A coluna da semana anterior, baseada no texto “O Espelho”, de Guimarães Rosa, contido no livro “Primeiras Estórias”, foi-me intensa, mais ainda pela leitura do livro “As Meninas”, de Lygia Fagundes Teles, no Clube de Leitura Vivências. As leituras me causaram quase um transtorno quando uma ideia me rondou a semana, instigando-me a refletir e a pesquisar sobre rostos. Meu travesseiro sabe disso...
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
Já disseram que aquilo que não está na Bíblia, está em Shakespeare. Eu
acrescentaria que também está em Guimarães Rosa. No seu conto-crônica, “O
Espelho”, contido no livro “Primeiras Estórias”, editora Nova Fronteira, Rosa revela a
maestria de escritor e filósofo através das reflexões a respeito do que o espelho pode
ou não mostrar a quem se posiciona diante dele. Sua inteligência e domínio da Língua
Portuguesa constroem um texto raro, capaz de desvendar almas. Ah, a alma do
Uma amiga, Mariane Vieira, doutoranda da USP, na área de História da
Educação, me procurou, esta semana, para saber como poderia fazer uma
pesquisa no jornal “A Voz da Serra” para obter dados importantes ao curso que
realiza. Seu contato me fez pensar na riqueza do jornal, enquanto fonte de
pesquisa da história local.
Mais uma vez, nesta coluna, faço questão de ressaltar que o jornalismo e
a pesquisa histórica são estilos literários imprescindíveis ao desenvolvimento
político, social, cultural e humano. Os textos oriundos dessas áreas, quando
Esta coluna vai me respaldar para escrever a quarta capa do livro de uma
amiga e escritora que me presenteou com esta oportunidade. O convite para
participar de uma obra literária é uma reverência ao convidado, um
reconhecimento às suas qualidades literárias e pessoais. Não são seus belos
olhos, muito menos seu agradável sorriso que vão fundamentar o delicado
convite, mas os valores e as capacidades literárias que ele desenvolveu a
longo do tempo com esforços e dedicação.
***
Faz algum tempo que gostaria de escrever sobre a violência contra a
mulher, tema delicado, doloroso de ser tocado, triste realidade que atinge a
pessoa do sexo feminino. A decisão de fazê-lo foi motivada pelo artigo
“Percepções de Mulheres a Respeito do Estupro Marital”, escrito pela minha
amiga de oficina literária, a jornalista Juliana Maria Lanzarini, que foi aprovado
para o 1º. Congresso CRIM/UFMG: Gênero, Femininos e Violência. Como
também pelas Oficinas de Formação para Apoio a Mulheres em Situação de
Fake News viraram moda. Viralizaram. Tornaram-se espalhafatosas fantasias na
Internet. Vestiram-se das mais estranhas notícias e comentários para ganhar mundo.
Fizeram-se a voz da mentira. Utilizaram-se da literatura para desfilar através de
mensagens ou reportagens. Ganharam as luzes negras das intenções maldosas.
Fake News possuem a cor da imprensa marrom que, intencionalmente, têm a
finalidade de lançar falsas notícias, disseminar boatos e desinformar. Para
conquistarem espaço na mídia e adquirirem força de convencimento, nutrem-se dos
Na semana passada, no Clube de Leitura Vivências, organizado por
Márcia Lobosco, quando debatíamos questões emergentes da leitura do livro
Quase Memória, de Carlos Heitor Cony, surgiu um tema que ainda não tinha
parado para refletir: as diferenças entre a mentira e a fantasia.
Estamos situados na realidade concreta, porém a percebemos de modo
subjetivo. A realidade não é tomada tal como é, mas interpretada, o que nos
oferece uma compreensão particular dos fatos. Lembro-me da carta do escritor
O poeta precisa de liberdade para observar a vida e inspirar-se. Aqui, a poesia paira sobre a cidade; sempre e em algum lugar há alguém a reverenciando.
Ferreira Goulart disse que a poesia nasce do espanto. Da realidade que se desnuda repentinamente, causando no poeta um sentimento que o toca no mais profundo de si, fazendo com que as palavras, não mais do que pedaços de emoções, cheguem tortas ao seu imaginário. Porém, tornam-se perfeitas quando as coloca num poema.
Quem já não fez um poema?
Quem não se espanta?
Ah, o vivente precisa de poesia!
A capa do livro faz parte do projeto de criação literária, e cada edição geralmente tem uma própria. É uma interpretação sintética da obra, uma forma de apresentar o texto que leva em conta as principais características da construção literária. É um abre-alas, uma apresentação sedutora em que cada detalhe tem sentido, como a ilustração, as cores, a fonte e os tamanhos de letra utilizados. Expressa os esforços criativos do ilustrador e de todos os envolvidos no projeto, que pretendem apresentar um livro irresistível ao leitor, capaz de tocar seus sentidos e estimular suas emoções.
A Academia Friburguense de Letras está abrindo vagas para novos membros efetivos do seu quadro de acadêmicos e do seu Anexo Jovem. A abertura foi adiada desde o primeiro semestre de 2020 por conta da Pandemia causada pelo Covid 19. Agora, na esperança de retorno às atividades, dá um passo efetivo ao retorno à vida acadêmica.