podemos esquecer, também, que quem compartilha está contribuindo na disseminação da ofensa e pode ser responsabilizado como se fosse co-autor do crime.”

Como nos prevenirmos

Devemos ter muita responsabilidade ao compartilharmos fotos, vídeos, opiniões e intimidades, pois tudo se espalha com extrema velocidade e podemos responder por isso fora do mundo virtual.

Em relação aos crimes de divulgação de pornografia, o segredo é o mínimo de empatia. Se pararmos para e nos colocarmos no lugar do sentimento que a vítima está passando já é um bom começo. O sofrimento é tamanho que pessoas chegam a fazer besteiras consigo após tamanha repercussão. Denuncie quem compartilha!

Em relação ao compartilhamento de fotos de vítimas e divulgação de blitz, o segredo é o bom senso. Se ponha em um lugar de um dos familiares que acabou de perder um filho após um acidente envolvendo alguém bêbado. E acima de tudo, saiba que sua divulgação pode render um processo criminal.

Em relação aos crimes de calúnia, injúria e difamação, a resposta é simples. Se as postagens envolverem terceiros então, a responsabilidade deve ser redobrada, e às vezes até elevada à quinta potência. Esses crimes são os que mais geram consequências não somente na esfera criminal, mas na esfera social, já chegando a morte de pessoas nas ruas, por fatos que não eram verdade. Devemos ser extremantes seletivos com tudo aquilo que compartilhamos e tomarmos cuidado com os linchamentos virtuais.

Liberdade informática não quer dizer falta de limites e a liberdade de cada um acaba quando começa a liberdade do outro. A internet não é “terra de ninguém”, e apesar de estamos dentro de um ambiente virtual ainda sim temos nossas responsabilidades. O ideal é sempre se por no lugar do outro e perguntar: “E se fosse comigo?”

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Mês de combate à LGBTfobia

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Marcado por mobilizações em todo o Brasil, o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia é celebrado em 17 de maio em todo o mundo. A data refere-se ao dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, retirou o termo “homossexualismo”, que associava a homossexualidade à uma doença mental passível de tratamento.

Marcado por mobilizações em todo o Brasil, o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia é celebrado em 17 de maio em todo o mundo. A data refere-se ao dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, retirou o termo “homossexualismo”, que associava a homossexualidade à uma doença mental passível de tratamento.

Desde então, a data serve como um dia de conscientização da luta pela paridade de direitos dos LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis), pela diversidade sexual, contra a violência e contra o preconceito. Fato é que muitos direitos foram adquiridos com o passar do tempo, mas a realidade se mostra preocupante em muitos aspectos, especialmente, na realidade brasileira.

Certamente, muitas pessoas irão ler essa coluna e se perguntar: “Esse assunto é necessariamente relevante? Será que deveríamos debater sobre isso no jornal?”. Bom, continue lendo que eu certamente te provarei a importância de um tema tão polêmico em um mundo polarizado que vivemos.

Dados assustadores

Mesmo com a imprecisão os dados acerca da violência, uma vez que muitos crimes com motivação homofóbica são levados adiante com crimes comuns - injúria, difamação, lesão corporal e até homicídio qualificado por motivo fútil - podemos, ainda sim, afirmar que o Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo.

No Brasil, de acordo com uma importante fonte de fiscalização e apoio às causas LBGTQI+, uma pessoa foi morta a cada 20 horas, vítima de homofobia. Os dados são espantosos e somente em 2018, pelo menos 420 pessoas morreram, seja por arma de fogo, espancamento, pauladas ou suicídio.

Fato é que a violência contra homossexuais está mais presente na sociedade do que nós imaginamos do mesmo jeito que a violência contra a mulher ocorre, só que de forma escondida, na maior parte das vezes. As vítimas de homofobia ainda têm muita dificuldade em falar, por vergonha, insegurança e medo de represálias

Em entrevista, o corajoso Alex Moraes da Rocha, professor renomado e muito querido em nossa cidade, explica que a primeira vez que passou por homofobia foi ao buscar uma vaga de emprego. Recém-formado, teve sua vaga de emprego recusada por um diretor de uma escola no Rio de Janeiro que alegou que apesar de ser muito bem qualificado, não seria contratado devido a sua “opção” sexual e que ele poderia ser uma má influência aos alunos da escola.

Em outro triste acontecimento, Alex relata que já se sentiu diminuído muitas outras vezes por conta de sua orientação sexual: “Uma vez, acompanhado de uma amiga em uma boate – que já não existe mais - um rapaz se aproximou e perguntou o que precisaria fazer para transar com a minha amiga. De imediato, respondi que ele deveria começar tratando ela de forma adequada. Em resposta, o rapaz me xingou, disse que eu só estava falando assim porque ele não queria transar comigo, e em seguida, me desferiu um soco no rosto. Na delegacia, ele disse ao delegado que havia socado o meu rosto por eu estar me ‘insinuando’ para ele.”

Falta de políticas públicas

Relatos como esse, que deveriam assustar os governantes e servir de pilar para políticas públicas de um grupo social que sofre tanto com a violência, não são bem vistos e tudo anda na contramão. Pesquisas provam que com o passar os anos, a violência de mostra cada vez mais brutal. Em 2010 ocorreram 130 homicídios, enquanto em 2017, esse dado já computava 445 – um aumento de 242% em apenas sete anos.

O preconceito percorre as múltiplas camadas da sociedade e por vezes, é institucional. Até 2020, homens, homossexuais ou bissexuais, eram considerados inaptos a doarem sangue. Em 2019 houve um levante no Conselho Federal de Psicologia, com apoio declarado do Governo Federal, no intuito de que “cura gay” fosse novamente instituída no Brasil. Felizmente, caiu por terra.

E de fato, a violência não atinge somente a nossa realidade, mas é fenômeno de grandezas mundiais. Ser homossexual é considerado crime passível de morte em países radicais religiosos, como: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irão, entre muitos outros. Em 35% dos países é perigoso revelar a homossexualidade, podendo ter penas de até dez anos de prisão ou prisão perpétua.

Xô preconceito!

Homossexualidade não se trata de perversão humana, mas sim, de uma preferência individual de cada pessoa, exprimida por meio da sua expressão de sexo, gênero, sexualidade e amor. Muitos podem questionar e dizer que se trata de uma escolha e eu lhes perguntarei: “Em que dia da sua vida você escolheu ser heterossexual?”.

Eu posso escolher muitas coisas na minha vida, seja o meu almoço, a roupa que irei vestir no dia de amanhã, a cor do meu próximo carro. Agora, o que realmente se gosta, não dá para escolher. Você gosta e pronto. Amor não se explica, amor se sente!

Esperamos que daqui a alguns anos, toda sociedade consiga olhar para trás e perceber que 420 pessoas mortas em um ano, de forma violenta, por serem LGBTQIA+, soe como um absurdo assim como a escravidão e a violência contra a mulher soam nos dias atuais - ou ao menos deveriam soar. Homofobia é coisa do passado, e crime!

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O telemarketing insistente

quinta-feira, 05 de maio de 2022

Recebo uma ligação no meu telefone celular pela manhã. Um número desconhecido de São Paulo que me liga religiosamente, todo santo dia. Mas pode ser um cliente? Uma emergência? Um golpe? Não, somente mais uma das muitas ligações vinda de algum call center. Digo educadamente que não quero o serviço e desligo. No mesmo dia, outras cinco empresas me ligam oferecendo seus serviços. Educadamente recuso. No dia seguinte, paz? Não as mesmas empresas voltam a me ligar para me oferecerem os mesmos serviços que eu tinha recusado ontem. Dai-me paciência, meu Deus!!! 

Recebo uma ligação no meu telefone celular pela manhã. Um número desconhecido de São Paulo que me liga religiosamente, todo santo dia. Mas pode ser um cliente? Uma emergência? Um golpe? Não, somente mais uma das muitas ligações vinda de algum call center. Digo educadamente que não quero o serviço e desligo. No mesmo dia, outras cinco empresas me ligam oferecendo seus serviços. Educadamente recuso. No dia seguinte, paz? Não as mesmas empresas voltam a me ligar para me oferecerem os mesmos serviços que eu tinha recusado ontem. Dai-me paciência, meu Deus!!! 

Muitos sãos os problemas da era moderna, mas de fato, um problemão dos smartphones, em especial, são as ligações incômodas de telemarketing. Com uma base de 285 milhões de telefones (mais do que o número de habitantes no país, que são 211 milhões), a aposta de muitas empresas é por meio dos famosos call centers que nos ligam dia e noite.

Se já não bastassem as muitas ligações, as vezes até em horários inconvenientes, agora existem novos métodos que contribuem para o estresse diário: as ligações que desligam do nada e agora, os “robocalls”. Essa nova tecnologia faz a ligação para o seu telefone celular de forma automatizada e muitas vezes, mandam até mensagem SMS para seus telefones e para suas redes sociais.

Fato é que as empresas de call centers vêm extrapolando e muito o limite do bom senso e a pergunta que fica é: o que tem sido feito e o que podemos fazer para evitar esses constrangimentos?

Anatel tenta, mas sem sucesso

Entrou em vigor em março, uma nova norma que obriga as empresas de telemarketing a usarem o prefixo 0303 para todos os números de seus call centers. A finalidade é tentar ajudar os usuários a se identificarem mais facilmente essas ligações e assim, optar em atender ou não, podendo até bloquear o número para não receber mais chamadas.

A nova norma, por sua vez, em nada agradou as empresas de telemarketing que alertam para o risco de muitas demissões no setor. Além disso, as empresas prejudicadas alegam muita regulação, o que pode interferir na renda das empresas e consequentemente, nos custos dos serviços finais.

Por outro lado, as ligações continuam de forma insistente e a grande realidade se mostra um pouco diferente do que foi estabelecido pela lei. De acordo com a Anatel, somente 324 códigos com o prefixo haviam sido cadastrados há 15 dias e dois meses após o vigor da norma, mostra-se pouco cumprida e eficaz.

Edson Bruno de Souza, advogado, explica que a Constituição Brasileira nos assegura o direito à privacidade, sendo inviolável a nossa vida privada, intimidade ou honra e relata que empresas vêm sendo condenadas na justiça devido aos abusos excessivos com o consumidor.

“Muitas pessoas têm buscado os seus direitos através de ações judiciais e os tribunais se mostram duros com as empresas. Como trabalhar em um ambiente que você depende do seu aparelho telefônico, se na maior parte do dia fica recebendo ligações de telemarketing? O mais importante é o consumidor estar atento e procurar o Procon ou um advogado de confiança para sanar o abuso praticado pelos call centers”, explica Edson.

Difícil não encontrar alguém que não tenha se estressado com as chamadas insistentes dos call centers que por vezes chegam a dez em um só dia. Em 2019, com o objetivo de conter o assédio comercial aos cidadãos, a Anatel criou uma plataforma chamada “Não me Perturbe.

O site, de iniciativa da companhia reguladora de telefonia, promete a suspensão de ligações com pelo menos 40 empresas, do ramo de telecomunicações (telefonia, internet e TV por assinatura) e instituições bancárias, após um mês do cadastro. Na experiência própria deste colunista, relato que o número de contatos indesejados diminuíram, porém, ainda continuam, mesmo após o período de garantia dado pelo site.

Hoje, são mais de dez milhões de linhas telefônicas cadastradas na plataforma. Embora o número pareça alto, não representa uma grande fatia dentro da realidade brasileira. Ao todo, são 285 milhões de linhas existentes em todo o país, portanto, representam somente 3,5% dos telefones brasileiros.

Como bloquear ligações

Para cadastrar seu número a fim de bloquear ligações de bancos, entre no site www.nãomeperturbe.com.br e siga as instruções. A Anatel pune o descumprimento pelas empresas que pode resultar em penalizações e até em multas, contudo alerta, que nenhuma política funciona sem a devida participação do consumidor.

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Somos todos vulneráveis aos golpes na internet

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Abro o telefone celular. Me deparo com a mensagem de um familiar, por meio de aplicativos de conversa, mas... por meio de um número diferente que eu não registrei nos meus contatos. Estranho! Pelas mensagens ele me garante que trocou de telefone. Possível? Sim! Depois, ele me pede dinheiro emprestado para poder consertar o seu celular quebrado. Estranho! Uma mensagem com um código Pix chega às mensagens do meu Whatsapp. Na maior das boas intenções, deposito, sem sequer conferir o nome da conta. Caí num golpe!

Abro o telefone celular. Me deparo com a mensagem de um familiar, por meio de aplicativos de conversa, mas... por meio de um número diferente que eu não registrei nos meus contatos. Estranho! Pelas mensagens ele me garante que trocou de telefone. Possível? Sim! Depois, ele me pede dinheiro emprestado para poder consertar o seu celular quebrado. Estranho! Uma mensagem com um código Pix chega às mensagens do meu Whatsapp. Na maior das boas intenções, deposito, sem sequer conferir o nome da conta. Caí num golpe!

Os tempos de quarentena tornaram o mundo mais conectado à internet e consequentemente, um paraíso para os golpistas. Quem não usou mais os aplicativos de celular para fazer compras no período de pandemia? Pesquisas apontam que mais de 13 milhões de brasileiros fizeram suas compras pela primeira vez na internet durante o ano de 2020.

O mundo está antenado e os golpes, estão aos montes nas redes. Basta dar uma curta navegada pela internet para encontrar anúncios que vão desde viagens internacionais com preços extremamente atrativos até produtos eletrodomésticos seminovos que nos parecem úteis. Em outras vertentes, golpes de vendas de carros usados em sites de “confiança” crescem e assim como em anúncios de emprego falsos. É golpe para todo lado. Até mesmo, nas redes sociais...

O engenheiro de desenvolvimento de softwares, Yuri Lisboa, explica que nos golpes cometidos através de redes sociais, os criminosos utilizam-se de artifícios aparentemente não nocivos para ludibriar as vítimas e sequestrar seus dados de forma fácil e desapercebida.

“Um exemplo disso são as famosas caixas de pergunta do Instagram, com perguntas como: ‘Como é sua rubrica?’, ‘Como é sua caligrafia’ , ‘Nome dos cachorros que já teve’ e por aí vai. Todas essas informações auxiliam os criminosos a cometerem golpes, inclusive, se passando por você, que sem perceber, acabou de passar informações importantes sensíveis de forma pública”, relata Yuri.

Como se prevenir

“É importante tomarmos cuidado ao responder ou postar algo que possa fornecer alguma informação sensível sobre a sua vida pessoal. Utilizar os recursos de Autenticação de Dois Fatores é importante e fornece uma camada extra de segurança nas suas redes sociais.”

“Sites também são usados para golpes. É necessário vermos se, primeiro, o site é confiável ou conhecido. E depois, conferirmos sempre a “URL”, na parte superior da tela. Por vezes, sites fraudulentos estão camuflados de sites confiáveis e não são o que parecem ser.”

Por exemplo, o domínio do site de A VOZ DA SERRA é https://avozdaserra.com.br/: se esse endereço estiver no começo do link, é provável de que a URL seja confiável. No entanto, se o endereço contiver algo estranho como https://avozd4serra.com.br/, com um “quatro” no lugar de um A, desconfie! Em alguns casos, um traço (-) no lugar de um ponto (.) é o suficiente para enganar.

E acredite: os golpes se reinventam a todo o momento. Somente no ano passado, de acordo com dados obtidos pelo Serasa Experian, foram mais de quatro milhões de tentativas de fraudes no Brasil. Isso quer dizer, a cada sete segundos, há uma tentativa de fraude no país. Segundo a empresa de segurança digital Kaspersky, o Brasil lidera o ranking dos países com mais mensagens fraudulentas – pishing – em todo o planeta.

Vítimas sofrem em dobro

A experiência no meio digital pode ser um grande diferencial para evitar as fraudes, especialmente para quem, desde novo, sempre usou computadores ou frequentou aulas de informática na escola. Contudo, a desigualdade no acesso à informação é um ponto chave até nesse momento. Às vezes, o golpe pode parecer óbvio para você que já usa a internet há 20 anos, mas não para quem usa há pouco tempo.

 É muito comum que encontremos pessoas ridicularizando as vítimas de fraude: “Eu jamais cairia numa ladainha dessas”; “Como você pode ser burro ao ponto de depositar um dinheiro sem antes conferir a conta?”; “Se não sabe fazer uma compra na internet, não faz” são algumas das frases geralmente escutadas por quem já se encontra debilitado por ter sofrido um cybergolpe.

Surpreende que, por vezes, a vulnerabilidade de quem cai em uma armadilha dessas chama mais a atenção do que a postura dos fraudadores. Falta empatia, às vezes. Fato é que ninguém cai em um golpe porque quer! Ninguém perde dinheiro para uma pessoa desconhecida ao bem querer! Ninguém sabe que é um golpe, até porque os criminosos não avisam antes.

Apesar de parecer óbvio, o óbvio, por vezes, tem que ser repetido incessantemente para não julgarmos a fragilidade alheia e acharmos que somos invencíveis ao ponto de não sofrermos com os cyberataques.

Todos nós estamos conectados e podemos ser tão vítimas quanto uma pessoa que acaba de entrar em um computador pela primeira vez na vida. Isso porque, é quase impossível estarmos alertas o tempo todo. Uma hora, cansamos, relaxamos, abaixamos a guarda e somos as próximas vítimas. É preciso lembrar que do outro lado da tela sempre tem alguém mais esperto que você e que pode fazer uso de tecnologias que você sequer imagina que exista.

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Gasolina alta: um fenômeno mundial ou local?

quinta-feira, 21 de abril de 2022

O custo de vida que outrora já não estava barato, ficou em uma situação ainda mais complicada com os muitos eventos globais e locais, em crises, como: a pandemia da Covid-19, aumento do valor do dólar e a insegurança com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Não somente nós somos os afetados por todo esse movimento de oscilação de preços, mas o mundo como um todo.

O custo de vida que outrora já não estava barato, ficou em uma situação ainda mais complicada com os muitos eventos globais e locais, em crises, como: a pandemia da Covid-19, aumento do valor do dólar e a insegurança com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Não somente nós somos os afetados por todo esse movimento de oscilação de preços, mas o mundo como um todo.

Os preços dos combustíveis vêm assustando motoristas brasileiros – e gerando reflexos por toda economia. Afinal de contas: você tem alguma noção se o aumento estrondoso do valor dos combustíveis é um fenômeno mundial ou apenas local?

A realidade que pesa no bolso

Um novo levantamento feito pelo site de consultorias, Global Petrol Prices, indica que o preço da gasolina no Brasil está 15% acima da média praticada em 170 países do mundo. Assim, o valor da gasolina brasileira está entre uma das mais caras do mundo.

De acordo com a pesquisa, o valor de custo da gasolina, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), nos postos brasileiros custa R$ 7,19 enquanto a média mundial é de R$ 6,29. Nas nossas montanhas, os friburguenses e moradores da região tem se deparado com a gasolina comum próxima a marca dos R$ 8, o litro, visto que moramos no interior do estado com uma das gasolinas mais cara do país.

Por outro lado, é importante vermos que o levantamento feito pela Global Petrol Prices, não leva em conta o poder de compra da população – ou seja, quanto a população ganha e o quanto pode gastar com combustíveis - fazendo com o que a situação brasileira seja ainda mais delicada.

Considerando um trabalhador brasileiro que ganha um salário mínimo – o que representa grande parte da população - a sua situação é ainda mais delicada. O custo para se encher um tanque de 40 litros compromete quase 25% da renda total de maior parte dos brasileiros.

Para quem mora próximo às fronteiras, uma alternativa tem sido sair do país em viagem, reabastecer por lá e voltar com o tanque cheio para economizar. Bem ao nosso lado, na Argentina, a situação é diferente e o brasileiro têm feito filas na Ponte Internacional, que liga o Rio Grande de Sul ao país vizinho.

Mesmo após um aumento de quase 10% no custo dos combustíveis, a gasolina comum está sendo vendida, na Argentina, à um valor de incríveis R$ 3,30. Mas será que esse valor está alto para os hermanos? O custo para encher o mesmo tanque de 40 litros de um trabalhador que ganha um salário mínimo lá, corresponde somente a 10% da renda dele. A gasolina, de fato, aumentou de preço no mundo, contudo, os dados apontam que os custos dos combustíveis estão pesando demais nos bolsos brasileiros.

Recorde após novo aumento

O preço médio da gasolina nacional na última semana chegou ao patamar de R$ 7,49, o mais alto já registrado em todo o país. As informações foram coletadas pela empresa ValeCard, que monitora mais de 25 mil postos de combustíveis por todo Brasil.

E o etanol, que é um substituto da gasolina para muitos brasileiros, e ainda compõe quase 25% do combustível comum também sofreu com os aumentos. De acordo com especialistas, o aumento do preço se dá porque mais brasileiros têm procurado o produto, diminuindo assim, sua disponibilidade no mercado.

Não é de pouco tempo para cá que a gasolina vem subindo. Ocorre que de centavinhos em centavinhos, o aumento acumulado pesa ao nosso bolso a cada mês que passa. De acordo com informações, o combustível que custava, em média, R$ 5,73 em abril do ano passado, sofreu uma alta de 30,7% nos últimos 12 meses.

Mesmo buscando os melhores preços, os brasileiros ainda sentem muito no bolso, o alto custo de encher o tanque do seu automóvel. Thamara Lopes, empresária friburguense relata que necessita do carro para se locomover até clientes, colaboradores e fornecedores, contudo o alto dos combustíveis a fazem repensar sobre o uso dos transportes.

“Os frequentes aumentos impactam no orçamento familiar ao final do mês. Seria um dinheiro que poderia ser empregado em outro lugar. O aumento da gasolina tem interferido não somente nas bombas, mas no custo de todos os produtos que consumimos. Chegamos a um ponto de resignificar se as caminhadas longas fazem bem não somente para a saúde, mas também para o nosso bolso!”

Dia após dia, o brasileiro sente pesar no orçamento familiar o custo de um dos combustíveis mais caros do mundo, especialmente para quem necessita de veículo para trabalhar. Nos momentos atuais, todos nós estamos aguardando ansiosamente por uma redução no valor cobrado pelos combustíveis para que possamos respirar - um pouco, quem sabe - dentro do orçamento familiar.

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A festa com dinheiro público

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Desde o cafezinho na padaria até a compra de um aparelho eletrônico em uma loja de conveniência, ou mesmo se abrir a torneira e beber um pequeno copo de água, você paga imposto. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o Brasil está entre os 30 países que mais cobram imposto no mundo. Em contrapartida, está na pior colocação entre àqueles que transformam os tributos em benefícios para a sociedade.

Desde o cafezinho na padaria até a compra de um aparelho eletrônico em uma loja de conveniência, ou mesmo se abrir a torneira e beber um pequeno copo de água, você paga imposto. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o Brasil está entre os 30 países que mais cobram imposto no mundo. Em contrapartida, está na pior colocação entre àqueles que transformam os tributos em benefícios para a sociedade.

Somente em 2021, o Brasil arrecadou R$ 1,878 trilhão em impostos, quase 20% a mais do que no ano anterior. Em números mais palpáveis, quer dizer que nós trabalhamos e nos esforçamos cerca de 150 dias do ano, somente e tão somente para pagar tributos para o governo.

De acordo com o Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo, que registra o montante de tributos pagos pelos brasileiros, do começo do ano até ontem, 13, foram arrecadados R$ 838 bilhões em imposto em todo país. Somente em Nova Friburgo, o valor alcançado até o momento chega ao montante de R$ 316 milhões.

É inegável que o imposto é necessário e o Estado precisa arrecadá-los, afinal, essa é a única forma de manter os hospitais e demais repartições públicas em pleno funcionamento, seja através do pagamento de funcionários públicos ou por meio das obras em infraestrutura. A grande questão é, o dinheiro vem sendo bem empregado?

O uso duvidoso dos recursos públicos

Na última segunda feira, 11, uma notícia ganhou atenção de todos os portais de notícia, após a divulgação da lista de compra do Exército de mais de 35 mil unidades do remédio Sildenafila, popularmente conhecido como Viagra - o mais usado no mundo para tratar a disfunção erétil. O Exército Brasileiro afirma que o medicamento será utilizado para o tratamento de hipertensão pulmonar arterial – e de fato, é viável como uma alternativa mais barata, segundo médicos.

Contudo, surpreende que além de Viagra, o Ministério da Defesa também aprovou a compra de medicamentos estéticos, usados no tratamento contra calvície. E se já não parecesse suficiente, foram adquiridas 60 unidades, variando de 10 a 25 centímetros - algo em torno de R$ 4 milhões – em, pasmem, próteses penianas infláveis! Sim, o dinheiro que contribuímos está sendo usado para pagar tratamentos capilares e cirurgias contra disfunção erétil.

Práticas de abuso com o dinheiro público ocorrem sempre e em tempos não muito distantes. Em 2019, o STF licitou um cardápio que incluía desde o café da manhã, passando pelo “brunch”, almoço, jantar e coquetel. Mesmo com os questionamentos acerca da real necessidade da compra de medalhões de lagosta e vinhos premiados para refeições servidas aos seus integrantes e convidados, a casa maior da Justiça realizou o polêmico jantar de R$ 480 mil.

Em 2020, o Exército contratou um buffet regado a whisky 12 anos, cerveja e vinhos - contando com quatro tipos de uvas diferentes - para festividades no interior do Mato Grosso do Sul. Além de muita bebida, a festa contou com mesa de frios, camarão, peixes da melhor qualidade e filé mignon. A cereja do bolo é a exigência da utilização de guardanapos em tecido Oxford ou cambraia de linho. E o custo? R$ 8 milhões aos cofres públicos.

Aqui em Nova Friburgo, recentemente a prefeitura abriu um processo licitatório para contratação de serviços de alimentação para eventos e recepções. A repercussão foi negativa entre os friburguenses e após descoberta que empresa vencedora da licitação, conforme apurado pela TV Zoom, teria como seu ramo principal de atuação, o aluguel de máquinas e equipamentos para construção, a prefeitura optou por acatar a recomendação do Ministério Público e voltou atrás, cancelando a licitação.

E cá entre nós, apesar de não sermos os gestores, deveríamos ser os verdadeiros beneficiados do dinheiro público, já que, todo santo dia, contribuímos - e de uma forma muito árdua - para que os cofres públicos encham. Deveria ser lógico que os nossos representantes, eleitos pelo povo – sejam eles de direita, centro ou de esquerda - tragam melhorias para a população como um todo, e não em detrimento de uma minoria!

 Há um sentimento de revolta dos donos dos lares brasileiros, se esforçam muito para conseguir comprar a cesta básica enquanto as repartições públicas realizam grandes banquetes regados a regalias. É uma aberração saber que enquanto pessoas morrem por falta de estrutura e medicamentos nos hospitais, o nosso dinheiro esteja sendo empregado em próteses penianas e remédios para crescimento capilar para militares.

Enquanto isso, seguimos nós, brasileiros, inconformados e impotentes, contribuindo 150 dias de trabalho ao Estado e vendo que vivemos num país que oferece muito para uma parcela extremamente seleta da sociedade. E pior, à nossas custas.

 

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A importância do jornal na sociedade

quinta-feira, 07 de abril de 2022

O jornal possui um papel fundamental e inegável na disseminação da comunicação do planeta, apesar de ainda ser imprecisa a origem exata do jornalismo, a sua história é mais antiga do que podemos imaginar.

O lendário imperador romano, Julio César, necessitava divulgar todas as conquistas militares de Roma e informar o povo sobre a expansão do império e assim, criou o Acta Diurna, em 59 A.C, o primeiro jornal do mundo.

O jornal possui um papel fundamental e inegável na disseminação da comunicação do planeta, apesar de ainda ser imprecisa a origem exata do jornalismo, a sua história é mais antiga do que podemos imaginar.

O lendário imperador romano, Julio César, necessitava divulgar todas as conquistas militares de Roma e informar o povo sobre a expansão do império e assim, criou o Acta Diurna, em 59 A.C, o primeiro jornal do mundo.

Como não existiam tecnologias de impressão e sequer papel em quantidade suficiente, o Acta Diurna era publicado em grandes placas de madeira, algo parecido com um outdoor, que eram colocados em lugares públicos para que pudessem ser lidos por todos. Contudo, a elaboração dessas placas era muito demorada e necessitava de uma grande logística para o seu transporte, assim as notícias eram sempre atrasadas, de semanas ou meses atrás.

Somente na Idade Média, o jornalismo teve o seu maior salto tecnológico: a prensa de papel de Gutemberg – algo parecido com uma impressora nada moderna -, que possibilitou que o trabalho que antes era feito manualmente, fosse feito por máquinas, tornando as publicações muito mais rápidas. A revolução foi tão grande, à época, e alguns historiadores afirmam que a invenção da prensa tirou o mundo de vez da Idade Média, como despertar definitivo da ciência e do jornalismo, essencial para o desenvolvimento da sociedade.

Mais tarde, outra revolução, a invenção do telégrafo, em 1844, transformou a imprensa escrita, pois permitiu que as informações fossem passadas rapidamente, possibilitando relatos mais novos e relevantes. A partir daí, os jornais emergiram no mundo inteiro, trazendo notícias mais rapidamente e muito mais transparência à toda sociedade acerca dos quatro cantos do país, e agora, do mundo.

A construção da sociedade, como a queremos hoje e como a pretendemos amanhã, tem repouso nos pilares da informação, esta, por sua vez, se estruturou em colunas igualmente resistentes, que desde há muito tempo, promovem pequenas e grandes revoluções: o jornal.

Caminhos tortuosos

Os periódicos mudaram completamente os rumos da humanidade, contudo, nem sempre, viveram momentos fáceis na história. Mas, há quem diga, que “mar calmo não faz marinheiro experiente”.

Somente por volta de 1808, os primeiro jornais vieram chegar no Brasil, juntamente com a família real. Durante a época do império, admitiam-se somente os periódicos que estavam sob as asas do rei, fazendo com que alguns veículos de comunicação tivessem que vender as notícias sobre escândalos na monarquia, escondidos.

Em tempos não muito distantes dos atuais, durante os períodos autoritários do regime militar no Brasil, não existiam campos férteis para liberdade de imprensa no país. Época em que inúmeros jornais foram submetidos ao cerceamento, ao ponto de existirem censores – fiscais militares – dentro das redações dos jornais para decidir sobre o que poderia ser publicado ou não.

Desde o começo da imprensa, os obstáculos enfrentados para o livre exercício da atividade revelam episódios de profunda intimidação contando com assassinato de jornalistas, perseguição a publicações e o fechamento de instituições. O jornal é um símbolo de mudança social, que se mantém há anos, mesmo sendo um risco para quem não apoia a democracia.

E não somente a censura foi uma grande barreira para o jornal. A invenção do rádio e da televisão parecia por fim ao que era a soberania dos periódicos impressos, contudo o tempo fez com que os jornais se modernizassem e até hoje se mantém sólidos e firmes no dever de instruir à sociedade.

Aniversário de A VOZ DA SERRA

O papel do jornal na sociedade é importantíssimo e seu nome deve ser sinônimo de luta e resistência. E, nós, friburguenses, devemos, nos orgulhar em ter um exemplo de jornalismo sério e comprometido que, hoje, 7, completa 77 anos de história. A VOZ DA SERRA tem uma contribuição gigantesca para a construção da sociedade friburguense, cobrindo as mais felizes - e mais tristes - notícias da nossa cidade. Toda vez que abro o AVS, penso em quanta história já não passou nessa instituição que presenciou 23 presidentes no poder do país, duas copas do mundo no Brasil, o fim de uma guerra mundial e a instalação de um regime ditatorial.

E que apesar de tudo, mesmo com os avanços tecnológicos, se mantém firme, e consolidado como um dos mais antigos veículos de comunicação impresso do Estado do Rio de Janeiro.  AVS é além de história, um orgulho para população friburguense.

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Administração tecnologicamente atrasada

quinta-feira, 31 de março de 2022

A tecnologia na gestão pública tem desempenhado um papel fundamental na aproximação da população com a resolução dos problemas públicos. O avanço da tecnologia não está presente somente no uso das redes sociais para atualizações à sociedade, mas necessita urgentemente de novas ferramentas para maior transparência na gestão administrativa.

A tecnologia na gestão pública tem desempenhado um papel fundamental na aproximação da população com a resolução dos problemas públicos. O avanço da tecnologia não está presente somente no uso das redes sociais para atualizações à sociedade, mas necessita urgentemente de novas ferramentas para maior transparência na gestão administrativa.

Alguns exemplos incluem facilidade no atendimento do cidadão, através da modernização e simplificação de processos ou pelo controle de resultados de funcionários públicos através de sistemas automatizados. Um dos grandes pilares atuais da gestão pública, não somente do mundo, mas do Brasil é a inovação. E nós ficamos para trás...

Vemos esse tipo de interação em várias cidades espalhadas pelo mundo, inclusive muitas perto de nós. Por exemplo, se um determinado bairro terá falta de energia ou redução do fornecimento de água, cabe à gestão avisar a população. Dessa forma, os cidadãos podem ser alertados via SMS e esse é apenas um exemplo de como acontece essa interação.

Outro exemplo pode ser extraído de outros municípios é a gestão inteligente dos principais sinais de trânsito. Atualmente existem sistemas que identificam o fluxo de veículos por meio de câmeras, em tempo real e de forma automática, organiza o tempo do semáforo, garantindo maior fluidez no trânsito e comodidade dos motoristas. E por ventura, caso aconteça alguma obra na via ou interdições, há a possibilidade de personalização por meio de uma central de comando remota, tornando-a uma ferramenta extremamente útil.

Hoje, os aplicativos de celular auxiliam e muito a comunicação entre o cidadão e a administração pública. Por exemplo, caso você tenha um buraco na sua rua causado por uma chuva, você poderia facilmente fazer uma foto e reportar ao órgão responsável que seria imediatamente notificado.

A marcação de consultas médicas, matrículas de alunos em creches e escolas, digitalização de documentos, consultas de estoques na farmácia do município - para quem pega medicamentos gratuitos – poderiam ser otimizadas e realizadas com alguns cliques. De forma simples, a administração pública pode ser mais eficiente e a qualidade de vida da população consequentemente tende a melhorar.

Em Florianópolis-SC, por exemplo, a gestão do transporte público é feita com o auxílio de aplicativos de celular que informam os passageiros sobre as rotas existentes, o tempo estimado de espera, a localização - até  a velocidade - em tempo real de cada ônibus que passam pelas linhas em mais de 1.800 paradas. A tecnologia da capital catarinense favorece além dos 150 mil usuários de transporte público diariamente, mas também os turistas, que não conhecem bem a cidade.

Fato é que durante vários anos muitos gestores não apresentaram esse nível de aproximação e isso é um grande problema para nós hoje. É extremamente importante que a população não tenha tanta burocracia para resolver seus problemas básicos e que os serviços públicos sejam otimizados, afinal, todo mundo trabalha e não pode viver na porta das prefeituras para implorar pela solução de problemas.

Em muitos casos, como é o exemplo de Nova Friburgo, a prefeitura conta com pouca tecnologia, necessitando de processos manuais e uma gestão pública cheia de burocracia, que cada vez depende mais do lado humano. A integração à administração pública é fundamental até para que sejam realizadas de modo prático, rápido e sem erros.

Constata-se, portanto, que gestão de uma empresa já é uma tarefa difícil. Imagine só administrar uma máquina pública, uma tarefa ainda mais complicada, sem auxílio da tecnologia necessária. Nova Friburgo está no ano de 2022 e já passou da hora de solucionarmos os problemas da nossa cidade como resolvíamos nos anos 80 ou 70.

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Número de eleitores adolescentes: o menor da história

quinta-feira, 24 de março de 2022

Somente um em cada dez jovens entre 16 e 17 anos se interessou até o momento em tirar o título de eleitor para votar neste ano. Faltando pouco mais de um mês para o fim do prazo para a emissão do título eleitoral, o Brasil vivencia o menor número de adolescentes que tiraram a permissão eleitoral e estarão aptos a votar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Somente um em cada dez jovens entre 16 e 17 anos se interessou até o momento em tirar o título de eleitor para votar neste ano. Faltando pouco mais de um mês para o fim do prazo para a emissão do título eleitoral, o Brasil vivencia o menor número de adolescentes que tiraram a permissão eleitoral e estarão aptos a votar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Aproximadamente oito milhões de adolescentes brasileiros estarão na idade etária hábil para votar pela primeira vez nas próximas eleições, que ocorrerão no fim deste ano, com o primeiro turno marcado para 2 de outubro. De acordo com os dados obtidos pelo último censo do IBGE, esse é o número de moças e rapazes que terão 16 anos completos até o dia do pleito geral.

O TSE registra uma brusca queda na procura dos jovens para tirarem sua carta eleitoral, visto que somente 830 mil jovens possuem o documento até o momento em todo país. Em comparação com as últimas eleições gerais municipais, na mesma época do ano foram mais de 1,4 milhão de pessoas da faixa etária aptas para votar.

Em fevereiro de 2018, o percentual era de 23,3% de jovens habilitados que tiraram o seu título de eleitor, no entanto, em 2022 a margem é de somente 13,6% - menos que ¼ do total dos menores de idade que foram às urnas há três décadas. E a pergunta que fica é: por que o jovem tem se distanciado tanto de exercer os seus direitos políticos? O jovem é o retrato da sociedade em que vive e não somente eles têm abdicado dos seus direitos democráticos.

 As últimas eleições municipais, em 2020, registraram número recorde de pessoas que não votaram. Fato é que o cenário de pandemia fez com que muita gente não comparecesse aos locais de votação, contudo, o que se observa, pelos dados do TSE, é que a cada eleição que passa mais pessoas abdicam de suas escolhas, seja anulando, votando em branco ou não indo votar.

Em 2020, pelo menos 29% dos eleitores brasileiros habilitados não votaram. Nos últimos anos 2018, 2016 e 2014 o índice de abstenções foi menor e ficou em 21%. O percentual diminui ainda se comparado com as últimas eleições dos pleitos municipais de 2012 (19,12%), 2008 (18,09%), 2004 (17,3%) e 2000 (16,2%).

Vivemos uma democracia em nosso país em que o voto ainda é o nosso principal instrumento na escolha dos nossos representantes e os números preocupam. No pleito municipal de Nova Friburgo, quase 30% dos eleitores habilitados não foram votar. As abstenções foram tão expressivas que a soma dos votos dos três candidatos a prefeito mais bem colocados em 2020, chega bem próxima ao número de pessoas que deixaram de votar.

Isso demonstra o crescente desinteresse das famílias em exercer seus direitos democráticos, o que influencia diretamente na educação dos jovens e consequentemente, os afasta ainda mais no exercício das escolhas para o futuro. A falta de identificação política, segundo especialistas, tem grande participação nesses dados, uma vez que os partidos envelheceram e não há espaço para a juventude.

Para o empresário friburguense, subsecretário de Integração da Prefeitura do Rio de Janeiro e secretário municipal de Cultura de Nova Friburgo, em 2017, sendo, na época, o mais novo do Brasil, Marcos Marins, todos nós somos impactados pela política independente da idade e a partir do momento que o jovem consegue perceber que pode fazer algo, ocorre o poder de transformação.

“O jovem que hoje está no ensino médio, amanhã precisará de vagas em universidades, cursos técnicos e profissionalizantes, dependerá de vagas no mercado de trabalho e de um sistema econômico que depende totalmente da política, pública ou interpessoal. Os efeitos positivos e negativos das ações políticas hoje serão sentidos por muitos anos seguintes”, observa Marcos.

É totalmente compreensível a frustração da sociedade com os políticos e com a política – todos nós partilhamos desse sentimento. Mas, em vez de debatermos soluções para a nossa sociedade, por meio de debates e fiscalização de projetos, estamos tentando convencer as pessoas à votarem.

Tudo em nossa vida tem relação com a política seja: no preço da alimentação, na vaga da faculdade, no valor do transporte público, na disponibilidade de leitos nos hospitais. A partir do momento em que abrimos mão de mudar o nosso futuro, não caberá a nós questionar as consequências do presente. O fim do prazo para confecção e legalização do título eleitoral ocorre no dia 4 de maio.

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