Tereza Cristina Malcher Campitelli

Momentos Literários

Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.

24/08/2020

Nestes tempos pandêmicos de recolhimento, tenho tido a oportunidade de
mergulhar mais profundamente na literatura, como leitora, pesquisadora e
escritora. Tem-me sido um tempo de aprimoramento. Quando a vida da cidade
começou a retomar suas atividades, fui jantar num restaurante. Até comovida
pelo retorno à vida social, fiz questão de ficar apreciando o lugar. Embora já
conhecido, parecia que era a primeira vez que estava ali, tudo me era
novidade. Eu estava debutando.
Próximo à minha mesa, havia duas ocupadas por casais. Observando

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17/08/2020

O que me alentou nestes tempos pandêmicos foram os filmes que assisti em casa, a maioria na Netiflix, que oferece séries interessantes ao telespectador. Eu acabava de ver uma e começava outra. Tendo de ficar recolhida em casa, eu me dividia entre leituras e filmes. Redescobri assuntos que tinham ficado na minha infância, até mesmo num passado recente, como a astronomia e as aventuras. Busquei filmes de aventuras, estilo que há tempos não me interessava especialmente.

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10/08/2020

Lendo crônicas de vários autores, eu me deparei com duas publicadas no Jornal do Brasil há mais de cinquenta anos, que, para mim, são verdadeiros cursos literários neste estilo. A crônica, nas mãos de um hábil escritor, tem o poder de penetrar nos meandros da vida com tamanha competência que chega a tornar surpreendente o mais simples fato quotidiano.

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03/08/2020

Estava pensando, no início desta semana, que, nesta coluna, tenho abordado apenas alguns estilos, como o conto, a crônica e a poesia, ficando limitada a uma parte do universo literário. Hoje, vou me dedicar ao entrelaçamento entre as vozes da ciência e da literatura. 

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27/07/2020

Suponho que os poetas, repentinamente, sejam tomados pelos mais arrebatadores sentimentos ante os mínimos detalhes, não mais do que pormenores que compõem uma situação, não percebidos pela maioria das pessoas, como o orvalho que escorrega na folha da árvore e cai na calçada de cimento. Mas para o poeta, são de tal forma evidentes que passam a ocupar posição de destaque no ambiente, tornando-se relevantes ao mais simples olhar. Por ter tamanha sensibilidade, o compositor de versos não precisa de lentes de aumento, apenas de sentir-se vivo. Acordado.

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20/07/2020

Ninguém gosta de ser tomado pelo inesperado, que não tem a formalidade de chegar sem ironia. Sem avisos, costuma vir com abre-alas, cortejos e alegorias.

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13/07/2020

Este é o tempo em que as ideias correm soltas, o que nos possibilita buscar diferentes caminhos; a mente não se aquieta, vai com rapidez do real ao imaginário, saudável postura ante à pandemia que tanto nos recolhe e preocupa.

Querendo escrever sobre o momento em que vislumbramos o retorno à vida coletiva e produtiva, encontrei nas palavras de Fernando Pessoa expressões que explicam o que estamos vivenciando com lógica estonteante. Ah, o nosso eterno poeta, tão genial e sempre atual. Através dele podemos compreender melhor o mundo em qualquer época história. Ele é atemporal.

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06/07/2020

Ao ler alguns textos literários na semana passada, indicados pelo Clube de Leitura Vivências, como as poesias de Catherine Beltrão, contidas em seu livro, Poesias  Desnudas, editora In Média Res, 2020, e os contos de Marcelo Moutinho, reunidos no livro Ruas de Dentro, editora Record, 2020, tive uma impressão interessante: a vida não começa, nem termina com a literatura. A literatura decorre de um momento pinçado na dinâmica do acontecer, como a chuva que chega e vai, rega o solo e toca as vidas. Tocando-as, escuta suas vozes e sente seus gestos.

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29/06/2020

Hoje vou tratar de um tema que não tenho abordado aqui. Desconheço o motivo pelo qual pouco escrevi a respeito dos cachorros uma vez que possui farta literatura sobre estes seres especialíssimos, como dizia José Dias, em Dom Casmurro. Alguns livros estiveram sob meus olhos, como Marley e Eu, de John Grogan; Caninos brancos, de Jack London; Os Colegas, de Lygia Bojunga. 

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22/06/2020

Na quietude destes dias pandêmicos, tenho voltado ao passado. Andei passeando pela adolescência, época de grandes questionamentos, quando busquei a verdade em tudo. Como na oficina literária virtual que estou fazendo, para melhor dizer, reencontrando meus amigos de escrita com os quais convivi por mais de dez anos, decidimos escrever esta semana sobre a verdade. Ah, como este momento está cheio de magia! Tanto é que estou lendo O Universo Numa Caixa de Nós, de Stephen Hawking. Suspeitei que poderia encontrar algum fundamento na física e na matemática, e não estava enganada

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