O Detran continua prestando um desserviço à população e sua privatização é urgente

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Mais uma semana se passou e o Detran-RJ continua prestando um desserviço à população, sem fornecer os serviços básicos para o qual ele existe, tais como transferência de propriedade de veículos, primeiro emplacamento de automotivos zero quilometro, expedição de carteiras de motorista vencidas etc. Talvez o grande problema é que a escolha de seu presidente seja indicação da Assembleia Legislativa do estado, um poder pútrido e que contamina todos os órgãos que ficam sobre a sua jurisdição. Aliás, é por isso que ela, a assembleia, não abre mão dessa prerrogativa.

Acho que está mais do que na hora da população do estado fazer um abaixo assinado pedindo a privatização do Detran e de todos os órgãos que dependem de indicação política. Creio que não adianta muito tentar cooptar o Ministério Público estadual, pois seus componentes têm outros assuntos mais sérios a tratar, do que zelar pelo bom desempenho da administração do estado, diga-se de passagem uma obrigação desse MP.

É muito difícil sobreviver num estado onde os direitos da população são jogados no lixo. Esses sujeitos que foram eleitos ou assumiram suas cadeiras à custa da compra de votos, muito comum no regime democrático, esquecem-se dos seus deveres mais básicos que é o de prover qualidade de vida adequada à população. Na maioria das vezes, o que esses senhores fazem é dar prejuízo ao contribuinte que paga impostos para sustentar esse bando de parasitas.

Se o contribuinte tem o adesivo denominado onda livre ou similar, ao vender ou adquirir um carro seja usado ou zero, tem que retirar o adesivo existente em seu para-brisa e colocar um novo, adquirido junto ao fornecedor. Acontece que se o veículo não está emplacado, esse serviço fica inoperante e, se já se é usuário daqueles que cobram uma taxa de manutenção, paga-se duas vezes pela mesma operação, pois passa a ser obrigatório parar nas cabines e pagar o pedágio.

Motorista desse maldito Estado do Rio de Janeiro, mal feito por mal feito, locupletemo-nos todos. Assim, se você vai adquirir um carro zero, contate um despachante em qualquer estado que já esteja funcionando, aqueles em que as “negociações” com o fabricante de placas não está dependendo do famoso pró labore. Com isso, ele vai lhe fornecer um endereço na cidade em questão, aquele que vai constar na nota fiscal do veículo e, enviando tudo pelo correio, você recebe a placa, o DPVAT e o DUT, em uma semana. Os estados mais próximos daqui de Nova Friburgo são o de Minas Gerais e do Espírito Santo. Não posso mais recorrer a esse estratagema, pois já dei entrada na documentação, no Detran-RJ e agora fica impossível desistir, pois o pagamento já foi efetuado. Eu mesmo já fiz isso uma vez e foi tranquilo. Rodei com uma placa do Espírito Santo até o dia que o outro caça níquel do Detran, que era a vistoria obrigatória, fosse extinto.

O transtorno que essa avacalhação nos proporciona é que estamos sujeitos a sermos parados nas várias patrulhas rodoviárias ou blitz que são montadas nas estradas. Mesmo que tenhamos a nota fiscal da compra do veículo, o policial que estiver de plantão pode criar caso, pois na realidade, é uma irregularidade, uma vez que o documento oficial de propriedade do veículo está faltando, assim como a placa de identificação do carro, caminhão ou seja lá o que for. Haja constrangimento. A mesma coisa acontece com quem está com a carteira de motorista vencida.

O Detran, aliás, o seu presidente, esquece que o seu salário é pago pelo contribuinte e, que não é nenhum favor prestar um bom serviço à população, é uma obrigação. Fosse esse maldito órgão uma instituição privada, tenho certeza de que seus serviços seriam de muito melhor qualidade. É urgente uma intervenção federal no Rio de Janeiro e uma privatização urgente dos serviços básicos, excetuando a saúde, a educação e a segurança pública, esses deveres constitucionais do estado. Mas o que esperar de um estado que tem cinco - eu disse cinco - governadores às voltas com a Justiça, além de um presidente da Assembleia Legislativa também sob investigação?

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