Wanderson Nogueira

Palavreando

Aos sábados, no Caderno Z, o jornalista Wanderson Nogueira explora a sua verve literária na coluna "Palavreando", onde fala de sentimentos e analisa o espírito e o comportamento humano.

08/04/2022

A grama do vizinho é realmente mais verde que a nossa? Por que tanta gente acha que os sonhos realizados pelo outro são mais fáceis de serem alcançados? Que na casa dos outros não tem bagunça, que o casal lindo que vemos pelas fotos das redes sociais não tem contas a pagar? De onde o ser humano tira a ideia de que o melhor está lá e não aqui ?

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02/04/2022

Quantos bits têm uma vida? Quantas cores há na paleta de tons da vida? Como seria bom se a jornada de cada um de nós fosse como nos jogos de videogame. Cair em penhascos e voar, se espatifar e sobreviver, ter três vidas para gastar, pausar e deixar o jogo salvo para ser retomado depois. 

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26/03/2022

Um amigo me apresentou uma entrevista do dramaturgo, escritor e psicanalista Contardo Calligaris em que defende o direito à tristeza e contesta o sentido da felicidade. “Não quero ser feliz. Quero é ter uma vida interessante”. 

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19/03/2022

Flores de outono sobrevivem ao inverno, reavivam na primavera e se despedem no verão para renascerem de novo. Pudera todos os amores serem assim: vindouros no inverno, apaixonados na primavera e reinventados em todos os verões. Os amores têm muito que aprender com as flores, e nós, com as estações. 

As flores despedaçam, pois sua natureza é frágil. Não porque nasçam para voar a qualquer vento, mas porque são filhas do cuidado e sua beleza reside na capacidade resiliente de voar e se plantar em terreno de fértil imaginação para suas cores. 

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12/03/2022

Não há ser mais confiável do que um cronista. Suas verdades não são certezas e suas certezas não são imposições. É um ouvinte nato que gosta de colher pencas de histórias onde os braços não alcançam. Ou mesmo histórias que estão ao redor da árvore, alimentando raízes e pássaros mais preguiçosos. 

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05/03/2022

No céu de estrelas de outubro, exatamente no mesmo teto azul de julho, tudo parou. Tudo, absolutamente tudo. Paralisou, como cena de filme que pausamos para ir ao banheiro ou para pegar um copo de Coca-Cola. 

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26/02/2022

Ah, carnaval! Como te quero todos os anos e cada vez mais. Se pudesse ficar o ano inteiro... Ainda que os amores que produz fiquem batucando meu coração, minhas memórias, nossas mais pertences nostalgias, sinto a ausência da sua presença para além dos seus dias. 

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19/02/2022

A fé move as pessoas, o idealismo reforça a recusa em esmorecer perante as fraquezas e intrigas alheias, mas é a coragem que determina o poder que temos em mudar o mundo. Mudar nossos bairros, nossa cidade, nossa realidade, a si mesmo. Mudar os lugares e a lida cotidiana, no entanto, só faz sentido se for pelas pessoas. 

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05/02/2022

Somos escravos de nossos hábitos. Por isso, tão importante é preservar bons hábitos. Quem fala uma coisa e faz outra é tão desonesto quanto aquele que rouba.

Discurso que não é prática, é charlatanismo com a fé alheia. Discurso de ódio, discurso que mata é tão condenável quanto a prática do preconceito, da indiferença. O sangue que escorre na mão que faz, também está na boca de quem profere.     

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29/01/2022

“A gente tem muita paciência para erros da tecnologia, mas não temos a mesma paciência com o outro, com as pessoas”. À frase, que o sociólogo Dominique Wolton disse à minha turma de pós-graduação em Gestão Pública, acrescento que também não somos pacientes nem com a gente mesmo. 

Esse pensamento ecoou ainda mais interessante por conta de uma experiência que tive recentemente e pela qual todo mundo passa. Meu smartphone, do nada, simplesmente parou de funcionar. A tela preta, cheia de cores esquisitas pulando — tilt. 

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