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Não é Johnny Mathis, mas é Johnny Maycon
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Trata-se apenas de uma comparação, pois o primeiro um cantor famoso na década de 1960, tem muito a ver com a carreira meteórica do prefeito eleito, em Nova Friburgo, no último domingo, 15. O cantor lançou seu primeiro álbum, nos Estados Unidos, no ano de 1956 e em 1957, após sua aparição no show de Ed Sulivan, ficou célebre e sua carreira deslanchou, aos 32 anos de idade.
Johnny Maycon (Partido Republicanos) é o novo prefeito de Nova Friburgo. A confirmação se deu às 22h50 do último domingo, após quase seis horas de muita tensão e expectativa decorrentes de um processo de apuração e divulgação sensivelmente mais lento do que em eleições anteriores. Johnny tem 35 anos e é engenheiro mecânico formado pela Uerj. Ele foi eleito em 2016 como vereador e cumpre o primeiro mandato no Legislativo. Portanto, em pouquíssimo tempo atinge o mais alto grau da política friburguense e, consolida uma tendência atual que é a de sacudir o bolor de velhos caciques e apostar no sangue novo, não comprometido ainda com o que a de pior na política brasileira.
No Facebook colhi algumas informações como a de que como vereador, Johnny foi presidente da Comissão Especial que reformulou a Lei Orgânica do Município após quase três décadas. Foi presidente da CPI que apontou fraude e superfaturamento superior a R$ 1 milhão na prestação do serviço de alimentação do Hospital Municipal Raul Sertã. Realizou inúmeras denúncias de corrupção da gestão pública municipal tendo por duas vezes culminado em operações da PF. Apresentou vários projetos que visam combater o sistema, gerar benefícios à população e dar transparência aos atos da administração pública municipal.
Aliás, é o que se espera de todo homem público, seja qual o cargo que ocupar. É também membro da Igreja do Evangelho Quadrangular onde exerceu o cargo de secretário regional de Missões e coordenador regional de Jovens; foi ordenado pastor e é professor do Instituto Teológico.
Não resta a menor dúvida de que, em princípio, o novo prefeito tem tudo para acertar e, quem sabe, dar a essa cidade um chefe de governo que há muito tempo não vemos sentado na cadeira principal do Palácio Barão de Nova Friburgo. O único senão, opinião minha e que posso mudar se me mostrarem que estou errado, é que no meu ponto de vista, não se mistura religião com política, pois ambos são diametralmente opostos, já que a primeira trata dos aspectos espirituais do ser humano e a segunda, lida com a materialidade da vida terrena. Mas, é claro quem uma pessoa inteligente e que esteja imbuída de prestar um bom serviço à comunidade, saberá separar com transparência uma coisa da outra.
Johnny eu não lhe conheço, mas desejo que ao ser empossado prefeito de Nova Friburgo, para o quatriênio 2021-2024, você seja um diferencial na vida política de nossa cidade, pois pior do que a atual administração, uma das mais desastradas dos últimos tempos, acredito que a sua não será. Renato Bravo foi hors concours, basta ver o índice de rejeição que os eleitores lhe reservaram, com seus pífios 3.540 votos, 3,70% do total, abaixo dos nulos que foram 3,87%.
Sua missão não será fácil, pois há muito a fazer numa cidade esburacada, mal conservada, mal iluminada, com um funcionalismo mal remunerado, jogada às traças, mesmo. O pior é que como 2020 foi um ano terrível, em que muitos empresários faliram e muitas lojas fecharam suas portas, a arrecadação será menor, mas os encargos continuarão e haja criatividade para honrá-los.
Não fui seu eleitor, mas como friburguense de coração torço para que a sua administração seja um diferencial e deixe claro que a renovação na política, seja aonde for, é uma questão de sobrevivência e de arejamento para uma classe que ano a ano perde a confiança dos eleitores. Mesmo se levarmos em conta a pandemia atual, o índice de abstenção e de votos nulos, da eleição que se finda, no estado do Rio de Janeiro, foi uma das maiores dos últimos tempos.
Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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