Wanderson Nogueira

Palavreando

Aos sábados, no Caderno Z, o jornalista Wanderson Nogueira explora a sua verve literária na coluna "Palavreando", onde fala de sentimentos e analisa o espírito e o comportamento humano.

04/11/2023

Sorri, quando te vi pela primeira vez. Não sabia seu nome, nunca tinha visto seu rosto, mas sua alma já me habitava. O sorriso de quem tenta esconder o sorriso é tão engraçado que — na tentativa de disfarçar — se entrega. Contagia. Ao ponto de, despretensiosamente, arrancar o sorriso do outro. Em um possível sem fim me devolver o sorriso que emprestei, fazer você sorrir mais uma vez e passarmos a vida sorrindo. Por admiração, pela intenção não planejada de ser e estar junto driblando tudo o que possa cortar o sorriso, que não precisa necessariamente dos dentes sempre à mostra. 

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28/10/2023

“Já vou deixar registrado que se a Idade Média voltar, eu estou do lado das bruxas!” Eu também, cara bruxa da escrita, Clarice Lispector. 

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21/10/2023

Como podem existir milhões de mãos iguais e cada uma ser única? Nenhuma mão que existe ou existiu tem as mesmas impressões digitais. Os dedos alongados podem se assemelhar, o tamanho da palma pode até ser exatamente o mesmo, o formato das unhas pode ser igual, mas mesmo as mãos de gêmeos univitelinos têm desenho único, curvas exclusivas, incomparáveis.

Imagine que um mesmo artista pudesse pintar bilhões e bilhões de quadros, cada um com traços diferentes. Parece impossível. Mas não para a criação dessa maravilha que é a nossa espécie.

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14/10/2023

“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”. O pensamento de Paulo Freire, que de forma, nem otimista ou pessimista, coloca a responsabilidade da transformação do mundo nas pessoas. 

São as pessoas as responsáveis pelo que acontece de bom e ruim ao planeta, à sociedade, às cidades. Alguns recorrem a Deus, às forças sobrenaturais. Jeito fácil de escapar daquilo que não queremos explicar ou reconhecer. 

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07/10/2023

Sabido demais, menino acredita poder salvar o mundo. Os vilões se combatem com a toalha de banho como capa e o cabo da vassoura como espada. Voa-se de sofá em sofá com a coragem de um parapentista. Quem poderá derrotar o mocinho? O mal existe e menino astuto sabe disso. Mas atento, é super-herói entre os corredores das cidades, cowboy entre as vielas do Velho Oeste imaginário na horta do quintal de casa. 

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30/09/2023

O que é felicidade? Como alcançá-la? Não. Não espere das próximas linhas — respostas. São despretensiosas, como a própria felicidade. Seria a felicidade despojada? 

A filosofia, a teologia, a ciência, a literatura tentam desde sempre abordar o tema sem fechá-lo. Fato é que todos nós queremos ser felizes, ao ponto de que a felicidade seja o objetivo da vida. Existimos, persistimos e até teimamos. E é válida essa insistência, tanto quanto justa. Justo é ter uma vida plena e não há plenitude sem felicidade.

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23/09/2023

A brisa leve traz novidades. Sussurra aos ouvidos atentos que tempos bons vêm. Há maior querência aos despertos. A atmosfera vibrante é chamado provocante. A melhor das coerências é ser feliz. 

Se dizem não, o mundo faz que sim. Sim! É pleno o campo da criatividade e por ele passeiam memórias e afetividades. Nascem flores multicoloridas e até brotam estrelas. Berço esplêndido para os sonhos que recusam classificações de ingênuos demais ou sagazes de menos. Os sonhos, todo e qualquer sonho, merecem respeito.

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16/09/2023

Se você já gostou de uma Fernanda, você tem que ler essa crônica. Se você nunca gostou de uma Fernanda, também. Porque esse texto não é sobre Fernanda, Amanda, Ricardo ou Guilherme. É sobre gostar de si mesmo e de alguém para além de si mesmo. Alguéns, tanto quanto o  plural permitir. 

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02/09/2023

Diriam que eu tenho 35 anos de idade com alma de 22. Disseram-me que ele tem 26 com experiência de 50. Dela? Falaram-me que não se pergunta a idade a uma dama. Mas seu sorriso de hoje escancara que seus setenta e poucos não conseguem esconder que tem menos de 30. Amanhã, pode ser que não haja a mesma suposição. 

Essa roupa que veste a nossa eternidade é só uma materialidade que, como toda matéria, sofre as avarias do uso. O que há dentro, esse mistério que nos sustenta, não é passível de ser contado pelas voltas que o ponteiro dá no relógio. 

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26/08/2023

Mesmo quando fico muito tempo sem te ver, chateado pela ausência e sabendo que há outras pessoas que sabem mais de você do que eu, basta te reencontrar e parece que estivemos juntos ontem. Porque mais importante do que perto, é esse sentimento de estar permanentemente  junto. 

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