Wanderson Nogueira

Palavreando

Aos sábados, no Caderno Z, o jornalista Wanderson Nogueira explora a sua verve literária na coluna "Palavreando", onde fala de sentimentos e analisa o espírito e o comportamento humano.

28/01/2023

Pode ser que não seja nada, pode ser que seja tudo. Mas entre o tudo e o nada existe o que não se sabe profundo. Ao infinito só o finito para ser nada. Tudo o que existe, o profundo. Será? 

Entre alegrias e alergias basta mudar a posição do “r” para alterar a risada, no entanto, apenas alguns segundos bastam para alterar o destino. O tempo, nenhuma letra pode mudar. Será?

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21/01/2023

Vai, planeta! Fazer toda essa gente perdida e emburrada encontrar a sua humanidade. Desembrutecer para curar você planeta que era tão sadio. Mas, afinal, quem de fato está doente? Você ou toda essa gente? 

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14/01/2023

Certas tardes de domingo eu me ponho a observar as pipas. Cortam o imenso azul, flutuam no espaço até quase ficarem inatingíveis à visão. Algumas são quadradas, outras em losango. De uma cor só… azuis, vermelhas, brancas, amarelas. As multicoloridas chamam mais a atenção do que aquelas que carregam símbolos de times de futebol ou desenhos como sol ou pássaros. Pudera. As pipas sentirem inveja dos pássaros ao ponto de almejarem ser um. 

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31/12/2022

Nesse novo ciclo que se abre, quero que você conheça uma pessoa. A que será a mais especial e a mais importante de todas para você. A que você terá de cuidar, respeitar e amar para que também possa cuidar, respeitar e amar todas as demais que te mobilizam afeto. 

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24/12/2022

O Natal é essa época mágica em que os corações estão mais abertos, mais receptivos ao carinho que muitas das vezes recusamos ou não aceitamos receber. Despercebemos, para parecer menos cruel. É tempo de celebrar o amor e a humanidade que ainda nos resta. Em tempos de redes sociais e algoritmos, compartilhar olhar, peito e alma é o singular que vai muito além desse vazio de milhões de pixels em tela.

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17/12/2022

Não vem de tão longe e se achega cada vez mais perto. Vem como fantasia de porta-bandeira, cheia de plumas multicoloridas, paetês brilhosos de sol e lua, com flâmula e tudo. Se despido, segue vibrante e concreto, bailando como se voasse pela avenida dos tempos que não envelhecem. 

Não há como voltar atrás. Até os mais incrédulos já enxergam. O que vem é repleto de poesia sábia que só os apaixonados podem declamar. Seus versos são de canção nova experimentada em tantas outras que entregam esperança encarnada na alma.

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10/12/2022

Acendo vela para meu anjo da guarda. Peço que me proteja, inclusive de mim mesmo. Que a luz, mais do que ilumine meu caminho, seja guia para esse encontro não só quando preciso. Peço diante da vela que eu possa ver o que não vejo, sentir o que preciso sentir, esteja atento aos pedidos do mundo e se for minha missão que eu possa cumpri-los. Rogo que a vaidade não me entorpeça e vigilante possa sequer flertar com a arrogância, sabedor de que a arrogância é o acúmulo da vaidade despercebida. 

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03/12/2022

Estrelas cadentes são meteoritos que entram na atmosfera terrestre e com a pressão do ar queimam na escuridão da imensidão — dizem os homens da ciência. Os seres da poesia dirão que são estrelas — como as que apreciamos no grande teto sobre nós — que findam e explodem como fogos de artifício.

De forma bela, encerram sua viagem pelo espaço e desabrocham em luz antes de se chocarem com o fim. Ao invés de despencarem até arrebentarem em solo, se desfazem luminosas, riscando o firmamento de claridade. 

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26/11/2022

Música é poesia traduzida em sons. Embalam histórias, enfeitam romances, conduzem conquistas, atenuam ou exageram dramas. Inspiram e se inspiram na vida. Acalmam a alma. Aquietam dores, mas também as fazem gritar, sair, encontrar seu próprio eco, para quem sabe escapulir ou mergulhar. Para se salvar. A mesma cólera que liberta, aprisiona. O que é se salvar? 

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19/11/2022

Obra de arte que o negro esculpiu, ritmo oficial da marca Brasil, tem seu berço na casa de Ciata. Dos batuques vindos da África, do ritmo marcado pelos corpos escravizados, mas revolucionários em manter suas tradições, ritos, espiritualidades – identidade. 

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