Blog de maxwolosker_18841

Dráuzio Varela se expõe ao ridículo

quarta-feira, 11 de março de 2020

Ridículo o espetáculo grotesco e de mau gosto patrocinado pela “Vênus de Lata” no seu carro chefe de domingo, o Fantástico. Rafael Tadeu de Oliveira Santos, o Suzy, foi preso e condenado a 36 anos de cadeia, após estuprar e matar um menino de nove anos, Fábio dos Santos Lemos, morador da zona leste da capital paulista. O mais grave é que Suzy era amigo da família do menino.

Ridículo o espetáculo grotesco e de mau gosto patrocinado pela “Vênus de Lata” no seu carro chefe de domingo, o Fantástico. Rafael Tadeu de Oliveira Santos, o Suzy, foi preso e condenado a 36 anos de cadeia, após estuprar e matar um menino de nove anos, Fábio dos Santos Lemos, morador da zona leste da capital paulista. O mais grave é que Suzy era amigo da família do menino.

Eis que no malfadado programa do último domingo, 8, o médico Dráuzio Varela, travestido de repórter, resolveu fazer uma entrevista com o criminoso. O objetivo era mostrar a solidão em que vivem esses tipos de condenados, pois se deixados no convívio com os presos comuns, são executados, de acordo com a “lei” que impera nas cadeias. E, para cúmulo do absurdo, ao fim do relato de Rafael, Dráuzio emocionado, deu um abraço nessa verdadeira fera humana. Ridículo e como diria Boris Casoy, uma vergonha.

Esse triste episódio mostra o porquê dos sindicatos dos jornalistas lutarem pela dignidade da profissão, pois o risco de picaretas não acostumados ao meio, cometerem idiotices, é muito grande. Se Dráuzio tivesse sido formado, também, em Comunicação Social, mesmo apresentando uma matéria que lhe tivesse sido imposta, estudaria o perfil do entrevistado, exatamente para não se expor ao ridículo e transformar os telespectadores em vítimas de uma farsa.

De sã consciência nenhum jornalista de formação, faria qualquer matéria sem antes obter informações sobre os fatos acontecidos, quando, como e por que. Se tivesse feito isso, veria que Suzy tinha uma ficha criminal extensa, inclusive com vários relatos de estupros a menores. Uma tia dele, entrevistada pelo Jornal da Cidade online informou que desde os 12 anos, Rafael roubava, inclusive com arma, usava maconha e abusava de uma criança de três anos. Fugiu da casa da tia para não ser morto pelos pais da criança e se escondeu na casa de um irmão, onde tentou estuprar o sobrinho. Um pedófilo psicopata desde o início da adolescência. Ou seja, jamais seria motivo para participar de um programa que se diz sério.

Essa velha postura da Globo de tentar defender bandidos não vem de hoje, mas um médico, escritor com vários livros que tiveram uma tiragem acima da média, deveria salvaguardar sua imagem e ter sempre em mente a norma de cada macaco no seu galho. O pior, é que reabriu uma ferida que jamais cicatrizará no coração da família e não teve, sequer, uma palavra de consolo para com os pais da criança cruelmente assassinada.

O mínimo que Dráuzio tem a fazer, a partir de agora, é procurar a família do garoto Fábio e, longe das câmeras e holofotes pedir desculpas sinceras pela mancada que foi dada. Depois, seria esquecer o sensacionalismo barato e apresentar temas médicos de interesse para a população, no que concerne ao significado da doença, aos sintomas, ao tratamento, às complicações e, principalmente, à prevenção. Você estaria prestando um serviço muito mais digno e útil, colocando a serviço do telespectador toda sua bagagem advinda dos bancos da faculdade de medicina.

Jornalismo é coisa séria, deixe-o para quem sabe fazer, aqueles que como você fez medicina, e frequentaram uma faculdade de Comunicação Social.

 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Botafogo perde Valdir Espinosa, seu grande comandante de 1989

quinta-feira, 05 de março de 2020

A semana que passou foi de tristeza para a torcida do Botafogo, pega de surpresa com a morte de Valdir Espinosa, no último dia 27. Ele foi o grande comandante do título de campeão carioca de 1989, colocando fim a um jejum de 21 anos, com o grito de “É campeão” entalado na garganta do torcedor botafoguense. E, no último domingo, 1º, antes do jogo Botafogo e Boa Vista, no estádio Nilton Santos, vimos uma cena emocionante: o minuto de silêncio, em sua homenagem, foi total, capaz de se ouvir um mosquito voando.

A semana que passou foi de tristeza para a torcida do Botafogo, pega de surpresa com a morte de Valdir Espinosa, no último dia 27. Ele foi o grande comandante do título de campeão carioca de 1989, colocando fim a um jejum de 21 anos, com o grito de “É campeão” entalado na garganta do torcedor botafoguense. E, no último domingo, 1º, antes do jogo Botafogo e Boa Vista, no estádio Nilton Santos, vimos uma cena emocionante: o minuto de silêncio, em sua homenagem, foi total, capaz de se ouvir um mosquito voando. E vejam bem, o saudoso Nelson Rodrigues já dizia que no Brasil, até o minuto de silêncio é passível de vaias.

Sua última passagem pelo glorioso foi breve, pois seu contrato como gerente de futebol durou pouco mais de dois meses; mesmo assim, ele foi responsável pela chegada do atual treinador, Paulo Autuori, campeão brasileiro com o Botafogo, em 1995. Nele a torcida deposita a confiança de que dias melhores virão, nesse 2020.

Conheci Espinosa, aqui em Friburgo, em junho de 1989, quando a delegação do Botafogo veio se preparar para o segundo jogo, contra o Flamengo, que indicaria o campeão, já que o primeiro jogo tinha sido 0 a 0 e o rubro negro jogaria pelo empate. Nessa época, eu trabalhava no Sesi e como a concentração era no antigo hotel Olifas, fui até lá e conversei com ele, dizendo que nós tínhamos, já naquela época, um serviço radiológico e um laboratório de qualidade e que a delegação poderia usar em caso de necessidade. Isso foi numa segunda-feira e no dia seguinte, eu e o saudoso dr. Chevrand estivemos com ele, no Friburguense que tinha colocado suas instalações à disposição do Botafogo.

Muito educado, bom de papo, querido e respeitado pelos jogadores, Espinosa me passou a convicção de que nosso jejum terminaria naquela noite de 21 de junho de 1989. Ainda brinquei com Chevrand, dizendo que ele deveria reforçar seu estoque de fogos. Aliás, essa era uma característica dele, que soltava rojões sempre que o glorioso marcava um gol ou que o Flamengo sofria um gol. Maurício, nosso ponta direita estava na banheira térmica, tentando se recuperar de uma contusão e com febre, consequência de uma gripe. A preocupação era grande, pois nosso ponteiro era uma figura de peso naquela equipe.

Numa quarta feira à noite, no vestiário do Maracanã, Maurício disse para Valdir Espinosa que não tinha condições de entrar em campo. E aí entrou o dedo do grande comandante ao dizer que havia sonhado com a vitória e que o gol tinha sido dele. Maurício foi para o jogo e ao final de primeiro tempo, com um terrível placar de 0 a 0, ele disse que não voltaria para o segundo tempo. Aí, Espinosa reforçou que ele deveria voltar e seria substituído aos 20 minutos de jogo. Precisamente, aos 12 do segundo tempo, Mazolinha recebeu um passe na lateral esquerda, próximo da grande área e cruzou em direção de Maurício que só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes. Era o gol do tão sonhado título, que lavou a alma dos botafoguenses. Faltavam poucos segundos para o jogo terminar e os repórteres já o cumprimentavam pelo título, quando ele olhou para o placar luminoso e disse: só comemorarei quando aparecer a frase “É campeão”. E assim foi feito.

Terminado o jogo Maurício disse para Espinosa que o sonho do treinador tinha se realizado, e recebeu como resposta que não tinha havido sonho nenhum, pois ele estava tão nervoso, que passara a noite em claro. Mas, ali nascia a paixão de Valdir Espinosa pelo time da estrela solitária e sua volta, 31 anos depois para encerrar sua carreira, agora como gerente de futebol do Botafogo.

Seu velório ocorreu no salão nobre, da sede de General Severiano, onde ele recebeu as últimas homenagens de dirigentes, antigos comandados, jogadores do elenco atual e da apaixonada torcida botafoguense que sempre o teve na mais alta estima.

Descanse em paz, nosso grande comandante. A homenagem prestada pelos torcedores no último domingo, 1º, foi algo de emocionar, de arrepiar.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O Brasil, infelizmente, entra na lista da infecção pelo corona vírus

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Apesar de ser uma terra abençoada por Deus, na terça-feira, 25, o Brasil registrou seu primeiro caso de infecção por corona vírus. Trata-se de um brasileiro que estava na Itália, a trabalho e já desceu do avião com os sintomas característicos da doença, a saber, febre, irritação na garganta e tosse, coriza, dificuldades para respirar, aliás, em tudo semelhante a uma gripe comum. Mas, o diferencial é a frequência das infecções do trato respiratório baixo, com o aparecimento das pneumonias, casos mais graves e que podem levar à morte.

Apesar de ser uma terra abençoada por Deus, na terça-feira, 25, o Brasil registrou seu primeiro caso de infecção por corona vírus. Trata-se de um brasileiro que estava na Itália, a trabalho e já desceu do avião com os sintomas característicos da doença, a saber, febre, irritação na garganta e tosse, coriza, dificuldades para respirar, aliás, em tudo semelhante a uma gripe comum. Mas, o diferencial é a frequência das infecções do trato respiratório baixo, com o aparecimento das pneumonias, casos mais graves e que podem levar à morte.

O brasileiro em questão veio da Lombardia, região norte da Itália, país que está registrando um grande surto da doença. Com a intensificação de seus sintomas, ele procurou o hospital israelita Albert Einstein, na capital paulista e os testes foram positivos para o SARS-CoV-2 (novo corona vírus). Apesar da positividade inicial foi feita uma contra prova, no Instituto Adolf Lutz, que confirmou, na quarta feira 26, tratar-se de uma infecção pelo novo vírus.

De acordo com a nota do Ministério da Saúde, o corona vírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente, denominado SARS-CoV-2) foi descoberto em 31 de dezembro de 2019 após casos registrados na China, mais especificamente na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, considerado o foco inicial da doença chamada de novo corona vírus (COVID-19).

Eles foram isolados pela primeira vez, em humanos, em 1937, no entanto, só em 1965 surgiu a denominação atual do vírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa. A maioria das pessoas se infecta com os corona vírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a contraírem suas tipagens mais comuns, o alpha corona vírus 229E e NL63 e beta corona vírus OC43, HKU1.

As investigações sobre as formas de transmissão ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo. Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de um metro) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposto à infecção.

Apesar disso, a transmissão do corona vírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

O período médio de incubação desses vírus é de cinco dias, com intervalos que podem se estender até 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde o contato inicial.

Talvez, o fato de só agora o Brasil estar sofrendo os efeitos dessa verdadeira pandemia, seja pelas condições climáticas, pois aqui no hemisfério sul, estamos no verão e as pessoas ficam mais fora de casa. Já no hemisfério norte é inverno, com temperaturas baixas o que obriga as pessoas a ficarem confinadas em ambientes fechados, propiciando uma maior propagação da contaminação.

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo corona vírus. Entre elas estão: lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool. Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Evitar contato próximo com pessoas contaminadas. Ficar em casa quando estiver doente. Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo. Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção). Como o carnaval já terminou, onde a concentração de pessoas é muito grande em função da frequência a blocos de rua, desfiles das escolas de samba e muita gente nas arquibancadas, e não foi registrado nenhum caso da infecção, é torcer para que esse caso de São Paulo seja um fato isolado. No entanto, as autoridades devem rastrear passageiros e tripulação desse voo que chegou em Guarulhos, pois o risco de novos casos é grande. O resto é torcer para que seja mesmo um caso isolado.

Aos primeiros sintomas, a pessoa deve procurar imediatamente um serviço de saúde, pois tratamento precoce é fundamental para um pronto restabelecimento.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Voltando do paraíso

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Conforme escrevi na minha coluna anterior meus 70 anos foram comemorados em Fernando de Noronha. Na realidade fui conferir o fato de ser esse arquipélago brasileiro rotulado de paraíso, seria isso verdadeiro? Afinal, como já estou mais para lá do que para cá é sempre bom ter contato com a terra prometida e saber como ela é.

Conforme escrevi na minha coluna anterior meus 70 anos foram comemorados em Fernando de Noronha. Na realidade fui conferir o fato de ser esse arquipélago brasileiro rotulado de paraíso, seria isso verdadeiro? Afinal, como já estou mais para lá do que para cá é sempre bom ter contato com a terra prometida e saber como ela é.

Eu e minha esposa voltamos encantados com o que vimos, pois nesse arquipélago onde se respira natureza, essa foi generosa e dotou o local de praias e de uma fauna marinha que são verdadeiro colírio para os olhos. Mas, faço a ressalva de que o lugar é maravilhoso para aqueles que curtem a natureza, pois tirando o mar e as caminhadas pelas trilhas da ilha, resta pouco a fazer. Com relação à gastronomia, existem vários restaurantes de qualidade, com preços salgados, pois o local mais próximo de Noronha é a cidade de Natal, a 360 quilômetros da ilha. E aqui uma correção porque no artigo anterior citei Recife como a cidade litorânea mais próxima, e na realidade ela está a 500 quilômetros de distância e não 350, conforme foi publicado. Assim, todo o transporte de mercadorias é feito ou por avião ou navio. Isso encarece os produtos, daí em Noronha tudo ser mais caro.

É interessante ir uma primeira vez para se ter ideia do que vamos encontrar e voltar uma segunda, para melhor curtir. Por exemplo, fizemos dois passeios, um de barco e um chamado ilha tour, que se vai de carro e se faz um circuito de toda a ilha, visitando as principais praias. Gastamos R$ 1 mil, no entanto, se tivéssemos alugado um bugre, por quatro dias, teríamos gasto essa mesma quantia e visitado as mesmas praias, podendo voltar quantas vezes quiséssemos. Claro que como muitas delas estão dentro do parque nacional, tivemos de comprar um passe de duração de dez dias, que sai a R$ 110 para turistas brasileiros e R$ 190, para estrangeiros. Por termos mais de 60 anos, a carteirinha saiu de graça. No entanto, a taxa de estadia de R$ 70 por dia não tem escapatória.

Essa taxa se explica em virtude de Noronha não ter água a não ser aquela das chuvas que são recolhidas em açudes e da dessalinização. Além disso, a energia vem da produção de uma usina movida a óleo diesel, cujo preço do quilowatt é muito mais caro. O saneamento é muito bem feito, afinal são só cinco mil habitantes, com uma estação de tratamento, sendo o material tratado lançado numa praia sem acesso ao público e na parte externa, aquela que dá para o mar aberto, ou seja para o continente africano.

Só existem duas maneiras de se tornar ilhéu, ou sendo contratado para trabalhar e aí o patrão tem de dar alojamento, alimentação e fica responsável direto pelo cidadão. A outra é se casando com um/uma habitante regular. Após 30 anos na ilha, o cidadão tem direito de solicitar um terreno ao estado de Pernambuco, proprietário do território desde 1988, e construir sua própria casa, além de receber o certificado de residente. Antes esse prazo era de dez anos. No entanto, isso não impede que moradores atuais arrendem seus imóveis, daí o número elevado de pousadas em Noronha.

A construção em alvenaria é cara, pois tudo vem do continente e um milheiro de tijolos chega a custar R$ 3 mil; daí que estão surgindo muitas construções pré-fabricadas em madeira ou em containers. Fernando de Noronha tem um administrador escolhido pelo Governo do Estado de Pernambuco (é o único distrito brasileiro que pertence ao estado e não a um município), mas que não mora necessariamente na ilha. Isso é ruim, pois a conservação dos vários núcleos habitacionais deixa muito a desejar. Nossa pousada, aliás, era excelente e com uma equipe de primeira, a Pedras Secas, fica na Vila dos Remédios, a principal.

Deu-me vontade de trabalhar lá, como médico voluntário, pois isso não é difícil e eu teria direito a alojamento e alimentação, mas a temperatura constante de 30 graus durante o dia e 26 à noite faz com que o ar condicionado e a água para beber sejam os bens mais disputados do arquipélago. Tô fora.

Seus moradores regulares têm alguns privilégios, entre eles o da passagem gratuita de avião para Recife. Além do mais, as gestantes a partir do sétimo mês recebem uma moradia (hotel), em Recife, pois desde o final dos anos 90 não nasce mais ninguém na ilha, apesar de constar na certidão de nascimento que o bebê é natural de Fernando de Noronha. Assim não se corre o risco de complicações durante ou no pós parto.

Valeu a pena e uma visita a Fernando de Noronha é uma escolha e tanto.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Meu presente de aniversário

quarta-feira, 05 de fevereiro de 2020

Marquei uma viagem para a ilha de Fernando de Noronha, onde ficarei por uma semana, de hoje, 5, ao próximo dia 12. Essa viagem tem um significado muito especial para mim, pois foi marcada para comemorar a chegada de mais uma primavera, ou seria outono, já que na sexta-feira, 7, completarei 70 anos. Ao invés de fazer uma festa, optei por uma viagem e a opção por Noronha foi pelo fato de muitos dizerem que se o paraíso existe, e ele seria esta ilha. Como já estou próximo dele, seria uma boa ocasião de conferir e testar sua existência.

Marquei uma viagem para a ilha de Fernando de Noronha, onde ficarei por uma semana, de hoje, 5, ao próximo dia 12. Essa viagem tem um significado muito especial para mim, pois foi marcada para comemorar a chegada de mais uma primavera, ou seria outono, já que na sexta-feira, 7, completarei 70 anos. Ao invés de fazer uma festa, optei por uma viagem e a opção por Noronha foi pelo fato de muitos dizerem que se o paraíso existe, e ele seria esta ilha. Como já estou próximo dele, seria uma boa ocasião de conferir e testar sua existência.

Jamais pensei em chegar nesse estágio da vida, ainda mais levando-se em consideração a minha história familiar de doenças cardíacas; meu pai morreu aos 46 anos, vítima de um enfarte fulminante e minha mãe, enfartou recentemente, quando sua função cardíaca ficou reduzida aos 50% do desejável, apesar de já estar com 96 anos. Outros parentes próximos seguiram o mesmo destino, daí que considero uma vitória festejar meus 70 anos, com disposição para viajar e, principalmente, para fazer um turismo ecológico, já que em Fernando de Noronha respira-se natureza de manhã à noite.

Por isso, não carregarei comigo meu instrumento de trabalho, o computador, pois vai ser pouco utilizado e é um peso desnecessário para poucos dias de ausência. Assim, minha coluna sofrerá uma interrupção de dez dias, mas a próxima, com certeza, virá com um relato de nossa aventura e dos fatos pitorescos que encontraremos nesse território brasileiro, distante 350 quilômetros da costa, a partir de Recife.

Ao contrário da Ilha Grande, no litoral fluminense, que foi completamente descaracterizada em função do turismo de massa, Noronha tenta se preservar para evitar a agressão de seus encantos naturais, típica das grandes aglomerações. Assim, existem praias onde o acesso é limitado tanto no número de pessoas quanto no tempo de permanência. Ainda mais que algumas são locais de desova de tartarugas e o contato com os humanos, pode danificar o ecossistema. Não é um passeio barato, pois tanto restaurantes e pousadas têm na distância da costa, um aumento nos custos do que é consumido.

Dizem, aqueles que já tiveram o privilégio de visitarem a ilha, que as águas são límpidas e cristalinas e com temperatura muito agradável como o são, aliás, a maioria das praias nordestinas; a exuberância e nuances da coloração do mar lembra, em muito, as do Caribe. Mas, sendo uma ilha vulcânica ela também tem montanhas com vegetação própria, muitas em condições de serem escaladas, dependendo da disposição do turista.

De acordo com o site do arquipélago, ele não possui nascentes de água doce. Toda a água é captada no período das chuvas e armazenada durante a estiagem em açudes – Gato, Mulungu, Horta e Xaréu o maior de todos. Além disso, cerca de 40 poços artesianos foram perfurados para aproveitamento dos depósitos de águas pluviais subterrâneas. Um dessalinizador foi instalado pelo governo de Pernambuco - estado ao qual pertence o arquipélago - e começou a funcionar ano passado, utilizando água do mar.

O dessalinizador marinho representa um importante reforço no abastecimento de água para a comunidade que reside na ilha e para os turistas. De qualquer maneira, o desperdício deve ser evitado a todo custo, pois o preço do metro cúbico de água é superior ao do continente. Ainda bem que chove com regularidade, sem grandes períodos de estiagem, o que garante um armazenamento razoável.

Até breve e de idade trocada.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Cidadão friburguense faça uma reflexão antes de votar, em outubro

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Eleitor friburguense hoje eu me dirijo a você. Como todos sabemos 2020 é um ano eleitoral e em outubro estaremos escolhendo os futuros vereadores, assim como o cidadão que será o responsável pelos destinos do município, nos próximos quatro anos. Aliás, Nova Friburgo abandonada, esburacada, mal iluminada, com escândalos, principalmente, na saúde pipocando por todos os lados, merece um destino melhor que o atual.

Eleitor friburguense hoje eu me dirijo a você. Como todos sabemos 2020 é um ano eleitoral e em outubro estaremos escolhendo os futuros vereadores, assim como o cidadão que será o responsável pelos destinos do município, nos próximos quatro anos. Aliás, Nova Friburgo abandonada, esburacada, mal iluminada, com escândalos, principalmente, na saúde pipocando por todos os lados, merece um destino melhor que o atual.

Antes de escolher os futuros políticos que comandarão a cidade, procure estudar um pouco da história de Nova Friburgo, do quanto ela já foi importante e do quanto representou no cenário cultural e turístico do antigo Estado do Rio de janeiro, quando já foi considerada a quarta cidade do estado. Na realidade, ela só perdia para Niterói que era a capital, para Campos e para Petrópolis, em função do seu passado de cidade imperial até a proclamação da República.

Eu cheguei na terra do Cão Sentado lá se vão 43 anos, em janeiro de 1977, quando a cidade já começava a mostrar os sinais de decadência, que se agravariam a partir do final da década de 80 do século passado. Posso falar de cadeira, pois minha monografia do curso de Comunicação Social, da Universidade Candido Mendes, versou sobre a fundação da rádio Sociedade de Friburgo, na época ZYE-4, em 1946. Isso me obrigou a conhecer a história da cidade, desde o seu início até o momento em que a emissora passou a transmitir seu sinal, inclusive para municípios próximos.

Foi a partir dessas consultas que soube de existência de pelo menos três teatros, sendo que um, o Teatro Dona Eugênia, onde hoje é o prédio da loja Maçônica Indústria e Caridade, tinha uma das melhores acústicas entre os teatros da província do Rio de janeiro. Conta a história que ele recebeu cantores e artistas famosos da época, inclusive uma apresentação do maestro Heitor Villa Lobos.  Por incrível que pareça, cada bairro da cidade, naqueles tempos, tinha seu próprio cinema. Só no centro da cidade eram três.

Outra característica de Friburgo era a existência de colégios de gabarito, como o Anchieta fundado em 1886 e o Nossa Senhora das Dores, fundado em 1893. Mas, em 1918 tínhamos 11 escolas municipais e seis estaduais; mais tarde chegou o colégio da Fundação Getúlio Vargas, grande formador de jovens de talento e inteligência. Dessa maneira, em termos culturais, a cidade só perdia para a capital do Estado.

Creio, e isso não está escrito, mas é uma constatação minha, que o diferencial está no gabarito de vereadores e prefeitos da época, cuja visão de cidadania e trabalho pelo desenvolvimento do município, deixam os atuais num nível tão inferior, que não merece comparações. Para se ter uma ideia de como, mas coisas mudaram, logo após a fundação da rádio, houve a eleição para prefeito; de um lado, José Eugênio Muller, um dos seus fundadores, e do outro, Amâncio Azevedo, político já bem conhecido. Pois bem, esse último, comprou um espaço na programação da ZYE-4, fez sua propaganda eleitoral e ganhou as eleições. Nos dias de hoje, isso é impensável.

Infelizmente, com o passar do tempo o nível intelectual e moral de nossos candidatos foi mudando e assistimos a uma infinidade de vereadores e prefeitos sem o menor tino administrativo coletivo, pois no que diz respeito ao tino individual, todos conhecem bem o pulo do gato.

Portanto, achar que fulano é bonzinho, sem conhecer seu caráter, seu nível cultural e sua disposição para trabalhar pelo bem da comunidade, não são suficientes para uma boa escolha. O inferno está cheio de “bonzinhos”. A recente intervenção da Polícia Federal no Hospital Raul Sertã, em função das denúncias de superfaturamento na compra de medicamentos e material hospitalar, mostra o nível de insensatez a que chegou a classe política friburguense. Pouquíssimos são os que se salvam.

Assim, eleitor friburguense, faça um exame de consciência e vote não em pessoas, mas nas ideias daqueles que realmente querem o melhor para Nova Friburgo para que a cidade consiga voltar a ser um arremedo do que já foi num passado recente.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Escolas cívico-militares

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Antes de tudo é importante diferenciar o que seja uma escola militar (colégio militar), das escolas militarizadas, tão em voga e tão combatidas ultimamente. Assim, podemos conceituar as primeiras como instituições geridas por militares seja na direção, como na formação do corpo docente onde há uma mescla entre professores saídos dos quadros da caserna e de civis sem formação militar, mas enquadrados nos princípios que gerem a formação de um militar.

Antes de tudo é importante diferenciar o que seja uma escola militar (colégio militar), das escolas militarizadas, tão em voga e tão combatidas ultimamente. Assim, podemos conceituar as primeiras como instituições geridas por militares seja na direção, como na formação do corpo docente onde há uma mescla entre professores saídos dos quadros da caserna e de civis sem formação militar, mas enquadrados nos princípios que gerem a formação de um militar.

Além disso, a maioria dos alunos é constituída por filhos de militares e um dos objetivos, mas não obrigatório, é tornar a carreira militar mais atraente e de atender as especificidades e exigências dessa formação para a vida militar. Portanto, os alunos desses estabelecimentos são obrigados a respeitar regras que são a base da formação de um soldado. Têm de usar fardas, corte de cabelos padronizados, as meninas não podem pintar suas unhas nem seus cabelos. Existe respeito às normas básicas de educação, quando os professores são chamados de senhores ou professor fulano de tal, sendo que esses também têm a obrigação de se dirigirem respeitosamente aos alunos e se vestirem de maneira adequada.

Ao chegarem ao colégio, os alunos entram em fila, cantam o hino nacional, assistem ao hasteamento da bandeira brasileira e se dirigem às salas de aula de modo disciplinar. Não é preciso dizer que esse culto à disciplina e à educação como preceito fundamental da vida em sociedade, se reflete no alto nível de aproveitamento dos alunos seja ao ingressarem nas academias militares, seja nas faculdades ou escolas técnicas de gabarito.

Nos últimos anos, talvez desde os anos 80 do século passado, assistimos a uma degradação do ensino público que começou na falta de investimento governamental na educação, no despreparo e, porque não, numa banalização na formação dos professores, além do mais mal remunerados e sem estímulos na carreira e, o que é pior, numa falta de educação e respeito por parte dos alunos. Isso talvez seja reflexo de uma descaracterização do conceito básico do que seja família, na dificuldade enfrentada por pais e mães em educarem os filhos, pelas exigências da vida profissional de ambos, pelo desserviço muitas vezes prestado pela mídia e pelas más companhias que influenciam, negativamente, jovens de boa índole, levando-os para uma vida desregrada onde impera o uso de drogas, os roubos, as agressões, o desrespeito para com o próximo, principalmente os mais velhos.

Foi assim que surgiu a ideia das escolas militarizadas, que seria um retorno aos bons costumes que grassaram, na sociedade, até o final da década de 80. Ao contrário das escolas militares, as militarizadas que inicialmente eram geridas pelas secretarias de Educação, passaram para a gestão da Polícia Militar, tornando-se cívico-militares. No Brasil, já existem estabelecimentos desse tipo, financiadas por secretarias estaduais de Segurança Pública e de Educação.

No início deste mês, o governo Bolsonaro anunciou o Plano Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), que pretende implementar o modelo em 216 escolas até 2023, começando em 2020. O Governo Federal investirá cerca de R$ 1 milhão por escola para o pagamento dos militares e professores, na melhoria da infraestrutura das unidades e materiais escolares, incluindo computadores, quadras poli esportivas e o que mais for necessário na formação dos alunos.

Nestas escolas, policiais militares e civis partilham a administração e, de acordo com o novo modelo proposto por Bolsonaro, os militares atuarão como monitores para auxiliar na gestão educacional e administrativa. Os professores serão civis, responsáveis pela gestão da organização didático-pedagógica, bem como da financeira.

 E qual os benefícios desse tipo de administração? A volta da velha disciplina e dos bons costumes, onde meninos e meninas não poderão usar cabelos pintados, nem com cortes aberrantes, onde o uso dos celulares será restrito, os agarramentos, beijos e demais abusos tão corriqueiros nos dias de hoje serão coibidos durante o recreio e salas de aulas. A volta do uniforme ou farda será obrigatório, para que a decência no se vestir seja restabelecida, além de formarem fila e cantarem o hino nacional, antes de se dirigirem às salas de aula.

É uma volta ao passado, talvez, mas uma tentativa de recriar o senso cívico e o respeito pelos símbolos nacionais e pelos mais velhos. Diga-se de passagem, que nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, esse modelo já existe e o aproveitamento dos alunos, nos exames do Enem é muito superior ao das escolas públicas que seguem o modelo antigo.

Claro está que os partidos de esquerda, os pseudos comunistas tupiniquins e esquerdistas em geral são contra, pois tudo aquilo que restabeleça a ordem, a disciplina e a educação, aqui como ganho de cultura, contrariam seus objetivos de lavagem cerebral de nossos jovens. Pessoas cultas e educadas não se deixam influenciar por falsas promessas. Por isso, os próprios professores dessas escolas terão de se enquadrar no velho conceito, que era mostrar as diversas formas de governo existentes, seus prós e contras, deixando aos alunos a opção de escolha. Deveriam também admitir a existência dos transexuais, incutindo o respeito à orientação sexual de cada um sem, no entanto, influenciá-los nessa opção ou tentar convencê-los de que isso é normal.

Temos de ter sempre em mente que países em que a educação dos jovens é levada a sério são aqueles que mais progridem e que garantem uma melhor qualidade de vida a seus cidadãos.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.