Ao ler o romance “O Lugar do Outro, de Janimary Guerra PeccI, nossa escritora friburguense, fui transportada aos bancos da universidade quando me especializava em Orientação Educacional, finalizando o curso de Pedagogia. Um dos suportes teóricos da formação foi a obra de Karl Rogers, psicólogo americano, que escreveu a respeito do processo terapêutico centrado na pessoa. Mantive seu livro, “Tornar-se Pessoa”, por um longo tempo sob meus olhos, uma vez que além de estudá-lo, fiquei sensibilizada com suas ideias.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Tereza Cristina Malcher Campitelli
Momentos Literários
Tereza Malcher é mestre em educação pela PUC-Rio, escritora de livros infantojuvenis e ganhadora, em 2014, do Prêmio OFF Flip de Literatura.
As oficinas literárias sempre nos oferecem temas para escrever. Nesta semana, Pablo, um amigo de oficina de escrita literária, me deu um motivo para elaborar minha coluna semanal. Mais um. Há poucas semanas, ele havia me enviado o texto “O Poeta e o Fantasiar”, de Freud, escrito em 1908. Ao ler, fiquei instigada em escrever a respeito e elaborei o texto “Beijo de Cetim”.
A cada instante um tema me incita a escrever esta coluna semanal. Talvez, por isso, não seja repetitiva nas ideias e na construção delas. Ontem, arrumando minha estante de livros e folheando-os, comecei a pensar na energia que move a equipe que produz o livro, já que é resultado de um trabalho criativo realizado por diferentes profissionais, que se utilizam de conhecimentos e habilidades especializados, investem tempo e energias numa produção literária.
Ao produzir textos em literatura infantil, o escritor deve considerar, em primeira instância, a idade do leitor para o qual está escrevendo. É um cuidado especial, uma vez que o pensamento infantil se transforma na medida em que a criança cresce. Os processos evolutivos da construção do pensamento estão fundamentados na dialética sentir, pensar e agir, bem como na experiência quotidiana e individual.
Posso dizer? O escritor tem direito a um dia de preguiça. Sim, senhor! Não é
certo sentir-se culpado por não se sentar à frente de uma folha de papel diariamente e
escrever suas ideias, histórias ou até mesmo devaneios. Mas tem um momento, posso
confessar, que é de todo o seu direito, terminar o dia sem nada escrever. Nenhuma
palavra, sequer rabiscos. É natural que por algumas horas fique cansado de suas frases
e queira perambular que nem as nuvens brancas no céu. Rubem Braga, cronista
Há sete semanas, escrevi a coluna “As Estranhezas dos Novos Tempos” em que abordei o fato de uma prima ter falecido, e, sua filha, levado as cinzas da mãe para casa, tendo a finalidade de esperar o momento propício para lançá-las em algum lugar ao lado de pessoas da família, que moram em outros estados. Em tempos de pandemia este momento pode demorar meses.
As oficinas literárias suscitam questões a serem pesquisadas e refletidas.
Nosso grupo se propôs a escrever contos infantis e houve, antes do encontro,
troca de textos para leitura crítica e apresentação de sugestões entre os
participantes. Recebi um que tratava da expressão “era uma vez”. Entrei em
contato com Marisa Maia, escritora e contadora de histórias da região serrana
de Nova Friburgo e recebi um presente: a aula de uma mestra.
“Era uma vez”, expressão tradicional, usada desde o século XIV, é
Nosso calendário cuida das datas simbólicas durante o ano, e, no mês de
junho, comemoramos o Dia dos Namorados, dia em que os apaixonados saem
de mãos dadas sob as estrelas e o luar.
A literatura comemora o amor entre amantes durante o ano inteiro, ao
oferecer ao mundo romances como O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald,
Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel Garcia Marques, Diário de uma
Paixão, de Nicholas Sparks, e de milhares de outras belas e intensas histórias.
As poesias inundam o amor com doçura, como Cisnes, de Julio Salusse,
Esta semana participei de uma discussão inédita no Clube Clássicos da Literatura, idealizado e coordenado por Márcia Lobosco, quando avaliávamos as repercussões que a leitura fez na vida da personagem Emma, da obra Madame Bovary, de Gustave Flaubert(*): será que a literatura pode prejudicar o leitor?
Confesso que fiquei tomada pela pergunta ao longo da noite. Até agora, dois dias depois, para dizer a verdade. Sempre me detive nos aspectos positivos da literatura. Mas será que, por alguma razão, ela pode não fazer bem?
A ciência e a literatura são áreas antagônicas que se encontram desde a Antiguidade. A literatura, enquanto cuidadora do emprego das palavras e versátil no uso da linguagem, foi usada pelos três grandes campos do conhecimento científico, os das ciências humanas, biológicas e exatas, como comunicação das descobertas, teorias, princípios e relações observados e constatados. Nesta relação, coube à literatura cuidar da preservação da neutralidade, da isenção de opiniões e posicionamentos ideológicos.