Blog de terezamalcher_17966

O ponto final

terça-feira, 01 de abril de 2025

Acredito que as pessoas já se depararam com os desafios de terminar algo, colocar um ponto final ou mesmo, como se diz por aí, virar a página. O que começa termina e, se assim não for, o acontecer perde seus sentidos. Se toda praça termina numa rua, como os mares acolhem as águas dos rios, o que finda abre um leque de possibilidades; o fim não extingue as energias. Como dizia Lavoisier, na natureza tudo se transforma, e o que resta tem energia suficiente para fazer novo começo acontecer, uma força capaz de nos permitir dar uma volta no rumo da vida e não nos deixar à deriva da história.

Acredito que as pessoas já se depararam com os desafios de terminar algo, colocar um ponto final ou mesmo, como se diz por aí, virar a página. O que começa termina e, se assim não for, o acontecer perde seus sentidos. Se toda praça termina numa rua, como os mares acolhem as águas dos rios, o que finda abre um leque de possibilidades; o fim não extingue as energias. Como dizia Lavoisier, na natureza tudo se transforma, e o que resta tem energia suficiente para fazer novo começo acontecer, uma força capaz de nos permitir dar uma volta no rumo da vida e não nos deixar à deriva da história.

Ao pensar na literatura, também estou me referindo à vida, a arte que espelha o existir. Todo o começo se direciona ao findar, já que não há infinitudes na vida do Planeta Terra. Mesmo quando construímos uma ideia e não conseguimos visualizar seus desdobramentos finais, temos a certeza de que será preciso criar caminhos que os levarão até lá. A beleza da literatura está na inteligência que o autor tem para criar, ou seja, decidir sobre os fatos que vão compor o enredo, sempre fatídico a findar.

Agora mesmo estou percebendo que o mais significativo a este tema são os caminhos desbravados a cada etapa do texto, sendo o fim não mais do que mera consequência. São os detalhes das cenas que vão dar grandeza ao final composto de muitos pormenores, como em tudo na vida.

Não há regras para se construir um final, bem como não pode ser estigmatizado como bom ou ruim. Penso que deva ser avaliado não de modo fantasioso, mas com realismo a partir das relações de causas e consequências estabelecidas ao longo do texto. A imaginação do escritor tem que visualizar a verossimilhança que não pode fugir da coerência das probabilidades.

O fim tem harmonia com os fatos da história. A diferença entre quem escreve uma história e quem vive a vida está no controle dos acontecimentos. Não é fácil escrever uma história, mais difícil ainda é experimentar a vida, a mais interessante e repleta de aventuras de todas as histórias de ficção. Eu li a obra da Ana Cláudia Quintana Arantes, médica referência em Cuidados Paliativos no Brasil, “A morte é um dia que vale a pena viver”, em que aborda a finitude, observada ao acompanhar os pacientes terminais. Segundo a Dra. Ana Claudia, os momentos finais da vida são decorrentes do modo como eles a viveram e tomaram suas decisões, como amaram e estabeleceram relações com seus familiares e amigos, cuidaram de si e do ambiente em que viveram, quais esforços fizeram para realizar seus propósitos, bem como o que aprenderam e de que forma seus conhecimentos na vida.

Os anos que vivemos e as páginas que escrevemos nos amadurecem e nos melhoram por estarem repletos de finais e novos começos. Segundo Nietzsche, a vida é um constante devir. Deve ser vivida em sua plenitude.

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Os desafios do começar

terça-feira, 25 de março de 2025

Certa vez, conheci uma médica budista, Dra. Nazareth Solino, que já não está mais entre nós, infelizmente, que me disse: o maior desafio a enfrentar no dia é acordar de manhã, levantar-se, colocar-se a disposição para fazer o dia acontecer e dar os primeiros passos. É uma atitude que possui graus diferentes de dificuldades e, por maior que seja, é o melhor que temos a fazer para começar mais uma jornada.

Certa vez, conheci uma médica budista, Dra. Nazareth Solino, que já não está mais entre nós, infelizmente, que me disse: o maior desafio a enfrentar no dia é acordar de manhã, levantar-se, colocar-se a disposição para fazer o dia acontecer e dar os primeiros passos. É uma atitude que possui graus diferentes de dificuldades e, por maior que seja, é o melhor que temos a fazer para começar mais uma jornada.

E a gente, começa e recomeça, faz e refaz. Não tem jeito, a vida é assim e não somos mágicos. Possuímos ferramentas para realizar o que pretendemos e o que é necessário. Enfim, começar é o ato mais intrínseco ao viver; se assim não fosse, seriamos oriundos do mundo da fantasia. Vivemos na realidade concreta, onde o sentir, pensar e agir definem as nossas decisões e como as realizamos.

 Escrever não é diferente de tudo o que fazemos. A primeira palavra faz as ideias do escritor girarem como num redemoinho, chegando ao ponto de torná-lo tonto. É o processo criativo que exige sensibilidade. Mas será diferente daqueles repetitivos? A beleza dos dias está nesse ponto de bifurcação entre o comum e o extraordinário, que vai além do habitual. Por onde começar um texto? Se por um artigo ou conjunção, se por uma vírgula ou exclamação, se por um adjetivo ou substantivo.

Alguém me disse que o importante é começar por alguma coisa. É o mesmo que ter uma pia cheia de pratos, panelas e talheres. Vale a pena pegar o que estiver na frente e começar a lavar.

Será fácil o começar? Depende da disposição, da superação dos medos, da coragem para enfrentar as dificuldades. Começamos a vida com um choro forte!

Amigo leitor, começar assusta! Sempre depois da primeira iniciativa nos deparamos com o desconhecido, mesmo naquelas situações que fazem parte da rotina. No início da semana passada estava esperando minha filha no carro, peguei um pedaço de papel, uma caneta e me perguntei: o que vou escrever? Olhei para os lados, para o retrovisor e o verbo começar chegou devagar, como quem não quer nada, quase em tom de segredo e foi cochichando uma porção de ideias e fui escrevendo sem saber dos parágrafos seguintes. A vantagem do escrever é que podemos corrigir. Porém há situações que não podem ser reparadas ou revistas, que precisam ser pensadas de modo cuidadoso e planejado, muito menos sequer começar. Além disso, o acaso existe e pode se fazer presente depois de cada começo. Enfim, por sorte temos ao nosso favor a inteligência, que podemos usá-la para decidir a melhor forma de começar e realizar. Mas será que usamos a inteligência como poderíamos? Pensar, às vezes, pode dar uma preguiça danada. A criança e o adolescente sabem muito bem disso! E, vejam, temos vívidos a criança e o adolescente que fomos em cada um de nós!

O fazer literário tem responsabilidades, principalmente para quem escreve para crianças e jovens. Sim. Um texto somente começa a partir de uma ideia, a semente que vai germinar palavras, frases e parágrafos. Ao começar, o escritor deve estar ciente que vai tocar o leitor. Aliás, em tudo o que fazemos na vida, tocamos de alguma forma o outro. Apenas um olhar tem o poder de influenciar; é incisivo.

Começar é um ato de gratidão para conosco posto sermos seres de sequência, ou seja, nosso destino é construído através das relações de causas e consequências; cada começo dá prosseguimento às realizações dos anteriores. Começar a escrever um texto dá sentido ao ímpeto criativo do escritor que justifica sua existência como tal. Para mim, através do escrever exorcizo minhas emoções. Acho que escrevi este texto por superar o medo semanal de não saber como vou fazê-lo, de significar a minha pessoa no mundo, de me divertir com as palavras, da satisfação de ter a oportunidade de oferecer minhas ideias a alguém. E, se adentrar no meu inconsciente, vou aumentar a lista até o final da página.

Começamos porque somos seres de sentidos. E, por assim ser, findamos o que fazemos. Ih, o acabar está me cutucando e vai preencher outra coluna, que vai iniciar por um outro começar. Quem sabe eu vá esperar minha filha em outro lugar e... 

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A atualidade dos clássicos da literatura

terça-feira, 18 de março de 2025

Já fiz alguns passeios literários interessantes. Alguns deles sobrevoaram Shakespeare, poeta e dramaturgo que viveu nos séculos XVI e XVII, considerado o maior escritor do idioma inglês e relevante dramaturgo da humanidade. Certa vez li sua obra “Trabalhos de amor perdidos”, pensando em trazê-lo para o presente através de uma apresentação teatral. Eis que me deparei com uma situação atual em que um grupo de rapazes precisa estudar para prestar uma prova ou concurso e vai para um lugar tranquilo, uma casa de campo, por exemplo.

Já fiz alguns passeios literários interessantes. Alguns deles sobrevoaram Shakespeare, poeta e dramaturgo que viveu nos séculos XVI e XVII, considerado o maior escritor do idioma inglês e relevante dramaturgo da humanidade. Certa vez li sua obra “Trabalhos de amor perdidos”, pensando em trazê-lo para o presente através de uma apresentação teatral. Eis que me deparei com uma situação atual em que um grupo de rapazes precisa estudar para prestar uma prova ou concurso e vai para um lugar tranquilo, uma casa de campo, por exemplo. Porém, na casa vizinha está um grupo de moças lindas que faz questão de chamar a atenção dos jovens. E o estudo...

Em outro passeio, junto com as amigas do Clube de Leitura, visitei Flaubert, autor francês que viveu no século XIX, que escreveu a belíssima obra “Madame Bovary”. A história aborda a insatisfação feminina, sentimento que emerge, hoje, em cada canto da cidade. Ao visitar Dostoiévski, escritor, jornalista e filósofo russo que viveu no século XIX, considerado um dos maiores pensadores e romancistas da história, em algumas de suas obras, como “Crime e Castigo”, “Noites Brancas” e, atualmente, “O Idiota”, passei a compreender com mais profundidade a essência humana em várias situações atuais em toda sua bondade e coragem, crueldade e astúcia, persistência e resiliência.  Inclusive “Crime e Castigo” é uma história tão densa e forte, que inspirou Wood Allen a escrever o roteiro do filme “Match Point”. Como também “Noites Brancas” inspirou o roteiro do filme “Amantes”, lançado em 2008, interpretado por Joaquim Phoenix e Gwyneth Paltrow.

Quando conheci “Ulisses” de James Joyce, inspirado na “Odisseia”, um dos principais poemas épicos da Grécia Antiga, atribuídos à Homero, escrita no século VIII a.C., que narra o retorno de Odisseu para ilha de Ítaca, sua casa e pátria, depois de vencer a Guerra de Troia, para reencontrar sua esposa, filho e cão, vislumbrei o quotidiano do personagem, descrito detalhadamente, através do qual expõe a experiência humana no decorrer de um dia em uma grande cidade, onde milhares de leitores habitam.

As obras se tornam clássicas porque os autores descrevem com minúcias os personagens, suas histórias, modos de ser e agir, a cultura na qual estão inseridos, seus sonhos e medos, seus ganhos e perdas. São escritores que vão além do olhar raso e da simples observação. Para eles, as mais comuns das situações quotidianas nos oferecem vários outros prismas para refletir e nos trazem questões muitas vezes imperceptíveis a nós, meros viventes e sobreviventes.

Ao lê-los, em cada uma das suas frases, ficamos impactados e aprendemos com a história, que, consequentemente, espelha de alguma forma a do próprio autor. Além da leitura oferecer momentos prazerosos, conseguimos ver o mundo e a nós mesmos com o pensamento mais amplo. Surfamos de tal modo na liberdade de perceber os fatos que nos sentimos instigados a indagar o que estamos fazendo com a nossa vida ou como podemos vivê-la com mais coerência. Ou, melhor ainda, concluir que caminhar com sapatos feitos de folha de bananeira pode nos trazer belos momentos de felicidade.

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O amor em todos os tempos e lugares

terça-feira, 11 de março de 2025

Acabei de ler uma pérola, “Noites Brancas”, publicado em 1848, uma obra clássica, do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Esse livro foi um dos primeiros que ele escreveu, um jovem adulto com 27 anos, que trouxe para o seu fazer literário a pureza do amor. Uma história triste e delicada, em que consegue detalhar com maestria o sentimento de um homem solitário e sonhador por uma jovem à espera de um apaixonado. Um roteiro que acontece em todos os tempos e lugares.

Acabei de ler uma pérola, “Noites Brancas”, publicado em 1848, uma obra clássica, do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Esse livro foi um dos primeiros que ele escreveu, um jovem adulto com 27 anos, que trouxe para o seu fazer literário a pureza do amor. Uma história triste e delicada, em que consegue detalhar com maestria o sentimento de um homem solitário e sonhador por uma jovem à espera de um apaixonado. Um roteiro que acontece em todos os tempos e lugares.

O que tocou meu coração foi como Dostoiévski mostrou a forma como o protagonista sentiu o amor despertar ao encontrar a moça pela primeira vez, o aprofundamento das conversas, dos sonhos que ele cultivava à noite quando criava relações românticas. Do esforço dele para fazê-la feliz, superar a timidez de ambos, acreditar nas próprias palavras e desenhar esperanças por um futuro. Aos poucos um foi se apresentando ao outro sem esconder fatos tristes. Na sequência de encontros, foram se conhecendo. Ele, cada vez mais envolvido amorosamente; ela, cada vez mais em dúvida a respeito do antigo amor e do rapaz que estava conhecendo ao perceber, pouco a pouco, a sinceridade do seu afeto. De sentir sua presença, face a ausência do outro.

O apaixonar-se tem intensidade e beleza; não tem época nem lugar. Acontece! Tive a impressão, ao ler “Noites Brancas”, que os versos da música “Carinhoso”, escritos por Braguinha, revelam o encantamento do protagonista por Nástienka. Ao encontrá-la, ele via tudo brilhar de uma forma diferente, sentia crescer dentro de si uma força especial. Ao lado dela, ele se tornava mais humano do que nunca.

“Noites Brancas” também me remeteu ao amor de Dom Quixote por Dulcineia, uma paixão que lhe dava coragem para enfrentar seus sonhos impossíveis, vencer o inimigo invencível, lutar quando seria tão fácil ceder. E, certamente, os versos de Vinícius também nos mostram que quem ama é atento e zeloso ao seu amor, desejante de vivê-lo em todos os instantes e espalhar seu canto em louvor ao ser amado.

Shakespeare, por sua vez, revela o amor em suas peças ao ressaltar que quando duas almas são sinceras amantes, nada as impedem de experimentar o amor. Mas quando os obstáculos surgem e o sentimento enfraquece, será que o amor...

O amor vira mundo, corre com o tempo, reveste o poeta e canta o esplendor de amar. Assim, vou terminar a coluna com a poética letra da música de Roberto Carlos: “Como é grande o meu amor por você”

 

Eu tenho tanto para te falar

Mas com palavras não sei dizer

Como é grande o meu amor por você

 

Não há nada pra comparar

Para poder lhe explicar

Como é grande o meu amor por você

 

Nem mesmo o céu e as estrelas

Nem mesmo o mar e o infinito

Nada é maior do que o meu amor

Nem mais bonito

 

Me desespero a procurar

Alguma forma de lhe falar

Como é grande o meu amor por você

 

Nunca se esqueça nenhum segundo

Que eu tenho o amor maior do mundo

Como é grande o meu amor por você

 

(...)

 

Nessa música, Dostoiévski e Roberto Carlos estão de mãos dadas!

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Ao Braguinha, meu carinhoso abraço!

terça-feira, 04 de março de 2025

Hoje, o friburguense vai se divertir, cantar e dançar. É terça-feira gorda, o último dia para soltar o espírito carnavalesco em qualquer lugar, que seja em casa, nas ruas ou no meio da natureza verde das matas. Então vou deixar com vocês duas músicas, cujas letras foram compostas por Braguinha (1907-2006) que eternizam essa festa folclórica. Acima de tudo, suas letras são românticas e encantadoras poesias.

Hoje, o friburguense vai se divertir, cantar e dançar. É terça-feira gorda, o último dia para soltar o espírito carnavalesco em qualquer lugar, que seja em casa, nas ruas ou no meio da natureza verde das matas. Então vou deixar com vocês duas músicas, cujas letras foram compostas por Braguinha (1907-2006) que eternizam essa festa folclórica. Acima de tudo, suas letras são românticas e encantadoras poesias.

Tive a sorte e o privilégio de ter conhecido Carlos Alberto Ferreira Braga ou João de Barro ou Braguinha nos últimos anos da sua vida quando passei uma tarde em seu apartamento, em Copacabana, ao lado da sua esposa, dona Astrea, do genro dele, o Jadyr, e do meu pai, que era o médico da família. Braguinha era um gênio da música. Quase centenário, tinha todos os acordes na cabeça, tamborilava os dedos e cantava suas músicas, movimentando sua cabeça com cadência e sorrindo. 

Ele é considerado o compositor de carreira mais longa no Brasil, com mais de 400 músicas gravadas, inclusive as infantis, como “Chapeuzinho Vermelho” e “A História da Baratinha”. Entretanto grande parte das suas composições são conhecidas e cantadas no carnaval.

As Pastorinhas

Braguinha (letra) e Noel Rosa (música) - 1933

A estrela d’alva

No céu desponta

E a lua anda tonta

Com tamanho esplendor

E as pastorinhas

Pra consolo da lua

Vão cantando na rua

Lindos versos de amor

Linda pastora

Morena da cor de Madalena

Tu não tens pena

De mim que vivo tonto com teu olhar

Linda criança

Tu não me sais da lembrança

Meu coração não se cansa

De sempre, sempre te amar

///////

Carinhoso

Braguinha, 1937, (letra) e Pixinguinha (música, composta 20 anos antes)

 

Meu coração, não sei por quê

Bate feliz quando te vê

E os meus olhos ficam sorrindo

E pelas ruas vão te seguindo

Mas mesmo assim foges de mim

Ah, se tu soubesses

Como sou tão carinhoso

E o muito, muito que te quero

E como é sincero meu amor

Eu sei que tu não fugirias mais de mim

Vem, vem, vem vem

Vem sentir o calor dos lábios meus

À procura dos teus

Vem matar esta paixão

Que me devora o coração

E só assim então serei feliz

Bem feliz

Aos leitores, meu carinhoso abraço!

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Os entrelaçamentos entre o carnaval e a literatura

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Nestas vésperas de carnaval, a literatura sai dos livros e se transforma em folia, envolvendo o povo numa festa que celebra a multiplicidade das expressões populares. Os desfiles são odes carnavalescas que exibem e cantam as tendências da época, exaltam personagens e mitos, reverenciam e criticam fatos relevantes do presente e do passado. O carnaval é um evento que supera a individualidade e exalta a unidade popular.

Nestas vésperas de carnaval, a literatura sai dos livros e se transforma em folia, envolvendo o povo numa festa que celebra a multiplicidade das expressões populares. Os desfiles são odes carnavalescas que exibem e cantam as tendências da época, exaltam personagens e mitos, reverenciam e criticam fatos relevantes do presente e do passado. O carnaval é um evento que supera a individualidade e exalta a unidade popular.

São dias de liberdade, esperados por cidadãos comuns, trabalhadores e famílias inteiras. Pessoas de todas as idades saem para brincar, assistir e participar dos desfiles das escolas de samba e da passagem dos blocos, aproveitar a festa em bailes e matinês. Nascido na Antiguidade, o carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses no século XVII. No Rio de Janeiro, recebeu influências africanas, manifestadas através do entrudo, alegre brincadeira em que um grupo jogava baldes de água, areia, farinha e limões no outro. Novas manifestações culturais foram introduzidas como o samba, as fantasias, as máscaras e as danças. Hoje é uma grande festa popular, sendo que o carnaval do Rio de Janeiro e o bloco Galo da Madrugada do Recife estão registrados no Guinness Book como os maiores eventos carnavalescos do mundo.

Todos se deixam levar pelo samba que nasceu na Bahia no século XIX. Contudo foi no Rio de Janeiro que desenvolveu o gênero musical que conhecemos na atualidade, que se espalhou pelas ruas da cidade. E, rapidamente, contaminou diversas outras, como a nossa Nova Friburgo.

O carnaval é a mistura das artes musicais, literárias, cênicas, da dança. Os temas, se culturais, artísticos e históricos, são contados e recriados pelas expressões carnavalescas materializadas nas folias. Produzidas com criatividade e trabalho em equipe e diversificadas, as escolas de samba não poupam esforços para fazer explodir o carnaval na avenida com seus sambas enredos, cujas letras se caracterizam pelo uso informal da Língua Portuguesa e compostas em estilo poético.

Na Avenida Alberto Braune, quatro escolas de samba do Grupo Especial, Imperatriz de Olaria, Unidos da Saudade, Alunos do Samba e Vilage no Samba, homenageiam a bela e instigante história da cidade, resultado da interação dos povos que participaram do seu desenvolvimento desde 1818.  Do Oriente ao Ocidente, a cultura de Nova Friburgo possui tradições oriundas de vários lugares, culturas que caracterizam o quotidiano da cidade e são, de diversas formas, exaltadas no carnaval, festa que colabora para que seu passado não seja levado pelo tempo, mas revivido com entusiasmo.

Ao compreendermos a literatura como a forma de expressão do pensamento e da cultura, bem como a arte de usar as palavras para refletir o mundo em suas experiências e saberes, podemos considerar as letras carnavalescas, se sambas enredos ou marchinhas, como formas genuínas de produção literária brasileira.

Que, neste ano de 2025, o carnaval chegue em Nova Friburgo cheio de brilho, purpurinas e serpentinas. Que contagie o povo com alegria e novas esperanças. 

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Simplicidade e sensibilidade

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Em 2003, fui convidada por Mônica Alvarenga, diretora de teatro, a adaptar, juntamente com ela, a lenda da mitologia indiana, “Cabeças Trocadas”, reescrita pelo autor alemão Thomas Mann. A lenda conta a história do triângulo amoroso entre Sita, a bela das cadeiras, e dois inseparáveis amigos: Shiridaman, descendente dos brâmanes, espiritualizado e versado nos Vedas, estudioso e conhecedor do ser humano; e Nanda, ferreiro e pastor de gado, trabalhador da terra, com belo e vigoroso corpo físico, semblante risonho e não se envolvia com assuntos intelectualizados. Ambos se apaixonam por Sita.

Em 2003, fui convidada por Mônica Alvarenga, diretora de teatro, a adaptar, juntamente com ela, a lenda da mitologia indiana, “Cabeças Trocadas”, reescrita pelo autor alemão Thomas Mann. A lenda conta a história do triângulo amoroso entre Sita, a bela das cadeiras, e dois inseparáveis amigos: Shiridaman, descendente dos brâmanes, espiritualizado e versado nos Vedas, estudioso e conhecedor do ser humano; e Nanda, ferreiro e pastor de gado, trabalhador da terra, com belo e vigoroso corpo físico, semblante risonho e não se envolvia com assuntos intelectualizados. Ambos se apaixonam por Sita.  O conflito cresce de tal modo que somente a deusa Kali consegue uma solução, e o final é surpreendente.

O que me motiva a trazer esta lenda ao jornal é a maneira de ser de Nanda. Não há dúvidas que a beleza do corpo físico sempre é um fator atraente aos olhos de um observador. Mas é a naturalidade dos sentimentos, a transparência das emoções, a simplicidade e a sensibilidade com que a vida é experimentada que me encantam. A narrativa mostra não ser necessário o conhecimento da filosofia, astronomia, a geometria ou dominar a gramática para lidar com o mundo e as coisas da vida. Nanda adquiriu o conhecimento de tudo o que precisava para viver bem e sobreviver às intempéries da natureza, lidar com as características das pessoas que o cercavam e ter boa vontade para colaborar, saberes que adquiriu na experiência diária. Um personagem sem espertezas nem segundas intenções, porém carregado de jovialidade e ingenuidade. Como estudei o texto com profundidade, concluí que quanto mais adquirimos conhecimentos, mais exigente ficamos com as circunstâncias e menos percebemos a simplicidade com que as situações se apresentam. Podemos, inclusive, deixar de notar questões relevantes que acabam passando despercebidas.

“Porque a poesia é a tolice que corre atrás da inteligência. Preciso dizer que vós, os inteligentes, complicais as coisas para pessoas como nós. A gente pensa que deve tornar-se inteligente, mas antes de consegui-lo, descobre que é melhor ficar novamente tolo.”

Na época em que estava fazendo a adaptação do texto, um amigo veio nos visitar e fiz alguns comentários a respeito. Ele me apontou para um canto do jardim e disse: “Olha aquela árvore, tem tanta vida que você nem imagina. Todas as vidas estão interagindo, cada ser produzindo a própria sobrevivência e de todos, há disputas e amor, há colaboração e superação. Há nascimentos e mortes. Quantas lutas uma borboleta teve para chegar à vida adulta, procriar e logo depois morrer? Temos o universo sob nossos olhos e não conseguimos percebê-lo em sua grandiosidade. Amanhã, se voltar a observar seu jardim, vai perceber folhas amareladas caídas no chão, formigas comendo novas folhas e usando outros caminhos para levá-las ao formigueiro. Haverá uma rama nascendo em algum lugar e vai escutar um piar de filhote de passarinho”.

Tenho uma amiga, Carla, que me lembra Nanda. Estive com ela neste final de semana e senti vontade de observá-la, escutá-la. Torná-la minha mestra para melhor perceber a simplicidade das coisas e aprimorar meu entendimento sobre a generosidade vida.

“A beleza da alma se traduz na simplicidade de ser”.

                                  Jairo Backes

 

“Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem”.

                        Clarice Lispector

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A qualidade literária

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Estava revendo textos que venho arquivando ao longo dos anos, uma coletânea elaborada por estudiosos em várias áreas das Ciências Humanas, resumos de palestras a que assisti e anotações decorrentes de reflexões pessoais. Folheando uma pasta e outra, me deparei com um tema que atrai minha atenção: a qualidade literária.

Estava revendo textos que venho arquivando ao longo dos anos, uma coletânea elaborada por estudiosos em várias áreas das Ciências Humanas, resumos de palestras a que assisti e anotações decorrentes de reflexões pessoais. Folheando uma pasta e outra, me deparei com um tema que atrai minha atenção: a qualidade literária.

Já participei de seminários que apresentavam o tema sobre diversos pontos de vista. Possivelmente essa questão tem recebido atenção de escritores, educadores, psicoterapeutas e outros profissionais porque, hoje, textos mal elaborados são veiculados e lidos por crianças e jovens. O que me preocupa posto que a literatura tem força para influenciar o leitor.

Faço questão de ressaltar que o livro é um produto de consumo que pode ser adquirido como qualquer outro, como um perfume ou um sapato. Pode ser comprado em sites, livrarias, nas estantes dos supermercados, bancas de jornais e em feiras literárias. Está submetido às leis da oferta e da procura do mercado consumidor e sujeito às competições sedutoras do marketing, que nunca perde!

A qualidade literária é um conceito subjetivo, individual e coletivo, uma vez que sua avaliação precisa considerar a dinâmica cultural que se estabelece em cada tempo e lugar. Seu julgamento não pode desconsiderar o respeito aos fatos da língua, em nosso caso, à Língua Portuguesa, a beleza e criatividade no emprego das palavras, bem como à originalidade do tema.

A obra literária de qualidade tem potencial para aprimorar a existência humana na medida em que o texto trata de questões relevantes à vida com sensibilidade, o que a torna relevante à formação do cidadão crítico, à compreensão do outro, ao entendimento dos povos e à apreensão dos valores culturais.

A obra literária de qualidade resulta de uma produção textual pensada, isto é, que considera a hierarquia temática, sintática e gramatical a quem se destina. Um texto para ser absorvido por crianças de oito anos emprega uma linguagem compatível com a faixa etária do leitor. Entretanto, um livro infantojuvenil de qualidade, como o “O Pequeno Príncipe”, pode ser lido por pessoas de qualquer idade.

O livro com qualidade literária além de ser uma proposta de leitura interessante, permanece vivo no tempo, como “Crime e castigo”, de Fiódor Dostoiévski, “A volta ao mundo em 80 dias”, de Júlio Verne, ou “Dom Casmurro”, de Machado de Assis.

Bons livros fazem sonhar, descortinam horizontes ao apresentar novas possibilidades ao leitor. Além do mais são fontes de prazer e boas companhias para os momentos de descanso e quando pouco ou nada se tem a fazer.

A alma do livro está enraizada na significação que oferece ao leitor. Ao ler, ele se vê na narrativa, sente a emoção dos personagens, enriquece seu modo de perceber a vida.

Acima de tudo, o livro de qualidade literária permite a comunicação entre os povos em tempos e lugares distintos.

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O Ó do borogodó!

terça-feira, 04 de fevereiro de 2025

Mais uma semana terminando, e a mente começa a procurar um novo tema a abordar. Essa é a sina do escritor: imaginar e produzir textos literários. Não lhe é permitido escrever qualquer coisa e de qualquer maneira. É uma rotina que beira ao delírio em que a imaginação tem de viajar sobre uma quantidade indeterminada de ideias, se concisas ou conflitantes, discordantes ou desajustadas. É um movimento em que tudo encontra sentido desde que a produção do texto seja concluída com qualidade.

Mais uma semana terminando, e a mente começa a procurar um novo tema a abordar. Essa é a sina do escritor: imaginar e produzir textos literários. Não lhe é permitido escrever qualquer coisa e de qualquer maneira. É uma rotina que beira ao delírio em que a imaginação tem de viajar sobre uma quantidade indeterminada de ideias, se concisas ou conflitantes, discordantes ou desajustadas. É um movimento em que tudo encontra sentido desde que a produção do texto seja concluída com qualidade. A sorte do escritor é que a literatura lhe oferece licenças, podendo, ele, inclusive, usar a pontuação aos seus critérios ou inventar palavras; brincar com a Língua Portuguesa e empregá-la com inventividade. Para tal é preciso conhecê-la com perfeita intimidade. 

Semelhante a qualquer outro momento da vida em que temos de preencher vazios, a página em branco ou a tela do computador iluminada, com apenas as marcações da página é o “Ó do borogodó!” Uma situação, ao mesmo tempo é atraente à imaginação — posto que o autor pode abrir suas asas e criar com liberdade — mas também repleta de instantes em que o escritor suspira e exclama: “E agora, José? E o pobre José, com a mão no queixo, responde com todas as incertezas do mundo: “É mole não...”

E o relógio corre destemido, sem olhar para trás a escutar “peraí!” ou “tô indo”, a súplica daquele que tem prazos e não sabe o que escrever, porém deseja produzir um texto que seja inteligente, atraente ao leitor e contenha valores humanos.

Hoje, resolvi, sem cerimônias falar deste momento inusitado quando todos nós (e não somente o escritor) desconhecemos qual o caminho que vamos seguir. E de que modo vamos fazê-lo: se vamos pegar um barco, um trem ou um avião; se vamos a pé, a nado ou de charrete. E superar os medos! O escritor precisa abrir suas caixas de receios e liberá-los como chaminés que soltam vapores em intensidades diferentes.

Às vezes, é possível que o leitor pense que o escritor não passe por momentos de indefinição essencial. Pois sim! Produzir um texto de qualidade é o mesmo que construir uma ponte sobre um rio caudaloso com cimento, tijolos, argamassa e milhões de outros etecéteras. Sim, senhor!, como dizia Alice, de Lewis Carroll, acima de tudo, o ato de imaginar é trabalhoso!

Vamos supor que na imaginação esteja a síntese da história de vida do escritor e das vidas de pessoas significativas a ele, dos lugares onde ele mora ou habitou, da herança familiar e genética, de todas as suas leituras e escutas. O imaginário guarda universos infinitos e distintos, visitados neste momento em que o “Ó do borogodó” é imperador. Se o imaginário é empobrecido, o texto não sai do lugar comum e não supera o banal.

E, agora, que superei a vergonha de mostrar minhas inseguranças, resolvo confessar ao meu leitor que não quero abordar um assunto que vá além das minhas fragilidades. E, falando delas, acabo escrevendo sobre este instante original e que o reitero como crucial.

Uau! Escrevi este texto numa tacada só, me sentindo à vontade para empregar expressões não usuais e encontrei bagagens interessantes nesse momento indesejado e carregado de incertezas. De certo, o não-saber pode ser o início da construção de novos saberes e identidades.

Aproveito e vou ler Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Lewis Carroll e James Joyce... 

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A literatura nos traz a vida dos mestres

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Passei a semana me sentindo lisonjeada com a crônica de Robério Canto intitulada “Imitando Tereza”, em que ele faz um singelo elogio à minha pessoa e ao meu trabalho de escritora. Nessa coluna ele se refere a um texto que publiquei no ano passado sobre as letras de músicas.

Passei a semana me sentindo lisonjeada com a crônica de Robério Canto intitulada “Imitando Tereza”, em que ele faz um singelo elogio à minha pessoa e ao meu trabalho de escritora. Nessa coluna ele se refere a um texto que publiquei no ano passado sobre as letras de músicas.

Ao pensar sobre o que escrever estava com a ideia da música em mente e escutava Noturne (Op. 9 N.2), de Frédéric Chopin (1810-1849), uma melodia suave e intensa, que nos faz viajar em suas notas e perder no tempo. Logo comecei a agradecer à literatura por nos trazer, para os dias de hoje e a qualquer tempo futuro, a vida dos grandes mestres que se destacaram em várias áreas da atividade humana. Inclusive, as biografias, os romances e os contos, permitem que outras expressões artísticas, como o cinema e o teatro, produzam suas obras.

Muitos artistas viveram poucos anos, porém tiveram tempo para construir obras que se eternizaram e superaram tendências e modismos. Infelizmente, hoje, não se cultiva, como se deveria, o legado que os mestres nos deixaram, como Chopin em seus 39 anos de vida.

Há uns dez anos quando fui à Varsóvia, capital da Polônia, visitei a casa de Chopin e assisti a um recital apresentado por dois pianistas. Ali, fazendo parte de uma plateia, em silêncio absoluto, tive a impressão de que estava no século XIX. Ainda não li sua biografia, um compositor que, nos poucos anos em que viveu, compôs sua imortalidade. Mas vou fazê-lo tão logo termine a coletânea que estou lendo, “Antes que o café esfrie”, do autor japonês, Toshikazu Kawaguchi.

De repente, uma ideia me assalta: tantos milhares de jovens têm seus potenciais mal explorados. Como, no início do século XIX, uma época, comparada com a de hoje, com tantas impossibilidades, amparou gênios? Será que na atualidade aqueles que se destacam irão ganhar semelhante imortalidade?

O que havia naquele tempo que hoje não temos? É uma questão a se pensar com seriedade, posto que a modernidade está aí cheia de Inteligências Artificiais, mundos virtuais, aviões, telefonia. Enfim, esses aparatos, inimagináveis há cem ou duzentos anos, acabam trazendo acomodações, ausências de necessidades e inspirações. Não posso deixar de ressaltar que apenas 12 alunos, dentre todos os participantes em todo o país, tiraram nota máxima em redação no Enem.

Mas, enfim, a literatura está aí para cutucar, ao mostrar a vida dos grandes mestres que não tinham computador nem celular e o principal meio de transporte eram cavalos.

Para finalizar saúdo Robério José Canto, grande amigo e mestre, que passou a vida ensinando ao Friburguense o nosso bem maior, a Língua Portuguesa.

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